“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do
que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não re encurvarás a elas nem as servirás” (Êxodo 20.4-5).
“Não farás para ti” – Entende-se a posse do objeto quando
destinado ao culto, à homenagem, à prece, à veneração. Deus não condena as
obras de arte, escultura ou pintura de valor histórico e cultural.
“Nem alguma semelhança do que há em cima nos céus” – Não
encontramos diferenças relevantes de tradução nas versões consultadas. A
proibição não alcança apenas as imagens dos deuses, mas diz respeito, também,
ao que existe nos céus: A Trindade (Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo),
os anjos e os salvos em Cristo. Logo, estátuas de Jesus, dos santos apóstolos,
de Maria, e de quantos, pelo nosso julgamento, estejam no céu, não devem ser
objeto de culto.
“Não te encurvarás a elas” – Deus proíbe qualquer atitude de
reverência ou respeito, tais como inclinar respeitosamente o corpo ou
ajoelhar-se diante das imagens; prostrar-se com o rosto no chão; tocá-las;
beijá-las; levantar os braços em atitude de adoração; tirar o chapéu; ficar em
pé diante delas em estado contemplativo. Enfim, Deus proíbe fazer qualquer
gesto com o corpo que expresse admiração, contemplação, fé, devoção, homenagem,
reverência.
“Não as servirás” – Não servi-las com flores, velas, cânticos,
coroas, festas, procissões, lágrimas, alegria, rezas, vigílias, doações,
homenagens, devoção, sacrifícios, incenso. Não lhes devotar fé, confiança,
zelo, amor, cuidados. Não alimentar expectativas de receber delas amparo, curas
e proteção. Não colocá-las em lugar de destaque, em redoma ou em lugares altos.
A Igreja de Roma reconhece a proibição, mas decide por não acatá-la,
como adiante: “O mandamento divino incluía a proibição de toda representação de
Deus por mão do homem. O Deuteronômio explica: “Uma vez que nenhuma forma
vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horebe, do meio do fogo, não vos
pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo…”(Dt
4.15-16)… No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a
instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação por meio do
Verbo encarnado, como são a serpente de bronze, a Arca da Aliança e os
querubins. Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo
Concílio ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o
culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos
os santos. Ao se encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova “economia “das
imagens. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento,
que proíbe os ídolos. De fato, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao
modelo original, e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está
pintada. A honra prestada às santas imagens é uma ” veneração respeitosa”, e
não uma adoração, que só compete a Deus. O culto às imagens sagradas está
fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus. Não contraria o
primeiro mandamento” (C.I.C. p. 560-562, # 2129-2132, 2141).
Analisando as explicações acima
a) “O mandamento divino INCLUÍA a representação
de toda representação de Deus por mãos do homem”.
O mandamento divino incluía? Não, o mandamento inclui, está
vigente. A cruz não aboliu as Dez Palavras. As leis cerimoniais sim, foram
abolidas. O Decálogo é, no varejo, o que Jesus disse no atacado: “Amarás o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento”, e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.35-40;
Deuteronômio 6.5; 10.12; 30.6; Levítico 19.18). Num coração cheio do amor de
Deus e do amor a Deus não há espaço para a adoração de pessoas ou de coisas. Em
Mateus 5.17, Jesus afirma: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas;
não vim ab-rogar, mas cumprir” (ARC) ou: “Não pensem que eu vim acabar com a
Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com eles, mas para
dar o seu sentido completo.” (BLH). A seguir Jesus exemplifica o novo sentido à
lei: se pensar em matar, já pecou e descumpriu a lei; se pensar em adulterar,
já pecou.
b) “No entanto, Deus ordenou… a serpente de
bronze, a Arca da Aliança, os querubins”…
A Arca da Aliança e os querubins passaram. Eles faziam parte de cerimônias
e símbolos instituídos por Deus, de acordo com sua infinita sabedoria e
soberana vontade, para melhor conduzir o povo em sua fé. Agora, vindo Cristo,
temos “um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não
desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue…”
(Hebreus 9.11).
A serpente de bronze – Este símbolo tão
zelosamente defendido pela Igreja de Roma foi um remédio específico para um mal
específico numa situação especial (Números 21.7-9). Agora, já não precisamos de
figuras para nossos males físicos e espirituais. Como disse João Ferreira de
Almeida, “o poder vivificante da serpente de metal prefigura a morte
sacrificial de Jesus Cristo, levantado que foi na cruz para dar vida a todos
que para Ele olharem com fé”. O próprio Jesus assim se manifestou: “E, como
Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja
levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (João 3.14-15). Deus não recomendou o culto, a homenagem ou a veneração
à serpente. Por isso, o rei Ezequias, temente e reto aos olhos do Senhor,
destruiu-a ao perceber que o povo lhe prestava culto (2 Reis 18.4). Ademais,
não se vê em Atos dos Apóstolos qualquer indício de uso de figuras, ícones ou
imagens destinados a facilitar a compreensão e conduzir os fiéis à salvação.
Com relação a símbolos e cerimônias do Antigo Testamento,
devemos considerar que em Cristo estamos sob a égide de uma Nova Aliança ou
Novo Testamento firmada em Seu sangue (1 Coríntios 11.25). Logo, “dizendo novo
concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece
perto está de acabar” (Hebreus 8.13). Devemos observar que a ideia de fazer
imagens e querubins foi de Deus, e não de Moisés. Com relação a nós, Deus
proíbe terminantemente o uso de imagens. É Deus que nos proíbe, que nos
condena. Os querubins estavam no propiciatório – espécie de lâmina retangular
de ouro – sobre a Arca da Aliança que era guardada no lugar santíssimo do
Tabernáculo (Êxodo 25.17-22).O acesso a esse lugar, só uma vez por ano, era
restrito ao Sumo Sacerdote (Êxodo 25.17-22; 40.13; Hebreus 9.7). Ao povo não
era permitido ver os querubins ou adorá-los. Aos fiéis não foi permitido
reproduzir as imagens da serpente e dos querubins para serem veneradas.
c) “… o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia
(em 787), justificou… o culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe
de Deus, dos anjos e de todos os santos. O culto cristão das imagens não é
contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra
prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem
venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma
“veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só Não contraria o primeiro
mandamento”.
Ora, se o mandamento proíbe o culto aos ídolos, então o culto
aos ídolos é proibido. Desculpem-me os leitores pelo óbvio. Portanto, o culto
às imagens contraria o mandamento. Se contraria, é pecado cultuá-las. O
Concílio de Nicéia justificou, mas são justificativas de homens. A Palavra é o
padrão. A tradição deverá ajustar-se à Palavra. A honra ao modelo original via
imagem parte de uma premissa falsa, porque as imagens não são em sua grande
maioria cópias fiéis dos originais, exemplos de Jesus, Maria, José e dos santos
apóstolos. Seus traços físicos não foram revelados nem por fotografias nem por
pinturas. Jeremias foi direto: “Suas imagens são mentira” (Jr 10.14).
d) “A honra prestada às santas imagens é uma ”
veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a Deus”.
