SEJA BEM VINDO EM NOME DE JESUS.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Leis de Deus contra o divórcio

 

Leia  Gênesis 2:21-24  “21 ¶ Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; 22 E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. 24 Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2:21-24 ACF)

Mateus 19:6 “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19:6 ACF)

O casamento é uma instituição distintamente cristã, baseada na Palavra de Deus, na qual nós confiamos quando ela diz que Deus criou todas as coisas, inclusive o homem, e estabeleceu o casamento para a humanidade. O espanto da rejeição do casamento, que nossa presente sociedade faz no grosso e no varejo, não é nenhum mistério quando nós consideramos que a nossa cultura tem rejeitado o Deus que estabeleceu o casamento.

A comunhão e a união que existem dentro do casamento podem constituir-se na relação mais maravilhosa que Deus ordenou para a humanidade, ela está em segundo lugar em relação à habitação do Espírito de Deus dentro da alma dos nascidos de novo.

Hebreus 13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.” (Hb 13:4 ACF)

O casamento é venerável em tudo! Mas, Satanás e o sistema mundano carnal negam isto. Acautele-se contra as filosofias mundanas que dizem que seu casamento é uma chatice, uma prisão, ou uma escravidão. Acautelem-se contra o espírito amargo do moderno movimento feminista, no qual as mulheres adotam uma atitude crítica e amarga em relação aos homens. Acautelem-se contra o espírito de luxúria por meio do qual os homens e as mulheres desejam viver vidas de playboys ou devassos, ao invés de se casarem e de estabelecerem um lar. Todos estes espíritos são do diabo!

O casamento é venerável em tudo! Ele exalta o relacionamento homem-mulher. O casamento liberta este relacionamento de toda a culpa, vergonha e imoralidade. O casamento faz o relacionamento entre um homem e uma mulher ser venerável diante de Deus!

Ele [o casamento] traz honra a cada cônjuge. A mentira do mundo é que o estilo de vida, que consiste em se viver desregradamente como solteiro, é liberdade. Mas como é que isto é liberdade para a mulher cujo homem espera que ela compartilhe a sua intimidade e o apoie em sua vida, todavia ele pode ir em frente se ele encontrar uma pessoa mais bonita, mais amigável, mais agradável?  É isso liberdade para o homem cuja mulher compartilha de seu coração, dá ânimo a seus dias, dá alegria à sua alma, todavia ela pode ir em frente se algum outro homem mais excitante, mais bonitão ou mais rico aparecer? Não! O casamento oferece fidelidade e permanência em troca de companheirismo, amor, intimidade, apoio e amizade. O casamento é a maneira venerável de tratar um ao outro. O casamento livra da tirania da incerteza. Por ventura é alguma maravilha que tantos homens e mulheres estejam ansiosos ou sofrendo, considerando que eles estão aprisionados na “liberdade” do não-compromisso?

O casamento traz honra aos filhos. Ele modela um relacionamento de confiança e de fidelidade que opera através de suas diferenças, cada um respeitando ao outro, e cada um edificando ao outro. Os filhos aprendem tanto da influência masculina como da feminina, aprendem como tratar seus futuros empregadores, esposa, e seus próprios filhos.

O casamento traz honra a Deus. O casamento do crente não egoísta mas altruísta, no qual ambas as partes dão 100% cada um ao outro, modela o amor de Cristo através dos Seus santos e da devoção destes a Ele. Uma vez que o casamento é obediência aos mandamentos de Deus, ele honra a Deus através de uma submissão [de cada cônjuge] à vontade de Deus, para conduzir apropriadamente este relacionamento.

