Desvendando os Segredos do Candomblé
I – Introdução
O enorme crescimento das religiões mediúnicas no
Brasil, nos últimos anos, traz a reflexão uma série de temas que não podem
passar despercebidos. O Candomblé, em especial, tem atraído a atenção de uma
variada gama de estudiosos, para não mencionar o fato de que começa a fazer
novos adeptos, cada vez mais, nas camadas mais letradas – onde sempre se localizou
o preconceito.
O Candomblé, ao lado de outras
correntes espirituais, propicia um contato mais aberto com o que a Bíblia
denomina: demônios, espíritos das trevas. Podemos observar sua influência na
cultura brasileira, basta visitarmos os museus da Bahia, ou observarmos os
blocos carnavalescos, a cantigas de roda (samba lele tá doente, tá com a cabeça
quebrada…) etc.
II – Entre duas Correntes
Entende-se como cultos afro-brasileiros duas correntes principais, o Candomblé
e a Umbanda. Um é a religião africana trazida pelos negros escravos para o
Brasil e aqui cultuada em seu habitat natural (onde não era apenas um, mas uma
série de diferentes manifestações especificas de cada região), diferenças essas
acentuadas pela várias regiões do seu país de origem. Outra é uma religião
nova, desenvolvida no Brasil como a síntese de um processo de sincretismo das
mais diferentes fontes, que vão do catolicismo, passando pela macumba, pelo
Kardecismo, e até pôr cultos tipicamente indígenas. Assim, dentro das duas
diferentes correntes básicas, uma série de subcorrentes se manifesta, dando
origem a significados às vezes amplamente diversos para o mesmo culto (no final
das contas tudo é espiritismo, e provem da mesma fonte: o diabo).
III – As Origens do Candomblé
Com a colonização do Brasil faltaram braços para a
lavoura. Com isso, os proprietários da terra tentaram subjugar o índio pensando
em empregá-lo no trabalho agrícola. Entretanto, o índio não se deixou subjugar,
o que levou os colonizadores a voltarem-se para a África em busca de
mão-de-obra para a lavoura. Começa assim um período vergonhoso da História do
Brasil, como descreve o poeta Castro Alves em suas poesias ‘Navio Negreiro” e
“Vozes D`África
“Acredita-se que os primeiros escravos africanos
chegaram ao primeiro mundo já 1502. Provavelmente, os primeiros carregamentos
de escravos chegaram em Cuba em 1512 e no Brasil em 1538 e isso continuou até
que o Brasil aboliu o tráfico de escravos em 1850 e na Espanha finalmente
encerrou o tráfico de escravos para Cuba em 1866. A maioria do três milhões de
escravos vendido à América Espanhola e o cinco milhões vendidos ao Brasil num
período de aproximadamente três séculos, vieram da costa ocidental da África.
Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos
desde o momento da partida da África e durante a viagem nos navios chamados
“tumbeiros”, que podia se estender a cerca de dois meses. Os maus tratos
continuariam depois, para a maioria deles até a morte. Edson Carneiro informa
que o tráfico trouxe escravos de três regiões: da Guiné Portuguesa, do Golfo da
Guiné (Costa da Mina) e de Angola, chegando até Moçambique. Os africanos
chegaram divididos em dois grupos principais: sudaneses (os de Guiné e da Costa
da Mina) e os bantos (Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam
na Bahia, enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia,
Recife e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil,
como litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.
A presença do orixá é necessária tanto na Umbanda
como no Candomblé. É de origem africana que foram trazidos pelos negros
escravizados. Seu culto é a essência do Candomblé, e foi mantido vivo no
Brasil. O continente africano, na época das grandes levas de escravos, era
ainda mais fragmentado politicamente do que hoje. O conceito de nação ou
Estado, em seu significado mais restrito, não encontra correspondente na
realidade geopolítica africana desse período. Diversas nações de tribos
fragmentavam qualquer ideia de unidade cultural, ainda que, cercada pela selva,
muitas dessas comunidades nunca entraram em contato nem tiveram notícia da
existência de outras. Isto resulta numa grande diferença de culto de região
para região, onde os nomes de um mesmo orixá são absolutamente diferentes.
