I – REIVINDICAÇÃO
ESPÍRITA
O espiritismo alega
ser a 3a. Revelação de Deus aos homens. A 1a. Revelação – dizem os espiritas –
nos foi dada por DEUS, através de Moisés, registrada no Velho Testamento. A 2a.
Revelação nos foi dada por DEUS, através de Jesus Cristo, registrada no Novo
Testamento. E a 3a. Revelação de Deus aos homens é o cumprimento das palavras
de Jesus na promessa da vinda do Consolador, que é o surgimento do espiritismo.
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, p.90/91, lemos:
“O Espiritismo vem
no tempo determinado, cumprir as promessas do Cristo; o Espírito da
Verdade preside ao seu estabelecimento, chama os homens a observância da lei e
ensina todas as coisas, fazendo compreender aquilo que Jesus Cristo só disse em
parábolas… Deste modo, o espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador
prometido: conhecimento das coisas, que faz com que o homem saiba de onde vem,
para onde vai e por que está na terra; lembrança dos verdadeiros princípios da
lei de Deus e consolo pela fé e esperança”.
Face a opinião dos
espíritas com relação ao Espirito Santo, reivindicando ser o cumprimento da
promessa de Jesus em João 14.26, estabelecemos as seguintes distinções entre o
Espírito Santo prometido por Jesus, e revelado na Bíblia, e o sistema religioso
conhecido como espiritismo:
1.
O Espírito Santo é identificado na Bíblia como possuidor de
Personalidade e Deidade. Faz-se referência ao Espírito Santo na terceira pessoa
no gênero masculino singular ‘Ele’: João 14.17; 15.26; 16.24; ‘aquele’:
em João 16.13-14, muito embora a palavra pneuma – ‘espírito’ – seja neutra;
2.
Ananias mentiu ao Espírito Santo. Em Atos 5.3-4 Pedro disse que Ananias
não havia mentido aos homens, mas a Deus.
3.
O Espirito Santo exerceu atividades pessoais: deu ordem para a separação
de Barnabé e Saulo para a obra missionária, Atos 13.22.
4.
O Espírito Santo é identificado em sua relação com a Trindade como
co-igual e co-eterno com o Pai e o Filho: Gênesis 1.26; 3.22; 11.7; Isaías 6.8;
Mateus 3.16-17; 28.19; 2Coríntios 13.13;.
5. O Espírito Santo é identificado como possuidor de atributos divinos a saber:
6. Eternidade – Hebreus 9.14;
7.
Onipotência – SaImo 104.30;
8.
Onipresença – SaImo 139.7;
9.
Onisciência 1Coríntios 2.10-11.
Ademais,
admitindo-se que o espiritismo fosse a 3a. Revelação de Deus aos homens, ou
usando uma linguagem bíblica o Prometido Consolador, chegaríamos à conclusão
que não poderia haver contradição entre essas revelações. Estaria o espiritismo
perfeitamente identificado com a Bíblia, não podendo haver incoerência entre as
doutrinas bíblicas e o espiritismo. Tal não acontece, surgindo então a
pergunta:
II – SERIA CRISTÃO
OU PAGÃO O ESPIRITISMO?
Para podermos
responder essa pergunta temos que ir à Bíblia, e ela nos dá a resposta em
Deuteronômio 18.10-12: “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu
filho ou a sua filha, (1) nem adivinhador. (2) nem prognosticador. (3) nem
agoureiro. (4) nem feiticeiro. (5) nem encantador de encantamentos. (6) nem
quem consulte um espirito adivinhante. (7) nem mágico, (8) nem quem consulte os
mortos” (grifo nosso).
Das várias práticas
espíritas mencionadas, podemos classificar as oito primeiras como integrantes
do denominado ‘baixo espiritismo’. A última prática identifica o espiritismo
chamado ‘kardecista’ ou ‘alto espiritismo’, também conhecido como espiritismo científico ou
filosófico.
As três principais
práticas integrantes do espiritismo kardecista são:
1.
