Leia Gênesis 2:21-24 “21 ¶ Então o SENHOR Deus fez
cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas
costelas, e cerrou a carne em seu lugar; 22 E da costela que o SENHOR Deus
tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher,
porquanto do homem foi tomada. 24 Portanto deixará o homem o seu pai e a sua
mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2:21-24 ACF)
Mateus 19:6 “Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19:6 ACF)
O casamento é uma instituição distintamente cristã, baseada na
Palavra de Deus, na qual nós confiamos quando ela diz que Deus criou todas as
coisas, inclusive o homem, e estabeleceu o casamento para a humanidade. O
espanto da rejeição do casamento, que nossa presente sociedade faz no grosso e
no varejo, não é nenhum mistério quando nós consideramos que a nossa cultura
tem rejeitado o Deus que estabeleceu o casamento.
A comunhão e a união que existem dentro do casamento podem
constituir-se na relação mais maravilhosa que Deus ordenou para a humanidade,
ela está em segundo lugar em relação à habitação do Espírito de Deus dentro da
alma dos nascidos de novo.
Hebreus 13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito
sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os
julgará.” (Hb 13:4 ACF)
O casamento é venerável em tudo! Mas, Satanás e o sistema
mundano carnal negam isto. Acautele-se contra as filosofias mundanas que dizem
que seu casamento é uma chatice, uma prisão, ou uma escravidão. Acautelem-se
contra o espírito amargo do moderno movimento feminista, no qual as mulheres
adotam uma atitude crítica e amarga em relação aos homens. Acautelem-se contra
o espírito de luxúria por meio do qual os homens e as mulheres desejam viver
vidas de playboys ou devassos, ao invés de se casarem e de estabelecerem um
lar. Todos estes espíritos são do diabo!
O casamento é venerável em tudo! Ele exalta o relacionamento
homem-mulher. O casamento liberta este relacionamento de toda a culpa, vergonha
e imoralidade. O casamento faz o relacionamento entre um homem e uma mulher ser
venerável diante de Deus!
Ele [o casamento] traz honra a cada cônjuge. A mentira do mundo
é que o estilo de vida, que consiste em se viver desregradamente como solteiro,
é liberdade. Mas como é que isto é liberdade para a mulher cujo homem espera
que ela compartilhe a sua intimidade e o apoie em sua vida, todavia ele pode ir
em frente se ele encontrar uma pessoa mais bonita, mais amigável, mais
agradável? É isso liberdade para o homem cuja mulher compartilha de seu
coração, dá ânimo a seus dias, dá alegria à sua alma, todavia ela pode ir em
frente se algum outro homem mais excitante, mais bonitão ou mais rico aparecer?
Não! O casamento oferece fidelidade e permanência em troca de companheirismo,
amor, intimidade, apoio e amizade. O casamento é a maneira venerável de tratar
um ao outro. O casamento livra da tirania da incerteza. Por ventura é alguma
maravilha que tantos homens e mulheres estejam ansiosos ou sofrendo,
considerando que eles estão aprisionados na “liberdade” do não-compromisso?
O casamento traz honra aos filhos. Ele modela um relacionamento
de confiança e de fidelidade que opera através de suas diferenças, cada um
respeitando ao outro, e cada um edificando ao outro. Os filhos aprendem tanto
da influência masculina como da feminina, aprendem como tratar seus futuros
empregadores, esposa, e seus próprios filhos.
O casamento traz honra a Deus. O casamento do crente não egoísta
mas altruísta, no qual ambas as partes dão 100% cada um ao outro, modela o amor
de Cristo através dos Seus santos e da devoção destes a Ele. Uma vez que o
casamento é obediência aos mandamentos de Deus, ele honra a Deus através de uma
submissão [de cada cônjuge] à vontade de Deus, para conduzir apropriadamente
este relacionamento.
Embora nós não iremos tomar o tempo para examinar, Efésios
5:21-33 expressa a meta de todos os casamentos cristãos: a unidade em amor, a
completa devoção de um ao outro, a completa piedade e devoção a Deus, e o terno
cuidado de cada esposo, um para com o outro. A passagem ensina que o marido e a
esposa devem submeter-se um ao outro, assegurando um lar que não se transforma
em uma ditadura operada por nenhuma das partes. Os maridos são chamados para
liderar um lar com o mesmo amor pela sua esposa como ele tem por si mesmo,
modelando o amor de Cristo e a Sua intercessão por aqueles que por Ele foram
redimidos. As esposas são chamadas a se submeterem devotadamente a seus
maridos, modelando a submissão devotada do crente a Deus.