No Brasil, porém, pode-se notar um culto
predominante do ritual e das concepções iorubá – um povo sudanês da região
correspondente à atual Nigéria, que dominou e influenciou politicamente e
culturalmente um grande número de tribos. Esse culto se estendeu pôr toda a
América, com exceção (se bem que há notícias do estabelecimento cada vez maior
destes cultos) da América do Norte, com maior destaque para Cuba e Brasil.
IV – Os Orixás e Outras
Entidades no Candomblé
1 – Quem São os Orixás
De acordo com o Dicionário de Cultos
Afro-Brasileiros de Olga Cacciatore, os orixás são divindades intermediárias
entre Olorum (o deus supremo) e os homens. Na África eram cerca de 600 – para o
Brasil vieram talvez uns 50, que estão reduzidos a 16 no Candomblé, dos quais
só 8 passaram para à Umbanda. Muitos deles são antigos reis, rainhas ou heróis
divinizados, os quais representam as vibrações das forças elementares da
Natureza – raios, trovões, tempestades, água; atividades econômicas, como caça
e agricultura; e ainda os grandes ceifadores de vidas, as doenças epidêmicas,
como a varíola, etc.
2 – Origem Mitológica dos Orixás
Quanto à origem dos orixás, uma das lendas mais
populares diz que Obatalá (o céu) uniu-se a Odudua (a terra), e desta união
nasceram Aganju (a rocha) e Iemanjá (as águas). Iemanjá casou-se com seu irmão
Aganju, de quem teve um filho, chamado Orungã. Orungã apaixonou-se loucamente
pela mãe, procurando sempre uma oportunidade para possuí-la, até que um dia,
aproveitando-se da ausência do pai, violentou-a. Iemanjá pôs-se a fugir,
perseguida pôr Orungã. Na fuga Iemanjá caiu de costas, e ao pedir socorro a
Obatalá, seu corpo começou a dilatar-se grandemente, até que de seus seis
começaram a jorrar dois rios que formaram um lago, e quando o seu ventre se
rompeu, saíram a maioria dos orixás . Pôr isto Iemanjá é chamada “a mãe dos
orixás”.3. Os Orixás e o Sincretismo
O sincretismo religioso é também um aspecto
significante dos cultos afros. Sincretismo é a união dos opostos, um tipo de
mistura de crenças e ideias divergente. Os escravos não abriram mão de seus
cultos e suas divindades. Devido a um doutrinamento imposto pelo catolicismo
romano, os africanos começaram a buscar na igreja, santos correspondentes aos
seu orixás. Muitos dos orixás nos cultos afros encontrará no Catolicismo um
santo “correspondente “ – pôr exemplo:
Exu – diabo
Iemanjá – Nossa Senhora
Ogum – São Jorge
Iansã – Santa Bárbara
Iemanjá – Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Oxóssi – São Sebastião
Oxalá – Jesus Cristo – Senhor do Bonfim
Omulú – São Lázaro
Ossain – São Benedito
Oxumaré – São Bartolomeu
Xango – São Jerônimo
4. As Outras Entidades
Também presentes nos cultos afro-brasileiros estão espíritos que representam
diversos tipos de humanos falecidos, tais como: caboclos (índios ),
pretos-velhos (escravos), crianças, marinheiros, boiadeiros, ciganos, etc.
V – Considerações à Luz da
Bíblia
A Questão Histórica: Verdade ou Mito?
a.) Nos cultos afros. Ao analisarmos os cultos
afros, uma das primeiras coisas que observamos é a impossibilidade de se fazer
uma avaliação objetiva sobre a origem dos orixás. Existem muitas lendas que
tentam explicar o surgimento dos deuses do panteão africano, e estas histórias
variam de um terreiro para o outro e até de um pai-de-santo para o outro. Não
há possibilidade de se fazer uma verificação científica ou arqueológica; não há
uma fonte autoritativa que leve a concluir se os fatos aconteceram mesmo ou se
trata-se somente de mitologia, sendo difícil uma avaliação histórica dos
eventos relatados.
No cristianismo. Ao contrário, a Bíblia Sagrada resiste a qualquer teste
ou crítica, sendo sua autenticidade provada pela arqueologia (alguém já disse
que cada vez que os arqueólogos abrem um buraco no Oriente é mais um ateu que
sepultamos no Ocidente), pela avaliação de seus manuscritos (existem milhares
deles espalhados em museus e bibliotecas do mundo), pela geografia, história,
etc. Toda informação relevante para a fé no cristianismo tem que estar baseada
nas Escrituras. É impossível encontrar no Cristianismo cinco a dez versões
diferentes sobre a vida dos profetas ou qualquer personagem bíblica.