Venerar: “Tributar grande respeito a; render culto a,
reverenciar”; Culto: “Adoração ou homenagem à divindade em qualquer de suas
formas, e em qualquer religião”. Adorar: “Render culto a (divindade);
reverenciar, venerar, idolatrar” (Dicionário Aurélio). Como se vê, é muito
tênue a linha entre honrar, venerar, adorar e prestar culto. Vejamos o que Deus
afirma: “Eu sou o Senhor. Este é o meu nome. A minha glória a outrem não a
darei, nem a minha honra às imagens de escultura” (Isaías 42.8). Na Bíblia
Linguagem de Hoje: Eu sou o Deus Eterno: este é o meu nome, e não permito que
as imagens recebam o louvor que somente eu mereço.” Na Bíblia Ecumênica,
católica: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome: eu não darei a outrem a minha
glória, nem consentirei que se tribute aos ídolos o louvor que só a mim
pertence”.
Dizer que o culto a Maria e à sua imagem esculpida é apenas uma
veneração, não condiz com a realidade. Há um descompasso enorme entre o
discurso e a prática. Não pode ser negado o que é público e notório. Maria é
realmente adorada como Rainha dos Céus, Senhora, Padroeira, Protetora, Mãe dos
Vivos, Mãe da Igreja, Mãe de Deus, etc. E isso constitui pecado. Jesus disse e
está escrito em Mateus 4.10: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele
servirás”. E o primeiro mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de mim”
(Êxodo 20.3). Maria foi constituída a PROTETORA do Brasil e, especificamente,
de muitas cidades brasileiras (Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora de
Santana, Nossa Senhora do Ó, etc). Parece até que, para os romanistas, a
evangelização via Maria se torna mais fácil do que pregando Cristo
ressuscitado. Não foi essa a via utilizada pelos apóstolos nas primeiras
pregações. Eles não endeusavam os santos, mas apresentavam Jesus, o Santo dos
santos, como o único caminho.
Façamos de conta que o culto a Maria e à sua imagem esculpida é
apenas uma respeitosa admiração. Ora, essa veneração se manifesta de vários
modos, por exemplo: as imagens de Maria são tocadas, beijadas, coroadas;
levadas em procissão; diante delas os fiéis se ajoelham, choram e fazem
pedidos; imagens da santa, cópias ou originais, percorrem os estados
brasileiros para serem homenageadas; são levantadas pelos sacerdotes no altar e
os fiéis acenam para elas; são colocadas em redomas nas praças ou em grutas; em
muitas casas as imagens são iluminadas continuamente; muitos carregam a imagem
em pulseiras, colares, fitas, ou guardam-nas no ambiente de trabalho; ao passar
pela imagem, muitos inclinam o corpo ou tiram o chapéu, etc.
Pergunta-se o seguinte: se essas práticas não constituem
adoração e idolatria, o que mais deveria ser feito, qual prática deveria ser
adicionada às já existentes, o que os fiéis romanistas deveriam fazer além de tudo
que fazem para então se configurar uma adoração e uma idolatria? O que mais
deveriam fazer?
Outras referências (Os destaques são meus)
“Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem de
escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra para
inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 26.1).
“No dia em que o Senhor vosso Deus falou convosco em Horebe, do
meio do fogo, não vistes figura nenhuma. Portanto, guardai com diligência as
vossas almas, para que não vos corrompais, fazendo um ídolo, UMA IMAGEM DE
QUALQUER TIPO, FIGURA DE HOMEM OU DE MULHER…” (Deuteronômio 4.15-16). “As
imagens de escultura de seus deuses queimarás no fogo. Não cobiçarás a prata
nem o ouro que haja nelas, nem os tomarás para ti, para que não sejas iludido,
pois É ABOMINAÇÃO AO SENHOR, TEU DEUS” (Deuteronômio 7.25).
“As suas imagens de fundição são vento e nada” (Isaías 41.29b)
“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! A minha glória a outrem não
a darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Isaías 42.8)
“Todo homem se embruteceu e não tem ciência; envergonha-se todo
fundidor da sua imagem de escultura, porque sua imagem fundida é mentira, e não
há espírito nela” (Jeremias 10.14). “Arrancarei do meio de ti as tuas imagens
de escultura e as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da OBRA DAS
TUAS MÃOS” (Miquéias 5.13).
“Também está cheia de ídolos a sua terra; inclinaram-se perante
a OBRA DAS SUAS MÃOS, diante daquilo que fabricaram os seus dedos” (Isaías
2.8).
“Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de
escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar” (Isaías
45.20). “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. Os ídolos
deles são prata e ouro, OBRA DAS MÃOS DOS HOMENS. Têm boca, mas não falam; têm
olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua
garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles
confiam” (Salmos 115.3-8).
“Eles trocam a verdade de Deus pela mentira e ADORAM E SERVEM O
QUE DEUS CRIOU, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser
louvado para sempre. Amém” (Romanos 1.25). Anjos e espíritos humanos são
criaturas de Deus.
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21).
A proibição divina abrange:
a) Qualquer coisa (estátua, imagem, ídolo, presépio) produzida
por mãos humanas para ser objeto de veneração, adoração, culto ou louvor.
b) Imagens de toda a criação de Deus (anjos, pessoas, espíritos
humanos, corpos celestes, animais) com o mesmo objetivo.
c) Imagens de qualquer uma das três Pessoas da Trindade.
Estão, portanto, em desacordo com o Segundo Mandamento cultos de
louvor, adoração, homenagem ou veneração prestados às imagens representativas
de pessoas falecidas, qualquer que tenha sido o grau de santidade que tenham
alcançado na vida terrena.
OS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
A seguir, analisemos alguns dos argumentos dos que defendem o
culto a Maria e os títulos a ela atribuídos.
