Introdução:
O presente trabalho, elaborado em outubro de 1997 e revisto em
outubro de 1999, foi mais uma vez atualizado neste ano de 2001, com alguns
acréscimos substanciais.
Para glória de Deus, tenho recebido ao longo desses três anos
muitas manifestações de apoio, como a seguir exemplificadas, que me servem
de estímulo para continuar combatendo as heresias e pregando o Evangelho do
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “A VERDADE SOBRE MARIA” tem sido
utilizado para evangelização, e tenho notícias de que, após sua leitura, vários
religiosos se converteram. Vejamos o que dizem os leitores sobre este e outros
estudos:
“Sou de Nilópolis/RJ, tive a rica oportunidade de ler o estudo
sobre santa Maria. Ainda não li todo, mas o que pude ler é uma bênção, que Deus
continue o abençoando e lhe concedendo sabedoria para nos esclarecer as coisas
acerca do Reino de Deus. Um abraço e a paz do Senhor Jesus seja contigo e com os
seus (família e rebanho). Sergio de Freitas”. “Assíduo frequentador das páginas
com seus artigos, muito me honraria receber do irmão uma comunicação dando
informação sobre seu ministério. Outrossim, aproveitamos o ensejo para enviar
nossa admiração por tão importante trabalho via Internet, o que nos leva a
rogar a Deus que o conserve nesse ministério, dando assim cumprimento a
magnífica obra que é anunciar a Palavra do Senhor através deste meio de
divulgação. Ao Senhor toda honra, louvor e adoração, por Cristo Jesus, nosso
Senhor e Salvador. Do irmão em Cristo, Cilas Emílio de Oliveira”.
“Paz do Senhor, pastor, este ensino sobre Maria é excelente. Sou
membro da Igreja Assembleia de Deus em Port Chester-NY, [Estados Unidos] e sei
que este ensino vai ser muito útil nas minhas visitas de evangelização. Paz do
Senhor”. Irmã Rosangela Meloni.
“Sou diácono da Assembleia de Deus aqui na Bahia. Navegando em
busca de estudos bíblicos deparei-me com ”A Verdade sobre Maria”. Tenho certeza
que irá ajudar a muitos irmãos na formação espiritual e moral. Parabéns Pastor
Airton! Continue neste trabalho!” japmenezes@uol.com.br “Amado. Nesta manhã me
detive atentamente à leitura da palavra que o amado escreveu. Dou graças a Deus
por tão grandes verdades relatadas. Sinceramente, animaram meu coração muitas
coisas que sabia e não mais me lembrava. Que o Senhor Deus o capacite a estar
tendo revelação da parte do Senhor Jesus, para ajudar os irmãos a entender o
seu chamamento. Se puder me escrever e me ensinar o que significa : O que é o
reino de Deus. E o reino de Deus está dentro em vós. Em Cristo um forte abraço
Francisco Cascavel-PR”.
“Fiquei encantada com o que li – ” SINAIS DOS TEMPOS FINDOS”- na
parte que fala sobre a consulta aos mortos. Como eu era cega, ( me converti a
menos de um mês),eu era católica e acreditava no Espiritismo – Allan Kardec, só
hoje é que a Bíblia esta sendo clara pra mim. Peço sempre ao nosso Pai Eterno,
que abra sempre os meus olhos para que eu veja palavras que alimente a minha
fé, e hoje ele me colocou estas, foi demais, fiquei muito feliz. Deus lhe
abençoe, todos os seus caminhos. Fique na PAZ! Sônia Lúci”.
“Meu nome é Adriana, e sou do Ceará. Porém atualmente moro no
Japão com meu esposo e meu filho. Parabenizo-lhe, pela excelente matéria a
respeito de dízimos e ofertas. Em verdade nosso povo está cada vez mais
caminhando por caminhos que o homem cria. Nos convertemos aqui no Japão e
graças à misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo temos aprendido a
importância de sermos praticantes da sua Palavra sobretudo no que se diz
respeito aos dízimos e ofertas, e graças a Deus temos sido abençoados por Deus,
não por nossos méritos mas pelo o amor que o Senhor tem para conosco. Pois o
Senhor tem compromisso com sua Palavra e não com palavras humanas. Adriana
Masuko”.
“Pastor, a paz do Senhor Jesus, este cartão é para agradecer o
estudo “A Verdade sobre Maria”. Nunca havia antes encontrado um estudo sem
nenhuma agressão a idolatria, para eu poder passar aos meus parentes
católicos. Muito Obrigado e que o Espírito Santo o continue iluminando.
Atenciosamente, irmã Marilu (Goiânia-GO)”.
“Li o seu estudo sobre Maria e estou impressionado em como você
soube refutar a ideia da Virgem Maria entre outros conceitos estabelecidos pela
igreja católica. O que eu achei mais incrível é o fato de que você soube fazer
um comentário contrário sem ser em momento algum rude ou depreciativo com este
ícone da igreja católica. Irmão, que Deus te abençoe muito mais além daquilo
que você imagina, e saiba que estarei orando por você e pelo seu ministério.
Rafael Florio Castro”.
“Como foi edificante para mim ler a matéria ‘A VERDADE SOBRE
MARIA’. É triste sabermos que muitas pessoas se esquecem de adorar o Salvador
para idolatrar a “Santa Maria”. Peço a Deus que Ele possa te abençoar ricamente
e que você possa estar a cada dia sendo inspirado por Deus para escrever
matérias abençoadoras como esta. A Deus toda honra e toda glória. Amém”.
(Remetente não pôde ser identificado).
“Sou Diretor de um Instituto Bíblico no Rio de Janeiro; gostaria
de lhe pedir permissão para utilizar material que encontrei na internet, em
diversos sites, material, por sinal muito bom, em nossos cursos bíblicos. Em
muito tem nos abençoado. Um abraço- Ronaldo”
“Prezados senhores, li a matéria intitulada: A Verdade sobre
Maria, do Pr. Airton Evangelista da Costa, e achei de muito boa qualidade e
elucidativa tanto para os que praticam a “mariolatria”, quanto para os cristãos
verdadeiros. É a primeira vez que visito o seu site. Gostei muito do trabalho e
da qualidade profissional apresentada nos serviços oferecidos. Deus os abençoe
e continue a utilizá-los para abençoar outros”. Gercílio Alves de Almeida
Júnior
“Pai! Senhor! Jesus! Espírito do Deus Eterno! Louvado seja o seu
nome santo! Glorificado e exaltado seja para todo o sempre! pela vida e unção
derramada a vida de tantos irmãos ! Obrigada, Senhor, por levantar um povo! pra
nos esclarecer, nos ensinar, nos edificar, nos levantar e fazermos prosseguir
nesta caminhada! Senhor obrigada por esta vida preciosa aos teus olhos, o irmão
em Cristo Pastor Airton Evangelista! toda honra e glória seja devolvida ao
Senhor Jesus. Obrigada doce Espírito! que esta unção esteja sempre se renovando
na vida dele e também na vida de todos aqueles que invocarem o nome do Senhor Jesus”.
Fátima Rocha.
“O Espírito Santo dá dons aos homens, dons que Ele mesmo
escolhe. Ao irmão, dentre outros, Ele desejou dar o dom da sabedoria, de ser um
homem douto, um pastor-mestre. São raros homens assim, que não são
identificados pelos cursos que fazem, mas pela sabedoria do alto que recebem.
Se o senhor não é ph.D. pelos homens, o é pelo Senhor! E isso é maravilhoso! Há
muitos que batem no peito e não têm nada além de boa palha para 2 minutos de
fogos ilusórios. O senhor é uma tora que pode queimar dias a fio e permanecer
firme, fiel, acesa e abundante. Foi Deus quem quis assim!” Pastor Wagner.
“Pr Airton Evangelista da Costa- Tenho observado que sua escrita
flui livremente e suas ideias são apresentadas de forma clara. Julgo isso muito
importante para a ministração da Palavra. Se o rebanho não consegue compreender
e colocar no coração a Palavra, satanás rouba a Palavra na hora. Um forte
abraço Na Paz do Senhor”. Sergio B. Brandão
“A Paz do Senhor. Comecei a ler seus estudos na Revista Vidamix
e confesso que estou maravilhada com sua forma clara e precisa de escrever. Fiz
até comentários com uma colega de trabalho a respeito dos seus estudos. Gostei
muito do estudo a respeito de Maria e está sendo de muita utilidade para mim,
pois no meu trabalho estou tentando evangelizar uma católica e esse estudo está
demais. Parabéns! Graça e Paz” – Conceição Pinheiro, Batista, da cidade do Rio
de Janeiro
“Gostei muito da mensagem sobre espiritismo. É meu ponto fraco.
Batizei-me aos onze anos de idade mas afastei-me mais tarde por um longo
período. Sem pretender justificar-me, mas por desespero, julguei encontrar no
espiritismo algum consolo e cheguei a estudá-lo bastante por um longo período.
Já retornei a Cristo e estou convicta da minha conversão. Mas confesso que às
vezes as dúvidas assaltam-me quando vejo tantas injustiças neste mundo. Por
favor, mande-me as mensagens anteriores, I, II, e III. Muito grata”. Ana Isabel
“Caro Pr. Airton, Que a graça, a paz e a misericórdia do Senhor
te sejam multiplicadas! Meu nome é Klauber Maia, sou diácono da Assembleia de
Deus em Natal e também sou participante da lista Grupo-de-oração, e vi o seu
e-mail sobre Espiritismo. Visto como muito me interessa este assunto, solicito
uma cópia do material referido. Tenho acompanhado vários estudos de sua autoria
que aparece em vários sites de estudos bíblicos que visito e posso dizer que
são muito bons. Rogo a Deus que continue te abençoando, como também à sua
família e o seu ministério”. Em Cristo, Klauber”.
“Amado Pastor Airton. Mais uma outra “coincidência”, ainda não
havia lido esta sua mensagem quando enviei a minha agradecendo o seu artigo em
Seitas e Heresias e como o senhor pode notar me referi justamente ao fato do
qual suas palavras não ofendem mas ao contrário faze-os pensar. Para mim é de
grande ajuda no tipo de evangelismo que pratico. Quero reiterar meu
agradecimento e total apoio a esta forma de procedimento e desde já ponho-me ao
seu dispor com um bom material de refutação ao espiritismo que possuo e pelo
meu passado espírita kardecista cristã esotérica que era a forma como eu me
designava. A paz do Senhor. Iara”
“Pastor Airton, O seu material está excelente. Digno de
publicação! Seria interessante termos um folheto desse conteúdo para
distribuição evangelística. Que o Senhor o continue inspirando. Parabéns!
Abordou o assunto de forma muito inteligente e prática. Cordiais saudações em
Cristo Jesus. Pastor Neucir Valentim”
“Pr. Airton, muito obrigado pela sua resposta e que o Senhor
Deus esteja sempre lhe usando como um vaso para ensinar e alertar os seus
servos – tanto nos estudos bíblicos, como nas demais áreas do conhecimento
pastoral. Saudações em Cristo Jesus, Jackson Douglas” “Meu querido Pastor, Li o
seu enorme artigo A Verdade sobre Maria. Ali está tudo muito bem explicado para
quem quer conhecer a verdade. Mas infelizmente, não é este o caso dos
católicos. Cada parágrafo que li do artigo fiquei angustiada, pois inclusive
esta angústia foi passada pelo Pastor, quando o texto “gritava” através de
letras maiúsculas as verdades e mentiras sobre Maria. Sou convertida há mais de
dois anos ao evangelho do Meu Salvador Jesus Cristo, e sofro muito ao ver o que
a Igreja Católica tem feito a tantos fiéis, ao proclamar uma tão vergonhosa
mentira. Se esta mentira fosse apenas mentira… mas pior do que isto é uma
mentira acrescida da contradição à Palavra de Deus. E é contra isto que eu me
indigno. Ore por mim, pois sinto uma enorme dor no peito, quando alguém trás a
luz as verdades sobre Maria e eu penso nos católicos que há séculos vêm sendo
enganados. Mas como disse o senhor em alguma parte do texto, algumas destas
pessoas vivem do “me engana que eu gosto”. Deus o abençoe. Leila Araújo”.
“A Paz do Senhor Jesus Cristo! É com muito prazer que
parabenizo-lhe, caro Pastor, pelo maravilhoso estudo sobre Maria (A verdade
sobre Maria) publicado na Web, li e fiquei maravilhado. Sou Presbítero da
Assembleia de Deus em Mutum-MG-, e superintendente da EBD. Se o Sr. tiver
estudos sobre seitas e heresias, astrologia, etc, e quiser enviar-me serei muito
grato. Que Deus o abençoe muito. Ezequias – 6.1.2002”.
O AUTOR
HONREMOS A MARIA
O
fanatismo pode levar muitos a não prestarem honras aos que honras merecem.
Honrar significa considerar a virtude, o talento, a coragem, a santidade ou as
boas qualidades de alguém. A mulher escolhida por Deus para dar à luz a Luz do
mundo – a santa Maria – nos deixou exemplos de fé, obediência, coragem,
humildade, de amor e temor a Deus. Então, honremos a Maria porque Deus a honrou
primeiro.