OS ATAQUES SOBRE O CASAMENTO
A rebelião da humanidade contra as leis do Jardim do Éden
não terminaram com a queda no pecado. A humanidade tem estado desafiando aos
outros mandamentos fundamentais de Deus desde aquele tempo até hoje.
Contrário a Gênesis 1:28, o aborto e o ambientalismo radical
violentamente vão contra partes específicas das fundações que Deus pôs para a
humanidade. Adão e Eva, eles mesmos, quebraram Gênesis 2:16-17, destruindo a
ordem original de Deus e trazendo o pecado sobre todos nós. Desde a queda, a
humanidade através dos séculos tem desafiado o exemplo de Deus em Gênesis 2:24:
“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2:24 ACF)
Gênesis 2:24, explicitamente, estabelece que um homem (singular)
e uma mulher (singular) irão se separar de suas famílias e estabelecer seu
próprio lar como uma unidade cooperativa (“uma só carne”). Isto ainda mais
estabelece que cada casal deve casar desta maneira por causa (“portanto”) do
exemplo de Adão e Eva.
O homem respondeu com poligamia (negando a natureza singular [UM
marido, UMA esposa] do casamento) e com o divórcio… despedaçando aquela uma
carne. Quando nós consideramos o divórcio como um despedaçamento de um corpo,
nós temos um bom retrato do despedaçar emocional, físico, psicológico, e
espiritual das almas envolvidas.
O homem, muito rapidamente, começou a se divorciar. Em Levítico
21:7 e 14, 22:13, e Números 30:9, nós encontramos as primeiras quatro menções
do divórcio. A palavra hebraica, aqui, significa “lançar fora, expulsar,
arremessar fora.” Isso implica uma violenta ejeção de dentro para fora do lar.
Significa mais do que uma separação. Significa rejeição. Aparentemente, os
homens nas suas luxúrias tinham desenvolvido o hábito de expulsarem a esposa
que não os agradava, por alguma razão [qualquer].
Numa época cheia de poligamia (Lameque, Esaú, Jacob, Gideão,
reis…) por que um homem se livraria de sua esposa, quando sua cultura ímpia já
tolerava casar com múltiplas esposas? Talvez ele não desejasse sustentá-la,
financeiramente. Talvez ela tivesse feito com que ele se irasse de algum modo.
Ou, ele pode ter sido só exteriormente que ele procurou parecer honrar a
natureza singular [um esposa, uma esposa] do casamento, mas [interior e
realmente], ele desejava obter uma mulher diferente por alguma razão
[qualquer]. Que impiedade! Que luxúria egoísta! Sem intervenção de Deus, o homem
é egoísta e cruel além de toda esperança!
Pelo tempo que Israel deixou o Egito, eles, os israelitas, têm
de ter estado dissolutamente se divorciando de suas esposas para satisfazerem
as suas luxúrias. Sem dúvida alguma, os israelitas tinham aprendido dos
egípcios o hábito imoral de casarem e de se divorciarem, lançando fora os
cônjuges não desejados, de acordo com os desejos de suas carnes.
Em Deuteronômio 24:1-4, Deus age para eliminar este injusto
lançamento fora de uma esposa não desejada. Deus dá a Sua lei contra o
divórcio.