Embora nós não iremos tomar o tempo para examinar, Efésios 5:21-33 expressa a meta de todos os casamentos cristãos: a unidade em amor, a completa devoção de um ao outro, a completa piedade e devoção a Deus, e o terno cuidado de cada esposo, um para com o outro. A passagem ensina que o marido e a esposa devem submeter-se um ao outro, assegurando um lar que não se transforma em uma ditadura operada por nenhuma das partes. Os maridos são chamados para liderar um lar com o mesmo amor pela sua esposa como ele tem por si mesmo, modelando o amor de Cristo e a Sua intercessão por aqueles que por Ele foram redimidos. As esposas são chamadas a se submeterem devotadamente a seus maridos, modelando a submissão devotada do crente a Deus.

OS ATAQUES SOBRE O CASAMENTO

 A rebelião da humanidade contra as leis do Jardim do Éden não terminaram com a queda no pecado. A humanidade tem estado desafiando aos outros mandamentos fundamentais de Deus desde aquele tempo até hoje.

Contrário a Gênesis 1:28, o aborto e o ambientalismo radical violentamente vão contra partes específicas das fundações que Deus pôs para a humanidade. Adão e Eva, eles mesmos, quebraram Gênesis 2:16-17, destruindo a ordem original de Deus e trazendo o pecado sobre todos nós. Desde a queda, a humanidade através dos séculos tem desafiado o exemplo de Deus em Gênesis 2:24:

 “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2:24 ACF)

Gênesis 2:24, explicitamente, estabelece que um homem (singular) e uma mulher (singular) irão se separar de suas famílias e estabelecer seu próprio lar como uma unidade cooperativa (“uma só carne”). Isto ainda mais estabelece que cada casal deve casar desta maneira por causa (“portanto”) do exemplo de Adão e Eva.

O homem respondeu com poligamia (negando a natureza singular [UM marido, UMA esposa] do casamento) e com o divórcio… despedaçando aquela uma carne. Quando nós consideramos o divórcio como um despedaçamento de um corpo, nós temos um bom retrato do despedaçar emocional, físico, psicológico, e espiritual das almas envolvidas.

O homem, muito rapidamente, começou a se divorciar. Em Levítico 21:7 e 14, 22:13, e Números 30:9, nós encontramos as primeiras quatro menções do divórcio. A palavra hebraica, aqui, significa “lançar fora, expulsar, arremessar fora.” Isso implica uma violenta ejeção de dentro para fora do lar. Significa mais do que uma separação. Significa rejeição. Aparentemente, os homens nas suas luxúrias tinham desenvolvido o hábito de expulsarem a esposa que não os agradava, por alguma razão [qualquer].

Numa época cheia de poligamia (Lameque, Esaú, Jacob, Gideão, reis…) por que um homem se livraria de sua esposa, quando sua cultura ímpia já tolerava casar com múltiplas esposas? Talvez ele não desejasse sustentá-la, financeiramente. Talvez ela tivesse feito com que ele se irasse de algum modo. Ou, ele pode ter sido só exteriormente que ele procurou parecer honrar a natureza singular [um esposa, uma esposa] do casamento, mas [interior e realmente], ele desejava obter uma mulher diferente por alguma razão [qualquer]. Que impiedade! Que luxúria egoísta! Sem intervenção de Deus, o homem é egoísta e cruel além de toda esperança!

Pelo tempo que Israel deixou o Egito, eles, os israelitas, têm de ter estado dissolutamente se divorciando de suas esposas para satisfazerem as suas luxúrias. Sem dúvida alguma, os israelitas tinham aprendido dos egípcios o hábito imoral de casarem e de se divorciarem, lançando fora os cônjuges não desejados, de acordo com os desejos de suas carnes.

Em Deuteronômio 24:1-4, Deus age para eliminar este injusto lançamento fora de uma esposa não desejada. Deus dá a Sua lei contra o divórcio.