A consulta aos mortos
2.
A reencarnação; e
3.
Salvação pelas obras.
As principais
doutrinas fundamentais do Cristianismo são negadas pelo espiritismo, em
decorrência das suas três doutrinas peculiares:
§ A crença na
doutrina da Trindade;
§ A crença na
humanidade e deidade de Jesus e sua ressurreição corporal dentre os mortos;
§ Crença na
personalidade e deidade do Espirito Santo;
§ A crença na
inspiração verbal da Biblia Sagrada;
§ A crença na morte
vicária e expiatória de Jesus;
§ Crença na
pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus;
§ A crença na
necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo;
§ A crença no perdão
dos pecados, na salvação presente e perfeita;
§ i) A crença na
imediata presença do crente depois da morte com Cristo no céu;
§ j) A crença na
existência do inferno como lugar de tormento eterno e consciente.
III – AS TRÊS
PRINCIPAIS DOUTRINAS ESPÍRITAS
Vamos a análise das
três principais doutrinas espíritas e começaremos pela consulta aos mortos.
1 – A Consulta aos
Mortos:
1.
a) Inutilidade;
2.
b) Proibição;
3.
c) Prejuízos.
Os espíritas creem
que os espíritos com os quais se comunicam são as almas dos mortos. Nós
evangélicos cremos que são os espíritos demoníacos que personificam os
defuntos, para apartar os homens de Deus e trazê-los sob controle. Os demônios
são espíritos enganadores. Antigamente falavam mentiras através de falsos
profetas.
Continuam esta
atividade hoje em dia, e isto é um dos sinais proféticos que caracterizam os
últimos dias (1Reis 22.12,19-23; 1Timóteo 4.1). Deus permite que os espíritos
mentirosos enganem aos que não querem receber a verdade (2Tessalonicenses
2.9-12). Adverte o seu povo que não creia em todos os espíritos (1João 4.1-3).
Lemos no Novo Testamento acerca de demônios que possuíam as pessoas e falavam
por intermédio delas coisas alheias ao conhecimento do possesso (Marcos 5.2-12;
Atos 16.16-18). Ao estudar as passagens bíblicas com respeito aos demônios,
convencemo-nos de que estes são os espíritos que operam através dos médiuns e
personificam os mortos. Os homens podem fazer um registro permanente dos fatos
contemporâneos para referência futura. Pode ser na memória ou por registros
escritos, filmados, gravados etc. Acaso não poderão fazer semelhante coisa
também os seres inteligentes que povoam a esfera espiritual que nos rodeiam?
Acrescentamos ainda
que Allan Kardec – a maior autoridade para os espíritas latino-americanos –
admite a hipótese de engano transmitido pelos espíritos. Diz ele:
“Alguns destes
(espíritos) são apenas frívolos e travessos; outros são mentirosos,
fraudulentos, hipócritas; maus e vingativos”. E, assim, pergunta: “Quem pode,
pois, afirmar que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César,
Carlos Magno, Fenelon, Napoleão, Washington etc. tenham realmente animado esses
personagens?” (O Livro dos Espíritos, 22ª edição, p.34).
A que conclusão
chegamos: a da inutilidade da evocação dos mortos. Suponhamos que uma pessoa
convidada pelos espíritas, e levada pela saudade, vá ao centro para ter
notícias de sua falecida mãe. Façamos ainda de conta que o médium seja pessoa
honesta e digna de toda a confiança; damos como admitido que o médium conseguiu
ligação com o espírito que afirma ser a procurada mãe. Será de fato o espírito
dela? Nem mesmo se o modo de falar seja idêntico, pois os espíritos se
identificam como sendo o daquelas pessoas que partiram, para mais facilmente
ludibriar os incautos, como poderemos acreditar que sejam realmente os
procurados?
Em segundo lugar,
há uma proibição divina taxativa contra tal prática. Basta ler os seguintes
textos: Êxodo 22.18; Levítico 20.6,27; 19.31; Deuteronômio 18.10-14. Em 1Samuel
28.3-25 temos o relato de Saul procurar a feiticeira de En-Dor, e estabelecemos
os seguintes comentários sobre essa passagem bíblica:
1.