A LEI DE DEUS NO VELHO TESTAMENTO CONTRA O
DIVÓRCIO
Deuteronômio 24:1-4 “1 – Quando um homem tomar uma mulher
e se casar com ela, então será que, se [ela] não achar graça em seus [do
marido] olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de
repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois,
saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a
desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da
sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a
morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a
tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é
abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR teu
Deus te dá por herança.” (Dt 24:1-4 ACF)
Aqui, Deus limita a rejeição de uma esposa. Não mais pode ela e
seus filhos serem jogados fora por todo e qualquer capricho. O divórcio, agora,
somente é permitido em um caso. A palavra “divórcio” é uma palavra diferente
daquela usada previamente. Simplesmente, significa “desatar.” Não mais é
permitido a expulsão violenta e luxuriosa da esposa. Somente em virtude de ele
“nela encontrar coisa indecente” é que ela pode ser despedida, e somente então
através de um devido processo no qual o homem, publicamente, documenta o seu
motivo, provavelmente diante de um juiz. Isto termina o casamento. Note que uma
mulher, em Israel do Velho Testamento, encontra mais proteção debaixo da lei de
Deus do que ela não tinha debaixo do reino do paganismo. Uma proteção adicional
para ela é o direito de recasar uma vez que tinha sido rejeitada por seu prévio
marido. O divórcio e o recasamento são ligados juntos. Se foi reto para seu
marido divorciá-la, é reto para ela encontrar um outro marido que a sustentará
e a amará. E, se ela fosse divorciada uma segunda vez, ela não poderia retornar
para o primeiro marido, e isso muito possivelmente foi estabelecido para
enfatizar a seriedade do divórcio.
O que constituiria “coisa indecente”? A palavra significa
“comportamento sem a qualidade da graça, ou exposição vergonhosa.” “Coisa
indecente”, definitivamente, refere-se a um pecado contra as leis de Deus. Esta
“coisa indecente” tem de não ter sido adultério, porque adúlteras eram
condenadas à morte através de apedrejamento, elas não eram divorciadas e
liberadas para casarem novamente. Em Esdras 10:10-19 a Escritura fala de um
divórcio em massa de todo o país (todos os israelitas se divorciaram de esposas
pagãs). As palavras “lançar fora” nos dizem como os israelitas devotos se
divorciaram de suas esposas pagãs e de seus filhos para que assim se separassem
como Deus exigia. Aqui o “coisa indecente” foi a nacionalidade gentílica das
esposas envolvidas.
Será que causa surpresa a você que a lei de Deus no Velho
Testamento contra o divórcio era tão “frouxa” [vaga, não específica, não
detalhada]? Eu creio que muitos de nós temos nos aproximado da Bíblia com uma
agenda bem intencionada para fazê-la dizer o que nós cremos, ao invés de
ouvirmos a Palavra de Deus falar por si mesma.
Ou talvez o que surpreenda a você é que Deus é tão estreito?
Deus não deseja o casamento ser tomado sem a devida seriedade.
Os dois únicos outros usos de qualquer forma da palavra
“divórcio” no Velho Testamento ocorrem nos seguintes dois versículos:
“Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe,
pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor a quem eu vos tenha vendido?
Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões vossa
mãe foi repudiada.” (Is 50:1 ACF)
“E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a
rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa
Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu.” (Jr
3:8 ACF)
Aqui, nós vemos que Deus tinha uma causa justa para divorciar o
Seu povo de si mesmo. Ele exatamente corta fora a “infiel nação de Israel”.
Felizmente, nós lemos em outro local que Deus restaurará o povo do Velho
Testamento para si mesmo.
“25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para
que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre
Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel
será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as
impiedades.” (Rm 11:25-26 ACF)
Que devemos concluir? Deus odeia a prática de divórcios
injustos, o abuso e a tirania dos homens (ou das mulheres), emocionalmente,
destruindo e despedaçando suas famílias, casando-se e divorciando-se ao livre
desejo deles, pela vontade para concretizarem e se entregarem às luxúrias da
sua carne.
“14 E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e
a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira,
e a mulher da tua aliança. 15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o
espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus.
Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher
da sua mocidade. 16 Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio,
e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos;
portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” (Ml 2:14-16
ACF)
No Velho Testamento, Deus exigiu do seu povo que não se
divorciasse, exceto em algumas situações difíceis chamadas de “coisa
indecente.”