A LEI DE DEUS NO VELHO TESTAMENTO CONTRA O DIVÓRCIO

 Deuteronômio 24:1-4 “1 – Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se [ela] não achar graça em seus [do marido] olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR teu Deus te dá por herança.” (Dt 24:1-4 ACF)

Aqui, Deus limita a rejeição de uma esposa. Não mais pode ela e seus filhos serem jogados fora por todo e qualquer capricho. O divórcio, agora, somente é permitido em um caso. A palavra “divórcio” é uma palavra diferente daquela usada previamente. Simplesmente, significa “desatar.” Não mais é permitido a expulsão violenta e luxuriosa da esposa. Somente em virtude de ele “nela encontrar coisa indecente” é que ela pode ser despedida, e somente então através de um devido processo no qual o homem, publicamente, documenta o seu motivo, provavelmente diante de um juiz. Isto termina o casamento. Note que uma mulher, em Israel do Velho Testamento, encontra mais proteção debaixo da lei de Deus do que ela não tinha debaixo do reino do paganismo. Uma proteção adicional para ela é o direito de recasar uma vez que tinha sido rejeitada por seu prévio marido. O divórcio e o recasamento são ligados juntos. Se foi reto para seu marido divorciá-la, é reto para ela encontrar um outro marido que a sustentará e a amará. E, se ela fosse divorciada uma segunda vez, ela não poderia retornar para o primeiro marido, e isso muito possivelmente foi estabelecido para enfatizar a seriedade do divórcio.

O que constituiria “coisa indecente”? A palavra significa “comportamento sem a qualidade da graça, ou exposição vergonhosa.” “Coisa indecente”, definitivamente, refere-se a um pecado contra as leis de Deus. Esta “coisa indecente” tem de não ter sido adultério, porque adúlteras eram condenadas à morte através de apedrejamento, elas não eram divorciadas e liberadas para casarem novamente. Em Esdras 10:10-19 a Escritura fala de um divórcio em massa de todo o país (todos os israelitas se divorciaram de esposas pagãs). As palavras “lançar fora” nos dizem como os israelitas devotos se divorciaram de suas esposas pagãs e de seus filhos para que assim se separassem como Deus exigia. Aqui o “coisa indecente” foi a nacionalidade gentílica das esposas envolvidas.

Será que causa surpresa a você que a lei de Deus no Velho Testamento contra o divórcio era tão “frouxa” [vaga, não específica, não detalhada]? Eu creio que muitos de nós temos nos aproximado da Bíblia com uma agenda bem intencionada para fazê-la dizer o que nós cremos, ao invés de ouvirmos a Palavra de Deus falar por si mesma.

Ou talvez o que surpreenda a você é que Deus é tão estreito? Deus não deseja o casamento ser tomado sem a devida seriedade.

Os dois únicos outros usos de qualquer forma da palavra “divórcio” no Velho Testamento ocorrem nos seguintes dois versículos:

“Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões vossa mãe foi repudiada.” (Is 50:1 ACF)

“E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu.” (Jr 3:8 ACF)

Aqui, nós vemos que Deus tinha uma causa justa para divorciar o Seu povo de si mesmo. Ele exatamente corta fora a “infiel nação de Israel”. Felizmente, nós lemos em outro local que Deus restaurará o povo do Velho Testamento para si mesmo.

“25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.” (Rm 11:25-26 ACF)

Que devemos concluir? Deus odeia a prática de divórcios injustos, o abuso e a tirania dos homens (ou das mulheres), emocionalmente, destruindo e despedaçando suas famílias, casando-se e divorciando-se ao livre desejo deles, pela vontade para concretizarem e se entregarem às luxúrias da sua carne.

“14 E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. 15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. 16 Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” (Ml 2:14-16 ACF)

No Velho Testamento, Deus exigiu do seu povo que não se divorciasse, exceto em algumas situações difíceis chamadas de “coisa indecente.”

