– “O que não falta
neste país é gente torcendo para as coisas não darem certo. Mas como sou
cristão e tenho muita fé, urucubaca não vai pegar em cima de nós” – Lula,
discursando no Palácio do Planalto).
Música: Abre-alas
Compositor: Atilano Muradas
Cantor: Atilano Muradas
Abre-alas que um povo está chegando;
É o povo de Deus que vem entrando.
O diabo e seus anjos estão tremendo
E a igreja de Deus prevalecendo.
Não adianta macumba
contra nós
Se Jesus lá no céu é nossa voz.
Urucubaca, má sorte,
Não pega, nem prevalece.
Jesus é o Santo forte,
De nós não se esquece.
Dá-nos proteção
Sem cobrar nenhum tostão,
E a salvação.
Abre-alas, então, abre-alas.
Abre-alas que um
povo está chegando;
É o povo de Deus que vem marchando.
Desfilando nas ruas da história,
Escrevendo outras páginas de glória.
O diabo não pára de
afligir
Mas a igreja aprendeu a resistir.
Feitiçaria, despacho,
Não pega, nem prevalece.
Jesus derrotou o diacho
Pra que vida em nós houvesse.
Por isso nós cantamos
Ao Senhor que nós amamos
Adoração.
Abre-alas, então,
abre-alas.
Abre-alas que um povo está cantando
E os poderes do inferno abalando.
Abre-alas que o céu está se abrindo
E as bênçãos de Deus estão caindo.
Este samba foi
feito pra louvar
Ao Senhor Criador do céu e mar.
Poderoso, Deus forte,
Nos guarda e nos fortalece;
Mudou a nossa sorte,
Deu-nos vida que enobrece.
Agora é só esperar
O Senhor que vai voltar
Pra nos buscar.
Abre-alas, então, abre-alas.
Abre-alas que um
povo está cantando (ô,ô),
É o povo de Deus que vem entrando (ô,ô).
Abre-alas que um povo está chegando (ô,ô),
É o povo de Deus que vem marchando (ô,ô).
Abre-alas que um povo está chegando.
Abre-alas que um povo está orando.
Abre-alas que um povo está chegando.
Abre-alas que um povo está chegando.
Abre-alas que um povo está chegando.
Abre-alas que um povo já chegou.
BRUXARIA
A frequente presença do fenômeno milenar da bruxaria em culturas
distantes de seu substrato atesta a perpetuação de certas modalidades de
funcionamento do espírito humano. No entanto, inúmeros trabalhos etnológicos ou
históricos não lograram ainda dirimir todos os problemas ligados a sua
definição ou explicação.
Aparece já em Homero e na própria mitologia grega, em que a feiticeira
Medéia ocupa lugar de destaque no ciclo dos argonautas. Na literatura latina, o
tema despertou o interesse de vários autores, especialmente Apuleio, Petrônio e
Horácio.
No universo judeu-cristão, a presença das bruxas verifica-se desde o
Velho Testamento. Em um momento crucial de sua vida, Saul consultou a
feiticeira de Endor, embora pela lei de Moisés a bruxaria fosse punida com a
morte. No cristianismo primitivo, conhecia-se a prática de ritos mágicos, mas
os apóstolos consideravam-na fruto de ardis do demônio, pois entendiam que
somente Deus dispunha de poderes sobrenaturais.
HISTÓRIA DE BRUXARIA
A bruxaria ressurgiu e intensificou-se na Europa do século X ao XII,
quando as heresias dos cátaros trouxeram de volta a crença na influência do
demônio, o que favoreceu a interpretação de que a bruxaria era produto do
contato com suas forças. Realizaram-se nesse período vários processos contra
bruxas, promovidos pelo poder civil. Entretanto, a questão só assumiu aspectos
dramáticos a partir do século XIV, quando a igreja implantou os tribunais da
Inquisição Católica para reprimir tanto a disseminação das seitas heréticas
como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Ao
dar especial relevo ao problema, a perseguição contribuiu para que ele
adquirisse ainda maiores proporções. Nessa época, o fenômeno frequentemente se
caracterizou como manifestação coletiva, de grandes dimensões e profunda
repercussão na vida religiosa, no direito penal, nas artes e na literatura.
Daí em diante, à medida que proliferaram os tribunais da Inquisição, os
processos aumentaram rapidamente. A acusação sistemática só se verificou na
época que é considerada a última fase da Idade Média, o fim do século XV,
principalmente após a bula Summis desiderantes affectibus (1484), do papa
Inocêncio VIII, e da obra Malleus maleficarum (1487; Martelo das feiticeiras),
dos dominicanos Heinrich Kraemer e Johann Sprenger, em que se firmaram as
normas do processo inquisitorial contra a feitiçaria.