LEIS DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO CONTRA O
DIVÓRCIO
Não é surpresa que o homem é ímpio e pervertido; mentindo,
cobiçando com luxúria, tentando usar as Escrituras para justificar o seu
egoísmo. No dia de Jesus, alguns rabinos interpretavam a “coisa indecente”
muito conservadoramente, mas outros permitiam o divórcio por “toda e qualquer
razão” como é visto em Mateus 19. (ponto importante: Tenha cuidado para não seguir
este pregador ou aquele pregador. Melhor do que isso, atenda à Palavra de Deus,
sendo nem mais amplo nem mais estreito do que Deus é.) O resultado foi, sem
dúvida, um retorno ao injusto expulsar para longe as suas indefesas mulheres e
seus filhos. Nós vemos em Mateus 19:7 que alguns até mesmo tratavam
Deuteronômio. 24:1-4 como se fosse uma ordem para se divorciarem, ao invés de
uma permissão [a contragosto e] que não necessitava ser necessariamente tomada.
O destino para as mulheres rejeitadas e para seus filhos, provavelmente, era
pobreza, dificuldades e, possivelmente, morrer de fome.
Jesus tratou do assunto, pela primeira vez, em Mateus 5:31-32.
“31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe
carta de desquite. 32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher,
a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer
que casar com a repudiada comete adultério.” (Mt 5:31-32 ACF)
Naturalmente, os líderes religiosos do dia de Jesus perguntaram
a Ele a sua interpretação de Deuteronômio 24:1-4. Em Mateus 19:3-12, Jesus fala
sobre este assunto. Note que Ele modela o enfoque correto para entendimento
deste assunto. Começa em Gênesis, então se refere a Deuteronômio, então faz o
seu próprio pronunciamento. Nós temos tentado seguir Seu exemplo (seguir a
mesma ordem).
Leia Mateus 19:3-12:
“3 ¶ Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e
dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele,
porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no
princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe,
e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois,
mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe
eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu
repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém,
que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e
casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete
adultério. 10 Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem
relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos
podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há
eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados
pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos
céus. Quem pode receber isto, receba-o.” (Mt 19:3-12 ACF)
Releia Mateus 19:9:
9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não
sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que
casar com a repudiada também comete adultério.
Cristo dá a Sua própria lei a respeito do casamento, a qual é
muito mais estreita do que a lei do Velho Testamento. Cristo espera que um
casamento seja “até a morte” a não ser que um dos cônjuges seja sexualmente
infiel. A palavra grega traduzida como “fornicação” (porneia) frequentemente significa imoralidade antes do casamento (1Co 7:2). Também em 1
Coríntios 5:1 a palavra se refere a um caso de adultério. Nós faríamos bem se
entendêssemos que esta palavra significa qualquer infidelidade sexual
incluindo bestialidade (relações com animais), homossexualidade e molestar
criança. [Strong define a palavra grega “porneia” como “prostituição (incluindo
adultério e incesto).” O dicionário de Webster de 1828 define a “fornicação”
como “a incontinência ou a devassidão de pessoas não casadas, masculinas ou
femininas; também, o relacionamento criminoso de um homem casado com uma mulher
solteira.”]
Os discípulos estão chocados pela estreiteza do pronunciamento
de Jesus. As boas pessoas de hoje puderam se desconcertar com a estreiteza de
Cristo e argumentarem que o divórcio está justificado em casos de abuso do
cônjuge, de abandono, de irresponsabilidade financeira, ou de circunstâncias
imprevisíveis tais como questões de saúde, por exemplo a infertilidade
(uma discussão do que seria feito em tais casos devastadores é além do escopo
desta lição). Aqui, os discípulos questionam o valor de arriscarem se casar,
temendo que eles possam estar permanentemente selados com um “abacaxi.” Cristo
replica advertindo-os que o estado de ser solteiro é somente para os poucos que
podem aceitar um tal estilo de vida (Mateus 19:11-12).
No entanto, alguns argumentam que Cristo não foi bastante
estreito. Uma tentativa comum para negar a exceção de Cristo deve argumentar
que Cristo estava iluminando a lei ao invés de falar princípios para a
Dispensação da Graça. Eu tenho que dizer que eu fortemente simpatizo com o
desejo de se opor à enorme maré de divórcios injustos em nossos dias, mas nós
não devemos ir além das Escrituras. Cristo, Ele mesmo, disse que a pregação do
reino começou com João, o Batista, dois versículos antes de enfocar o divórcio
em Lucas 16:18. Em Mateus 16-18 (os três capítulos precedendo, imediatamente,
ao nosso texto que está no capítulo 19) Jesus ensina a seus discípulos os
princípios fundamentais da sua igreja. Ele fundou a dispensação da Igreja em
Mateus 16. Há toda razão exegética para crer que suas instruções no capítulo 19
aplicam-se às suas igrejas. Interessantemente, H. A. Ironside enfoca esta
objeção, assinalando quão ela é incorreta.