Quando Saul consultou a pitonisa ele já estava reprovado por Deus:
1Samuel 15.23-28;
2.
Saul só buscou a necromante depois que o Espírito do Senhor se retirou
dele e porque Deus não lhe respondia 1Samuel 16.14; 28.5-6;
3.
Saul, quando vivia em plena comunhão com Deus, perseguia o espiritismo
(veja 1Samuel 28.9). Isso prova que só buscou a feiticeira porque estava
desviado: 1Samuel 28.5-8;
4.
Em 1Samuel 25.12, vê-se que a feiticeira não podia adivinhar. Só
descobriu que o visitante era Saul depois que ele fez o pedido de querer
invocar Samuel I Sm 28.11;
5.
Se Deus não respondeu quando Saul o buscou, responderia agora em atenção
a uma feiticeira? 1Samuel 28.6;
6.
A consequência de toda a história relatada em 1Samuel 28 está em
1Crônicas 10.13.
Enumerando os
crimes de Israel, pelos quais foram castigados, diz 2Reis 17.17: “deram-se a
adivinhações e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que parecia mau aos
olhos do Senhor, para o provocarem a ira”.
Temos ainda o texto
de Is 8.19-20: “A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? A lei e ao
testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”.
Finalmente, desde
que os espíritas eruditos afirmam que sua religião é de origem divina, citam textos
bíblicos e demonstram poder espiritual, vamos aplicar as provas mencionadas por
Jesus em Mateus 7.15-16: o de examinar os frutos. Quais são os frutos
produzidos da evocação dos mortos? Respondemos, apontando:
1.
a) Colapso nervoso e mental:
Com relação às
manifestações do Espírito Santo, a Bíblia diz em Isaías 28.12: “Este é o
descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram
ouvir”. A bênção do Espírito Santo sobre uma pessoa é de refrigério, repouso,
renovação. Em troca, depois de uma sessão espírita, o médium se encontra
esgotado física e mentalmente. Os que estão acostumados a ceder suas forças
mentais aos espíritos, correm o perigo de possessão completa por demônios, de
tal forma que não mais têm juízo próprio. A loucura é um fruto muito comum do
espiritismo.
1.
b) O Temor:
Cristo dá paz, o
espiritismo traz temor. Paulo em 2Timóteo 1.7 diz: “Porque Deus não nos deu o
espirito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”.
1.
c) Ciúmes e imoralidade:
Desde que os
espíritos maus se comprazem em destruir a felicidade humana, às vezes há uma
mensagem para uma senhora casada de que seu esposo a está traindo. Discórdias
surgem na família. Outros recomendam o amor livre, burlando o que há de sagrado
na família.
1.
d) Suicídio:
Muitos suicídios
tem sido cometidos como resultado das mensagens dos espíritos. O que imita ser
o querido defunto, sussura À noiva ou à viúva que a vida além tumulo é bela e
feliz. A única coisa que falta para a completa felicidade é ela ou ele.
2 – A Reencarnação
As razões
apresentadas para sustentação dessa doutrina são: a) Foi ensinada pelos
espiritos; b) Foi aprovada por Jesus e constante dos evangelhos.
A doutrina da
reencarnação pode ser definida nas seguintes palavras de Allan Kardec: “Nascer,
morrer, renascer ainda eprogredir sempre: tal é a lei”. A doutrina consiste
essencialmente, pois, em afirmar que não nascemos e vivemos uma só vez sobre a
terra, mas que já vivemos muitas vezes e ainda teremos de passar por
semelhantes vidas, progredindo sempre, até chegarmos ao supremo grau de
perfeição. Estudemos as principais razões que os espíritas alegam em favor da
teoria da reencarnação.
1.
a) A primeira razão é que tal doutrina foi ensinada pelos espíritos.