LEIS DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO CONTRA O DIVÓRCIO

Não é surpresa que o homem é ímpio e pervertido; mentindo, cobiçando com luxúria, tentando usar as Escrituras para justificar o seu egoísmo. No dia de Jesus, alguns rabinos interpretavam a “coisa indecente” muito conservadoramente, mas outros permitiam o divórcio por “toda e qualquer razão” como é visto em Mateus 19. (ponto importante: Tenha cuidado para não seguir este pregador ou aquele pregador. Melhor do que isso, atenda à Palavra de Deus, sendo nem mais amplo nem mais estreito do que Deus é.) O resultado foi, sem dúvida, um retorno ao injusto expulsar para longe as suas indefesas mulheres e seus filhos. Nós vemos em Mateus 19:7 que alguns até mesmo tratavam Deuteronômio. 24:1-4 como se fosse uma ordem para se divorciarem, ao invés de uma permissão [a contragosto e] que não necessitava ser necessariamente tomada. O destino para as mulheres rejeitadas e para seus filhos, provavelmente, era pobreza, dificuldades e, possivelmente, morrer de fome.

Jesus tratou do assunto, pela primeira vez, em Mateus 5:31-32.

“31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. 32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” (Mt 5:31-32 ACF)

Naturalmente, os líderes religiosos do dia de Jesus perguntaram a Ele a sua interpretação de Deuteronômio 24:1-4. Em Mateus 19:3-12, Jesus fala sobre este assunto. Note que Ele modela o enfoque correto para entendimento deste assunto. Começa em Gênesis, então se refere a Deuteronômio, então faz o seu próprio pronunciamento. Nós temos tentado seguir Seu exemplo (seguir a mesma ordem).

Leia Mateus 19:3-12:

“3 ¶ Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. 10 Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” (Mt 19:3-12 ACF)

Releia Mateus 19:9:

9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

Cristo dá a Sua própria lei a respeito do casamento, a qual é muito mais estreita do que a lei do Velho Testamento. Cristo espera que um casamento seja “até a morte” a não ser que um dos cônjuges seja sexualmente infiel. A palavra grega traduzida como “fornicação”  (porneia) frequentemente significa imoralidade antes do casamento (1Co 7:2). Também em 1 Coríntios 5:1 a palavra se refere a um caso de adultério. Nós faríamos bem se entendêssemos que esta palavra significa qualquer  infidelidade sexual incluindo bestialidade (relações com animais), homossexualidade e molestar criança. [Strong define a palavra grega “porneia” como “prostituição (incluindo adultério e incesto).” O dicionário de Webster de 1828 define a “fornicação” como “a incontinência ou a devassidão de pessoas não casadas, masculinas ou femininas; também, o relacionamento criminoso de um homem casado com uma mulher solteira.”]

Os discípulos estão chocados pela estreiteza do pronunciamento de Jesus. As boas pessoas de hoje puderam se desconcertar com a estreiteza de Cristo e argumentarem que o divórcio está justificado em casos de abuso do cônjuge, de abandono, de irresponsabilidade financeira, ou de circunstâncias imprevisíveis tais como questões de saúde, por exemplo a  infertilidade (uma discussão do que seria feito em tais casos devastadores é além do escopo desta lição). Aqui, os discípulos questionam o valor de arriscarem se casar, temendo que eles possam estar permanentemente selados com um “abacaxi.” Cristo replica advertindo-os que o estado de ser solteiro é somente para os poucos que podem aceitar um tal estilo de vida (Mateus 19:11-12).

No entanto, alguns argumentam que Cristo não foi bastante estreito. Uma tentativa comum para negar a exceção de Cristo deve argumentar que Cristo estava iluminando a lei ao invés de falar princípios para a Dispensação da Graça. Eu tenho que dizer que eu fortemente simpatizo com o desejo de se opor à enorme maré de divórcios injustos em nossos dias, mas nós não devemos ir além das Escrituras. Cristo, Ele mesmo, disse que a pregação do reino começou com João, o Batista, dois versículos antes de enfocar o divórcio em Lucas 16:18. Em Mateus 16-18 (os três capítulos precedendo, imediatamente, ao nosso texto que está no capítulo 19) Jesus ensina a seus discípulos os princípios fundamentais da sua igreja. Ele fundou a dispensação da Igreja em Mateus 16. Há toda razão exegética para crer que suas instruções no capítulo 19 aplicam-se às suas igrejas. Interessantemente, H. A. Ironside enfoca esta objeção, assinalando quão ela é incorreta.

