Chega-nos dos Estados Unidos da América a notícia de que Jim Bakker, um dos mais influentes mestres da Teologia da Prosperidade (daqui para a frente indicada pela sigla TP) renunciou publicamente essa teologia como errônea, com a publicação do livro I WAS WRONG (Eu Estava Errado) – Revista A Seara, fev/1997, p.30.
Enquanto isso, na outra América, os líderes das igrejas pentecostais no
Brasil se mostram empolgados com os ensinos da TP, afixando em seus templos
faixas com dizeres bombásticos, para atrair pessoas com a promessa de se
tornarem ricas. É verdade que os cultos realizados com essa finalidade
superlotam os templos, com a presença de crentes e interessados no assunto. E o
ensino é levado a sério a tal ponto, que alguns pregadores recomendam aos
crentes que possuem veículos usados, como fuscas velhos, estacionarem seus
veículos bem distantes do local dos cultos. Os que possuem carros modernos, do
ano, devem estacionar seus carros mais próximos, a fim de estimular a fé
daqueles que estão se orientando pelos ensinos da TP.
E assim, o povo pentecostal do Brasil se sente motivado a buscar em
primeiro lugar as riquezas, e depois o reino de Deus, invertendo a ordem de
Jesus em Mateus 6.33: “Mas
buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas”.
COMO CHEGOU AO BRASIL
“Se a morte física de Jesus fosse suficiente para cobrar a dívida dos
nossos pecados, então todo o cristão poderia pagar a pena dos seus pecados com
a sua morte” (Essek William Kenyon, considerado o pai da Teologia da
Prosperidade).
KENNETH HAGIN
São poucos os brasileiros que sabem ler o inglês. Com isso, os
pregadores da TP, da outra América, eram praticamente ignorados no Brasil. Com
a tradução dos livros de Kenneth Hagin para o português, pela Editora Betânia
[1], os crentes passaram a ter conhecimento dos conceitos da chamada TP, e
esses conceitos são realmente fabulosos quanto ao incentivo pela busca da
riqueza material.
Conta Hagin que Deus lhe disse: “não ore mais sobre dinheiro… peça o que precisar”. O Senhor continuou
“você diz: Satanás, tire as mãos do meu dinheiro! Diga ordeno …nomeando o que quer
ou deseja”. Eu disse ao Senhor: “Senhor, não creio que queiras que as nossas
necessidades sejam satisfeitas, mas sim os nossos desejos”. Ele replicou: “No
Salmo 23 está escrito: O Senhor é o meu pastor, nada me faltará!”. Portanto
Deus continua: “Peça o que precisas ou deseja. Diga: Satanás, tire as mãos das
minhas finanças. Depois diga: Ide, espíritos ministradores, e façam o dinheiro
chegar” – How God
Taught Me, 16-19, citado no livro “Os Fatos Sobre o Movimento da Fé”, editora
Obra Missionária Chamada da Meia-Noite.
Com tais ensinos, os pregadores brasileiros logo descobriram o “jeito
brasileiro” de tornar os cultos diferentes. Convida-se um pregador que adotou a
TP e ele começa com formas de culto estranhas, nunca vistas em igrejas
tradicionalmente pentecostais. Diz ele: “Ponha a mão no bolso e retire da
carteira a nota de maior valor”. Os crentes, sem saber do logro em que vão
cair, inocentemente tiram sua nota. “Agora – diz ele – troquem a sua nota com a
do seu irmão ao lado”. Isso é feito e ele prossegue: “Jogue a nota da sua mão
no chão e pise sobre ela, amaldiçoando-a em nome do Senhor Jesus”. Depois ele
pergunta: “Vocês vão querer ficar com essa nota amaldiçoada? Certamente que
não. Vamos passar a sacola para recolhê-las”.
Os diáconos passam as sacolas e recolhem o dinheiro. O pregador passa as
saolas para o pastor local, que para não ficar com a maldição na sua igreja
devolve ao pregador visitante. Quem lucrou com toda essa forma de culto
estranho? O eloquente pregador da TP. Se não funciona para os ouvintes, para
ele é funcionai. Não falha. Logo, logo, estará rico.
O DINHEIRO É REALMENTE UMA MALDIÇÃO?
À luz da Bíblia não. Foi ordem divina que o homem com o suor do seu
rosto comesse o seu pão (Gênesis 3.19). O que a Bíblia condena é o amor ao dinheiro,
afirmando que tal sentimento pode levar à idolatria: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz
de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviarem da fé, e
se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6.10). Dessa forma,
como meio eficaz de enriquecer – não os crentes, mas os próprios teólogos da
prosperidade – é que se vão conduzindo algumas igrejas pentecostais do Brasil.