O Relacionamento com Deus
a.) Nos cultos afros. Um fato que devemos
considerar é a posição tradicionalmente dada aos orixás nos cultos afros como
intermediários entre o deus supremo (Olorum) e os homens. (No Catolicismo
Romano, Maria recebe também o título de intermediária). Além disso, os
filhos-de-santo, uma vez comprometidos com os orixás, vivem em constante medo
de suas represálias.
Não pode ser esquecido também que os
filhos-de-santo, uma vez comprometidos com os orixás, vão viver em constante
medo de suas represálias ou punições. Note um trecho de uma entrevista no livro
de Reginaldo Prandi:
“O Pesquisador – Gostaria de perguntar só seguinte:
desde que há regras, quando a regra é quebrada, quem pune essa ação?
“Mãe Juju – O próprio santo, ou a mãe-de-santo :
Olha você não venha mais aqui, não venha fazer isto aqui que esta errado,
quando você estiver bêbado, ou quando você estiver bebendo, não venha mais dar santo
aqui, não venha desrespeitar a casa”.
“O Pesquisador – Como é a punição do orixá? Será
que eu poderia resumir assim: doença, morte, perda de emprego, perder a
família, ficar sem nada de repente e sem motivo aparente, enlouquecer, dar tudo
errado, a própria casa-de-santo desabar, isto é, todo mundo ir embora…?
“Todos – Isso”
Além do constante medo de punições em que vive o
devoto do orixá, ele deve ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada
agradáveis a fim de satisfazer os deuses.
b.) No cristianismo. Escrevendo a Timóteo, Paulo
declara: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem”. (I Timóteo 2:5)/. É somente pela obra redentora do Calvário que
somos reconciliados com Deus (Efésios 2:11-22). Temos um Pai amável que conhece
a nossa estrutura e sabe que somos pó (Salmos 104:14). Deus não nos deu o
espírito de medo (II Timóteo 1:7), e o cristão não é forçado a seguir a Cristo,
mas o faz espontaneamente (João 6:67-69). A Bíblia diz que aquele que teme não
é perfeito em amor, pois no amor não há temor (I João 4:18). Ainda que haja
fracassos na vida do cristão, ele não precisa ter medo de Deus, pois Ele é
grandioso em perdoar (Isaías 55:7), e que temos um sumo-sacerdote que se
compadece de nossas fraquezas (Hebreus 4:15). Este é, de maneira bem resumida,
o perfil do Deus da Bíblia – bem diferente dos orixás, que na maioria das
vezes, são vingativos e cruéis com seus “cavalos”.
O Sacrifício Aceitável
a.) Nos cultos-afros. Ao evangelizar os adeptos dos cultos- afros, é necessário
conhecer também o significado do termo “ebó”. De acordo com Cacciatore, ebó é a
oferenda ou sacrifício animal feito a qualquer orixá. Às vezes é chamado
vulgarmente de “despacho”, um termo mais comumente empregado para as oferendas
a Exú (um dos orixás, sincretizado com o diabo da teologia cristã), pedindo bem
ou mal de alguém.
b.) No cristianismo. Precisamos lembrar o que o
apóstolo Paulo tem a dizer sobre isto: “Antes digo que as coisas que os gentios
sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais
participantes com demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos
demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos
demônios”(I Coríntios 10:20_21). Os sacrifícios de animais no Antigo Testamento
apontavam para o sacrifício perfeito e aceitável de Jesus Cristo na cruz. A
Bíblia diz em Hebreus 10:4: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos
bodes tire os pecados. Somente Jesus pode fazê-lo, pois ele é o “cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo”(João 1:29). “Sem derramamento de sangue não há
remissão de pecados”(Hebreus 9:22), e o “sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos
purifica de todo o pecado”(I João 1:7). Concluímos esta parte com Hebreus
10:12: “Mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados,
está assentado para sempre à destra de Deus.”