Nós encontramos o próximo texto principal sobre
divórcio/recasamento em I Corinthians 7. Leia 1 Corinthians 7:10-16
“10 ¶ Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a
mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar,
ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12 Mas
aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela
consente em habitar com ele, não a deixe. 13 E se alguma mulher tem marido
descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. 14 Porque o marido
descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo
marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.
15 Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou
irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. 16 Porque,
de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido,
se salvarás tua mulher?” (1Co 7:10-16 ACF)
O que a frase, “Todavia, … não eu mas o Senhor” significa? Paulo
está chamando a atenção de que ele está se referindo ao que Cristo disse quando
estava na terra. Por outro lado, no verso 12, nós lemos, “mas aos outros digo
eu, não o Senhor”, Paulo chama a atenção de que, agora, ele está indo adicionar
àquilo que Cristo disse. Paulo está simplesmente cumprindo João 16:12-13 onde
Cristo pré-autenticou as epístolas do Novo Testamento. Alguns mal interpretam
esta segunda observação de Paulo distorcendo-a para significar que Paulo
está negando a autoridade e a inspiração de Deus nas suas declarações. No
entanto, de modo nenhum isso é o que Paulo está dizendo. Ele está simplesmente
mostrando quando ele está se referindo ao mandamento de Cristo e quando ele
está adicionando a tal mandamento através do Espírito Santo. 2 Timóteo 3:16 nos
assegura que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” (2Tm 3:16
ACF) e nós não precisamos nos preocupar sobre como caminhar através das
Escrituras e lançar fora as partes não inspiradas.
Note que Paulo não repete a exceção de Cristo (a cláusula
condicional de Cristo). Será que Paulo, agora, está contradizendo a
Cristo? Nós temos que entender este verso à luz do que Cristo já
havia dito. A repetição da parte de uma declaração não pode ser tomada para
negar o resto da declaração, a menos que explicitamente assim esteja dito (se
Ricardo diz: “Eu realmente apreciei a pizza e a Coca-Cola,” e eu cito a alguma
outra pessoa o que ele disse dizendo: “Ricardo disse que ele apreciou a pizza,”
eu não estou querendo negar que Ricardo apreciou a Coca-Cola. Eu estou
selecionando o que é apropriado para a minha audiência.)
Paulo cita aqui parte do mandamento para afirmar a
permanência do casamento, não para contradizer o que Cristo já tem dito.
Obviamente, o Deus que deu ambas as passagens não está se contradizendo a si
próprio. Se Ele intencionasse cancelar a cláusula de exceção, Ele teria
explicitamente dito isto, exatamente da mesma maneira que Cristo enfaticamente
substituiu a lei do Velho Testamento sobre o divórcio, substituiu pelo Seu
próprio mandamento.
Em 1 Corinthians 7:12-14, 16, o Espírito Santo ensina a Paulo,
agora, a lidar com a situação de um crente casado com uma pessoa perdida. O
crente não deve iniciar o divórcio, mas trabalhar para ganhar o descrente e
usar a influência santificadora do Espírito Santo que nele habita para trazer
luz ao seu lar.
De acordo com 1 Corinthians 7:15, o crente não pode se divorciar
do cônjuge descrente. Se o descrente abandona o cônjuge, o crente deve deixá-lo
ir embora e não está debaixo da obrigação de impedir o descrente. Ao invés
disso, o crente deve ser pacífico para com o descrente, como o versículo 16
continua a mostrar, esperando ganhá-lo para Cristo.
