Para chegar à esta conclusão, a pesquisadora estudou 130
pacientes (65 que enfartaram e 65 que não enfartaram) que responderam dois
questionários, um para avaliar a disposição para o perdão e outro sobre espiritualidade
e religiosidade.
“Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm
dificuldade do perdão”, afirma a pesquisadora, que também avaliou os efeitos da
espiritualidade nessa questão.
“O estudo mostrou que, entre quem enfartou, 31% afirmaram ter
tido perda significativa da fé. Entre quem não teve, o índice foi de 9%”, disse
a pesquisadora.
Entre os pacientes que enfartaram, 65% afirmaram que não estavam
dispostos a perdoar. O índice foi de 35% no outro de pessoas que não tiveram o
problema.
Em outra questão, 54% dos que tiveram um enfarte disseram que
perdoariam. E 72% entre quem não enfartou se mostram dispostos a perdoar.
O cardiologista e coordenador do Programa de Enfarte Agudo do
Miocárdio do Hospital do Coração (HCor), Leopoldo Piegas, confirmou que há
relação entre questões emocionais e doenças cardiovasculares.
O profissional também informou ao jornal O
Estado de São Paulo que nos últimos anos muitos estudos estão tentando entender
a relação entre a espiritualidade e essas doenças.
“Na última década, tem crescido a questão da relação entre espiritualidade
e doenças do coração. Quase todos os congressos de cardiologia têm sessões
especiais sobre o tema que enchem as salas. As pessoas mais tranquilas,
sossegadas e, aí vai a questão da religiosidade, têm uma tendência menor de ter
esse tipo de doença”, diz ele.
Quem concorda com esses dados é o cardiologista e diretor de
Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, José Luís Aziz,
que declarou: “Vários trabalhos mostraram que pessoas que perdoam têm menos
chance de ter enfarte e, quando têm, é mais leve.”
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