1) “Todas as gerações me chamarão
bem-aventuradas” (Lucas 1.48). Esta declaração é apresentada como justificativa
ao culto a ela prestado. Contestação – Segundo o Dicionário Aurélio,
“bem-aventurado” quer dizer muito feliz. É também a situação “daquele que,
depois da morte, desfruta da felicidade celestial e eterna”. É sinônimo de
santo. Jesus chamou de bem-aventurados os pobres de espírito, os que choram, os
mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de
coração, os pacificadores, e os que sofrem perseguição por causa da justiça
(Mateus 5.3-10). Em Salmos 112.1, lemos: “Bem-aventurado o homem que tema ao
Senhor, em seus mandamentos tem grande prazer”. Em Apocalipse 20.6:
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição”. Jesus
disse: “bem-aventurado és tu, Simão Barjonas [Pedro], pois não foi carne e
sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mateus 16.17). Outras
referências: Salmos 1.1; 2.12; 32.1; 106.3; 119.1; 146.5; Mateus 24.46; Apocalipse
22.7. Como se vê, bem-aventurados somos todos nós que seguimos a Jesus.
Todavia, tal felicidade não nos confere o direito de sermos adorados ou
cultuados, quer em vida, quer na morte. A bem-aventurança que asseguramos em
vida, pela aceitação do senhorio de Jesus, se estende por toda a eternidade. O
fato de a santa Maria haver sido chamada de bem-aventurada não significa uma
doutrina, mandamento ou ensino para lhe prestarmos culto. Note-se que Isabel,
sua prima, declarou que Maria era “bendita entre as mulheres” (Lucas 1.48), e não
“bendita acima das mulheres”.
2) “Fazei tudo o que ele vos disser” (João
2.5). Esta palavra de Maria tem sido muito usada pelos romanistas para
justificar a crença da intermediação entre Maria e Jesus. A partir daí, ensinam
que o Filho jamais negará um pedido de sua mãe.
Contestação – Não vejo aí nenhum motivo para colocar Maria na
posição de mediadora a quem Jesus atenderá sempre. Se a declaração fosse de
Jesus, ordenando que os serviçais obedecessem à sua mãe, até que poderíamos
refletir melhor. Mas não foi assim. Maria, vendo que Jesus estava disposto a
operar o milagre da transformação da água em vinho, disse aos empregados que
seguissem à risca suas instruções. Só isso e nada mais do que isso. Se o desejo
é espiritualizar a fala de Maria e trazê-la para os dias atuais, nada melhor do
que obedecermos a vontade de Jesus, que disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e
só a ele servirás”. (Mateus 4.10). Logo, por este mandamento, Maria está
excluída de qualquer espécie de adoração e culto.
Portanto, atendendo a Maria, façamos o que Jesus ordenou.
Observemos também que a santa Maria, ao transferir o problema
para Jesus, mostrou-se incapacitada de operar qualquer milagre. A “Mãe de Deus”
não teria poderes para transformar água em vinho? Naquela época ela ainda não
era mãe de Deus? Só passou a sê-lo após sua morte?
3) Maria é a nossa mãe espiritual, porque
Jesus a entregou aos cuidados de João.
Contestação – Jesus, já prestes a falecer, disse à sua mãe:
Mulher, eis aí o teu filho”. E ao discípulo a quem amava, disse: “Eis aí tua
mãe”. “E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (João 19.26-27).
Em resumo, Jesus entregou sua mãe aos cuidados do querido discípulo João. Jesus
deu exemplo de amor filial, lembrando-se de sua mãe num momento de grande
agonia. A intenção dele não foi elevar sua mãe à posição de mãe espiritual da
humanidade. Desejou apenas que ela não ficasse desamparada na sua velhice. Se
agiu assim, havia motivos para que o amparo de sua mãe não ficasse confiado
apenas aos seus irmãos mais jovens (Mateus 13.55-56).
4) Maria é mãe de Deus porque Jesus é Deus e
ela é mãe de Jesus Contestação – Se válido esse raciocínio, poderíamos afirmar que Deus é filho
de criação ou filho adotivo de José. Ou José seria padrasto de Deus? Maria foi
um instrumento usado por Deus, na consecução do Seu plano de salvação para o
homem. Nessa concepção, ela foi mãe do Jesus homem, mas nunca o foi do Verbo
Eterno, do Deus Filho. Como Pessoa da Trindade, Jesus sempre existiu.
Veja. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1.1,14).
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
“Porque Deus ENVIOU seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3.17). Esses versículos falam da
divindade de Jesus e, claro, da Sua eternidade. O Verbo que é Deus não se originou
em Maria, mas em Maria se fez carne. A criatura não pode ser mãe do Criador, do
Senhor e Juiz dos vivos e dos mortos. O finito não pode gerar o infinito.
Aquela que foi criada não pode gerar o incriado.
5) Maria, na qualidade de mãe de Jesus, é
co-redentora
Contestação – A palavra de Deus
não eleva Maria à condição de igualdade com o nosso Salvador. O Redentor é
Jesus, e como tal Ele foi esperado: E virá um redentor a Sião e aos que se
desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Isaías 59.20). Não se lê que
paralelamente viria uma Redentora ou uma ajudante-do-Redentor ou uma
co-Redentora. A santa Maria não recebeu a mesma missão de Jesus, tal como
definido em Lucas 4.18 e Isaías 61.1-2. Ademais, Maria não poderia ser
salvadora e ao mesmo tempo precisar de salvação. Leiam mais uma vez: “Disse,
então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em
Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua SERVA…” (Lucas 1.46-48,
com realce de minha parte). Já o nosso Salvador Jesus Cristo nunca se dirigiu
ao Pai declarando-se necessitado de salvação. Quando a santa Maria fez esta
oração, com plena convicção e segurança, ela igualou-se a todos os homens e
mulheres herdeiros da natureza pecaminosa originada na desobediência de Adão e
Eva. Nivelou-se a todos os mortais. Jesus não pensava diferente. Quando alguém
lhe disse que sua mãe e seus irmãos “estão lá fora e querem falar-te”, Ele
respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para
os discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que
fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”
(Mateus 12.47-50). Em Lucas 8.21, a resposta de Jesus está assim: “Minha mãe e
meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam” (veja também
Marcos 3.35). Somente são membros da família de Deus os que ouvem e obedecem a
Palavra de Deus. Jesus ressaltou aqui a necessidade de fé obediente,
necessidade esta a que estavam sujeitos, também, sua mãe e seus irmãos. “Quando
recebeu o recado do lado de fora, Jesus respondeu de uma maneira que não
desprestigia, nem por um momento, a santidade das relações familiares. Ele
asseverou que os laços que unem espiritualmente a família de Deus são mais
seguros e mais preciosos, pois se baseiam na obediência à vontade divina” (O
Novo Comentário da Bíblia, 1990, Edições Vida Nova). A Trindade é soberana, autossuficiente, onipresente, onisciente, onipotente, imutável e eterna Não
precisa, portanto, do auxílio de santos falecidos para executar seu plano de
redenção. Na história contada por Jesus, conforme Lucas 16.19-31, os santos
Lázaro e Abraão não se sentiram em condições de prestarem qualquer assistência
aos irmãos do rico, que estava em tormentos. Abraão não acenou nem com a hipótese
interceder por eles, mas indicou o caminho mais seguro: ouvir a Palavra de
Deus. Ouvir e obedecer. Obedecer e permanecer.
6) Veneramos a imagem de Maria como alguém que
venera os retratos de familiares falecidos.