Maria foi escolhida para tão nobre missão porque era justa e
reta aos olhos do Senhor. “EIS AQUI A SERVA D0 SENHOR. CUMPRA-SE EM MIM SEGUNDO
A TUA PALAVRA.” (Lucas 1.38). Este foi um exemplo de fé, obediência e humildade
que nos deixou Maria. Com estas palavras ela acatou a missão que lhe acabara de
ser anunciada pelo anjo Gabriel, ou seja, a missão de ser a mãe de Jesus, de
servir de veículo para que o Verbo se fizesse carne e habitasse entre nós. Foi
exemplo também de coragem: ela não ficou a meditar se o seu casamento com José
seria desfeito ou se José gostaria ou não; se iria compreender ou não a sua
gravidez. Ela confiou no Senhor e na Sua Palavra. Seguindo seu exemplo, sejamos
submissos à Palavra de Deus e à Sua vontade, ainda que isso nos cause algumas
dificuldades no meio em que vivemos. Que bom seria se todos dissessem:
“Cumpra-se em mim, Senhor, segundo a tua palavra”.
Também Maria não se envaideceu diante das declarações de sua
prima Isabel, que lhe disse: “Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o
fruto do seu ventre”. Tão logo ouviu estas palavras, dirigiu-se ao Senhor em
oração: “A MINHA ALMA ENGRANDECE AO SENHOR E O MEU ESPÍRITO SE ALEGRA EM DEUS,
MEU SALVADOR, PORQUE ATENTOU NA HUMILDADE DE SUA SERVA, POIS EIS QUE, DESDE
AGORA, TODAS AS GERAÇÕES ME CHAMARÃO BEM-AVENTURADA” (Lucas 1.39-55). Maria
também não se abalou quando um certo homem chamado Simeão, cheio do Espírito
Santo, profetizou a respeito do Menino: “Eis que é posto para queda e elevação
de muitos… e uma espada traspassará também a tua própria alma” (Lucas 2.34-35).
A missão seria difícil tanto para Maria quanto para Jesus. Maria foi uma mãe
sofredora. Sofredora, porém resignada. Sofreu na apressada fuga para o Egito,
livrando Jesus das mãos de Herodes; sofreu diante das perseguições e das
ameaças com vistas a tirar a vida de seu filho; e, finalmente, sofreu
muitíssimo ao ver seu filho traído, condenado sem justa causa e morto numa
cruz.
Muitos outros santos bíblicos são merecedores, também, de nossa
admiração e honra por haverem cumprido fielmente, com fé, obediência e
humildade, os encargos que Deus lhes confiou. Exemplo do santo Noé, homem reto
e justo, que recebeu de Deus a incumbência de anunciar o Dilúvio a uma geração
depravada, e de construir uma enorme barca. Exemplo do santo Abraão, que deixou
sua cidade natal e seus parentes, e seguiu em busca de uma terra desconhecida.
Exemplo de Moisés, ao qual Deus confiou a espinhosa missão de livrar seu povo
da escravidão do Egito. Exemplo de Josué que, atendendo ao Senhor, passou o
Jordão e conquistou a Canaã prometida. Exemplos de tantos profetas que não
vacilaram em transmitir as mensagens do Altíssimo, ainda que colocando em risco
a própria vida. Exemplos como os do santo João Batista, que pagou com sua vida
por haver falado a verdade. Exemplos dos discípulos de Jesus, que não recuaram
diante das dificuldades e das perseguições no cumprimento da elevada missão de
“pregar o Evangelho a toda criatura”. E muitos foram perseguidos, torturados e
mortos.
Maria faz parte, portanto, dessa galeria de santos que souberam
cumprir com firmeza, determinação, coragem e fé os encargos que Deus lhes
confiou. Que nós, os santos vivos, nós os santos de nossa geração, saibamos
cumprir a nossa missão como filhos de Deus, tendo como exemplo os santos do
passado, tudo para honra e glória do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
ADOREMOS O FILHO
Como vimos, honrar a Maria significa reconhecer que a sua missão
aqui na Terra foi uma das mais nobres e importantes, qual seja, a missão de
carregar em seu ventre, alimentar com seu sangue, amamentar e criar o nosso
Redentor.
Todavia, não se deve dispensar a Maria honrarias superiores às
que ela merece. Nada podemos fazer para aumentar a sua posição diante de Deus.
Como justo juiz, Deus não dará a Maria nada mais nada menos do que ela merece,
do que ela conquistou com sua fé, humildade e obediência. E o que ela mais
desejou foi a sua salvação, ou seja, viver com Cristo na eternidade. Maria
dedicou toda a sua vida ao cumprimento da sua honrosa missão. Ela nunca teve a
intenção de ofuscar o ministério de Jesus. E não poderia fazê-lo. Ela sabia que
a missão de Jesus era incomparavelmente superior à sua. A missão de Jesus era a
do Verbo que se fez carne para trazer aos homens, na linguagem dos homens, a
mensagem redentora do Pai.
Em momento algum Maria avocou a qualidade de mãe de Jesus para
usufruir regalias. Ela nunca demonstrou qualquer intenção de ser alvo das
atenções, de roubar a cena, de ofuscar o Filho de Deus. Ademais, as atenções
dos discípulos estavam voltadas para o Mestre, porque dEle emanava a verdade, e
nEle se via o resplendor da glória do Pai. Não há registro na Bíblia de
qualquer adoração a Maria – ou recomendações nesse sentido – enquanto viva ou
após a sua morte. Maria manteve uma posição discreta com relação ao trabalho de
Jesus. Uma única vez interferiu no ministério de Jesus, nas bodas em Caná da
Galiléia, com uma discreta participação. Vejamos o diálogo:
“E, no terceiro dia, fizeram-se uma bodas em Caná da Galiléia; e
estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos
para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora. Sua mãe disse aos empregados: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (João
2.1-5).
Ao informar a Jesus que acabara o vinho, Maria deixa implícito
que seu filho teria condições de resolver aquele problema. A resposta de Jesus
– “que tenho eu contigo, mulher”- não desrespeita sua mãe, não significando uma
repreensão, mas é uma recusa. Não era dos planos de Jesus iniciar a
manifestação da sua glória naquela oportunidade. Ele disse que a hora dele não
havia chegado.
Porém, tudo indica que Maria continuou esperançosa de que algo
poderia acontecer.
Certamente, ela voltou a falar a Jesus sobre os vexames por que
passariam os anfitriões em não havendo mais vinho para servir. Percebeu no seu
coração que Jesus estava inclinado a reavaliar sua posição. Então, segura de
si, chamou os empregados e disse: “FAZEI TUDO QUANTO ELE VOS DISSER”. E o
milagre aconteceu.
Embora a mensagem de Maria tenha sido específica para aquela
ocasião, quando ela orienta os empregados para obedecerem a Jesus, nada impede
de estendermos esse apelo aos dias atuais, ou seja, fazermos tudo de acordo com
os mandamentos e ensinos de Jesus: “Se me amarem guardarão os meus mandamentos,
e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco
para sempre” (João 14.15-16).
Então, para que tenhamos o Espírito Santo, ou seja, o outro
Consolador, é necessário que guardemos os mandamentos de Jesus. E o grande
mandamento de Jesus foi este: “AMARÁS O SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO,
DE TODA A TUA ALMA, E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. ESTE É O PRIMEIRO E GRANDE
MANDAMENTO. O SEGUNDO, SEMELHANTE A ESTE É: AMARÁS O TEU PRÓXIMO COM A TI
MESMO” (Mateus 22.37-39).
Se de alguma forma quisermos, nos dias de hoje, atendermos aos
apelos de Maria – “fazei tudo quanto Ele vos disser”- estaremos na obrigação de
adorar somente a Deus e só a Ele servir.
Assim, Maria está excluída de nossa adoração. Ela própria se
excluiu. Nenhum santo vivo ou falecido aceita adoração. Nem os anjos
aceitam-na. Maria ficou excluída, também, quando Jesus revelou que “ninguém vem
ao Pai se não for através de Mim” (João 14.6). Portanto, através da mãe de Jesus
ninguém chegará a Deus. Os santos falecidos ficaram de fora quando Jesus disse
que todos deveriam buscar nEle a solução para seus problemas: “VINDE A MIM
TODOS VÓS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS E EU VOS ALIVIAREI” (Mateus 11.28).
Aqui, Ele não dá oportunidade para irmos a outra pessoa viva ou falecida, a
outro espírito, a outro santo que não seja Ele, o Santo dos santos. Leia também
Atos 4.12.
Conclui-se, portanto, que a santa Maria deve ser honrada, e o
seu exemplo – exemplo de fé, obediência, amor e humildade – deve ser seguido.
Ela cumpriu sua missão aqui na Terra com bastante zelo, dedicação e confiança
no Senhor. Deve ser adorada por isso? Não. As Escrituras Sagradas não apontam
nessa direção. Jesus nos ensinou a orar ao Pai (“Pai nosso que estás nos
céus”), e a adorar ao Pai (“Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás”).
Convidou todos os homens a irem a Ele, diretamente a Ele: “VINDE A MIM TODOS
VÓS…” Aqui Ele não deixa qualquer dúvida de que somente Ele pode resolver
nossos problemas, porque somente Ele, e não Maria, recebeu autoridade e poder.
Vejamos:
“Tudo me foi entregue por meu Pai” (Lucas 10.22-A). “Ora, para
que saibas que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados,
levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mateus 9.6). “É-me dado todo
o poder no céu e na terra” (Mateus 28.18).
A santa Maria, quando viva, recebeu os mesmos poderes outorgados
por Jesus aos seus discípulos:
“Tendo convocado os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e
autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermos” (Lucas 9.1);
“Estes sinais hão de seguir os que crerem: em meu nome expulsarão demônios…
imporão as mãos sobre enfermos, e os curarão” (Marcos 16.17-18). Observem que
esses poderes foram outorgados AOS QUE CREREM. Logo, Maria estava incluída. Ela
era, obviamente, crente em Jesus. Ela poderia ter exercido o ministério de
pregação do Evangelho, ou de libertação. O Espírito Santo estava sobre ela. Se
não o fez é porque já cumprira sua missão. A dura batalha de divulgar as boas
novas ficaria para os homens, fisicamente mais fortes. Os afazeres domésticos,
a criação dos filhos, o desgaste decorrente da crucificação de Jesus não lhe
permitiriam correr mundo, viajar, enfrentar tribulações. É óbvio que ela passou
o resto de sua vida atenta aos acontecimentos; acompanhando à distância o
movimento e sofrendo com as más notícias de prisões, perseguições e torturas
por que passaram os discípulos; e alegrando-se com as boas notícias de muitas
conversões, e com o crescimento do cristianismo.
Como vimos, só Jesus salva, perdoa pecados, cura e liberta.
Jesus veio salvar a humanidade; colocou-se em nosso lugar na cruz; pagou o
preço da remissão de nossos pecados com Seu sangue.
Foi Ele quem morreu em nosso lugar. Quem derramou sangue foi
Ele. Somente Jesus e mais ninguém. Não foi José, Benedito, Paulo, João ou
Maria. A Ele toda a honra e glória. Portanto, HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS O
NOSSO SALVADOR; HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS A JESUS; HONREMOS A MÃE,
ADOREMOS O FILHO DE DEUS.
ORIGEM DA ADORAÇÃO A MARIA
A falsa adoração a uma deusa-mãe, rainha dos céus, senhora,
madona etc. teve início na antiga Babilônia e se espalhou pelas nações até
chegar a Roma. Os gregos adoravam Afrodite; em Éfeso, a deusa era Diana; Isis
era o nome da deusa no Egito. Muitos desse tipo de adoradores “aderiram” ao
catolicismo em Roma para ficarem mais próximos do poder, haja vista que o
Império Romano no século III adotou o cristianismo como religião oficial.
Então, esses “cristãos” nominais levaram suas práticas idólatras e pagãs para a
Igreja de Roma. Em vez de coibir o abuso e conduzir os fiéis pelos caminhos da
fé exclusiva em Deus, os líderes do catolicismo romanos contemporizaram a
situação: aos poucos as imagens pagãs foram substituídas por imagens cristãs; os
deuses pagãos, substituídos pelos deuses cristãos (os santos bíblicos) e, na
esteira desse sincretismo religioso, a santa Maria surgiu como “Mãe de Deus”,
“Senhora”, “Sempre Virgem”, “Concebida sem Pecado”, “Assunta aos céus”,
“Mediadora e Advogada”, Corredentora.
A seguir, algumas inovações dogmatizadas pela Igreja Católica
Romana, aprovadas em concílios a partir do terceiro século depois de Cristo:
Ano 270 – Origem da vida monástica no Egito, por Santo Antônio.
Ano 320 – Uso de velas.
Ano 370 – Culto dos santos, professado por Basílio de Cesaréia e
Gregório Nazianzo.
