JOÃO 1.1 – Jesus é Deus ou apenas um deus?
1- A TNM das Testemunhas de
Jeová (TJs) traz este verso do seguinte modo: “A Palavra [Cristo] era um deus”
(a inserção do artigo ‘um’ foi feita pelos autores). A revista Torre de Vigia afirma que “pela ausência
do artigo definido ‘o’ isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o
Deus”. Eles acreditam, de fato, que Jesus é apenas um ser criado, ou mesmo
Miguel, o Arcanjo. O texto grego de João 1.1 “não está dizendo que a Palavra
(Jesus) era como o Deus com quem Ele estava, mas, antes, que a Palavra era
semelhante a um deus, divina”, dizem.
2- Para os muçulmanos Jesus é apenas um
‘enviado de Deus’: “Ó adeptos do Livro, não vos fanatizeis em vossa religião, e não
dizeis sobre Deus senão a verdade. O Messias, Filho de Maria, não é mais do que
um enviado de Deus e sua Palavra (Verbo, Logos) que lançou à Maria” (Sura 4.171).
3- Os espíritas dizem: “Sem nada prejulgar sobre a
natureza do Cristo, cujo exame não entra no quadro desta obra, e não o
considerando, por hipótese, senão como um Espírito superior, não podemos deixar
de reconhece-lo com um dos Espíritos de ordem mais elevada e, por suas
virtudes, colocado muitíssimo acima da humanidade terrestre… mesmo sem supor
que Ele fosse o próprio Deus, mas um enviado de Deus para transmitir sua palavra
aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um Messias
divino” (A
Gênese, Allan Kardec, cap. XV Os Milagres do Evangelho, p. 264 –
www.febnet.otg.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Noleto.pdf).
Na nota explicativa de um suposto tradutor espírita do NT, que
se apresenta como erudito conhecedor da gramática grega, encontramos: “A função de predicativo do
sujeito, nessa oração, é exercida por um substantivo ‘Theós’, o que não altera
de forma alguma sua função sintática. Nesse caso, o predicativo não pretende
individualizar ‘lógos’ afirmando ser ele um Deus, mas qualificar, especificar
sua natureza, indicando-lhe a natureza divina. Do contrário haveria um
rompimento irreconciliável com o monoteísmo judaico, ideia difícil de ser
aceita, mesmo no ambiente do judaísmo helenizado de Éfeso. A questão, posta
nestes termos, nos permite concluir que a identificação de Jesus com Deus
somente foi possível no ambiente greco-romano, no qual histórias de deuses e
filhos de deuses que se corporificam na Terra eram muito comuns” (O Novo Testamento, Haroldo
Dutra Dias, FEB, 2013, p. 393).
RESPOSTA APOLOGÉTICA: Não é correto traduzir esse
verso como “a Palavra era um deus”, e também não é correto negar a divindade de
Cristo. A completa divindade de Cristo é apoiada por outras referências em João
(8.58; 10.30; 20.28), bem como ao longo de todo o Novo Testamento (Cl. 1.15-16;
2.9; Tt. 2.13; Hb. 1.8). Além do mais, não é necessário traduzir substantivos
no grego, que não estejam acompanhados de artigos definidos, como se estivessem
acompanhados por um artigo indefinido (pois não existem artigos indefinidos no
grego). Em outras palavras theos (“Deus”), sem estar acompanhado pelo artigo definido “o” (hó), não deve ser traduzido como “um
deus”, como as TJs fizeram quando se referiram a Cristo. É importante destacar
que o termo “theos” sem o artigo definido “hó” é utilizado no Novo
Testamento referindo-se ao Deus Jeová. A falta do artigo definido em Lucas
20.38, referindo-se a Jeová, não significa que Ele seja um Deus menor; assim
como a falta do artigo definido em João 1.1, referindo-se a Jesus, também não
significa que Ele seja um Deus menor. O fato é que a presença ou a ausência do
artigo definido não alteram o significado fundamental do termo “theo”. Se João tivesse a intenção
de dar à frase um sentido adjetivo (“que a Palavra era semelhante a um deus, ou
divino), ele teria à disposição um adjetivo (theios) que poderia perfeitamente
ter sido utilizado.
De modo contrário às alegações da STV e dos espíritas, os textos
do Novo Testamento utilizam o artigo definido referindo-se a Cristo como “o
Deus” (oh
theos).Um
exemplo disso é João 20.28,onde Tomé diz: “Senhor meu, e Deus meu!” No texto grego lê-se
literalmente “O Meu Senhor e o meu Deus [hó theos]” (Mt. 1.23 e Hb. 1.8). Então
não importa se João utilizou ou não o artigo definido, no capítulo 1 e verso 1
— a Bíblia claramente ensina que Jesus é Deus, e não apenas um deus.
As TJs e os espíritas têm em comum o ‘teólogo’ Johannes Greber, que supostamente
teria traduzido a Bíblia guiado pelos ‘bons espíritos’. Foi ele o primeiro a
acrescentar a palavra ‘um’ neste versículo, com a clara intenção de negar a
divindade de Jesus (Bíblia Apologética, ICP, 2000, p. 1039). Que Jesus é Jeová
(Yahweh) está claro, a partir do fato de que o Novo Testamento aplica a Jesus,
de modo consistente, passagens e atributos que no Antigo Testamento eram
aplicáveis apenas a Jeová (compare Êx. 3.14 com Jo. 8.58; Is. 6.1-5 com Jo.
12.41; Is. 44.24 com Cl. 1.16; Ez. 43.2 com Ap. 1.15; Zc. 12.10 com Ap. 1.7).
Texto adaptado e compilado pelo Pr. Edison Miranda da Silva e
Maria Candida Alves.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Graça e Paz de Cristo, será um prazer receber seu comentário. Jesus te abençoe.