Contestação – Esse argumento é um dos mais ingênuos. Ninguém em
sã consciência adota os seguintes procedimentos com relação às fotografias de
seus familiares falecidos: não as carrega em procissão; não canta louvores
diante delas; não se ajoelha aos seus pés, nem na sua presença faz inclinação com
o corpo em sinal de reverência; não faz qualquer pedido a esses mortos, salvo
se numa sessão espírita; não usa essas fotos como amuletos, para alcançar algum
benefício espiritual ou material. Por isso, o uso que fazemos dos retratos de
entes queridos é completamente diferente do uso que os católicos fazem das
imagens dos santos.
7) “Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de
graça, o Senhor é contigo” (Lucas 1.28).
Diz a Tradição: “Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel
o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade
perene. Quando a Igreja chama Maria de “Imaculada Conceição” quer dizer que a
mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta – por graça divina – do
pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado
de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido
chamando-a de “cheia de graça”. Pois, onde existe esta “graça transbordante” não pode coexistir o
pecado” (Extraído de um site de apologética católica).
Contestação – Somente nas traduções católicas romanas lê-se
“Salve, cheia de graça”, para Lucas 1.28. A interpretação mais correta é
“Salve, muito favorecida” ou “Salve agraciada”.
Maria “achou graça diante de Deus” (Lucas 1.30). É bom lembrar
que a graça de Deus se derrama sobre todos os santos – os salvos em Cristo – de
forma abundante: “Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça…” (2
Coríntios 9.8), porque “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do
dom de Cristo” (Efésios 4.7). “Porém, onde abundou o pecado, a graça
transbordou” (Romanos 5.20).
A santa Maria não possui graça em si mesma. A graça foi trazida
por Jesus (Jo 1.17; Rm 3.24; Tt 2.11). Ela é digna do nosso respeito, sim, mas
somente o Filho é digno da nossa adoração.
Maria não entendeu que a saudação do anjo a colocaria na
situação de IMACULADA, como pensam os romanistas. Por isso, na sua humildade
ela clamou por salvação, assim: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito se alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua
serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada”
[feliz] (Lucas 1.46-48).
8 – Por que os católicos cultuam Maria e os
Santos, quando está escrito que Jesus é o único Mediador?
Diz a Tradição: “Realmente, São Paulo afirma em sua primeira
epístola a Timóteo (2.5), que “há um só Deus e há um só mediador entre Deus e
os homens que é Jesus Cristo”. Essa afirmação não exclui que possa haver outros
mediadores secundários, pois o próprio Apóstolo dos Gentios é o primeiro a
pedir a intercessão de outros junto a Deus. Assim, diz aos romanos: “Rogo-vos,
pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito Santo, que
me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus” (Rm 15.30).
Contestação – Se a Palavra diz que só há um Mediador é porque só
há um Mediador. A afirmação exclui a possibilidade de haver outros mediadores.
Os exemplos citados se referem a vivos intercedendo por vivos, e não vivos
pedindo a intercessão de pessoas falecidas. Este procedimento mais se apropria
ao espiritismo.
9 – “Com relação à expressão “Filho
primogênito”, cumpre ressaltar, diz a Tradição, que entre os orientais
(até mesmo hoje em dia em vários países) o primeiro filho nascido de um
matrimônio tinha uma ascendência moral sobre todos os outros irmãos e irmãs que
viessem a nascer. Assim se ressaltava que era o primogênito, ainda que ele
viesse a ser o filho único. Por isso vê-se aparecer frequentemente nas Sagradas
Escrituras a expressão “primogênito”: “todo o primogênito do sexo masculino
será meu” (Ex 34, 19-20); “Resgatarás o primogênito dos teus filhos: e não
aparecerás na minha presença com as mãos vazias” (Num 18, 15). A expressão
“filho primogênito” em São Lucas é entendida assim, e o foi pela Tradição oral
durante quase um milênio e meio, até surgir Lutero, que “descobriu” esse
detalhe para tentar “provar” que Maria não permaneceu virgem”.
Contestação – A questão do filho primogênito. O dicionário
Aurélio diz. “Primogênito: Que ou aquele que foi gerado antes dos outros. Que
ou o que é o filho mais velho”. Vejamos os exemplos bíblicos: (a) Gn 27.19:
“Jacó disse: eu sou Esaú, teu primogênito”. A palavra aqui está no sentido
próprio, como aquele que nasceu em primeiro lugar, o primeiro dentre outros.
(b) Êx 22.29: “O primogênito de teus filhos me darás”. Ou seja: o primeiro dos
filhos (veja Ex 34.20); (c) Nm 3.40: “Conta todo primogênito varão dos filhos
de Israel”; (d) 1 Rs 16.34: “Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó;
morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou: e, morrendo Segupe, seu último, pôs
as suas portas”. Segupe foi o filho mais novo de Hiel, e Abirão, o primogênito,
ou seja, o primeiro. (e) Rm 8.29: … “o primogênito entre muitos irmãos”. Não se
pode aludir, então, que a Bíblia quando fala em PRIMOGÊNITO está falando de
filho único. O primogênito pode ser o único, se não vierem outros, mas no caso
de Maria, não foi assim. A Bíblia registra que Jesus teve outros irmãos. Logo,
acertadamente o evangelista Lucas registrou: “E deu à luz o seu filho
PRIMOGÊNITO…”. Quando este evangelho foi escrito (60-63 d.C.) Maria já havia
dado à luz outros filhos (Mt 13.55-56).
10 – “Apareceu em seguida um grande sinal no
céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma
coroa de doze estrelas” (Ap 12.1) Extraímos os seguintes comentários de uma página de
apologética católica:
“No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a
Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O
Apocalipse descreve que esta mulher “estava grávida e (…) deu à luz um Filho,
um menino, aquele que deve reger todas as nações…” (Ap 12.2,5).
Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a
Santíssima Virgem? (cf. Is 7.14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é
símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve “grávida” de Jesus
Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a
sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em
outro lugar está escrito: “O Dragão vendo que fora precipitado na terra,
perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino” (Ap 12.13 ). A Igreja teria dado à
luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é
unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou “o menino”
prometido (cf. Is 9.5). Diz ainda a Sagrada Escritura que: “(o Dragão)
deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (…) para lhe devorar o
Filho (…) A Mulher fugiu para o deserto, onde (…) foi sustentada por mil
duzentos e sessenta dias” (AP 12.4, 6). De fato, o demônio maquinou contra a
vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria
fugiu então com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente
mil e duzentos e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano 7 AC, ano do
nascimento de Jesus, conforme atualmente se acredita, até março-abril do ano 4
AC, ano da morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos
quais foi sustentada pela Providência…” Contestação – Vejamos o que diz a
palavra oficial da Igreja Católica, contrapondo-se ao que acima foi dito:
1) “A cena corresponde a Gn 3.15-16. A mulher dá a luz na dor
(v.2) aquele que será o Messias (v.5). Ela é tentada por Satanás (v.9; cf.