E a moda está pegando. Aquele pregador que não aderir é incrédulo, vive fora do
contexto bíblico.
BENNY HINN
Benny Hinn veio ao Brasil. Na primeira vez esteve em São Paulo, onde
pregou no auditório do Memorial da América Latina. Foi um acontecimento notável
no meio dos pentecostais. Formaram-se caravanas de várias cidades no interior e
litoral de São Paulo com destino à Capital. Ônibus lotados. Ninguém queria
perder a oportunidade de ouvir e presenciar milagres. A fama dos milagres já
tinha chegado ao Brasil. Além disso, ele também foi convidado para pregar para
uma assistência seleta de pastores do Conselho dos Pastores da Capital de São
Paulo.
Logo após a sua retirada, começaram as novidades por ele deixadas a
serem copiadas pelos líderes presentes: os pastores começaram a assoprar
no microfone para derrubar as pessoas. Quando não funcionava o assopro no
microfone, o paletó era jogado. Quando ainda o paletó não derrubava, eram então
aplicados empurrões na testa. E pessoas já adredemente preparadas para segurar
os que caiam para trás. Não caiam com o rosto no chão, em humildade diante da
augusta presença de Deus, como se observa em algumas partes da Bíblia. Sempre
caiam para trás, para não se machucarem ao cair.
Ninguém pergunta se os ensinos de Benny Hinn são ortodoxos. Querem
novidade que atraia os crentes. Que encham os templos. E Hinn – sabemos – tem
ensinos estranhos:
Que a pobreza vem do diabo e que Deus quer que todos os cristãos
prosperem;
Que cada pessoa da Divindade tem seu próprio espírito, alma e corpo
espiritual, passando as três pessoas da Trindade a ser nove pessoas;
Que o homem é divino e que se conscientiza disso ao repetir seguidamente
ser um homem de Deus;
Que nunca se deve dizer na oração “Se for da tua vontade”, pois tais
palavras são destruidoras da fé;
Que o Espírito Santo lhe revelara que as mulheres haviam sido
originalmente criadas para dar à luz pelo lado de seus corpos;
Que o primeiro super-homem a existir foi Adão, dado que Deus lhe dera
autoridade sobre os peixes do mar, logo ele podia viver debaixo da água como o
homem submarino das histórias de quadrinhos; que podia também voar, pois Deus lhe
dera poder sobre as aves do céu.
Mas, de todos os ensinos errôneos de Hinn, o mais contundente é ele
afirmar: “Eu sou um ‘pequeno messias’, caminhando sobre a terra” –
Praise-o-Thon, 6 de novembro de 1990, citado em Cristianismo em Crise, p. 119.
MODELO DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS (IURD)
Dentre as chamadas igrejas neopentecostais, a que mais cresceu e se
tornou a vedete das denominações pentecostais é a IURD. Até poucos anos atrás,
quando alguém queria referir-se a uma igreja pentecostal equilibrada e
progressiva se referia às Assembleias de Deus. Hoje, o modelo de igreja
pentecostal próspera, igreja que serve de modelo de avanço no meio do povo
brasileiro, é a lURD. Qual é o ensino fundamental da IURD? É a prosperidade
material.
Todo o povo brasileiro, através da TV Record, está vendo e ouvindo
diariamente os testemunhos eloquentes de como certas pessoas enriqueceram
frequentando a lURD. Relatos emocionantes de alguém chegar arrasado
financeiramente na IURD, e que agora fala de ter dois, três carros do ano,
apartamentos, casas de praia e de campo, lojas, dinheiro no banco e por aí
adiante: uma prosperidade alcançada em curto espaço de tempo frequentando a
IURD. Será tudo verdade?
As correntes milagrosas para alcançar esse derrame de bênçãos materiais
são incontáveis. Cada semana se inventa um título pomposo, novo. E os
pentecostais tradicionais não querem ficar atrás. Por incrível que pareça,
enviam “espiões”, ou seja, obreiros disfarçados de crentes para aprenderem como
se maneja com o povo (2Pedro 2.3), como se faz propaganda espalhafatosa, a fim
de aplicarem os mesmos métodos em suas igrejas. São bíblicos tais métodos? Não
importa. O que importa é que funciona: templos sempre lotados, dinheiro
entrando com facilidade.
E, como afirma o Pastor Joaquim de Andrade “Edir Macedo construiu um
império às custas dos dízimos, ofertas e do ensino da Teologia da Prosperidade.