Entretanto, podemos afirmar que a doutrina reencarnacionista por Allan Kardec
codificada, foi por ele mesmo condenada, quando disse que uma doutrina, para
ser verdadeiramente espírita, deveria ser o resultado do ensino unânime e geral
dos espíritos:
“Generalidade e
concordância no ensino, esse o caráter essencial da doutrina, a condição mesma
da sua existência, donde resulta que todo o principio que ainda não haja
recebido a consagração de controle da generalidade não pode ser considerado
parte integrante dessa mesma doutrina. Será uma simples opinião isolada da qual
não pode o espiritismo assumir responsabilidade” (O Evangelho Segundo o
Espiritismo, 39ª edição, p.21).
Ora, é certo que a
teoria da reencarnação não foi unanimemente ensinada pelos espíritos, eis que
os espiritas ingleses não aceitam a teoria da reencarnação, chegando mesmo a
combatê-la fanaticamente. Se não há generalidade e concordância entre os
espíritos latino-americanos, e os espíritos que orientam os espíritas ingleses,
é certo então que a doutrina da reencarnação não pode ser declarada doutrina
espírita, mas sim do próprio Kardec, porque chega ele a introduzir um capítulo
inteiro no livro O Livro dos Espíritos, de sua autoria.
1.
b) A segunda razão invocada é que Cristo e os primeiros cristãos
pregaram a reencarnação. Allan Kardec diz:
“O princípio da
reencarnação ressalta de muitas passagens das Escrituras, achando-se
especialmente formulada, de modo explicito, no evangelho” (O Livro dos
Espíritos, 22ª edição, p.146).
Duas passagens
bíblicas são apontadas no Novo Testamento como prova de que a doutrina encontra
apoio nas Escrituras:
§ A que João Batista
seria a reencarnação de Elias; e,
§ A que em João 3.3
Jesus ensina que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
1) Vamos à primeira
prova bíblica, examinando a eventualidade de João Batista ser a reencarnação de
Elias. Não se nega que haja alguma relação entre o corajoso João Batista,
precursor de Jesus, e o intrépido Elias. O anjo que veio anunciar a Zacarias o
nascimento de João, já havia explicado:
“E irá adiante dele
no espírito e virtude de Elias…” (Lucas 1.17). Sabiam os fariseus, que segundo
a profecia de Malaquias 4.5, a aparição de Cristo seria preparada por Elias.
Ora, Jesus de Nazaré declarava ser o Messias. Como era isso possível, se Elias
ainda não aparecera? Eis a grande objeção que os fariseus alegaram contra a
reivindicação de Jesus ser o Messias. “E os discípulos o interrogaram, dizendo:
Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?” Daí
dizer Jesus, para refutar a objeção dos fariseus e tranquilizar os discípulos:
“E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos
para ouvir, ouça” (Mateus 11.14-15).
As palavras de
Jesus, em seguida: “Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas
fizeram-lhe tudo o que quiseram” (Mateus 17.12). E lemos depois: “Então
entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista” (Mateus 17.23). É bom
lembrar mais o seguinte:
2.
Para que Elias reencarnasse, deveria primeiro ter morrido, o que não
aconteceu, conforme 2Reis 2.11-12;
3.
Se Elias tivesse reencarnado, na transfiguração de Mateus 17.1-6, quem
deveria ter aparecido seria João Batista e não Elias;
4.
A semelhança entre Elias e João Batista nada tem a ver com a
reencarnação, pois os traços semelhantes estão na identidade de ministério:
§ Elias apareceu
perante a nação israelita de modo repentino (1Reis 17.1); João Batista também
apareceu repentinamente no deserto anunciando a chegada do Messias (Mateus
3.1);
§ Elias repreendeu a
Acabe (1Reis 18.17-18); João repreendeu o rei Herodes (Mateus 14.3-4);
§ Elias foi
perseguido pela ímpia Jezabel (1Reis 19.2-3); João pela ímpia Herodias, como
mostra Mateus 14.6-8.