20.2) que a persegue, bem como a sua descendência (vv. 6,13,17). ELA REPRESENTA
O POVO SANTO dos tempos messiânicos (Is 54;60;66.7; Mq 4.9-10) e portanto a
Igreja em luta. É possível que João pense também em Maria, a nova Eva, a filha
de Sião, que deu nascimento ao Messias (cf.Jo 19.25+)”. (Realce acrescentado.
Comentários de A Bíblia [católica] de Jerusalém, Soc. Bíblica Católica
Internacional e Paulus).
2) “Uma mulher: NÃO É O SÍMBOLO DA SS. VIRGEM, mas sim o do Povo
de Deus, primeiro Israel, que deu ao mundo Jesus Cristo segundo a carne e
depois o “Israel de Deus”, i.e. a Igreja que enfrentaria as perseguições do
Dragão. O sol, a lua e as estrelas são apenas figuras para expressar seu
esplendor. POR ACOMODAÇÃO A IGREJA APLICA ESTE V. À SS. VIRGEM” (Realce
acrescentado. Comentários da Bíblia [católica] Sagrada, tradução do padre Antônio Pereira de Figueiredo, com notas do Monsenhor José Alberto L. de Castro
Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, 1964).
Comentários – 1) A contestação aos argumentos iniciais é dada
pela própria Igreja Católica. Ou o Vaticano mudou de ideia e agora admite que
Maria é a “mulher revestida de sol”, ou está havendo um descompasso entre o que
essa Igreja ensina e o que seus fiéis aprendem. Ao final dos comentários 1 e 2
acima, nota-se uma tentativa de forçar uma interpretação que reforce a justificativa
do culto a Maria. As expressões “é possível que João pense” e “por acomodação a
Igreja” estão fora de sintonia com o restante do enunciado, onde lemos a
afirmação categórica de que a “mulher” de Apocalipse 12 nada tem a ver com a
santa Maria.
2) Em linhas gerais, a palavra oficial da Igreja Católica não
difere da dos evangélicos. Vejam: “Esta mulher [de Ap 12.1] simboliza os fiéis
de Israel, através dos quais o Messias (i.e., o menino Jesus, vv.2,4,5) veio ao
mundo (cf. Rm 9.5). Isso é indicado não somente pelo nascimento do menino, mas
também pela referência ao sol e à lua (ver Gn 37.9-11) e às doze estrelas, que
naturalmente se referem às doze tribos de Israel”. “Ap 12.6 A mulher fugiu –
Aqui, a mulher simboliza os fiéis de Israel na última parte da tribulação
(cf.os 1260 dias, metade exata do período da tribulação). Durante a tribulação,
esses fiéis de Israel, judeus tementes a Deus, opor-se-ão à religião do
Anticristo. Examinando com sinceridade as Escrituras, eles aceitam a verdade de
que Jesus Cristo é o Messias (Dt 4.30,31; Zc 13.8,9). São socorridos por Deus
durante os últimos três anos e meio da tribulação, e Satanás não poderá
vencê-los (ver vv.13-16, de Ap 12). Quem de Israel aceitar a religião do
Anticristo e rejeitar a verdade bíblica do Messias será julgado e destruído nos
dias da grande tribulação (ver Is 10.21-23;Ez 11.17-21; 20.34-38; Zc 13.8,9)”
(Bíblia de Estudo Pentecostal, João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida,
1995).
OS IRMÃOS DE JESUS
Os “irmãos de Jesus”, de que fala a Bíblia, seriam apenas seus
primos? José continuou sem conhecer sua esposa mesmo depois do nascimento de
Jesus? O que dizem os comentaristas nas bíblias aprovadas pela Igreja Católica?
É admissível supor que os irmãos de Jesus, que não criam nele, fossem seus apóstolos?
Tentaremos encontrar respostas para essas indagações. Usaremos as seguintes
versões bíblicas:
(a) A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Paulus Editora, 1973, 8a impressão em
janeiro/2000, rubricada em 1.11.1980 por Paulo Evaristo Arns, Arcebispo
Metropolitano de São Paulo. O trabalho de tradução foi “realizado por uma
equipe de exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores
literários”. Nas referências, será assim mencionada: Bíblia de Jerusalém.
(b) BÍBLIA SAGRADA, Edição Ecumênica, tradução do padre Antônio
Pereira de Figueiredo; notas e dicionário prático pelo Monsenhor José Alberto
L. de Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro; edição aprovada pelo
cardeal D. Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro; BARSA, 1964.
Nas referências, será designada assim: Bíblia [católica] Sagrada.
(c) BÍBLIA APOLOGÉTICA, João Ferreira de Almeida, Corrigida e
Revisada, ICP Editora, 2000, notas do Instituto Cristão de Pesquisas. Será
assim indicada: Bíblia Apologética.
(d) BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Almeida, revista e corrigida,
Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), 1995. será referida: Bíblia de
Estudo Pentecostal.
Inicialmente, veremos os versículos que falam dos “irmãos de
Jesus”, extraídos da Bíblia [católica] de Jerusalém:
“Não é ele o filho do carpinteiro? E não se chama a mãe dele
Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas
entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? E se escandalizavam dele.
Mas Jesus lhes disse: “Não há profeta sem honra, exceto em sua pátria e em sua
casa” (Mateus 13.55-58; Marcos 6.3-6).
“Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos
estavam fora, procurando falar-lhe. Jesus respondeu àquele que o avisou: “Quem
é minha mãe e quem são meus irmãos?” E apontando para os discípulos com a mão,
disse: “Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos, porque aquele que fizer a
vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”. (Mateus
12.46-50; Marcos 3.32-35; Lucas 8.19-21).
“Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos e
seus discípulos, e ali ficaram apenas alguns dias”. (João 2.12).
“Aproximava-se a festa judaica das Tendas. Disseram-lhe, então,
os seus irmãos: ‘Parte daqui e vai para a Judéia, para que teus discípulos
vejam as obras que fazes, pois ninguém age às ocultas, quando quer ser
publicamente conhecido. Já que fazes tais coisas, manifesta-te ao mundo!’ Pois
nem mesmo os seus irmãos criam nele”(João 7.2-5).
“Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde
costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e
Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho [nota de Sola Scriptura-TT: o
correto é “irmão de”, em itálicas] de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com
algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele”
(Atos 1.13-14). Comentários da Bíblia de Jerusalém: “O apóstolo Judas é
distinto de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de Tiago
(Judas 1). Não se deve também, parece, identificar o apóstolo Tiago, filho de
Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)”.
“Não temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher
cristã, como os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e Cefas?” (1 Coríntios
9.5).