A época da verdadeira epidemia de bruxas e teóricos do assunto é a dos
séculos XVI e XVII, no contexto da Reforma e da Contra Reforma. Ainda que, como
nos outros casos, implicasse a prática da magia, incluía quase sempre a
invocação do demônio e a mobilização de seus poderes, o que a associava à
concepção do mal na teologia cristã e a tornava um desafio à moralidade
religiosa. Apareceram então os grandes sistematizadores da demonologia — Jean
Bodin, autor de De la démonomanie des sorciers (1580; Da demonomania dos
feiticeiros), e o jesuíta Martinus Antonius Delrio, autor de Disquisitionum
magicarum libri VI (1599; Seis livros de pesquisas sobre magia). Nessa fase, a
bruxaria tornou-se tema frequente na literatura e nas artes plásticas:
sobressaíram, por exemplo, Macbeth, uma das mais célebres tragédias de
Shakespeare, e as gravuras de Baldung Grien e Jacques Callot.
A perseguição às bruxas foi metódica e violenta no norte da França, no
sul e oeste da Alemanha e muito especialmente na Inglaterra e na Escócia, onde
houve o maior número de vítimas. Os colonizadores ingleses levaram esse
procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo
contra as bruxas de Salem, em Massachusetts.
Em geral, acusava-se de bruxaria mulheres velhas, mas com menor
frequência também jovens e, excepcionalmente, homens. As acusações registradas
contra essas pessoas referiam-se a toda espécie de malefícios contra a vida, a
saúde e a propriedade: aborto das mulheres, impotência dos homens, doenças
humanas ou do gado, catástrofes e temporais. As bruxas eram também denunciadas
por pactos com o diabo. Montadas em vassouras, voariam pelos ares e se
reuniriam em lugares ermos para celebrar o sabá e entregar-se a orgias. Como
cultuariam Satanás, considerava-se que este lhes aparecia como monstro cornudo
e sequioso de sacrifícios.
]O racionalismo e o espírito científico, que caracterizaram o Iluminismo
do fim do século XVII e do século XVIII, contribuíram para o fim desses
processos e para que não mais se admitisse perseguição judiciária em casos de
superstições populares. O último processo na Inglaterra ocorreu em 1712, e a
última fogueira de bruxas na Europa foi acesa em 1782, no cantão suíço de
Glarus.
Teorias antropológicas. O fenômeno histórico da bruxaria suscitou
numerosos estudos antropológicos, para os quais a intolerância das autoridades
eclesiásticas, tanto católicas como protestantes, não seria razão suficiente
para explicar o fenômeno de psicopatologia coletiva que representou a crença na
bruxaria. Muitos chegaram a acreditar na ocorrência de uma alucinação mediante
a qual, contaminadas pela crença geral, muitas mulheres teriam admitido
participar de práticas que nunca realmente exerceram.
Outra corrente interpreta a crença nas bruxas como resquício de antigas
religiões autóctones europeias, nunca inteiramente desarraigadas pela
cristianização, que depois se teria mesclado com doutrinas cristãs sobre o
diabo. Uma referência seriam as valquírias da mitologia germânica, que, como as
bruxas, voavam pelos ares.
No século XX, essa teoria aperfeiçoou-se nas teses da antropóloga
inglesa Margaret Murray, para quem a bruxaria seria resíduo de uma religião
pré-histórica, um culto da fertilidade que sobreviveu à cristianização,
sobretudo no meio rural e nas populações descendentes de raças submetidas, como
os celtas, o que explica a forte divulgação do culto nas ilhas britânicas. O
culto teria sido ressuscitado sobretudo em tempos de enfraquecimento da igreja,
como aconteceu no período da Reforma, nos séculos XVI e XVII. A teoria de
Murray, em seus aspectos principais, é rejeitada hoje pela maior parte dos
pesquisadores, que a consideram infundada.
Outro britânico, Hugh R. Trevor-Roper, acentuou que, embora realmente a
bruxaria tivesse um substrato folclórico, foi a igreja medieval que o
sistematizou e o codificou com o fim de reprimir a heresia e exercer coação
sobre os desvios doutrinários, criando com isso um autêntico tratado de
demonologia.
Essa mescla de ritos arcaicos, superstições, convulsões políticas e
perseguições oficiais, que precisavam de bodes expiatórios, fomentou as
alucinações de membros de grupos sociais marginalizados — talvez com manifestações
paranormais — e a imaginação coletiva. Pelo menos na história da Europa, a
bruxaria seria basicamente um significativo reflexo das tensões sociais
acumuladas nos séculos que antecederam a modernidade. No interior da Inglaterra
e de muitos outros países, porém, a crença na bruxaria, sua prática e numerosos
ritos de magia persistem até hoje.