2.
d) Se houvesse reencarnação, seria um fato interessante que 2.000 anos
apôs sua morte Moisés ainda não tivesse reencarnado, pois apareceu na
transfiguração como Moisés mesmo.
Aliás, o próprio
João Batista, diretamente interrogado por uma comissão de judeus se era Elias,
respondeu categoricamente: não. “E perguntaram-lhe: então, és tu Elias? E
disse: Não sou” (João 1.21).
2) A segunda prova
invocada pelos espíritas é João 3.3, onde lemos: “Na verdade, na verdade te
digo, que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Tal
recurso não melhora a posição reencarnacionista frente ao Evangelho. É
incontestável que Jesus declarou abertamente a Nicodemos o que acabamos de ler.
Entretanto, para Nicodemos a expressão nascer de novo não estava muito clara e
ele pediu maior explicação: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura
pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (João 3.4). Note-se aqui
até que ponto a ideia da reencarnação era alheia a Nicodemos. Se ele fosse
reencarnacionista, e esta teoria fosse de fato conhecida entre os judeus,
Nicodemos não teria pedido explicação.
O que é o novo
nascimento apregoado por Jesus a Nicodemos? É o ato milagroso pelo qual o
Espírito Santo comunica nova vida ao que crê, implantando a própria natureza de
Cristo na sua vida (Ezequiel 36.25-27; Efésios 4.23; Colossenses 3.9). Tal
milagre se efetua pelo poder do Espírito Santo através do ouvir a Palavra de
Deus (João 1.12-13; João 16.7-8; Romanos 1.16; Hebreus 4.12-13; 1Pedro 1.23;
2.2; 1João 5.11-13). Está claro pelos textos citados que não se trata de
reencarnação, mas de regeneração, que se dá na presente vida e não depois da
morte.
A inutilidade da
reencarnação se observa no fato de que nenhum homem tem lembrança do que se
passou na existência anterior. Então se pergunta: Estou sofrendo por que? Se
não se sabe por que se está sofrendo, é muito natural que se venha repetir os
mesmos erros de outras existências. Por que a reencarnação não nos fornece
condições de recordarmos daquilo que éramos noutras existências, a fim de que
pudéssemos corrigir-nos? Uma questão que a o espiritismo tem dificuldade para
responder. Por que não podemos lembrar-nos do nosso passado, a fim de podermos
aproveitar a experiência obtida anteriormente numa futura existência? A questão
é bastante razoável e merece uma resposta adequada.
Sendo o propósito
principal da reencarnação a purificação dos pecados, alegam que o homem nasce
aleijado, cego, mentalmente retardado porque na vida anterior tinha pecado e
agora está pagando aqueles pecados. A doutrina cristã repele tal ensino (João
9.1-3). Encontramos na Bíblia que Jesus é a resposta perfeita para a questão do
pecado humano.
Paulo define o
evangelho em 1Coríntios 15.3-4. Jesus nasceu para morrer, e a razão da sua
morte nos é dita em Isaías 53.4-6, morte redentora. Jesus viu tudo o que estava
programado na profecia e por esta norma revelada, sua vida, morte e ressurreição
foram pautadas (Mateus 26.24,54). Não ter ideia de sua missão já seria motivo
de identificação com o diabo (Mateus 16.23). A Bíblia fala em termos
inequívocos, de modo que ninguém pode confundir que Jesus pagou a penalidade do
nosso pecado (Hebreus 1.1-3; Hebreus 7.24-25; Hebreus 9.11-12; Hebreus
10.12-14; Apocalipse 1.5).
A doutrina da
redenção por Cristo está também intimamente ligada a sua ressurreição corporal
dentre os mortos. A Bíblia é clara quando destaca a importância da ressurreição
corporal de Jesus na nossa redenção: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Coríntios 15.14-17).
Paulo continua:
“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos…” (1Coríntios 15.20). Quais são as
provas da ressurreição corporal de Jesus?