“Em seguida, após três anos, subi a Jerusalém para avistar-me
com Cefas e fiquei com ele quinze dias. Não vi nenhum apóstolo, mas somente
Tiago, o irmão do Senhor. Isto vos escrevo e vos asseguro diante de Deus que
não minto” (Gálatas 1.18-20). Comentários da Bíblia de Jerusalém: “Outros
traduzem: “a não ser Tiago”, supondo que Tiago faça parte dos Doze e se
identifique com o filho de Alfeu (Mt 10.3p), ou tomando “apóstolo” em sentido
lato (cf.Rm 1.1+)”.
A Igreja Católica assim se manifestou em seu Catecismo:
“A isto objeta-se por vezes que a Escritura menciona irmãos e
irmãs de Jesus. A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam
outros filhos da Virgem Maria: Com efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus”
(Mateus 13.55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo (Mateus 27.56),
que significativamente é designada como “a outra Maria” (Mateus 28.1). Trata-se
de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo
Testamento (Gênesis 13.8; 14.16; 29.15, etc.)” (Catecismo da Igreja Católica,
p. 141. # 500).
De uma página de apologética católica na Internet colhemos a
seguinte explicação extraoficial: “São Lucas esclarece que Tiago e Judas eram
filhos de Alfeu ou Cléofas (Lucas 6.15-16). Portanto o eram também José e
Simão. Mas não Jesus, que sabemos era filho de “José, o carpinteiro”.
Portanto, não poderiam ser irmãos carnais. Por outro lado, São
Mateus dá o nome da mãe deles: “Entre as quais estava… Maria, mãe de Tiago e de
José” (Mateus 27.56). Não se pode confundir esta Maria com sua homônima, esposa
de José, o carpinteiro. São João deixa bem clara essa distinção: “Junto à cruz
de Jesus estava sua mãe e a irmã (prima) de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas”
(João 19.25), cuja filha se chamava Maria Salomé. São as bem conhecidas “três
Marias”. Aliás, atualmente os protestantes mais cultos já nem levantam mais
essa objeção”.
Vejamos agora quais as “Marias” citadas nos evangelhos (Bíblia
[católica] de Jerusalém):
Na crucificação
“Estavam ali muitas mulheres, olhando de longe. Haviam
acompanhado Jesus desde a Galiléia, a servi-lo. Entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27.56).
“E também ali estavam ali algumas mulheres, olhando de longe.
Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé”
(Mc 15.40). Comentário da referida Bíblia:
“Provavelmente, [Salomé] é a mesma que Mt 27.56 denomina a mãe
dos filhos de Zebedeu”.
“Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de
sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena” (Jo 19.25). Comentários da
referida Bíblia, referindo-se “a irmã de sua mãe”: “Ou se trata de Salomé, mãe
dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 27.56p) ou, ligando essa denominação ao que se
segue, “Maria, mulher de Clopas”.
Na ressurreição
“Após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria
Madalena e a outra Maria vieram ver o sepulcro” (Mt 28.1). Comentário da
referida Bíblia sobre a “outra Maria”: “Isto é, “Maria [mãe] de Tiago” (Mc
16.1; Lc 24.10; cf. Mt 27.56)”.
“Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e
Salomé compraram aromas para ir ungi-lo” (Mc 16.1-2).
“Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago” (Lc 24.10),
Vejamos agora quais os “Tiagos” citados nos evangelhos, conforme
consta do Dicionário na parte final da Bíblia [católica] Sagrada, item “b”
retro:
1. Tiago – “O Maior (mais velho), filho de Zebedeu e Salomé e
irmão de São João Evangelista (Mt 4.21). era de Betsaida na Galiléia, pescador
(Mc 1.19) e companheiro de São Pedro como seus irmãos (Lc 5.10).”
2. Tiago – “O Menor (mais moço), filho de Alfeu ou Cléofas (Mt
10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25). Foi chamado “irmão do
Senhor” (Gl 1.19), no sentido semita [relativo aos judeus] que tem essa palavra
que pode se aplicar aos primos e outros consanguíneos em linha colateral mais
afastados, e até mesmo aos simples conacionais. Tiago Menor era primo de Jesus
por ser sobrinho de S. José. N. Senhor apareceu-lhe uma semana depois da
Ressurreição (1 Co 15.7). Foi o primeiro bispo de Jerusalém depois da dispersão
dos Apóstolos. O fato de Paulo o ter procurado (Gl 1.19) e de ter ele feito o
discurso final no Concílio de Jerusalém parece provar isto (At 15.13) Foi morto
no Templo por instigação do sumo Sacerdote Anás II, tendo sido lançado de uma
galeria e espancado até à morte (62 depois de Cristo)”.
3. Epístola de S. Tiago – “Uma das epístolas católicas atribuída
a São Tiago, o menor…”
Vejamos agora quais os “Judas” citados nos evangelhos, segundo
Dicionário da Bíblia [católica] Sagrada, item “b” retro:
1. Judas – “Habitante de Damasco que hospedou S.Paulo (At
9.11)”.
2. Judas Iscariotes – “O Apóstolo que traiu N. Senhor (Mt 10.4;
Mc 3.19; Lc 6.16). Iscariot quer dizer “homem de Cariot”, aldeia de Judá”.
3. Judas Tadeu – “Um dos doze apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc
6.16; Jo 14.22). É o irmão de Tiago o Menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor
(At 1.13); Mt 13.55; Mc 6.3)”.
4. Epístola de S. Judas Tadeu – Um dos livros canônicos do Novo
Testamento, classificado entre as chamadas “Epístolas Católicas”. [Nota de Sola Scriptura-TT: a
epístola foi escrita por Tiago, o irmão de Jesus]
A partir dessas informações surgem algumas indagações:
Primeiro – Os apóstolos Tiago (o Menor) e Judas (Tadeu) são os
mesmos chamados de “irmãos de Jesus” em Mateus 13.55 e Marcos 6.3? Que dizem as
bíblias católicas retrocitadas?
O que vimos foram interpretações discordantes. A Bíblia de
Jerusalém diz nos comentários sobre Atos 1.13 que “o apóstolo Judas é distinto
de Judas, irmão de Jesus”, isto é, não são a mesma pessoa, ou seja, o apóstolo
Judas é uma pessoa e o irmão de Jesus, com idêntico nome, é outra pessoa. No
mesmo passo, diz que o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, não é o mesmo Tiago,
irmão do Senhor. Reiterando a sua posição, referida Bíblia afirma nos
comentários sobre Gálatas 1-18-20: “Outros traduzem: “a não ser Tiago”, supondo
que Tiago faça parte dos Doze e se identifique com o filho de Alfeu (Mt 10.3p),
ou tomando “apóstolo” em sentido lato (cf. Rm 1.1+)”.