Ano 400 – Iniciadas as orações pelos mortos e sinal da cruz.
Ano 431 – Maria é proclamada “Mãe de Deus”.
Ano 500 – Origem do Purgatório, por Gregório, o Grande.
Ano 609 – Culto da Virgem Maria, por Bonifácio IV. Invocação da
Virgem Maria, dos santos e dos anjos, estabelecida por lei na Igreja pelo
Concílio de Constantinopla.
Ano 670 – Celebração da missa em latim, língua desconhecida do
povo, pelo Papa Gregório I.
Ano 758 – Confissão auricular, e absolvição, estabelecida como
doutrina pelo IV Concílio de Latrão, em Roma.
Ano 787 – Culto das imagens ordenado pela Igreja no II Concílio
de Nicéia. Ano 880 – Canonização dos santos, por Adriano II.
Ano 965 – O Batismo de Sinos.
Ano 998 – Dia de Finados, Quaresma, jejum às sextas-feiras e na
Páscoa.
Ano 1000 – Sacrifício da missa.
Ano 1074 – Instituição do celibato do Clero, por Gregório VII.
Ano 1095 – Venda de indulgências plenárias, por Urbano II.
Ano 1125 – As primeiras ideias sobre a Imaculada Conceição de
Maria, combatidas por São Bernardo.
Ano 1164 – Os Sete sacramentos, por Pedro Lombardo, no Concílio
de Trento.
Ano 1184 – A diabólica INQUISIÇÃO, chamada santa, pelo Concílio
de Verona.
Ano 1200 – O rosário, por São Domingos.
Ano 1215 – Transubstanciação, pelo Concílio de Latrão.
Ano 1220 – A Hóstia e respectiva adoração, por Inocêncio III.
Ano 1229 – Proibição da leitura das Bíblia aos leigos, pelo
Concílio de Tolosa.
Ano 1264 – Festa do Sagrado Coração, papa Urbano IV.
Ano 1311 – Procissão do SS. Sacramento, papa João XXII.
Ano 1317 – Oração da Ave-Maria, papa João XXII.
Ano 1414 – Proibição de vinho aos fiéis, na Santa Comunhão, pelo
Concílio de Basiléia, determinando o uso do CÁLICE somente pelos sacerdotes.
Ano 1546 – Aceitação dos livros apócrifos, pelo Concílio de
Trento.
Ano 1563 – Igualdade entre a Tradição e a Palavra de Deus,
Concílio de Trento.
Ano 1854 – A Imaculada Conceição da Virgem, papa Pio IX.
Ano 1870 – A infalibilidade do papa, Concílio do Vaticano.
Ano 1950 – Assunção de Maria transformado em artigo de fé.
Além desses atos, as rezas da Ave-Maria chamam-na de “Sempre
Virgem”, “Rainha”, “Advogada”, ”Mãe de Deus”, Concebida Sem Pecado. Então,
iremos examinar um por um esses títulos à luz da verdade contida na Palavra de
Deus, lembrando que a Bíblia é a única regra de fé e prática do cristão.
A TRADIÇÃO CATÓLICA
“E assim invalidastes, por vossa tradição, o mandamento de Deus.
Hipócritas, bem profetizou Isaías, a vosso respeito, dizendo: Este povo
honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são mandamentos dos homens” (Mateus 15.6-9).
Segundo o entendimento do Vaticano, a Tradição tem valor igual à
Palavra de Deus. Vejamos o que diz essa Igreja no “Catecismo da Igreja Católica”
(C.I.C.):
“Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino,
a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal
modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que
juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem
eficazmente para a salvação das almas” (C.I.C. p. 38, # 95).
“O que Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por
sua pregação e por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações,
até a volta gloriosa de Cristo. A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura
constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus.” (C.I.C. p.38, # 96 e
97).
Como a Tradição é sagrada e tem autoridade igual à Palavra de
Deus, ela dá-se ao luxo de criar dogmas, inventar coisas e até ir contra a
Bíblia Sagrada. Exemplo: A Tradição diz que Maria é nossa advogada,
auxiliadora, protetora e medianeira (C.I.C. p. 274, # 969). A Bíblia diz que
“só há um Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1
Timóteo 2.5). A Tradição diz que Maria é a Mãe de Deus. A Bíblia diz que Deus é
eterno, imutável, onipotente, onisciente, onipresente, sendo, como tal, um ser
incriado, não gerado; não podendo ter mãe, nem pai. Temos de admitir que é um
absurdo a declaração de que a Palavra de Deus só pode contribuir eficazmente
para a salvação das almas se atuar junto com a Sagrada Tradição (C.I.C. p.38, #
95). Vejamos mais:
“O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi
confiado exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em
comunhão com ele” (C.I.C. p. 38, # 100).
Seria o caso de se perguntar quem foi que confiou à Igreja
Católica a exclusiva missão de bem interpretar as Escrituras? Eis aí a razão
por que essa denominação não incentiva a leitura da Bíblia entre seus fiéis. Se
os católicos não sabem, não podem e não devem interpretar a Palavra de Deus –
ainda que formados em Teologia – para que usariam a Bíblia? Vejamos o que diz a
Palavra:
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Timóteo
3.16).
“Sabendo primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura
provém de particular interpretação” (2 Pedro 1.20).
Paulo recomenda o estudo da Bíblia: “Procura apresentar-te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15).
Jesus recomendou: “Examinai as Escrituras…” (João 5.39).
Como vimos, a Bíblia Sagrada deve ser lida, analisada,
interpretada por todos, principalmente pelos filhos de Deus, ou seja, os que se
convertem ao Senhor Jesus e são “feitos filhos de Deus” (João 1.12). Cabe às
denominações cristãs orientar os irmãos na leitura, mas nunca lhes tirar o
direito ao livre exame das Escrituras.
Analisemos os vários títulos atribuídos a Maria, não à luz da
Tradição, mas da santa e verdadeira Palavra de Deus.
ASSUNÇÃO DE MARIA
O que diz a Tradição:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha
da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e
alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu
Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo
Senhor como Rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação
singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos
outros cristãos” (C.I.C. p. 273, # 966).
Contestação – “Assunção de Maria” significa que Maria subiu ao
céu em corpo e alma, levada por seu Filho. Tal ensino não encontra amparo nas
Sagradas Escrituras. É claro que a santa Maria está no céu, lugar para onde vão
todos os que morrem em Cristo. Diz o ex-padre José Barbosa de Sena Neto, em
suas “confissões”: “A coisa mais espantosa dessa doutrina é que não tem nenhuma
prova bíblica”. E o ex-padre conclui: “O Papa Pio XII (que promulgou essa
doutrina) disse que “qualquer um que doravante duvide ou negue esta doutrina
apostatou totalmente da divina fé católica; isto – continua o ex-padre –
significa que é pecado mortal para qualquer católico romano recusar-se a crer
nessa fantasiosa doutrina!” A Tradição diz que Maria foi assunta ao céu de
corpo e alma, e o Senhor a elegeu Rainha do Universo. É o caso de se perguntar:
Quem viu? Quem escreveu? Onde está escrito?
Que Maria está na glória não há dúvida, mas não que tenha
ressuscitado. São incontáveis os santos que se encontram no Paraíso, aguardando
a plenitude dos tempos para ressuscitarem num corpo espiritual (1
Tessalonicenses 4.16-17).
CONCEBIDA SEM PECADO
O que diz a Tradição:
“Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente
preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado
pessoal ao longo de toda a sua vida” (C.I.C. p. 143, # 508). “Pela graça de
Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida”
(C.I.C. p. 139, # 493).
Contestação – As expressões
“concebida sem pecado” e “imaculada” são comuns nas rezas e escritos romanos. O
dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido no ano de 1854.
A única forma de Maria ter sido gerada sem pecado seria mediante
a intervenção direta do Espírito Santo no ventre de sua mãe, tal como aconteceu
com Jesus. E essa exceção teria registro prioritário na Bíblia.
Contrariando a Tradição, a Palavra de Deus declara de modo
enfático, sem rodeios: “POIS TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE
DEUS, E SÃO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA, PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM
CRISTO JESUS” (Romanos 3.23). Como resultado da desobediência de Adão e Eva,
TODOS somos pecadores; todos herdamos a natureza pecaminosa do primeiro casal;
todos fomos atingidos pelo “pecado original”. A Bíblia fala em TODOS. Todos,
sem exceção. Dos santos do Antigo Testamento (Noé, Abraão, Moisés, Josué, Davi,
Elias, Isaías, dentre outros) aos do Novo Testamento (Mateus, João, João
Batista, Paulo, Pedro, José, Maria e outros), todos pecaram e necessitaram da
graça de Deus para serem justificados. No Salmo 51.5, Davi reconhece a sua
propensão natural para o pecado: “Eis que em iniquidade fui formado, e em
pecado me concebeu minha mãe”. Maria venceu essa natureza pecaminosa porque
confiava e cria em Deus, seu Salvador (Lucas 1.46-47).
E ainda: “PELO QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO,
E PELO PECADO A MORTE, ASSIM TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, PORQUE
TODOS PECARAM” (Rm 5.12). Ora, “semente gera semente da mesma espécie”. Uma
semente de manga vai gerar manga. Assim acontece com a laranja, com o abacate e
com as demais frutas. Assim aconteceu com os homens. Somos da semente de Adão.
Jesus foi o único que não herdou a maldição do pecado porque Ele foi gerado
pelo Espírito Santo. “Todos estão debaixo do pecado. Não há um justo. Nem um
sequer” (Rm 3.9c, 10). Em lugar nenhum da Bíblia está escrito que a santa Maria
foi uma exceção. Maria está incluída no “TODOS PECARAM”. A própria Maria, mãe
de Jesus, reconheceu ser pecadora, quando disse: “A minha alma engrandece ao
Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lc 1.46-47). Ora, uma
pessoa sem mácula, sem mancha, sem pecado não precisa de Salvador. Ela declarou
que sua alma necessitava ser salva. Ela clamou pela graça salvadora de Deus,
pois “pela graça somos salvos, mediante a nossa fé” (Efésios 2.8).
De Jesus, porém, a Bíblia diz que “Ele não cometeu pecado, nem
na sua boca se achou engano” (1 Pedro 2.22). Jesus era humano, contudo sem
pecado (2 Co 5.21; Hb 4.15; 1 Pe 3.18; 1 Jo 3.3). A Bíblia não faz semelhante
afirmação com respeito a Maria, porquanto ela está inclusa no “Todos pecaram”.
Assim diz a Palavra de Deus.
Em oposição a essa verdade, dizem os romanistas que para gerar
um ser puro – Jesus – Maria teria que ser de igual modo pura, porque um ser
impuro não poderia acolher um ser puro. Ora, se admitido como verdadeiro e
correto tal raciocínio, teríamos de admitir que a mãe de Maria deveria ser
também pura para carregar no seu ventre uma pessoa imaculada. A avó de Maria,
por sua vez, teria que ser pura. E, nesse passo, chegaríamos ao primeiro casal
Adão e Eva. E estaríamos dizendo que a Palavra de Deus é mentirosa, quando
afirma: Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23;
5.12).
Vejamos mais alguns versículos que confirmam a extensão do
pecado de Adão e Eva a todos: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado
por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).
“Não há justo, nem sequer um” (Romanos 3.10). “Mas a Escritura encerrou tudo
sob o pecado.” (Gálatas 3.22). “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem
e que não peque” (Eclesiastes 7.20).
A SEMPRE VIRGEM MARIA
A Igreja de Roma assegura que a santa Maria, mãe de Jesus,
conservou-se virgem até a sua morte:
“Maria permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à
luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre”
(C.I.C. p. 143, # 510).
Contestação – Antes do nascimento
de Jesus, Maria e José não mantiveram relações íntimas. Nascido Jesus, e
passado o período pós-parto, o casal passou a ter uma vida normal de marido e
mulher e teve os seguintes filhos: Tiago, José, Simão, Judas e, no mínimo, duas
filhas. Esta opinião está alicerçada nos textos abaixo:
“Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe
Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão entre nós todas as
suas irmãs?” (Mateus 13.55-56; Marcos 6.3).
Corroborando essa afirmação, lemos no mesmo livro de São Mateus:
“Estando Maria, sua mãe (mãe de Jesus), desposada com José,
antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu marido,
sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Projetando ele isso, em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José,
filho de Davi, não temas receber a Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado
é do Espírito Santo. José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe
ordenara, e recebeu a sua mulher. Mas não a conheceu até que ela deu à luz um
filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus” (Mt 1.18-20, 24-25).