A revista VEJA de 19 de outubro, 2005, na p. 41 há uma declaração
do presidente Lula que disse, “Vocês não sabem o que é urucubaca.” Outros
jornais noticiaram que a palavra do presidente no seu todo foi “O que não falta
neste país é gente torcendo para as coisas não darem certo. Mas como sou
cristão e tenho muita fé, urucubaca não vai pegar em cima de nós” (Lula,
discursando no Palácio do Planalto). A seguir o programa da Globo O FANTASTICO
levantou a pergunta: Você sabe o que é urucubaca?
Repito a pergunta do FANTASTICO: Pr. Natanael Rinaldi você sabe o que é
urucubaca? Informe para os nossos ouvintes, O que significa urucubaca?
Há várias definições para a palavra urucubaca No dicionário, existem muitos
nomes para isso: cábula, cafifa, enguiço, mofina, tangolomango, Feitiço,
mandingarias “Acho que eu estou com urucubaca, sim, porque eu não trabalho e
nada está dando certo”, desconfia um jovem. O pai Renato de Obaluaê tem outra
explicação:
“A palavra “urucubaca” é de origem banto, que os negros usavam, pois
eles, no tempo da escravidão, por causa da Igreja Católica, dos senhores, eles
não poderiam falar feitiçaria, bruxaria, magia negra. Então, eles usavam na sua
própria língua a palavra “urucubaca””.
Como se livrar de urucubaca segundo as pessoas que estão ligadas a
crendices populares?
A vendedora Cristiane Lima diz quais são as ervas mais indicadas para
afastar a urucubaca:
“Manjericão, que é para inveja e mau olhado. Arruda também.
Abre-caminho, desata-nó. É só tomar um banho do pescoço para baixo durante três
dias e está bom”, diz a vendedora.
A vendedora Cristiane Lima diz quais são as ervas mais indicadas para
afastar a urucubaca:
“Manjericão, que é para inveja e mau olhado. Arruda também.
Abre-caminho, desata-nó. É só tomar um banho do pescoço para baixo durante três
dias e está bom”, diz a vendedora. A dica de pai Renato é deixar atrás da porta
de entrada da sua casa um copo virgem de água natural, com olho de boi dentro.
“Quando aqueles olhos de boi incham e estouram, ali você detectou uma
negatividade”, diz Renato.
Mas se você não está nem aí para essa história de mau olhado, o melhor
mesmo é dançar ao som do funk da urucubaca, que os Djs Jorginho Matarazo e
Wallace fizeram para o Fant
A dica de pai Renato é deixar atrás da porta de entrada da sua casa um
copo virgem de água natural, com olho de boi dentro.
“Quando aqueles olhos de boi incham e estouram, ali você detectou uma
negatividade”, diz Renato.
Mas se você não está nem aí para essa história de mau olhado, o melhor
mesmo é dançar ao som do funk da urucubaca, que os Djs Jorginho Matarazo e
Wallace fizeram para o Fantástico.
Urucubaca está ligada à
bruxaria?
Sim. A Bruxaria consiste no exercício, com intenção maligna, de
pretensos poderes sobrenaturais por meio de ritos mágicos e com o fim de causar
malefício a certas pessoas ou a seus bens, assim como benefícios diretos ou
indiretos a seus praticantes
A Bíblia menciona a prática de bruxaria?
A presença das bruxas verifica-se desde o Velho Testamento. Em um
momento crucial de sua vida, Saul consultou a feiticeira de Endor, embora pela
lei de Moisés a bruxaria fosse punida com a morte. No cristianismo primitivo,
conhecia-se a prática de ritos mágicos, mas os apóstolos consideravam-na fruto
de ardis do demônio, pois entendiam que somente Deus dispunha de poderes
sobrenaturais.
O que aconteceu com Saul por ter consultado a feiticeira de Endor?
Está escrito: “ Assim morreu Saul por causa da transgressão que cometeu
contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e
também porque buscou a adivinhadores para consultar. E não buscou ao Senhor,
que por isso o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé” (1ª Cr
10.13-14).
Poderíamos dar uma lista de passagens bíblicas que mostram claramente
que Deus abomina a feitiçaria, por isso quero que você pense na vida espiritual
e onde você quer passar a eternidade. “Mas, quanto aos tímidos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos
feiticeiros, e aos idolatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Ap 21 v. 8).