Encarando a Morte
a.) Nos cultos afros: Ao dialogar com os adeptos dos cultos-afros –
principalmente do Candomblé – alguém se científica de que os orixás têm medo da
morte (quem menos tem medo da morte é Iansã). Quando um filho ou filha de santo está próximo da morte, seu orixá praticamente o abandona. Esta pessoa já
não fica mais possessa, pois seu orixá procura evitá-la.
b.) No cristianismo. Isto é exatamente o contrário
do que o Deus da Bíblia faz. Suas promessas são sempre firmes. “Não te
deixarei, nem te desampararei”(Hebreus 13:5). O salmista Davi tinha esta
confiança em Deus ao ponto de poder dizer. “Ainda que eu andasse na sombra da
morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado
me consolam: (Salmos 23:4). Nosso Deus não nos abandona em qualquer momento de
nossas vidas, e muito menos na hora de nossa morte. Glória a Deus!5. Salvação e
Vida Após a Morte
a.) Nos cultos afros. Nestas religiões o assunto de
vida após a morte não é bem definido. Na Umbanda , devida à influência
kardecista, é ensinada a reencarnação. Já o Candomblé não oferece qualquer
esperança depois da morte, pois é uma religião para ser praticada somente em
vida, segundo os seus defensores. Outros pais-de-santos apresentam ideias
confusas, tais como: “quando morre, a pessoa vau para a mesa de Santo
Agostinho” ou “vai para a balança de São Miguel.”
b.) No cristianismo. A Bíblia refuta claramente a
doutrina da reencarnação (ver Hebreus 9:27; :Lucas 16:19-31)./ Ela ensina que,
para o cristão, estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor (II
Coríntios 5:6). O apóstolo Paulo afirma que a nossa cidade está no céu
(Filipenses 3:20), e que para os cristãos há um reino preparado desde a
fundação do mundo (Mateus 25:34)
A Verdadeira Liberdade
a.) Nos cultos afros. Frequentemente, as pessoas tem medo de deixar os cultos
afros para buscar uma alternativa. Foi-lhes dito que se abandonarem seus orixás
(ou outros “guias”) e não cumprirem com suas obrigações, terão consequências
desastrosas em suas vidas.
b.) No cristianismo. Entretanto, isto não é
verdade. Estas pessoas podem sair e encontrar a liberdade e uma nova vida em
Cristo, como é o caso de Helena Brandão (Darlene Glória) e de muitos outros. A
Bíblia diz que “Para isto o Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras
do Diabo ( João 3:8; veja ainda Números 23:23; Lucas 10:19; João 8:32-36 e I
João 4:4; 5:18).
VI – Conclusão
Pela graça e misericórdia de Deus temos visto
muitas pessoas abandonando os cultos afros e se entregando a Jesus, como no
caso da irmã Nadir que foi 19 anos mãe-de-santo e hoje pode testemunhar da
verdadeira liberdade que Jesus oferece a todos os adeptos do Candomblé e
Umbanda, Foi isso também o que aconteceu com Georgina Aragão dos Santos,
ex-mãe-de-santo. Sua transformação foi contada pelo bispo Roberto McAlister, da
Igreja de Nova Vida, no Rio de Janeiro, no livro Mãe-de-Santo.” Ao nascer, foi
marcada com quatro cortes de faca no braço direito. A parteira que a marcou,
uma africana do Candomblé, ainda fez a declaração: “Esta menina tem de ser
mãe-de-santo. Não poderá fugir nunca a esse destino”. Aos nove anos de idade
teve o seu primeiro contato com o Candomblé. Veio depois a iniciação, tornando-se
mais tarde mãe-de-santo e cartomante. Envolveu-se também com a Umbanda. Pôr
muitos anos, viveu experiências incríveis e até mesmo repugnantes impostas
pelos guias. O encontro com Cristo, a libertação, a paz e a alegria do Espírito
Santo tornaram-se realidade em sua vida quando passou a ouvir a Palavra de Deus
no auditório da A.B.I. no centro do RJ. Ainda bem que Nadir e Georgina não são
as únicas,, pois são inúmeros os casos de pessoas que passaram muito tempo
escravizadas pelos guias e orixás e hoje levam uma vida feliz com Jesus.
Outras fontes:
Dr. Paulo Romeiro
Autor: Joaquim de Andrade
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