Nós encontramos o próximo texto principal sobre divórcio/recasamento em I Corinthians 7. Leia 1 Corinthians 7:10-16

“10 ¶ Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12 Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. 13 E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. 14 Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos. 15 Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. 16 Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” (1Co 7:10-16 ACF)

O que a frase, “Todavia, … não eu mas o Senhor” significa? Paulo está chamando a atenção de que ele está se referindo ao que Cristo disse quando estava na terra. Por outro lado, no verso 12, nós lemos, “mas aos outros digo eu, não o Senhor”, Paulo chama a atenção de que, agora, ele está indo adicionar àquilo que Cristo disse. Paulo está simplesmente cumprindo João 16:12-13 onde Cristo pré-autenticou as epístolas do Novo Testamento. Alguns mal interpretam esta segunda observação de Paulo distorcendo-a  para significar que Paulo está negando a autoridade e a inspiração de Deus nas suas declarações. No entanto, de modo nenhum isso é o que Paulo está dizendo. Ele está simplesmente mostrando quando ele está se referindo ao mandamento de Cristo e quando ele está adicionando a tal mandamento através do Espírito Santo. 2 Timóteo 3:16 nos assegura que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” (2Tm 3:16 ACF) e nós não precisamos nos preocupar sobre como caminhar através das Escrituras e lançar fora as partes não inspiradas.

Note que Paulo não repete a exceção de Cristo (a cláusula condicional de Cristo). Será que  Paulo, agora, está contradizendo a  Cristo? Nós temos que entender este verso à  luz do que Cristo já havia dito. A repetição da parte de uma declaração não pode ser tomada para negar o resto da declaração, a menos que explicitamente assim esteja dito (se Ricardo diz: “Eu realmente apreciei a pizza e a Coca-Cola,” e eu cito a alguma outra pessoa o que ele disse dizendo: “Ricardo disse que ele apreciou a pizza,” eu não estou querendo negar que Ricardo apreciou a Coca-Cola. Eu estou selecionando o que é apropriado para a  minha audiência.)

Paulo cita aqui  parte do mandamento para afirmar a permanência do casamento, não para contradizer o que Cristo já tem dito. Obviamente, o Deus que deu ambas as passagens não está se contradizendo a si próprio. Se Ele intencionasse cancelar a cláusula de exceção, Ele teria explicitamente dito isto, exatamente da mesma maneira que Cristo enfaticamente substituiu a lei do Velho Testamento sobre o divórcio, substituiu pelo Seu próprio mandamento.

Em 1 Corinthians 7:12-14, 16, o Espírito Santo ensina a Paulo, agora, a lidar com a situação de um crente casado com uma pessoa perdida. O crente não deve iniciar o divórcio, mas trabalhar para ganhar o descrente e usar a influência santificadora do Espírito Santo que nele habita para trazer luz ao seu lar.

De acordo com 1 Corinthians 7:15, o crente não pode se divorciar do cônjuge descrente. Se o descrente abandona o cônjuge, o crente deve deixá-lo ir embora e não está debaixo da obrigação de impedir o descrente. Ao invés disso, o crente deve ser pacífico para com o descrente, como o versículo 16 continua a mostrar, esperando ganhá-lo para Cristo.

Alguns asseguram que esta frase "não está sujeito à servidão” significa: “estar livre para recasar.” Se essa foi a intenção, nós poderíamos perguntar porque Deus não falou mais claramente. Considere que se o cônjuge que se separa for sexualmente ativo com alguma outra pessoa, a exceção de Mateus 19:9 dá ao crente liberdade para recasar. Do contrário, o contexto do versículo é a respeito de não se divorciar e a respeito de mostrar a vida de Cristo para tentar ganhar o cônjuge. Albert Barnes diz que esta frase simplesmente absolve o crente de, no futuro, ter de ajudar o cônjuge que o abandonou. Jamieson, Faussett & Brown, persuasivamente, mostram que a frase significa que o crente não está obrigado a tentar salvar o casamento ou resistir à saída (do descrente). Matheus Henry e Matheus Poole, aproximadamente há 400 anos atrás, mostraram a libertação da “servidão” como sendo uma libertação do vínculo do casamento.