A expressão “ATÉ QUE” – “não a conheceu até que ela deu à luz um
filho” – indica um limite de tempo. Poderíamos traduzir assim: José não manteve
relações íntimas com Maria enquanto ela estava grávida de Jesus, aliás, em
cumprimento à profecia: “a virgem conceberá e dará à luz um filho …” (Isaías
7.14). Isto é, até o nascimento de Jesus ela manteve-se virgem. Os romanistas
interpretam o texto de forma diferente. Dizem que a abstinência de José
manteve-se depois do parto de Maria. Para mim, a expressão é clara. Veja o
exemplo de uma ordem de uma mãe ao filho: “Você deve ficar em casa até que eu
volte”. Então, enquanto a mãe não voltar, o filho ficará em casa. A proibição
alcança o tempo em que aquela mãe estiver fora de casa. Depois do seu retorno,
o filho poderá sair de casa. Comparativamente, enquanto não nasceu Jesus, José
respeitou a virgindade de sua mulher. Jesus realmente nasceu de uma virgem,
conforme a Escritura, mas nada prova que Maria tenha continuado virgem.
Lembremo-nos, finalmente, de que Maria “deu à luz a seu filho
primogênito…” (Lucas 2.7a).
Primogênito, segundo o Dicionário Aurélio, diz-se “daquele que
foi gerado antes dos outros, que é o filho mais velho”. Jesus foi, portanto, o
filho mais velho de José e Maria, conforme Mateus 13.55-56. Já na relação Deus
Pai e Deus Filho, Jesus é chamado de unigênito, único, tal como definido em
João 3.16. São Mateus não iria usar uma expressão que causasse alguma dúvida.
Se Jesus fosse o único filho, Mateus usaria certamente a expressão UNIGÊNITO,
que significa filho único, conforme diz o Dicionário Aurélio.
Mais adiante, sob o título “Os Irmãos de Jesus”, apresentamos
uma análise mais detalhada sobre essa questão.
MEDIANEIRA, INTERCESSORA, ADVOGADA
Como diz Raimundo F. de Oliveira, “a essência da adoração na
Igreja Católica Romana não gira em torno do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
mas da pessoa da Virgem Maria”. A esse respeito vejamos o que diz a Tradição no
Catecismo da Igreja Católica:
“Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja
sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (C.I.C. p. 274,
# 969).
Contestação – Nosso raciocínio deve ser norteado não pelo que os
homens afirmam, declaram, proclamam ou decidem. Em assuntos tais, a Bíblia é a
nossa bússola, nosso guia, nossa regra
. “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2
Timóteo 3.16-17).
A Bíblia declara que só Jesus é Mediador, Intercessor e Advogado
nosso junto ao Pai . Vejamos: “PORQUE HÁ UM SÓ DEUS, E UM SÓ MEDIADOR ENTRE
DEUS E OS HOMENS, CRISTO JESUS, HOMEM” (1 Timóteo 2.5).
“SE, PORÉM, ALGUÉM PECAR, TEMOS UM ADVOGADO PARA COM O PAI,
JESUS CRISTO, O JUSTO” (1 João 2.1). “PORTANTO, PODE TAMBÉM SALVAR
PERFEITAMENTE OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER
POR ELES” (Hebreus 7.25).
Além dessas afirmações inequívocas, o próprio Jesus disse: “EU
SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO POR MIM” (João
14.6).
Não podemos passar por cima da Escritura. Devemos ser submissos
à vontade soberana de Deus. Se Ele declara na Sua Palavra que Jesus é o único
Advogado, Intercessor e Mediador, não há razão para acreditarmos que exista
outro exercendo as mesmas funções. E se o fizermos, estaremos chamando Deus de
mentiroso, dizendo que a Sua Palavra não é a expressão da verdade, e que o
próprio Jesus mentiu quando revelou que ninguém iria a Deus Pai se não fosse
através dEle, isto é, por Seu intermédio. Logo, não há outros intermediários
entre Deus e os homens.
Jesus declarou que somente através dEle os homens teriam
comunhão com Deus Pai. Logo, não chegaremos a Deus através da Santa Maria, nem
por meio de qualquer outro santo. Em Hebreus 7.25, vimos que Jesus salva os que
por Ele se chegam a Deus, confirmando que Cristo é verdadeiramente o caminho.
Não há outro caminho. A Santa Maria não é o caminho, nem um dos caminhos. Jesus
declara que Ele é O CAMINHO. Note-se o artigo definido – “o” – definindo a
existência de um único caminho.
Jesus convidou todos a irem a Ele, sem intermediários:
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). Aqui, Jesus faz um convite e uma promessa.
Ele não deixa chance para irmos a outros intercessores ou mediadores, ainda que
seja a Santa Maria. Jesus é categórico: venham a mim, me procurem, peçam-me,
busquem-me e eu resolverei seus problemas. Não há na Bíblia qualquer indicação
para procurarmos os santos para o atendimento de nossas necessidades.
Ademais, Maria não ouve os pedidos a ela dirigidos. Por que ela
é surda? Não. Porque ela não possui o atributo na ONIPRESENÇA. Não só ela. Os
santos falecidos não são dotados da capacidade de estarem em todos os lugares
ao mesmo tempo. O atributo da onipresença pertence a Deus Pai, Deus Filho, Deus
Espírito Santo. É atributo intransferível, exclusivo da Trindade. Em meu estudo
“Jesus Cristo, o Santo dos Santos”, apresento dez razões para não adorarmos os
santos e não dirigirmos a eles nossas súplicas. Logo, se a Santa Maria não se
encontra em todos os lugares, inútil é falarmos a ela. Se porventura ela
ouvisse nossas súplicas, não as poderia levar a Deus. E qual a razão? Ela
estaria contrariando a palavra de Deus, que diz claramente:
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5).
De maneira nenhuma a santa Maria iria tomar a posição de Jesus.
Contrariar a palavra de Deus é contrariar o próprio Deus. Vejamos: “Eu velo
sobre a minha palavra, para a cumprir” (Jeremias 1.12).
Nossas ações devem ser dirigidas pelo que diz a palavra de Deus,
e não pelo que os homens afirmam ou a Tradição nos ensina. Vejamos:
“Assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus”
(Mateus 15.6).
“Deixando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens…”
(Marcos 7.8).
“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2.8). Sei o quanto é
difícil de mudar nossa mente anos e anos de ensino contrário à palavra do
Senhor. Mas não existe outra saída para o cristão que deseja realmente
reconciliar-se com o Pai, arrepender-se de seus pecados e deixá-los, e
permanecer firme na fé em Cristo Jesus. Convém que apaguemos de nossa memória
todos os ensinos, dogmas e doutrinas contrários ao que ensina e recomenda a
Bíblia. Reflita:
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar
e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei
dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas
7.14).
Vejam bem que Deus estabelece uma condição para atender aos
pedidos. Ele requer humildade. Humildade significa reconhecermos que somos pó,
somos pecadores e precisamos da Sua GRAÇA para sermos salvos. Ele requer
oração. Orar significa falar com Deus, não apenas na hora do aperto, da
aflição, da angústia, do sufoco. Falar com Ele, também, quando tudo vai bem:
“Em tudo daí graças. Ele requer que busquemos a Sua face, ou seja, devemos
clamar somente a Ele. Ele requer conversão dos maus caminhos. Impõe que
deixemos os pecados, a idolatria, os intermediários. Conversão implica
arrependimento. Sem arrependimento não há perdão; sem perdão não há salvação.
Jesus, e não Maria, é o nosso advogado, intercessor, auxiliador, ajudador:
“Assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu auxílio;
não temerei” (Hebreus 13.6).
“Certamente Deus é o meu ajudador” (Salmos 54.4). “O Senhor é o
meu auxílio…” (Hebreus 13.6).
“Jesus, o Mediador de uma nova aliança…” (Hebreus 12.24). “Meus
Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, porém, alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 João 2.1).
Aqui a confirmação de que dentre os homens só existiu um justo, Jesus.
Nada devemos pedir à santa Maria, nem a qualquer outro santo. Os
santos falecidos nada podem fazer por nós. As suas imagens, as imagens de
escultura que os representam, também nada podem fazer em nosso benefício. Não
podemos esquecer de que somente JESUS pode mediar no céu em nosso favor. Não há
outro. Se houvesse, Deus revelaria. O primeiro mandamento de Deus é direto,
taxativo, claro, objetivo, sem circunlóquio:
“NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM” (Êxodo 20.3) E o segundo
mandamento ainda é mais preciso, categórico, cristalino, direto, sem rodeio ou
meias palavras:
“Não farás para ti imagens de escultura, nem semelhança nenhuma
do que há em cima nos céus… não te encurvarás a elas nem as servirás…”(Êxodo
20.4).
Deus proíbe o uso de imagens com semelhança do que há nos céus.
Quem está nos céus? Está Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), os anjos e os
santos. Logo, não se deve usar imagens de Jesus, nem de qualquer pessoa
falecida que, por sua fé em Deus, esteja na glória.
A Tradição pensa diferente:
“Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos
Padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito
Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e
santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante,
sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem
ser colocadas nas paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a
imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora,
a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e
dos justos.” (C.I.C. p.326/327, # 1161). “A beleza e a cor das imagens
estimulam minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o
espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus” (C.I.C. p.327, #
1162).
Como se vê, o catolicismo incentiva o uso de ícones e diz que
são necessários à verdadeira adoração a Deus. Tudo contra a Palavra. Ainda bem
que reconhecem que essas coisas são decorrentes da Tradição. Mas falam de
doutrina divinamente inspirada, soprada pelo Espírito Santo. Por que o mesmo
Espírito que em nós habita, nos evangélicos, também não nos conduz ao uso de
imagens? Jesus disse que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade” (João 4.24). Outra proibição é para não nos
encurvarmos diante das imagens.
Isto compreende: baixar a cabeça, inclinar o corpo, tirar o
chapéu, ajoelhar-se, ou qualquer outro gesto de submissão, reverência ou
respeito. A proibição “não as servirás” compreende: não servir as imagens com
lágrimas, com toques, com beijos, com pedidos, com velas, procissão, flores,
cânticos, saudações, ofertas em dinheiro ou em alimentos; com promessas e
sacrifícios; com cuidados especiais, com jejuns e rezas. É bom não esquecermos
que Jesus, na qualidade do Verbo que se fez carne e habitou entre nós, estava
presente no Monte Sinai, e escreveu o Segundo Mandamento em tábuas de pedra, e
as entregou a Moisés. “Fazei tudo o que Ele vos disser”, disse Maria aos
serventes nas bodas de Caná da Galiléia (João 2.1-5) Devemos, portanto, atender
ao pedido de Maria, de satisfazermos a Sua vontade, que é a vontade de Deus.
MÃE DE DEUS
Imaginei de início que o titulo “Mãe de Deus” atribuído à
humilde mãe de Jesus fosse apenas uma demonstração de carinho. Com o passar dos
anos, notei que se tratava de algo mais sério. Muitas crianças, jovens e
adultos estão convictos de que Maria é a Mãe de Deus. Sei que estas palavras escritas
não alcançarão a massa de 30 milhões de analfabetos, 30 milhões de
alfabetizados, mais 30 milhões que não desejam confrontar suas tradições e
crenças com a verdade. Apresentaremos alguns argumentos com vistas a deixar bem
claro que Deus não tem mãe, e que por haver sido mãe de Jesus, homem, Maria não
é mãe de Deus.
A palavra da Tradição:
“Maria é verdadeiramente a “Mãe de Deus”, visto ser a mãe do
Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus” (C.I.C. p.143, # 509).
“Por isso o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se
tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu
seio” (C.I.C. p.131, # 466).
“Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (Jo 2.1; 19.25).
Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu
Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1.43). Com efeito, Aquele que ela
concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho
segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima
Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus” (C.I.C. p.
140. # 495).
Contestação – A Bíblia causa uma certa inquietação e até temor.
O temor do confronto. A Palavra, como um espelho, coloca às claras nossas
imperfeições, rugas, pecados. E, em face disso, somos movidos a tomar uma
decisão. Desprogramar de nossa mente o que foi armazenado durante cinco séculos
é tarefa árdua. Bom para muitos é deixar rolar, na onda do “me engana que eu
gosto”.
A Bíblia nos revela, de Gênesis a Apocalipse, que Deus é o nosso
Pai, o Criador de todas as coisas. A oração-modelo ensinada por Jesus começa
assim: “PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS”.
Todos os que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador passam a ser
filhos de Deus: “PORQUE TODOS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉ EM CRISTO JESUS”
(Gálatas 3.26). “Vós sois filhos do Deus vivo” (Oséias 1.10c).
Maria sempre foi temente a Deus; era justa aos olhos de Deus;
creu em Jesus, nas suas palavras, na Sua morte e ressurreição. E, assim, ela
foi constituída filha de Deus.
Quando Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer de novo
para ver o reino de Deus, Ele não excluiu sua mãe do processo (Jo 3.3). Também,
a declaração de Jesus, a seguir, confirma que sua família – mãe, pai e irmãos –
necessitava de submissão a Deus e obediência à Sua Palavra para ser salva:
“Chegaram então seus irmãos e sua mãe e, estando de fora,
mandaram-no chamar”. A multidão estava assentada ao redor dele, e lhe disseram:
“Tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora”. Jesus lhes perguntou:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Então, olhando em redor para os que
estavam assentados junto dele, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
Portanto, “QUALQUER QUE FIZER A VONTADE DE DEUS, ESTE É MEU IRMÃO, IRMÃ E MÃE
(Marcos 3.31-35). Jesus nivelou sua mãe e seus irmãos a todos os que obedecem a
Deus.