§ – Ele havia dito
que ressuscitaria corporalmente: João 19-22;
§ – O túmulo onde
fora posto estava vazio: Lucas 1-3;
§ – O testemunho dos
anjos: Lucas 4-6;
§ – Suas 10 aparições
durante 40 dias após haver ressuscitado: Marcos 9; Lucas 24.36-43; João
20.19-20; João 20.25-28; Atos 1.3; 1Coríntios 15.6.
Dizemos mais ainda,
que a validade da morte redentora de Jesus e sua ressurreição corporal estão
também intimamente ligadas à aceitação de sua humanidade e deidade. Os
espíritas alegam que Jesus não possuía um corpo real, físico; declaram que ele
tinha um corpo aparente, fluídico. A heresia pregada pelos espiritas não é
nova. No passado foi combatida por João em sua primeira epístola 4.1-3.
Quais são as provas
da humanidade de Jesus?
§ – Cristo tinha um
corpo real: nasceu como todo o homem: Lucas 31;
§ – Estava sujeito ao
crescimento normal: Lucas 52;
§ – Comporta-se como
homem entre os homens: fala com eles, sente fome, sede, come, bebe, dorme,
caminha e se cansa: Mateus 2; Mateus 8.25; Mateus 11.19; Lucas 4.2; Lucas 7.34;
João 4.6; João 19.28;
§ – Jesus tinha
também uma verdadeira alma humana: Mateus 38; João 12.27;
§ – Tinha também um
espírito humano: Lucas 23.46.
Ao reconhecer a
humanidade de Jesus, biblicamente provada, devemos ir mais além e entender,
também, pela Biblia, que Jesus não era apenas um homem entre os homens, mas
também era Deus entre os homens. Basta comparar Isaías 7.14 com Mateus 1.21-23.
Dizemos então que Jesus tinha duas naturezas completas e perfeitas em si, mas
inconfusas e unidas na única Pessoa do Verbo: a natureza divina e a natureza
humana (João 1.1,14). E por isso dizemos que Jesus é verdadeiramente Deus e
verdadeiramente homem. Como Deus é igual a Deus (João 5.18; 10.30); como homem
é igual a nós, homens (Filipenses 2.5-8), com um corpo real e verdadeiro, e não
apenas possuindo um corpo fluídico ou aparente. Em nós há unidade de natureza e
unidade de Pessoa. Dizer que Jesus é verdadeiramente homem, é o mesmo que
afirmar que ele tinha um verdadeiro e real corpo humano, e uma verdadeira alma
e espíritos humanos (1Tessalonicenses 5.23).
Dizem os espíritas:
em nenhuma parte do Novo Testamento encontramos uma só vez Cristo afirmando
formalmente que era Deus. O que Jesus não disse foi ‘Eu sou Deus Pai’. Várias
vezes encontramos os judeus prontos a matá-lo. E por que? João 5.17-18
responde: Todo o modo de agir de Jesus evidencia igualdade com o Pai:
§ – Exige fé absoluta
na sua pessoa: João 14.1;
§ – Exige fé absoluta
em suas palavras: João 16.9;
§ – Reclama amor sem
limites dos seus seguidores: Mateus 10.37; João 8.42.
§ – Perdoa pecados em nome próprio:
Mateus 9.2;
§ – Disse que tudo o
que o Pai tem é dele: João 16.15; 17.23;
§ – Exige honra igual
a do Pai: João 5.23;
§ – Declara que quem
o odeia, odeia o Pai: João 15.23;
§ – Tomé o chamou de
Deus, e Ele aceitou a declaração de Tomé: João 20.28;
§ – Paulo o chamou de
Deus em Romanos 9.5;
§ – João o chamou de
Deus: 1João 5.20;
§ – O Pai o chamou de
DEUS: Hebreus 1.8;
§ – O Pai ordena aos
anjos que o adorem: Hebreus 1.6.
Que implicações
existem na aceitação da humanidade e deidade de Jesus Cristo, com relação a sua
obra redentora em favor dos homens? No Salmo 49.6-8,15 lemos: “Aqueles que
confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles
de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois a
redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes… Mas Deus
remirá a minha alma…”.