Por outro lado, a Bíblia Sagrada, católica, como discriminada no
início deste trabalho, assume posição diferente. O dicionário que compõe essa
Bíblia diz que “Tiago, o Menor, filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 19.3; Mc 3.18; Lc
6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25), foi chamado “irmão do Senhor”. Diz mais
que “Tiago Menor era primo de Jesus por ser sobrinho de S.José”.
Confirmando, diz que “Judas Tadeu, um dos apóstolos (Mt 10.3; Mc
3.18…) é o irmão de Tiago, o Menor, e “irmão”, isto é, primo do Senhor (At
1.13; Mt 13.55; Mc 6.3)”. O descompasso é lamentável, a menos que se configure aí
o “livre-exame” – situação em que comentaristas ou exegetas católicos
interpretam livremente os textos bíblicos sem guardar coerência com a cúpula do
Vaticano.
No particular, concordo plenamente com a Bíblia [católica] de
Jerusalém. Os irmãos de Jesus (Mt 13.55 e Mc 6.3, etc.), não foram apóstolos ou
mesmo discípulos, pelo seguinte:
a) Os irmãos de Jesus não criam nEle. No registro de João 7.2-5
nota-se claramente essa incredulidade. Entende-se, também, que Jesus evitou a
companhia deles nesse episódio (Jo 7.8-10). Ao dizerem “para que teus
discípulos vejam as obras que fazes” seus irmãos se excluíram do rol dos
seguidores de Jesus. Ademais, Jesus não iria escolher para apóstolo alguém que
não cria nEle.
b) A Bíblia estabelece distinção entre ser discípulo e ser irmão
de Jesus (Jo 2.12; At 1.13-14; 1 Co 9.5; Gl 1.18-20). Por exemplo, em certa
ocasião Jesus estava com seus discípulos em determinado local, e lá fora
estavam sua mãe e seus irmãos (Mt 12.46-50; Mc 3.32-35; Lc 8.19-21).
Segundo – A tia de Jesus – irmã de sua mãe Maria – era Salomé,
mãe dos filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas?
Vejamos mais uma vez o que relata João 19.25: “Perto da cruz de
Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas,
e Maria Madalena”.
A frase como está admite duas interpretações. A primeira é a de
que “a irmã de sua mãe” é uma pessoa, e Maria, mulher de Cléofas, outra. A
segunda hipótese é a de que o nome da tia de Jesus é Maria, a mulher de
Cléofas. A Bíblia [católica] de Jerusalém concorda comigo quando diz: “Ou se
trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27.56) ou, ligando essa
denominação ao que se segue, “Maria, mulher de Clopas”.
A Bíblia Sagrada, edição católica, afirma no seu “dicionário”
que:
“Maria de Cléofas” é irmã da SS. Virgem Maria, i.e. sua prima,
pois em hebraico a palavra tem um sentido mais lato. Segundo uns seria a mãe de
Tiago (o menor), José, Simão e Judas Tadeu e esposa de Cléofas também chamado
Alfeu (Mt 27.56; Mc 3.18; 6;3; 15.40). Segundo outros são duas pessoas com o
mesmo nome, uma, irmã de S. José, seria a esposa de Alfeu e mãe de Tiago Menor
e José; e a outra seria cunhada de S. José por ser casada com Cléofas, irmão de
S. José, e seria a mãe de Simão e Judas Tadeu. Como quer que seja, uma Maria de
Cléofas e uma Maria, mãe de Tiago, aparecem nos Evangelhos como tendo
acompanhado o Senhor até o Gólgota e preparado os aromas… (Jo 19.25; Lc 24.10;
Mt 28.9)”.
Terceiro – De quem seriam filhos os irmãos de Jesus?
Não eram filhos de Zebedeu e de sua provável mulher Salomé,
porque os filhos destes eram João e Tiago (Mt 4.21). Ora, os irmãos de Jesus
foram Tiago, José, Simão e Judas, afora algumas irmãs (Mt 13.55-56, Mc 6.3).
João está excluído dessa relação. Além disso, os irmãos de Jesus não criam nEle
(Jo 7.5). Logo, João, apóstolo, não foi seu irmão. Não eram filhos de Maria,
mulher de Alfeu ou Cléofas, cujo filho Tiago, o menor, foi apóstolo (Mt 10.3;
Mc 15.40), e como tal não poderia ser irmão de Jesus, porque estes não criam
nEle (Jo 7.5). Ademais, não consta que Tiago, José, Simão e Judas, irmãos do
Senhor, fossem filhos do referido casal.
A Bíblia [católica] de Jerusalém é de parecer semelhante quando
diz: “O apóstolo Judas é DISTINTO de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc
6.3) e irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece, IDENTIFICAR o
apóstolo Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13,
etc)”. Realce acrescentado. Contrapondo-se, a outra Bíblia, católica, diz que
Judas, apóstolo, é o irmão de Tiago o menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor
(Mt 13.55; Mc 6.3). Ou seja, Tiago e Judas, eram ao mesmo tempo irmãos (ou
primos) e apóstolos.
Se os irmãos de Jesus não eram filhos de Zebedeu, nem o eram de
Alfeu, seria da tia de Jesus, não devidamente identificada em João 19.25? Não
pode ser porque essa tia de Jesus já foi devidamente identificada pelo
catolicismo, ao dizer que ou se chamava Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, ou
era Maria, mulher de Cléofas.
Vamos agora ler o que dizem outros comentaristas a respeito dos
irmãos de Jesus.
IRMÃOS DO SENHOR – “Aqueles de quem se fala em Mateus 12.46 e
13.55, e outros lugares, como irmãos de Jesus, seriam filhos de José e Maria?
Segundo uma opinião que já vem do segundo século pelo menos, esses “irmãos de
Jesus” eram filhos de um primeiro matrimônio de José. Mais tarde foram, por
alguns críticos considerados primos do nosso Salvador. Podem, contudo, ter sido
filhos de José e Maria. Em todas as passagens, menos uma, em que esses irmãos
de Jesus são mencionados nos Evangelhos, acham-se associados com Maria. Se eram
eles filhos mais velhos de José, não seria então Jesus o herdeiro do trono de
Davi, segundo as nossas noções de primogenitura. Eles não acreditavam em Jesus
no princípio da Sua missão, e até, segundo parece (Jo 7.5), depois que os
apóstolos foram escolhidos; e por essa razão eles não puderam ser do número dos
Doze, dos quais, na verdade, eles particularmente se distinguem, quando num
período posterior são vistos na companhia deles (At 1.14). Não devem, portanto,
ser confundidos com os filhos de Alfeu, embora tenham os mesmos nomes. Além
disso, as palavras “filho” e “mãe”, sendo empregadas nesta passagem (Mt 13.55)
no seu natural e principal sentido, semelhantemente devem ser tomados os nomes
“irmão” e “irmã” , pelo menos, até ao ponto de excluir o termo “primo”.