Em certa ocasião Jesus não permitiu que tivesse prosseguimento a
tentativa de exaltar sua mãe. Vejamos:
“Dizendo Ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão levantou
a voz, e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que
mamaste! Mas Jesus respondeu: Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra
de Deus e a guardam.” (Lucas 11.27-28).
Muito mais bem-aventurados são os que obedecem a Deus, disse
Jesus. Para defender sua Tradição, os líderes romanistas agarram-se à seguinte
fala de Isabel a Maria: “De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu
Senhor?” (Lucas 1.43). Ora, está claro e evidente que a parenta de Maria não
estava se referindo ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó; ao Deus de Israel, ao
nosso Deus, nosso Pai celestial, nosso Senhor. Seria até hilariante, se não
fosse assunto tão sério, imaginar que Isabel estivesse ali saudando Maria como
mãe de Deus. Isabel reconheceu Maria como a mãe do Messias tão esperado. As
palavras de Simeão e de Ana, no templo, também tiveram este mesmo significado
(Lucas 2.25-38). O Deus Filho que se fez carne sempre existiu.
A Bíblia diz que os que morreram em Cristo ressuscitarão na Sua
volta, num corpo celestial e incorruptível (1 Tessalonicenses 4.16-17). Logo,
de acordo com esta Palavra, a santa Maria aguarda, como todos, esse dia
glorioso. Como, nesse estágio, poderia ser mãe de Deus? Por outro lado, para
ser mãe de Deus a santa Maria, por óbvias razões, deveria possuir os mesmos
atributos da Trindade, ou seja, ser onipresente, onisciente e onipotente,
eterna e imutável. Sabemos que estes atributos são exclusivos de Deus,
absolutos e incomunicáveis. Em resumo, para ser mãe de Deus ela teria que ser
igual a Deus. Se admitirmos a hipótese da existência de uma mãe para Deus,
seria válido esquecermos a doutrina da Santíssima Trindade e, em seu lugar,
instituirmos a do Santíssimo Quarteto, assim compreendido: Deus Pai, Deus Mãe,
Deus Filho e Deus Espírito Santo, o que seria uma extravagância teológica.
Deus é eterno, não teve começo, não foi gerado, e não terá fim.
Deus não tem mãe, nem pai. Maria não pode ser mãe do seu Criador e Salvador.
Maria não pode ser mãe do seu próprio Pai. A criatura não pode ser mãe do
Criador. A santa Maria foi escolhida foi por Deus para que em seu ventre o
Verbo se fizesse carne. Mas o Verbo, o Deus Filho, este sempre existiu porque
eterno. O Verbo não foi gerado por Maria. Leia-se:
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por
Ele… e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vemos a sua glória, como a
glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.1-3, 14).
Esta é uma afirmação da eternidade de Jesus: Ele estava no
princípio, esteve presente na Criação, estava com Deus, é Deus. Logo, um ser
humano finito e limitado (Maria) não poderia gerar um ser eterno, divino,
infinito e ilimitado. A Tradição confirma a eternidade de Jesus, quando diz que
Maria é a Mãe do Filho Eterno de Deus. Ora, o eterno não é gerado e não cabe na
vida finita de um ser que precisou ser gerado.
Vejamos as palavras de Maria:
“EU SOU A SERVA DO SENHOR. CUMPRA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA
PALAVRA” (Lucas 1.38). Jesus disse que “o servo não é mais do que o seu senhor”
(Mt 10.24). Maria não desejava outra coisa senão ser serva de Deus. Jamais
passou por sua cabeça ser mãe do Altíssimo. Seria completamente impossível uma
mulher ser mãe, ou um homem ser pai de Deus. Mais adiante ela declara, dando
ênfase à sua condição de serva:
“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra
em Deus meu Salvador, pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora
todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lucas 1.46-48). Vê-se que Maria
não almejou nada mais nada menos do que se colocar na posição de serva do
Senhor. E assim ela fez por toda a sua vida.
Por qual razão Jesus não exaltou as qualidades espirituais de
sua mãe, sabendo Ele de antemão que ela seria aclamada por “sua” Igreja
Católica Romana como Mãe do Universo, Mãe de Deus, Rainha do Céu, a Mãe dos
Vivos, Intercessora, Advogada, Medianeira, Corredentora? Por que Jesus não
dividiu Sua glória com sua mãe? Por que Jesus, durante todo o seu ministério,
não nos deixou uma única revelação, uma única palavra conduzindo-nos a exaltar
a sua mãe? Por que a “Mãe de Deus” não foi exaltada ou glorificada nas cartas
paulinas, nas mensagens inspiradas do apóstolo Paulo? Por que a Bíblia só
registra o nome de Maria no que é estritamente necessário? A existência da Mãe
de Deus não deveria constituir uma das doutrinas básicas do cristianismo?
SENHORA, PADROEIRA E CO-REDENTORA
A santa e humilde Maria nunca desejou tomar o lugar do Salvador,
do Filho de Deus. A sua posição foi de serva ciente de sua missão, a missão de
trazer à luz a Luz do mundo, o Pão da vida, o Verbo de Deus. Até nas suas
palavras a mãe de Jesus foi discreta. 0 registro mais extenso das palavras por
ela pronunciadas está em Lucas 1.46-55, sob o título “O cântico de Maria.”
Nessa oração, como já vimos atrás, Maria se mostra muito feliz e agradecida a
Deus por haver sido agraciada com tão nobre missão: “Pois olhou para a
humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão
bem-aventurada”. Nos versículos 46 e 47, Maria se declara necessitada de
salvação: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em
Deus, meu Salvador”.
Não se encontra nas Escrituras qualquer tipo de adoração a
Maria, ou qualquer ensino nesse sentido. Muitas pessoas interpretam mal o
título “Bem-aventurada”. Uma pessoa bem-aventurada quer dizer uma pessoa feliz,
ditosa e bendita. É o estado “daqueles que, por seu relacionamento com Cristo e
com a sua Palavra, receberam de Deus o amor, o cuidado, a salvação e sua
presença diária. O arcanjo Gabriel disse: “Bendita és tu ENTRE as mulheres”, e
não bendita ACIMA das mulheres. A mesma declaração foi feita por Isabel a Maria
acrescentando: “… e bendito o fruto do teu ventre” (Lucas 1.42). E a própria
Maria afirmou que “desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada”
(Lucas 1.48b).
Jesus, no “Sermão da Montanha”, chamou de “BEM- AVENTURADOS” os
pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de
justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os que
sofrem perseguição por causa da justiça e os perseguidos por causa dele (Mateus
5.3-11). E bem-aventurada é Maria em razão da missão a ela confiada. Então, os
salvos somos bem-aventurados, isto é, somos felizes porque agraciados com bênçãos
de Deus. Não há a menor possibilidade de, após a nossa morte – a morte dos
bem-aventurados – chegarmos à condição elevada de Senhor ou Senhora, Pai ou Mãe
de todos. Vejamos o que diz a Bíblia:
“Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor”; “Amarás
o Senhor teu Seus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua
força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração.” (Deuteronômio
6.4-5-6). Este mandamento foi confirmado por Jesus, quando afirmou que não
existia outro mandamento maior do que este (Marcos 12.30-31), porque quem ama
cumpre a Lei Moral. Ora, um coração completamente cheio do amor a Deus não
possui espaço para adorar outros deuses, seja “senhor” ou “senhora”, ou
qualquer pessoa falecida. Ademais, fazer pedidos aos mortos e acreditar que
eles sejam mensageiros de Deus, faz parte da doutrina espírita.
“Eu e a minha casa serviremos ao Senhor… nunca nos aconteça que
deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses” (Josué 24.14-16). Devemos
confiar no Senhor e somente a Ele dirigir nossas súplicas. Em nenhuma parte da
Bíblia a santa Maria é elevada à posição de Senhora, Padroeira, Protetora ou Corredentora. Nenhum homem ou mulher pode, depois da morte física, receber tal
sublimação. Quem morreu em nosso lugar foi Jesus, e Ele não divide sua obra
redentora com mais ninguém:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos” (Atos 4.12). “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a
darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Isaías 42.8).
Mas, pela palavra da Tradição, Maria cooperou na obra do
Salvador e hoje, no céu, é instrumento de salvação:
“Mas seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai
mais longe. De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e
ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para restauração da vida
sobrenatural das almas” (C.I.C. p. 273, # 968). “Assunta aos céus, não
abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a
alcançar-nos os dons da salvação eterna” (C.I.C. p. 274, # 969).
Entenda-se como “múnus salvífico” a função de salvar, de Corredentora.
“Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele
escolheu para sua herança” (Salmos 33.12). Daí porque não foi feliz a ideia de,
por decreto, eleger Maria à posição de “Padroeira do Brasil”, isto é, defensora
e protetora de nosso País. Mais coerente com a nossa fé cristã, seria
declararmos o que está na Bíblia, ou seja, que Deus é o nosso Senhor, Salvador,
Protetor e Pai:
“Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Lucas 4.8).
Vamos repetir. Jesus, respondendo a Satanás, citou o versículo
13 de Deuteronômio 6. Jesus foi categórico, direto, claro, objetivo. Ele disse
que a nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus, e só a Ele
devemos servir, servir com o nosso louvor, com o nosso exemplo, com a nossa fé,
com nossas orações, nossas lágrimas, nossos jejuns, e obediência à Sua Palavra.
Se as nossas lágrimas, súplicas e louvores forem dirigidos à santa Maria, logo
estaremos em oposição à palavra do Senhor Jesus. Oposição significa
desobediência; desobediência significa rebeldia; rebeldia significa pecado, e
“o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23).
“Há um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos
e em todos” (Hebreus 4.6). Se até aqui o leitor ainda estava em dúvida, creio
que este versículo colocou as coisas no devido lugar. Como já disse, a Bíblia
não fala na existência de uma “Senhora” ou de um outro “Senhor”. O Deus da
Bíblia é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó; o Deus que tirou seu povo da
escravidão do Egito; que abriu o Mar Vermelho e o seu povo fez passar; que lhe
entregou a Terra da promessa; que não está de braços cruzados, impassível,
assistindo à rebeldia da humanidade. Ele é por todos.
Como vimos, a eleição da humilde serva Maria, mãe de Jesus, à
posição de Senhora ou de Padroeira não encontra respaldo nas Escrituras. A
nossa adoração não pode ficar dividida entre o Senhor Deus e a Senhora Maria.
Não se pode “coxear entre dois pensamentos”, seguir dois caminhos, ter dois
senhores. Devemos aprender com Maria e declararmos que a “nossa alma exalta e
engrandece ao Senhor, e que o nosso espírito se alegra porque estamos em
comunhão com Jesus nosso Salvador”. A Tradição fica longe da Bíblia quando diz
que em Maria há salvação. Vimos que em nenhum outro nome há salvação. (Atos
4.12). E mais: “Eu, eu Sou o Senhor, e fora de mim não há salvação” (Isaías
43.11). Leiam:
“Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão
por mim” (João 14.6). “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de JESUS,
porque ele salvará o povo dos seus pecados” (Mateus 1.21).
“…E sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”
(João 4.42). Tradição insiste em afirmar:
“…Maria, por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica
de seu Filho: em Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto de
redenção…” (C.I.C. p. 300, # 1172).
MÃE DOS VIVOS
A palavra da Tradição:
“A Virgem Maria cooperou para a salvação humana com livre fé e
obediência. Pronunciou seu “fiat” (faça-se) em representação de toda a natureza
humana. Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes” (C.I.C. p.
143, # 511).
Contestação – Somente Jesus
recebeu o título de “o último Adão” na Palavra de Deus: “O primeiro homem,
Adão, foi eleito alma vivente; o último Adão, espírito vivificante” (1
Coríntios 15.45).
Nenhum registro há concedendo a Maria o título de segunda Eva e
mãe da humanidade, até porque Eva foi a mulher de Adão, e Maria não foi a
mulher de Jesus. Se Maria fosse realmente a mãe de Deus, poderíamos dizer que
ela é a nossa mãe, assim como Deus é o nosso Pai.
DEPOSITÁRIA DE PRECES
A palavra da Tradição:
“Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria e Mãe de Deus e nossa
Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós
como rezou por si mesma: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”(Lucas 1.38).
Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: “Seja
feita a vossa vontade” (C.I.C. p.687,# 2677).
Contestação – Maria orou na sua
existência humana e terrena, e sua oração não foi diferente das orações dos
santos de ontem e de hoje, ou seja, dando graças a Deus pela vida, pela
salvação, pelos dons, pela missão. No céu as coisas são diferentes. Ela não
pode ser intermediária ou mediadora de nossas preces porque a Palavra diz
claramente que o único Mediador é Jesus (1 Timóteo 2.5). Maria, a “humilde
serva”, desejaria ser igual a Jesus em poder e glória e com Ele sentar-se à
destra do Pai? A orientação para lhe confiarmos “nossos cuidados e pedidos” – o
que sugere uma entrega total – está totalmente em desacordo com o padrão da Palavra
de Deus
. Vejamos:
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te
susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado” (Salmo 55.22). “Invoca-me
no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.15).