Como podia Jesus
remir nossas almas, sendo apenas um homem perfeito e nada mais do que um homem?
Nenhum homem podia fazê-lo, é o que diz o texto lido. Mas como Deus e homem, ou
melhor, como uma personalidade teantrópica, Jesus podia fazê-lo. E o que Paulo
diz em Atos 20.28: “Olhai por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele
resgatou com o seu próprio sangue”.
No trecho indicado,
Paulo fala do sangue de Cristo como sendo o sangue de Deus, pois foi Cristo
quem morreu por nós no Calvário. Logo, em decorrência da eficácia da morte de
Cristo na cruz, podemos ter certeza do céu, logo após a morte do corpo
(2Coríntios 5.6-8; Filipenses 1.21-23; Apocalipse 6.9-11). É verdade que não
entra lá nada que contamine (Apocalipse 21.27), mas é dito que os que lavaram
os seus vestidos no sangue do Cordeiro lá entrarão (Apocalipse 22.14). Nós,
cristãos, temos uma esperança: a nossa esperança é o céu: Filipenses 3.20-21;
Hebreus 3.1. Sofremos, somos contristados, tudo parece ir contra a nossa vontade
e contra o nosso bem estar, mas sempre nos lembramos do dito de Paulo em
Romanos 8.18; 2Coríntios 4.17. Eis a esperança dos cristãos (João 16.22;
Apocalipse 7.16).
E, quando ganhamos
um céu, evitamos um inferno de tormento eterno e consciente. Cristo não podia
usar de palavras mais claras para nos ensinar a existência do inferno. Quase em
cada sermão fazia aviso dos tremendos castigos depois da morte. Basta ler Lucas
16.19-31. Refletindo atentamente sobre as palavras de Jesus, teremos o
seguinte:
§ Ambos – Lázaro e o
rico, morrem e passam logo depois da morte por um julgamento, Hb 9.27; Lázaro
vai para o céu e o rico para o inferno (Hades), cada um seguindo a vida que
aqui na terra escolheu. Ha’ uma separação definitiva entre os dois, não podendo
comunicar-se. Nem vemos que e’ dado a nenhum dos dois tempo e lugar para
renascer e progredir, como ensina o espiritismo.
§ Lázaro foi levado
para o ‘seio de Abraão’, figura usada pelos judeus para designar o céu.
Portanto, o céu existe e é um lugar;
§ O rico foi parar no
inferno: sofre tormentos, chora (Lucas 16.24). Nada de volteios pelos espaços;
§ Vemos ainda que os
mortos não podem comunicar-se com os vivos desta terra, como querem os
espíritas (Lucas 16.27-28);
3 – Salvação pelas
Boas Obras
Em cada
reencarnação, segundo o espiritismo, a alma se aperfeiçoa. O aperfeiçoamento é
realizado através de sofrimentos e boas obras. Diz o espiritismo: “Fora da
caridade, não há salvação”. A salvação não se obtém por obras boas, assim
afirmou Paulo em Efésios 2.8-9. Diz mais ainda o apóstolo em 1Coríntios 13.3:
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e
ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade,
nada disso me aproveitaria”. O verdadeiro amor ao próximo nunca deve ser um fim
em si – a salvação. Deve ser apenas a manifestação externa do amor interno a
Deus (1João 4.20-21). A Bíblia diz ainda em Mateus 25.31-45: “Em verdade vos
digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes”. A obrigação máxima do cristão é amar a Deus, amar também o seu
próximo e praticar boas obras, não para ser salvo, mas porque é salvo.
Diante disso, há
uma urgência na decisão que o homem deve tomar para sua salvação (2Reis 20.1;
SaImo 39.4-6; 2Coríntios 6.2; Hebreus 3.7-9), pois, depois da morte, não há
reencarnação, mas segue-se o juízo, e dele resulta CÉU ou INFERNO.
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