Que é que nós devemos concluir a respeito de “não está sujeito à servidão”? Nós devemos escolher o ponto de vista de nosso erudito favorito? Não! Melhor que isso, examinemos o contexto imediato, que é a respeito de não se divorciar. A ênfase desta passagem é alcançar o cônjuge descrente para Cristo. Fazer a leitura deste trecho como se fosse uma segunda exceção para a regra do divórcio pareceria ser estar tomando liberdade com as palavras de Cristo, as quais o apóstolo está aqui explicando. A interpretação mais segura deve ser nem mais estreita, nem mais larga, do que a de Cristo. Ademais, ver o “abandono pelo cônjuge descrente” como uma base para o divórcio nos põe na situação de tentar determinar se o cônjuge que partiu é ou não nascido de novo.

COMO EU RESPONDO A ESTA LIÇÃO?

Talvez você ache a lei de Deus contra o divórcio estreita demais, e deseja que outras coisas sejam adicionadas como exceções permitindo o divórcio, incluindo a incompatibilidade, as circunstâncias imprevisíveis (tais como o infertilidade), o comportamento criminal do cônjuge, o abandono, o abuso pelo cônjuge, a irresponsabilidade financeira, ou outras causas. Certamente, nenhuma mulher deveria permanecer em um lar onde ela está sendo abusada física, mental, financeira, ou emocionalmente. Um período de separação, tendo em vista resolver os problemas, pode ser recomendado. Se você está nesta situação, e é nascido de novo, procure a sabedoria de Deus em sua Palavra para como responder a tais terríveis circunstâncias. Ele a ama e irá ajudá-la! Se você não é nascido de novo, arrependa-se e confie em Cristo para a salvação. Seu Espírito habitando em você lhe dará sabedoria e força.

Talvez você ache que as leis de Deus contra o divórcio são amplas demais, e você insistiria que não deve haver nenhuma exceção à regra. A resposta é que nós não somos mais santos ou mais justos do que Ele. Ser mais severo do que Deus seria ser arrogante. Foi dito a Moisés para falar à rocha, mas ele foi mais severo… ele feriu-a, e por isso ele foi proibido de entrar em Canaã.

Talvez você precise pensar nesta questão mais completamente. Talvez você nunca queira ouvir um sermão neste assunto que simplesmente examina o que o Bíblia diz. Talvez você tenha ouvido sermões que têm imposto uma agenda específica sobre as palavras de Deus, quer de um modo mais aberto, ou de um modo mais severo do que as palavras de Deus. Talvez você queira que seus pregadores façam todo o seu pensar em seu lugar. Ou, talvez vocês estão preocupados com o que outras pessoas pensarão a respeito de seus pontos de vista.

Em todos estes casos, estude a Palavra de Deus com um espírito devotado! Interprete a Bíblia consistentemente e com imparcialidade em todos os versículos envolvidos. Depois de você, com muita oração, ter estudado, considerado este assunto, eu ficaria feliz de discuti-lo com você!

Este assunto não vai acabar nunca (por si mesmo). A humanidade tem estado se divorciando desde o Jardim do Éden. A maldição do egoísmo e da luxúria que leva ao divórcio é inerente ao homem não salvo e eventualmente invade e destrói todas as culturas. Ela reemergiu em nossa cultura mais de trinta atrás e tem praticamente nos destruído como uma nação. Nós temos que ter um entendimento consistente e bíblico destas coisas, de maneira que nós possamos ministrar com retidão às almas por quem Cristo morreu.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Graça e Paz de Cristo, será um prazer receber seu comentário. Jesus te abençoe.