Daí as correntes de oração de Jericó, do trabalhador, do desafio, da
prosperidade, dos dizimistas, dos empresários etc.” – Os Fatos Sobre o
Movimento da Fé, p. 90.
IDENTIFICAÇÃO DO MOVIMENTO
Teologia da Prosperidade é o título pelo qual se identifica o ensino
segundo o qual o cristão autêntico é conhecido por possuir ótima saúde física e
boa situação financeira. Cristão que vive choramingando com doenças e problemas
financeiros, é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou tem
falta de fé. Não se deve ser pobre nem estar doente. Pobreza e doença são as
marcas de pessoas dominadas pelo diabo.
Ridicularizando a situação da maioria dos evangélicos, questão
notadamente da classe pobre, inclusive os membros da IURD, o Pastor Jorge Tadeu
declara: “Pobreza é uma maldição, e não uma bênção” – Finanças – Princípios
Bíblicos Para a Vida de Sucesso, p. 9, 1ª Edição, junho de 1993, Igreja Maná,
Portugal.
Os títulos dos grupos que se baseiam na TP são: Evangelho da Saúde e
Prosperidade, Movimento da Fé, Palavrá da Fé, Confissão Positiva e Avivamento
da Verdade.
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE SER POBRE?
“Bem aventurados, vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lucas 6.20).
“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu
para evangelizar os pobres” (Lucas 4.18).
“Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres e
terás um tesouro no céu; e vem, segue-me” (Marcos 10.21).
“Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes
bem” (Marcos 14.7).
“Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua
pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Marcos 12.44).
AS ADVERTÊNCIAS DE DEUS AOS RICOS
“Mas ai de vós ricos, porque já tendes a vossa consolação” (Lucas 6.24).
“Não ajunteis tesouros na terra…
mas ajuntai tesouros no céu… Porque onde estiver o vosso tesouro, ali
estará também o vosso coração” (Mateus 6.19-21).
“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar
um rico no reino de Deus” (Marcos
10.25).
Como mencionou o Jornal Mensageiro da Paz (Junho de 1991, p. 15): “A TP é um insulto aos cristãos
do Terceiro Mundo. Milhões de crentes zelosos no Terceiro Mundo nada têm de
posses materiais. Estão eles enganados ou fracos na fé? Eles entendem mais
sobre a cruz do que de carro do ano, e a única riqueza de que se ufanam
é a vida eterna”.
É FALTA DE FÉ FICAR DOENTE OU SOFRER?
Os mais fervorosos servos de Deus do passado e do presente não ficaram
imunes às doenças e sofrimentos. Isso se vê na vida de José, de Jeremias e de
Paulo. Paulo fala de prisões, açoites sem medida, perigos de morte, varadas ou
chibatadas, apedrejamento, naufrágios, fome, sede etc. (2Coríntios 11.23-29). Paulo
orou pela saúde de Trófimo, mas não obteve resposta (2Timóteo 4.20).
OUTROS ENSINOS ESTRANHOS
Os crentes não devem morrer antes dos 70 anos. “A maneira como o cristão deve morrer
depende da sua fé. O mínimo que você deveria viver são 70 anos. Você deveria
viver até os 120 anos. É o que a Bíblia afirma. Deus pronunciou com a sua
própria boca o número de seus dias para 120 anos. Não
fui eu que escrevi isso. Deus disse isso. O mínimo a ser
atingido são 70 anos e esses anos não devem ser acompanhados de doenças e
dores” – Fred Price,
“Is Healing for All?”, p. 104, citado no livro “A Different Gospel, p. 157.
Resposta bíblica: É verdade que a Bíblia afirma que há tempo de nascer e
tempo de morrer (Eclesiastes 3.1-2), mas conhecer o nosso tempo de nascer, e ocasião
de morrer, só pertence a Deus (Jó 14.5; Salmos 39.4-6).
Crianças que nascem mortas ou que morrem na infância
“As crianças que nascem mortas, que não têm controle sobre suas vidas,
esse controle passa para os pais. Entretanto, se os pais não conhecem a Palavra
de Deus, e não clamam por seus direitos em Cristo, as crianças morrem
prematuramente” –
Ibidem, Ever Increasing Faith Messenger, citado no livro “A Different Gospel”,
p. 158.
Resposta bíblica: Davi orou por seu filho recém nascido, usando sua condição
de servo de Deus, e não obteve resposta favorável. A criança morreu (2 Samuel
12.16-23).
Confissão negativa produz enfermidades
“Uma confissão negativa dá a Satanás o direito de infringir a doença.
Falar sobre a doença é um modo de adorar o Diabo e deve ser expressamente
proibido” – E. W.