“Orareis assim: Pai nosso que estás nos céus…” (Mateus 6.9). “Confia no Senhor
e faze o bem…deleita-te no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu
coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará;
descansa no Senhor e espera nele” (Salmo 37.3-7).
Se houvesse uma única oração na Bíblia dirigida a Maria,
poderíamos até acreditar nesse ensino. Mas não há. Atos dos Apóstolos foi
escrito por volta do ano 63 depois de Cristo; e o apóstolo Paulo escreveu suas
cartas (aos romanos, aos coríntios, aos tessalonicenses, etc) mais ou menos no
mesmo período. Todavia, não há nesses escritos qualquer referência a Maria, na
qualidade de “depositária de preces”, ou qualquer indicação, por menor que
seja, no sentido de confiarmos a ela nossos cuidados.
A Bíblia nos ensina a quem devemos confiar nossas súplicas..
Vejam:
“Não andeis ansiosos de coisa alguma, em tudo, porém, sejam
conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com
ações de graça” (Filipenses 4.6). “Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.15).
Portanto, devemos confiar no que diz a Palavra de Deus. As
pessoas falecidas, ainda que estejam na glória, não são detentoras de poderes
para livrar-nos do mal, para nos socorrer na angústia, para perdoar pecados.
TRONO DE SABEDORIA
A palavra da Tradição:
“É neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com
relação a Maria, os mais belos textos sobre Sabedoria. Maria é decantada e
representada na Liturgia como o “trono da Sabedoria” (C.I.C. p. 209, # 721).
Contestação – A Bíblia diz que a
sede da Sabedoria é Deus. Vejamos: “Ora, se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente, e não censura, e ser-lhe-á
dada” (Tiago 1.5). “A sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3.17). “Com Deus está a sabedoria e a
força” (Jó 12.13). “Os mais belos textos sobre Sabedoria relacionada a Maria”
não se encontram na Bíblia Sagrada.
Nenhum espírito humano pode se igualar a Deus em sabedoria,
poder, graça e amor. A Tradição fala que Maria é o “trono da Sabedoria”, talvez
desejando afirmar que ela, sendo “Rainha do Céu”, deva também possuir esse
título. Tiago não sabia disso, pois nos orientou a pedirmos sabedoria a Deus.
Como se vê, as intenções da Tradição não encontram amparo nas Sagradas
Escrituras.
RAINHA DO UNIVERSO
A palavra da Tradição:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha
da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta de corpo e
alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu
Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo
Senhor como Rainha do Universo”. (C.C. p. 273, # 966).
Contestação– Nada do que foi dito
acima bate, como já analisado, com a Bíblia. Ao afirmar que Maria detém a
posição de Rainha do Universo, a Tradição admite que ela é Rainha de Todas as
Coisas. Lamentavelmente, o Catecismo Católico não cita uma só passagem bíblica
que confirme essa declaração. Deus não divide a sua glória com ninguém. Vejam o
que está escrito na Bíblia a respeito da adoração a uma falsa deusa, chamada de
“Rainha dos Céus”:
“Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as
mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à rainha dos Céus; e oferecem
libações a outros deuses, para me provocarem à ira” (Jeremias 7.18).
Ora, eles faziam isso em nome da Tradição. Vejam:
“… Queimaremos incenso à deusa chamada Rainha dos Céus e lhe
ofereceremos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes
temos feito…”(Jeremias 44.17).
A Bíblia ensina que honra e glória pertencem ao Senhor: “Digno é
o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e
honra, e glória, e ações de graças” (Apocalipse 5.12). O nome que está exaltado
é o de Jesus, não é o da “Rainha do Universo”
. Vejam: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu
o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho dos que estão nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-10).
Portanto, só devemos dobrar nossos joelhos para adorar ao Rei dos reis e Senhor
dos senhores.
MODELO DE SANTIDADE
A palavra da Tradição:
“Da Igreja [o cristão] recebe a graça dos sacramentos, que o
sustenta “no caminho”. Da Igreja aprende o exemplo de santidade; reconhece a
figura e a fonte (da Igreja) em Maria, a Virgem Santíssima” (C.I.C. p.534, #
2030).
Contestação – O nosso maior
modelo de santidade é Jesus. Vejamos: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde
de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11.29). “Porque
eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”(João 13.15).
“Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós,
deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1 Pedro 2.21).
“Aquele que diz que está nele [em Jesus] também deve andar como ele andou” (1
João 2.6). Devemos ser santos porque Deus é santo, e não porque Maria é santa:
“Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto vós vos consagrareis e sereis santos,
porque eu sou santo…” (Levíticos 11.44). Leia também 1 Pedro 1.15-16. Maria
clamou por salvação e se declarou pecadora quando fez a seguinte oração: “A
minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus MEU
SALVADOR” (Lucas 1.46-47, realce do autor). O apóstolo Paulo confirmou a
necessidade de salvação de Maria, quando registrou: “Pois TODOS pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Logo, uma pecadora não
pode ser modelo de santidade, como não o foram Pedro, João, Mateus, Lucas,
Elias, e tantos outros.
ORANDO DE ACORDO COM A PALAVRA
As orações mentirosas não são agradáveis a Deus. Mentirosas são
as orações que não estão em consonância com a Sua Palavra. Vejamos alguns
exemplos:
1) Se nossos pedidos são dirigidos a Maria, ou a qualquer santo,
estamos dizendo que a oração do “PAI NOSSO”, ensinada por Jesus, não é correta
ou está incompleta. Então, a nossa posição é de rebeldia, de desobediência.
Todas as orações registradas na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, são dirigidas
a Deus. Não há um só pedido feito ao santo Noé, santo Moisés, santo Isaías, são
Pedro, ou a qualquer outro. Deus quer que busquemos a Ele. Vejam: “Clama a mim,
e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”
(Jeremias 33.3); “Vinde a mim todos os que estás cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). “Deus é galardoador dos que O buscam”
(Hebreus 11.6).
2) Quando chamamos a santa Maria de Advogada, Intercessora ou
Mediadora, estamos declarando que a palavra de Deus é mentirosa. A Bíblia
declara que só Jesus é Advogado, Mediador e Intercessor entre Deus e os homens
(1 Timóteo 2.5; 1 João 2.1; Hebreus 7.25). Além disso, temos a declaração do
próprio Jesus, em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim”. Somente Jesus morreu numa cruz pela redenção da
Humanidade .Por isso a posição de Medidor é dele e não pode ser dividida com
mais ninguém.
3) Se em nossas orações dissermos que Maria foi “concebida sem
pecado”, também estaremos duvidando da Palavra. Em Romanos 3.23 está dito que
“Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. A única pessoa não
gerada em pecado, porque gerada pelo Espírito Santo, foi Jesus Cristo. As
demais – Pedro, Paulo, José, Maria e todos nós – herdaram a natureza pecaminosa
da semente de Adão e Eva. A Palavra é cristalina, objetiva e direta. E seguindo
esse raciocínio, podemos detectar onde estamos pecando por discordar da Bíblia
Sagrada. 4) Se fizermos repetidamente a mesma oração, dezenas de vezes,
estaremos desobedecendo ao Senhor, que disse para não usarmos de “vãs
repetições”, como fazem os pagãos, “que pensam que, por muito falarem, serão
ouvidos” (Mateus 6.7-13). Quando estamos falando com Deus, isto é, quando
estamos orando, não devemos ficar preocupados em contar quantas vezes a mesma
oração foi repetida. A oração deve ser espontânea, livre de fórmulas, de forma
a expressar o que sentimos em nossos corações.
A ADORAÇÃO DA MÃE E DO FILHO
Extraímos do livro “Babilônia: A Religião dos Mistérios”, de
Ralph Woodrow, o seguinte a respeito desse assunto:
“Um dos exemplos mais destacados de como o paganismo babilônico
tem continuado até nossos dias pode ser visto na maneira como a igreja
romanista inventou a adoração a Maria para substituir a antiga adoração à
deusa-mãe”.
“A história da mãe e do filho foi largamente conhecida na antiga
BABILÔNIA e desenvolveu-se até ser uma adoração estabelecida. Numerosos
monumentos da Babilônia mostram a deusa-mãe Semíramis com seu filho Tamuz nos
braços. Quando o povo da Babilônia foi espalhado para as várias partes da
terra, levaram consigo a adoração da mãe divina e de seu filho. Isto explica
porque muitas nações adoravam uma mãe e um filho – de uma forma ou de outra –
séculos antes do verdadeiro Salvador, Jesus Cristo, ter nascido neste mundo.
Nos vários países onde este culto se espalhou, a mãe e o filho foram chamados
por diferentes nomes pois, relembramos, a linguagem foi confundida em Babel”.
“Os chineses tinham uma deusa-mãe chamada Shingmoo ou “Santa
Mãe. Ela é representada com um filho nos braços e raios de glória ao redor da
cabeça. Os antigos germanos adoravam a virgem Hertha com o filho nos braços. Os
escandinavos a chamavam de Disa, que também era representada com um filho. Os
etruscos chamavam-na de Nutria, e entre os druidas a Virgo-Patitura era adorada
como a “Mãe de Deus”. Na Índia, era conhecida como Indrani, que também era
representada como o filho nos braços”.
“A deusa-mãe era conhecida como Afrodite ou Ceres pelos gregos;
Nana, pelos sumérios; e como Vênus ou Fortuna, pelos seus devotos nos velhos
dias de Roma, e seu filho como Júpiter. Por várias eras, Ísis, a “Grande
Deusa” e seu filho Iswara, tem sido adorados na Índia, onde templos foram
erigidos para sua adoração. Na Ásia, a mãe era conhecida como Cibele e o filho como
Deoius. “Mas, a despeito de seu nome ou lugar”, diz um escritor, “ela foi a
esposa de Baal, a virgem rainha dos céus, que ficou grávida, sem jamais ter
conhecido varão”.
“Quando os filhos de Israel caíram em apostasia, eles também
foram enganados por esta adoração da deusa-mãe. Como lemos em Juízes 2.13:
“Eles deixaram ao Senhor e serviram a Baal e a Astarote”. Astarote ou Astarte
era o nome pelo qual a deusa era conhecida pelos filhos de Israel. É penoso
pensar que aqueles que haviam conhecido o verdadeiro Deus, o abandonassem e
adorassem a mãe pagã. Ainda assim era exatamente o que faziam repetidamente
(Juízes 10.6; 1 Samuel 7.3-4; 12.10; 1 Reis 11.5; 11 Reis 23.13). Um dos
títulos pelos quais a deusa era conhecida entre eles era o de “rainha dos céus”(Jeremias
44.17-19). O profeta Jeremias repreendeu-os por adorarem, mas eles se rebelaram
contra sua advertência”.
“Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana. O templo
dedicado a ela, naquela cidade, era uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Não somente em Éfeso, mas em toda a Ásia e em todo o mundo a deusa era adorada
(Atos 19.27). No Egito, a mãe era conhecida como Ísis e seu filho como Horus. É
muito comum os monumentos religiosos do Egito mostrarem o infante Horus sentado
no colo de sua mãe”.
“Esta falsa adoração, tendo se espalhado da Babilônia para
diversas nações, com diferentes nomes e formas, finalmente estabeleceu-se em
Roma e em todo o Império Romano. Diz um notável escritor com relação a este
período: á adoração da grande mãe foi muito popular sob o Império Romano.
Inscrições provam que os dois (a mãe e o filho) recebiam honras divinas, não
somente e especialmente em Roma, mas também nas províncias, especialmente na
África, Espanha, Portugal, França, Alemanha, e Bulgária”.
“Foi durante esse período quando o culto da mãe divina foi muito
destacado, que o Salvador, Jesus Cristo, fundou a verdadeira Igreja do Novo
Testamento. Que gloriosa Igreja ela foi naqueles dias primitivos! Pelo terceiro
e quarto século, contudo, o que era conhecido como a “igreja” havia, em muitas
maneiras abandonado a fé original, caindo em apostasia a respeito do que os
apóstolos haviam avisado. Quando essa “queda” veio, muito paganismo foi
misturado com o cristianismo. Pagãos não convertidos eram tomados como professos
na igreja e em numerosas ocasiões tinham a permissão de continuar muitos doas
seus rituais e costumes pagãos – usualmente com umas poucas reservas ou
mudanças, para fazer suas crenças parecerem mais semelhantes à doutrina
cristã”.