Alguns asseguram que esta frase "não está sujeito à servidão”
significa: “estar livre para recasar.” Se essa foi a intenção, nós poderíamos
perguntar porque Deus não falou mais claramente. Considere que se o cônjuge que
se separa for sexualmente ativo com alguma outra pessoa, a exceção de Mateus
19:9 dá ao crente liberdade para recasar. Do contrário, o contexto do versículo
é a respeito de não se divorciar e a respeito de mostrar a vida de Cristo para
tentar ganhar o cônjuge. Albert Barnes diz que esta frase simplesmente absolve
o crente de, no futuro, ter de ajudar o cônjuge que o abandonou. Jamieson,
Faussett & Brown, persuasivamente, mostram que a frase significa que o
crente não está obrigado a tentar salvar o casamento ou resistir à saída (do
descrente). Matheus Henry e Matheus Poole, aproximadamente há 400 anos atrás,
mostraram a libertação da “servidão” como sendo uma libertação do vínculo do
casamento.
Que é que nós devemos concluir a respeito de “não está sujeito à
servidão”? Nós devemos escolher o ponto de vista de nosso erudito favorito?
Não! Melhor que isso, examinemos o contexto imediato, que é a respeito de não
se divorciar. A ênfase desta passagem é alcançar o cônjuge descrente para
Cristo. Fazer a leitura deste trecho como se fosse uma segunda exceção para a
regra do divórcio pareceria ser estar tomando liberdade com as palavras de
Cristo, as quais o apóstolo está aqui explicando. A interpretação mais segura
deve ser nem mais estreita, nem mais larga, do que a de Cristo. Ademais, ver o
“abandono pelo cônjuge descrente” como uma base para o divórcio nos põe na
situação de tentar determinar se o cônjuge que partiu é ou não nascido de novo.
COMO EU RESPONDO A ESTA LIÇÃO?
Talvez você ache a lei de Deus contra o divórcio estreita
demais, e deseja que outras coisas sejam adicionadas como exceções permitindo o
divórcio, incluindo a incompatibilidade, as circunstâncias imprevisíveis (tais
como o infertilidade), o comportamento criminal do cônjuge, o abandono, o abuso
pelo cônjuge, a irresponsabilidade financeira, ou outras causas. Certamente,
nenhuma mulher deveria permanecer em um lar onde ela está sendo abusada física,
mental, financeira, ou emocionalmente. Um período de separação, tendo em vista
resolver os problemas, pode ser recomendado. Se você está nesta situação, e é
nascido de novo, procure a sabedoria de Deus em sua Palavra para como responder
a tais terríveis circunstâncias. Ele a ama e irá ajudá-la! Se você não é
nascido de novo, arrependa-se e confie em Cristo para a salvação. Seu Espírito
habitando em você lhe dará sabedoria e força.
Talvez você ache que as leis de Deus contra o divórcio são
amplas demais, e você insistiria que não deve haver nenhuma exceção à regra. A
resposta é que nós não somos mais santos ou mais justos do que Ele. Ser mais
severo do que Deus seria ser arrogante. Foi dito a Moisés para falar à rocha,
mas ele foi mais severo… ele feriu-a, e por isso ele foi proibido de entrar em
Canaã.
Talvez você precise pensar nesta questão mais completamente.
Talvez você nunca queira ouvir um sermão neste assunto que simplesmente examina
o que o Bíblia diz. Talvez você tenha ouvido sermões que têm imposto uma agenda
específica sobre as palavras de Deus, quer de um modo mais aberto, ou de um
modo mais severo do que as palavras de Deus. Talvez você queira que seus
pregadores façam todo o seu pensar em seu lugar. Ou, talvez vocês estão
preocupados com o que outras pessoas pensarão a respeito de seus pontos de
vista.
Em todos estes casos, estude a Palavra de Deus com um espírito
devotado! Interprete a Bíblia consistentemente e com imparcialidade em todos os
versículos envolvidos. Depois de você, com muita oração, ter estudado,
considerado este assunto, eu ficaria feliz de discuti-lo com você!
Este assunto não vai acabar nunca (por si mesmo). A humanidade
tem estado se divorciando desde o Jardim do Éden. A maldição do egoísmo e da
luxúria que leva ao divórcio é inerente ao homem não salvo e eventualmente
invade e destrói todas as culturas. Ela reemergiu em nossa cultura mais de
trinta atrás e tem praticamente nos destruído como uma nação. Nós temos que ter
um entendimento consistente e bíblico destas coisas, de maneira que nós
possamos ministrar com retidão às almas por quem Cristo morreu.
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