Kenyon, em “Jesus The Healer”, p. 44.
Kenneth Hagin afirma: “Nunca falo de doença… Nunca falo no fracasso… Nunca
falo sobre o que o diabo fez”. E continua: “Mas,
se eu tivesse dor de cabeça, não contaria a ninguém. E se
alguém me perguntasse como estava me sentindo,
eu diria: Estou ótimo, obrigado” – Words, p. 21, citado em “Os Fatos Sobre o Movimento da Fé”, p.
75.
Resposta bíblica: Daqui para frente, leitor, cuidado com as suas
palavras. Por exemplo, se você disser: “Eu vou morrer de rir” ou “Isso me
intriga até a morte” e outros ditados parecidos, isso levará à morte mesmo.
Paulo confessou: “Temo,
pois, que indo ter convosco, não vos encontre na forma em
que vos quero… que haja entre vós contendas, invejas, iras…” (2 Coríntios 12.20-21). Paulo
continua: “em nós
opera a morte… mesmo que a nosso homem exterior se corrompa…” (2 Coríntios 4.12-16).
Os crentes não devem procurar a medicina
“O mundo tem um sistema de cura que é um fracasso miserável” – Kenneth
Hagin, God‘s Medicine, p. 17-18, citado no livro “A Different Gospel”, p.154.
“Eu não uso remédio… Tenho a minha fé operando de tal modo que não
necessito dele” – Faith, Foolishness or Presumption?, p. 65.
Resposta bíblica: A Bíblia recomenda: “orai uns pelos outros para que
sareis” (Tiago 5.16),
mas não proíbe o recurso médico ou a medicina. Paulo recomendou a Timóteo, que
sofria de frequentes enfermidades, o uso de vinho como remédio: “Não bebas mais água só, mas
usa de um pouco de vinho, por causa do estômago e das tuas frequentes
enfermidades” (1Timóteo
5.23).
Ser pobre é pecado
“Não só a preocupação é pecado, mas também ser pobre é pecado,
porque a promessa de Deus é a prosperidade” – Robert Tilton, Success in
Life, programa de TV em 27/12/1990.
“Se a Máfia roda sobre um Lincoln Continental, por que não pode usar um
bom carro um filho do Rei? Os filhos do Rei devem rodar com
um Rolls Royce” –
Fred Price, Faith Foolishness or Presumption?, p. 23, citado em “A Different
Gospel, p. 175.
Quando lemos acerca de Pedro e João responderem ao coxo junto à Porta
Formosa do Templo não terem prata nem ouro, estariam eles em pecado? Tinham
mais do que riqueza material: tinham o nome excelso de Jesus operando com poder
em suas vidas, e assim puderam ordenar ao coxo que se levantasse no nome de
Jesus (Atos 3.6). Esse negócio de filho do Rei usando Rolls Royce mais parece
uma justificativa dos pregadores da TP para usarem tais veículos como prova da
bênção material de Deus sobre suas vidas: um ministério aprovado medido por
ostentação de riqueza.
CONCLUSÃO
Jesus justificou a necessidade da sua partida para o céu, a fim de que o
Espírito Santo viesse a habitar com os seus seguidores (João 14.16,20).
A missão do Espírito Santo aqui na terra, dentre outras, seria promover
o convencimento do pecado. O homem está endurecido pelo pecado. O deus deste
século tem cegado a mente dos homens, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo (2Coríntios 4.4). Sem a ação do Espírito Santo no
coração do perdido sem perdão de Deus é impossível alguém se converter. Paulo
falou que o evangelho de Cristo é poder de Deus para a salvação de todo o que
crer (Romanos 1.16-17). Mas como crer, se não há quem pregue contra o pecado? O
pecado faz separação entre o homem e Deus e impede a entrada do pecador no céu
(Isaías 59.1-2). Ora, se nos tornamos agradáveis aos homens, pregando que o
evangeiho traz prosperidade material e saúde física, atraímos, com certeza,
grandes multidões, mas não estamos sendo fieis a Bíblia (Marcos 15.15-16).
Estamos dando paliativos, estamos esquecendo o principal e a razão precípua a
da existência da Igreja na terra. As multidões precisam de Jesus: o Senhor e
Salvador, sem o qual ninguém se salva do pecado (Atos 4.12; 16.30-31) e não se
salvando doa pecado se perderá eternamente. Paulo alertou contra outro
evangelho (2Corintios 11.4). O evangelho de saúde e prosperidade da TP é outro
evangelho. É apostasia (1Timóteo 4.1).
Por Pr. Natanael Rinaldi
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