“Um dos melhores exemplos de tal transferência do paganismo pode
ser visto na maneira como a igreja professa permitiu que o culto da grande mãe
continuasse – somente um pouquinho diferente na forma – com um novo nome! Veja
você, muitos pagãos tinham sido trazidos para o cristianismo, mas tão forte era
sua adoração pela deusa-mãe, que não a queriam esquecer. Líderes da igreja
comprometidos viram que, se pudessem encontrar alguma semelhança no
cristianismo com a adoração da deusa-mãe, poderiam aumentar consideravelmente o
seu número. Mas, quem poderia substituir a grande mãe do paganismo? É claro que
Maria, a mãe de Jesus, pois era a pessoa mais lógica para eles escolherem. Ora,
não podiam eles permitir que as pessoas continuassem suas orações e devoções a
uma deusa-mãe, apenas chamando-a pelo nome de Maria, em lugar dos nomes
anteriores pelos quais era conhecida? Aparentemente foi esse o raciocínio
empregado, pois foi exatamente o que aconteceu! Pouco a pouco, a adoração que
tinha sido associada com a mãe pagã foi transferida para Maria”.
“Mas a adoração a Maria não fazia parte da fé cristã original. É
evidente que Maria, a mãe de Jesus, foi uma mulher excelente, dedicada e
piedosa – especialmente escolhida para levar em seu ventre o corpo de nosso
Salvador – mesmo assim nenhum dos apóstolos nem mesmo o próprio Jesus jamais
insinuou a ideia da adoração a Maria. Como afirma a Enciclopédia Britânica,
durante os primeiros séculos da igreja, nenhuma ênfase, fosse qual fosse, era
colocada sobre Maria. Este ponto é admitido pela The Catholic Encyclopedia
também: ‘A devoção a Nossa Bendita Senhora, em última análise, deve ser olhada
como uma aplicação prática da doutrina da Comunhão dos Santos. Vendo que esta
doutrina não está contida, pelo menos explicitamente, nas formas primitivas do
Credo dos Apóstolos, não há talvez qualquer campo para surpresa de não
descobrirmos quaisquer traços claros do culto da Bendita Virgem nos primeiros
séculos cristãos, sendo o culto de Maria um desenvolvimento posterior”.
“Não foi até o tempo de Constantino – a primeira parte do quarto
século – que qualquer um começou a olhar para Maria como uma deusa. Mesmo neste
período, tal adoração foi combatida pela igreja, como é evidente pelas palavras
de Epifânio (403 d.C.) que denunciou alguns da Trácia, Arábia, e qualquer outro
lugar, por adorarem a Maria como uma deusa e oferecerem bolos em seu santuário.
Ainda assim, dentro de apenas uns poucos anos mais, o culto a Maria foi apenas
ratificado pela que conhecemos hoje como a Igreja Católica, mas tornou-se uma
doutrina oficial no Concílio de Éfeso em 431”. “Em Éfeso? Foi nessa cidade que
Diana tinha saído adorada como a deusa da virgindade e da fertilidade desde os
tempos primitivos! Dizia-se que ela representava os primitivos poderes da
natureza e foi assim esculpida com muitos seios. Uma coroa em forma de torre,
símbolo da torre de Babel, adornava sua cabeça”.
“Quando as crenças são por séculos conservadas por um povo, elas
não são facilmente esquecidas. Assim sendo, os líderes da igreja em Éfeso –
quando veio a apostasia – também raciocinaram que se fosse permitido às pessoas
conservarem suas ideias a respeito de uma deusa-mãe, se isto fosse misturado
com o cristianismo e o nome de Maria fosse colocado no lugar, eles poderiam
ganhar mais convertidos. Mas este não era o método de Deus. Quando Paulo veio
para Éfeso nos dias primitivos, nenhum compromisso foi feito com o paganismo.
As pessoas eram realmente convertidas e destruíram seus ídolos da deusa (atos
19.24-27). Quão trágico que a igreja em Éfeso, em séculos posteriores, se
comprometesse e adotasse uma forma de adoração à deusa-mãe, tendo o Concílio de
Éfeso finalmente transformado isto em uma doutrina oficial”.
“Uma posterior indicação que o culto a Maria passou a existir
partindo do antigo culto à deusa-mãe, pode ser visto nos títulos que são
atribuídos a ela. Maria é frequentemente chamada de “A Madona”. De acordo com
Hislop, esta expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa
babilônica era conhecida. Em forma deificada, Nimrode veio a ser conhecido como
Baal. O título de sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a
Baalti. Em português, esta palavra significa “minha Senhora”; em Latim, “Meã
Domina”, e em Italiano, foi corrompida para a bem conhecida “Madona”. Entre os
fenícios, a deusa-mãe era conhecida como “A Senhora do Mar”, e até mesmo este
título é aplicado a Maria – embora não exista qualquer conexão entre Maria e o
mar!”
“As escrituras tornam claro que existe apenas um mediador entre
Deus w os homens, Jesus Cristo homem (1 Tm 2.5). Ainda assim o catolicismo
romano ensina que Maria também é uma “mediadora”. As orações para ela formam
uma parte muito importante no culto católico. Não existe base escriturística
para esta ideia, embora este conceito não fosse estranho às ideias ligadas à deusa-mãe.
Ela trazia como um dos seus títulos “Milita”, que é a “Mediatrix”,
“Medianeira”, ou “Mediadora”.
“Maria é frequentemente chamada “rainha dos céus”. Mas Maria, a
mãe de Jesus, não é a rainha dos céus. “A rainha dos céus” foi um título da
deusa-mãe que foi adorada séculos antes de Maria ter ao menos nascido. Bem
antes, nos dias de Jeremias, o povo estava adorando a “rainha dos céus” e
praticando rituais que eram sagrados para ela. Como lemos em Jeremias 7.18-20:
“Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a
farinha, para se fazerem bolos à rainha dos céus”.
“Um dos títulos pelos quais Ísis era conhecida era a “mãe de
Deus”. Mais tarde este mesmo título foi aplicado a Maria pelos teólogos de
Alexandria. Maria era, é claro, a mãe de Jesus, mas somente no sentido de sua
natureza humana, sua humanidade. O significado original de “mãe de Deus” ia
além disto; acrescentava uma posição glorificada à MÃE e a igreja católica da
mesma maneira foi muito ensinada a pensar assim a respeito de Maria”.
“A imagem da deusa-mãe com o filho nos braços estava tão
firmemente gravada na mente pagã quando vieram os dias da apostasia que, de
acordo com um escritor, a antiga imagem de Ísis e do filho Horus foi finalmente
aceita, não somente na opinião popular, mas, por sanção episcopal formal, foi
aceita como a imagem da Virgem e do seu filho. Representações de Ísis e do seu
filho foram frequentemente colocadas em uma moldura de flores. Esta prática
também foi aplicada a Maria, como aqueles que tem estudado arte medieval bem o
sabem”.
“Astarte, a deusa fenícia da fertilidade, era associada com a
lua crescente. A deusa egípcia da fertilidade, Ísis, era representada como
estando de pé sobre a lua crescente com estrelas rodeando sua cabeça. Nas
igrejas católicas romanas por toda a Europa podem ser vistas pinturas de Maria
exatamente da mesma maneira!”
“De numerosas maneiras, líderes da apostasia tentaram fazer Maria
parecer semelhante às deusas do paganismo e exalta-la a um plano divino. Uma
vez que os pagãos tinham estátuas da deusa, assim também estátuas eram feitas
de “Maria”. Diz-se que em alguns casos as mesmas estátuas que tinham sido
adoradas como Ísis (com seu filho) simplesmente ganharam outro nome, como de
Maria e Cristo menino. “Quando o cristianismo triunfou”, diz um escritor, “estas
pinturas e figuras tornaram-se as figuras da madona e do filho sem qualquer
quebra de continuidade: nenhum arqueólogo, de fato, pode agora dizer se alguns
desses objetos representam uma ou outra”.
‘Muitas dessas figuras renomeadas foram coroadas e adornadas com
joias – exatamente da mesma maneira das imagens das virgens hindus e egípcias.
Mas Maria, a mãe de Jesus, não era rica (Lucas 2.24;Levíticos 12.87). De onde,
então, vieram essas joias e coroas que são vistas nestas estátuas que
supostamente são dela?”
“Através de compromissos – alguns muito óbvios, outros mais
ocultos – a adoração da antiga mãe continuou dentro da “igreja” da apostasia,
misturada, com o nome de Maria sendo substituto dos antigos nomes”.
Continuamos destacando alguns pontos contidos no livro
“Babilônia: a Religião dos Mistérios”, de Ralph Woodrow.
ADORAÇÃO A MARIA
“Talvez a prova mais destacada que a adoração a Maria foi
decorrente do velho culto da deusa-mãe pagã, possa ser vista no fato que na
religião pagã a mãe era tão (ou mais) adorada do que seu filho. Isto fornece
uma chave importante para ajudar-nos a resolver o mistério da Babilônia hoje. O
verdadeiro cristianismo ensina que o Senhor Jesus – e somente ELE – é o
caminho, a verdade, e a vida; que somente ELE pode perdoar pecados; que somente
ELE de todas as criaturas da terra, viveu uma vida sem qualquer mancha de
pecado; e ELE é que tem que ser adorado – nunca sua mãe. Mas, o catolicismo
romano – mostrando a influência que o paganismo tem tido em seu desenvolvimento
– de muitas maneiras também exalta a MÃE”.
“Alguém pode viajar o mundo inteiro, e seja numa imponente
catedral seja na capela de um vilarejo, a estátua de Maria sempre ocupará
posição de destaque. Recitando-se o Rosário, a “Ave-Maria” é repetida nove
vezes mais do que a “Oração do Senhor”. Os católicos são ensinados que a razão
para rezarem para Maria é que ela pode levar a petição para seu filho, Jesus; e
desde que ela é sua mãe, ele responderá ao pedido por causa dela. A inferência
é que Maria é mais compassiva, compreensiva e misericordiosa do que seu filho
Jesus. Certamente isto é contrário às Escrituras. Ainda assim, esta ideia tem
sido frequentemente repetida nos escritos católicos”.
“Um notável escritor, Alfonso de Liguori, católico, escreveu
extensamente, dizendo quão mais eficiente são as orações dirigidas a Maria do
que as que são dirigidas a Jesus Cristo. Liguori, incidentalmente, foi
canonizado como um “santo” pelo papa Gregório XIV em 1839 e foi declarado
“doutor” da igreja católica pelo papa Pio IV. Em uma porção dos seus escritos,
ele descreveu uma cena imaginária na qual um homem pecador viu duas escadas
suspensas do céu. Maria estava no topo de uma; Jesus no topo da outra. Quando o
pecador tentou subir por uma das escadas, viu o rosto irado de Cristo e caiu
vencido.. Mas, quando subiu a escada de Maria, subiu com facilidade e foi
abertamente recebido por Maria que o levou ao céu e apresentou-o a Cristo. Daí
em diante tudo estava bem. A história tinha a intenção de mostrar quão mais
fácil e mais eficiente é ir a Cristo através de Maria”.
Interrompo aqui a transcrição referida para lembrar que ainda
hoje é ensinado que através de Maria as coisas são mais fáceis. Tenho lido e
ouvido, inclusive em programas televisivos, a frase: “TUDO COM JESUS. NADA SEM
MARIA”. Esse extravagante ditado declara que Maria é tudo, e que sem ela não
teremos Jesus. Isto confirma que o catolicismo na sua essência não mudou em
nada. Os terços continuam sendo rezados da mesma forma, dando maior destaque à
figura de Maria e deixando em segundo plano o Filho, aquele que derramou seu
sangue para remissão de pecados. Entretanto, e graças a Deus, as pessoas estão
despertando para as verdades bíblicas. Todos os dias neste Brasil um grande
número de religiosos dá um passo à frente, aceita Jesus como único Senhor,
Salvador, e Mediador, e passa a declarar: “Tudo posso naquele que me
fortalece”.
Continuemos:
“O mesmo escritor disse que o pecador que se aventurar a ir
diretamente a Cristo poderá enfrentar o terror de sua ira. Mas, se ele rezar
para a Virgem, ela terá apenas de “mostrar” ao filho “os peitos que o
amamentaram” e sua ira será imediatamente amenizada. Tal raciocínio está em
conflito direto com um exemplo escriturístico.”Bem-aventurado o ventre que te trouxe”,
disse uma mulher a Jesus, “e os peitos em que mamaste!” Mas Jesus respondeu,
“Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas
11.27-28).
“Tentativas posteriores de exaltar Maria a uma posição
glorificada dentro do catolicismo podem ser observadas na doutrina da
“imaculada conceição”. Esta doutrina foi pronunciada e definida por Pio IX em
1854 – que a Bendita Virgem Maria “no primeiro instante de sua concepção…foi
preservada isenta de toda mancha do pecado original”. Este ensinamento pode
parecer que é apenas um esforço posterior de fazer Maria parecer ainda mais com
a deusa do paganismo, pois nos antigos mitos, a deusa foi criada como tendo uma
concepção sobrenatural. As histórias variam, mas todas falam de acontecimentos
sobrenaturais em conexão com sua entrada no mundo, que ela era superior aos
demais mortais, que era divina Pouco a pouco, de modo que os ensinamentos a
respeito de Maria não parecessem inferiores aos da deusa-mãe, foi necessário
ensinar que a entrada de Maria neste mundo envolveu também um elemento
sobrenatural”.
“A doutrina de que Maria nasceu sem a mancha do pecado original
é escriturística? Respondemos isto nas palavras da própria The Catholic
Encyclopedia: “Nenhuma prova direta, ou categórica e estrita do dogma pode ser
encontrada nas Escrituras”. É indicado, antes, que estas ideias foram um
desenvolvimento gradual dentro da igreja”.
“Bem aqui deveria ser explicado que esta é uma talvez a única
diferença básica entre o entendimento que a Igreja Católica tem do cristianismo
e o que revela a posição geral do protestantismo. A Igreja Católica Romana,
como ela mesma afirma, tem há muito crescido e se desenvolvido ao redor de um
grande número de tradições e ideias manipuladas por padres da igreja através
dos séculos, até mesmo crenças trazidas do paganismo, se elas pudessem ser
“cristianizadas” e também das Escrituras. Conceitos de todas estas fontes tem
sido misturados e desenvolvidos, para finalmente tornarem-se dogmas em vários
concílios da igreja. Por outro lado, o ponto de vista que a Reforma Protestante
procurou reviver, foi um retorno às verdadeiras escrituras como uma base mais
sólida para a doutrina, com pouca ou nenhuma ênfase sobre as ideias que se
desenvolveram nos séculos seguintes”.
“Indo diretamente às Escrituras, não somente não existe qualquer
prova para a ideia da imaculada Conceição de Maria, como existe evidência do
contrário. Apesar de ter sido um vaso escolhido do Senhor, uma mulher virtuosa
e piedosa – uma virgem – ela foi tão humana como qualquer outro membro da
família de Adão. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm
3.23), sendo a única exceção o próprio Jesus Cristo. Como qualquer outra
pessoa, Maria precisou de um salvador e admitiu isto plenamente quando disse: Ë
o meu espírito se alegra em Deus meu SALVADOR” (Lc 1.47)”.
“Se Maria necessitou de um salvador, ela não era em si mesma uma
salvadora. Se necessitou de um salvador, então precisou ser salva, perdoada, e
redimida – assim como os outros. O fato é que a divindade de nosso Senhor não
dependia de sua mãe ser algum tipo de pessoa exaltada ou divina. Em lugar
disto, Ele foi divino porque foi o unigênito filho de Deus. Sua divindade veio
de Seu Pai celestial”.
“A ideia que Maria era superior aos outros seres humanos não foi
o ensinamento de Jesus. Certa vez alguém mencionou sua mãe e seus irmãos. Jesus
perguntou: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?” Em seguida, estendendo
sua mão na direção dos seus discípulos, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos!
Pois QUALQUER UM que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus, o mesmo é
meu irmão, e irmã, e MÃE” (Mt 12.46-50). Plenamente o bastante, qualquer um que
fizer a vontade de Deus está, em um sentido definido, no mesmo nível de Maria”.
“Cada dia católicos no mundo inteiro recitam a Ave Maria, o
Rosário, o Ângelus, as Litanias da Bendita Virgem, e outras rezas semelhantes.
Multiplicando o número dessas orações, vezes o número de católicos que as
recitam a cada dia, alguém tem calculado que Maria teria que escutar 46.296
petições por segundo! Obviamente ninguém a não ser Deus mesmo poderia fazer
isto. Não obstante, os católicos acreditam que Maria escuta todas essas
orações; e assim sendo, por uma questão de necessidade, tiveram que exaltá-la
ao nível divino – seja escriturístico ou não!” “Tentando justificar a maneira
pela qual Maria tem sido exaltada, alguns tem citado as palavras de Gabriel a
Maria, “Bendita sois entre as mulheres” (Lucas 1.28). Porém Maria sendo
“bendita entre as mulheres” não podem fazer dela uma pessoa divina, pois muitos
séculos antes disto, uma bênção semelhante foi pronunciada sobre Jael, de quem
foi dito: “Bendita acima das mulheres será Jael, esposa de Heber, o Quenita…”
(Juízes 5.24)”.
“Antes do Pentecostes, Maria reuniu-se com os outros discípulos
esperando pela promessa do Espírito Santo. Lemos que os apóstolos “todos
continuaram de um só acordo em oração e súplicas, com mulheres, e Maria, a mãe
de Jesus, e seus irmãos” (Atos 1.14). Os discípulos não estavam olhando para
Maria naquela ocasião. Eles estavam olhando para seu CRISTO ressuscitado e
elevado aos céus, esperando que ele derramasse sobre eles o dom do Espírito
Santo”.
“Tentativas posteriores para glorificar Maria podem ser vistas
na doutrina católica romana da virgindade perpétua. Este é o ensinamento que
Maria permaneceu virgem por toda a sua vida. Mas, como o explica a The
Encyclopedia Britannica, a doutrina da virgindade perpétua de Maria não foi
ensinada até uns trezentos anos após a ascensão de Cristo. Não foi antes do
Concílio de Calcedônia em 451 que esta fabulosa qualidade ganhou o
reconhecimento oficial de Roma”.
“De acordo com as Escrituras, o nascimento de Jesus foi o
resultado de concepção sobrenatural (Mt 1.23), sem um pai terrenal. Mas, após
Jesus ter nascido, Maria deu à luz a outros filhos – os rebentos naturais de
sua união com José, seu marido. Jesus foi o “primogênito” filho de Maria (Mt
1.25); não diz que ele foi seu único filho. Jesus sendo seu filho primogênito
pode inferir que mais tarde ela teve um segundo filho, possivelmente um
terceiro, etc. Que tal foi o caso parece aparente, pois os nomes dos quatro
irmãos são mencionados: Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55). Irmãs também são
mencionadas. As pessoas de Nazaré disseram: “…e suas irmãs, não estão todas
entre nós?”(versículo 56). A palavra “irmãs” é plural, pelo que ficamos sabendo
que Jesus teve pelo menos duas irmãs e provavelmente mais, pois este versículo
fala de “todas” as suas irmãs. Usualmente se estamos nos referindo a somente
duas pessoas, diríamos “ambas”, não todas elas”
“As Escrituras dizem: “José não a conheceu até que ela deu a luz
ao seu filho primogênito: e ele chamou seu nome JESUS (Mt 1.25). José “não a
conheceu” até que Jesus nasceu, mas depois disto, Maria e José uniram-se como
marido e mulher e filhos foram, nascidos deles. A ideia de que José conservou
Maria como uma virgem toda a sua vida é claramente não escriturística”.
“Durante os tempos da apostasia, como se para mais intimamente identificar
Maria com a deusa-mãe, alguns ensinaram que o corpo de Maria jamais viu
corrupção, que ela ascendeu corporalmente aos céus, e é agora a “rainha dos
céus”. Não foi até este presente século, contudo, que a doutrina da “assunção de
Maria foi oficialmente proclamada como doutrina romana. Foi em 1951 que o papa
Pio XII proclamou que o corpo der Maria não viu corrupção, mas foi tomado para
os céus”. “As palavras de São Bernardo resumem a posição católica romana: “Ao
terceiro dia após a morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram ao redor da
sua tumba, eles a encontraram vazia. O corpo sagrado tinha sido levado para o
Paraíso Celestial… o túmulo não teve qualquer poder sobre aquela que fora
imaculada…Mas não foi o bastante que Maria fosse recebida nos céus. Ela não era
para ser qualquer cidadã comum… ela teve uma dignidade além da alcançada até
pelo mais alto dos arcanjos. Maria teve que ser coroada Rainha dos Céus pelo
Pai eterno: ela teve que ter um trono à mão direita do seu Filho… Agora, dia a
dia, hora a hora, ela está rogando por nós, obtendo graças por nós, preservando-nos
do perigo, escudando-nos contra a tentação, derramando bênçãos sobre nós”.
“Todas estas ideias a respeito de Maria estão ligadas à crença
que ela ascendeu corporalmente aos céus. Mas, a Bíblia não diz absolutamente
nada a respeito da assunção de Maria. Ao contrário, João 3.13 diz: “Ninguém
subiu aos céus, a não ser aquele que desceu dos céus, o Filho do homem que está
nos céus” – o próprio Jesus Cristo. ELE é aquele que está à mão direita de
Deus; ELE é único que é nosso Mediador; ELE é único que derrama bênçãos sobre
nós – não sua mãe!”.
“Intimamente ligado à ideia de rezar para Maria, está um
instrumento chamado rosário. Ele consiste de uma cadeia com quinze conjuntos de
pequenas contas, cada conjunto marcado por uma conta maior, nas extremidades da
qual está um crucifixo. As contas no rosário são para contar as rezas – rezas
que são repetidas sempre e sempre. Embora este instrumento seja largamente
utilizado dentro da igreja católica romana, está claro que ele não é de origem
cristã. Ele tem sido conhecido em muitos países”.
“A The Catholic Encyclopedia diz: “Em quase todos os países,
então, encontramo-nos com algo na natureza de contas de oração ou contas de
rosário”. Continua até citar um número de exemplos,incluindo uma escultura da
antiga Nínive,mencionada por Layard, de duas mulheres com asas, rezando diante
de uma árvore sagrada, cada uma segurando um rosário. Por séculos, entre os
maometanos, uma corrente de contas consistindo de 33, 66, ou 99 contas tem sido
usada para contar os nomes de Alá. Marco Pólo, no século treze, ficou surpreso
de encontrar o rei de Malabar usando um rosário de pedras preciosas para contar
suas orações. São Francisco Xavier e seus companheiros ficaram igualmente
atônitos em ver que os rosários eram universalmente familiares aos budistas do
Japão”.
“Entre os fenícios um círculo de contas parecendo um rosário era
usado no culto a Astarte, a deusa-mãe, em torno de 800 a.C. este rosário é
visto em algumas moedas fenícias mais recentes.
Os brâmanes desde tempos primitivos têm usado rosários com
dezenas e centenas de contas Os adoradores de Vishnu dão aos seus filhos
rosários de 108 contas. Um rosário semelhante é usado por milhões de budistas
na Índia e no Tibete. O adorador de Shiva usa um rosário sobre o qual repete,
se possível, todos os 1.008 nomes do seu deus”.
“Contas para contagem de orações eram conhecidas na Grécia
Asiática. Tal era o propósito,de acordo com Hislop, do colar visto na estátua
de Diana. Ele também indica que em Roma certos colares usados por mulheres eram
para contagem de orações memorizadas, a monila, significando “recordação”. A
oração mais frequentemente repetida, que é a principal do rosário, é a “Ave
Maria”, que é assim: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita
sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre,Jesus.
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora der nossa
morte, Amém”. A The Catholic Encyclopedia diz: “Não existe qualquer traço da
Ave Maria como uma fórmula devocional aceita antes de em torno de 1050″. O
rosário completo envolve a repetição da Ave Maria 53 vezes, a oração do Senhor
6 vezes, 5 mistérios, 5 meditações sobre os mistérios, 5 glórias ao Pai,e o
Credo Apostólico”. “Observe que a oração para Maria, a Ave Maria, é repetida
quase NOVE vezes mais do que a oração do Senhor. É uma oração composta pelos
homens e dirigida a Maria, nove vezes mais importante ou eficiente do que a
oração ensinada por Jesus e dirigida a Deus? Aqueles que adoram a deusa Diana
repetem uma frase religiosa várias vezes – “…todos unanimemente levantaram a
voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios”
(Atos 19.34). Jesus falou a respeito de orações repetidas como sendo uma
práticas dos pagãos. “Quando orares” disse Ele, “não useis de vãs repetições
como o fazemos gentios (ou pagãos); pois eles pensam que por muito falar serão
ouvidos. Não vos assemelheis pois a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é
necessário, antes de vós lho pedirdes” (Mt 6.7-13). Nesta passagem Jesus
claramente disse aos seus seguidores para NÃO ficar repetindo várias vezes uma
pequenina oração. É significativo observar que foi logo após dar esta
advertência, no próprio próximo versículo, que Ele disse:
“Vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus…”e deu aos
discípulos a que nos referimos como ä Oração do Senhor”. Jesus deu esta oração
como um oposto ao tipo de oração dos pagãos. Ainda assim os católicos romanos
são ensinados a repetir várias vezes esta oração. Se esta oração não era para
ser repetida várias vezes, quão menos uma pequenina oração feita por homens
para Maria! Parece-nos que memorizar orações, em seguida repeti-las várias
vezes enquanto conta as contas de um rosário, poderia facilmente tornar-se mais
um “teste de memória” do que uma espontânea expressão de oração vinda do
coração”.
Comentários
Como a verdade é uma só, o que vimos acima ratifica com riqueza
de detalhes os termos do presente trabalho, relativamente à refutação aos
vários títulos atribuídos pela Igreja Católica à humilde mãe de Jesus; esclarece
a origem da adoração à “deusa-mãe” e abre-nos o entendimento para
compreendermos o porquê de tantos descaminhos; enfim, oferece subsídios a
quantos desejem examinar os dois lados – a palavra da Bíblia e a palavra da
Tradição – para tirar suas próprias conclusões.
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