O fato de terem os filhos de Alfeu, bem como os irmãos do
Senhor, os nomes de Tiago, José e Judas, nada prova, visto que esses nomes eram
muito vulgares nas famílias judaicas. Estranha-se que não fossem lembrados
estes irmãos, quando Jesus confiou a sua mãe aos cuidados de João; mas isso
explica-se pela razão de que a esse tempo ainda eles não criam Nele. A
conversão deles parece ter sido quando se realizou a aparição de Jesus a Tiago,
depois da Sua ressurreição (1 Co 15.7).” (Dicionário Bíblico Universal, pelo
Rev Buckland, Editora Vida, 1993).
IRMÃOS DO SENHOR – “Relação de parentesco atribuída a Tiago,
José, Simão e Judas, Mt 13.55;Mc 6.3, que aparecem em companhia de Maria, Mt
12.47-50; Mc 3.31-35; Lc 8.19-21, foram juntos para Cafarnaum no princípio da
vida pública de Jesus, Jo 2.12, mas não creram nele senão no fim de sua
carreira. Jo 7.4,5. Depois da ressurreição, eles se acham em companhia dos
discípulos, At 1.14, e mais tarde os seus nomes aparecem na lista dos obreiros
cristãos, 1 Co 9.5. Tiago, um deles, salientou-se como líder na Igreja de
Jerusalém, At 12.7; 15.13; Gl 1.19; 2.9, e foi autor da epístola que traz o seu
nome. Em que sentido eram eles irmãos de Jesus? Tem sido assunto de muitas
discussões. Nos tempos antigos, julgava-se que eram filhos de José, do primeiro
matrimônio. O seu nome não aparece mais na história do evangelho. Sendo José
mais velho que Maria é provável que tivesse morrido logo e que tivesse casado
antes. Esta opinião é razoável, mas em face das narrativas de Mt 1.25 e Lc 2.7,
não é provável. No quarto século, S. Jerônimo deu outra explicação, dizendo que
eram primos de Cristo, pelo lado materno, filhos de Alfeu ou Cléofas com Maria,
irmã da mãe de Jesus. Esta explicação se infere, comparando Mc 15.40 com Jo
19.25, e a identidade dos nomes Alfeu e Cléofas. Segundo esta ideia, Tiago,
filho de Alfeu, e talvez Simão e Judas, contados entre os apóstolos, fossem
irmãos de Jesus. Porém, os apóstolos se distinguiam dos irmãos, estes nem ao
menos criam nele, e não é provável que duas irmãs tivessem o mesmo nome. Outra ideia muito antiga é que eles eram primos de Jesus pelo lado paterno e outros
ainda supõem que eram os filhos da viúva do irmão de José, Dt 25.5-10. Todas
estas opiniões ou teorias parecem ter por fim sustentar a perpétua virgindade
de Maria.
O que parece mais razoável e mais natural é que eles eram filhos
de Maria depois de nascido Jesus. Que esta teve mais filhos é claramente
deduzido de Mt 1.25 e Lc 2.7 que explica a constante associação dos irmãos do
Senhor com Maria” (Dicionário da Bíblia, John D. Davis, 21a Edição/2000,
Confederação Evangélica do Brasil).
SEUS IRMÃOS – “Não há razão para supor que estes irmãos, tanto
como as irmãs mencionadas (Mt 13.55-56), não eram filhos de José e Maria” (O
Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Nova Vida, 1990, 9a Edição).
IRMÃOS DO SENHOR (Mateus 12.46-50) – “Por insistir na teoria da
virgindade perpétua de Maria, o Catolicismo Romano os levou a explicar
erroneamente o sentido da expressão irmãos. Assim, eles acreditam que Jesus não
tinha irmãos no verdadeiro sentido dessa palavra e o grau de parentesco que ela
exprime. No entanto, esse raciocínio não desfruta de nenhum apoio
escriturístico. A Bíblia é clara ao afirmar que Jesus tinha quatro irmãos, além
de várias irmãs (Mt 13.55,56; Mc 3.31-35; 6.3; Lc 8.19-21; Jo 2.12; 7.2-10; At
1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19). A teoria desenvolvida pelos católicos romanos e por
alguns protestantes, que visa defender que Maria permaneceu virgem, é
totalmente fútil. Esse conceito só passou a fazer parte da teologia muitos
séculos depois de Jesus. Seu objetivo, é claro, era exaltar Maria, criando,
assim, a mariolaria” (Bíblia Apologética, João F. Almeida, ICP Editora, 1a
Edição, 2000).
Quarto – José e Maria se “conheceram” após o nascimento de
Jesus?
A nossa análise terá como base o seguinte registro: “José, ao
despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em
casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E
ele o chamou com o nome de Jesus” (Mateus 1.24-25, Bíblia [católica] de
Jerusalém).
A passagem acima diz claramente que José, atendendo ao anjo,
recebeu em sua casa a sua esposa Maria, e foram viver como marido e mulher.
Está dito que Maria foi a mulher de José; que José não conheceu a sua esposa
enquanto ela estava grávida de Jesus; que Jesus nasceu de uma virgem, porque
José somente conheceu sua mulher – ou seja, teve relações com ela – depois do
nascimento de Jesus.
Católicos há que contestam o que está escrito na Bíblia, e dizem
que “nas Sagradas Escrituras a expressão “até que” é empregada muitas vezes
para indicar um tempo indeterminado, e não para marcar algo que ainda não
aconteceu”. Não iremos nos estender na refutação dessa tese porque as duas
bíblias de início citadas, aprovadas pelo catolicismo, interpretam corretamente
referido versículo, como a seguir:
“Mas [José] não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um
filho, e ele o chamou com o nome de Jesus”: “O texto não considera o período
ulterior [depois do parto] e por si não afirma a virgindade perpétua de Maria,
mas o resto do Evangelho, bem como a tradição da Igreja, a supõem” (Comentário
da Bíblia [católica] de Jerusalém).
Em outras palavras, os exegetas católicos, que trabalharam na
edição da referida Bíblia, reconheceram o óbvio, ou seja, que até o nascimento
de Jesus, José e Maria não se “conheceram”. Todavia, dizem bem quando entendem
que a Tradição “supõe”, isto é, o dogma da perpétua virgindade de Maria é uma
suposição, não uma realidade bíblica. O comentário acima coloca por terra
argumentos outros não oficiais, segundo os quais José não conheceu sua esposa
nem antes nem depois do nascimento de Jesus.
Outro comentário: “Enquanto (ou até que): esta palavra
portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão
calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a
esse limite sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7;Sl 109.1; Mt 12.20; 1
Tm 4.13. A tradução exata seria: “sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz…”,
pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor” (Bíblia [católica]
Sagrada).
O que a Bíblia acima está dizendo em seus comentários é que o
“ATÉ” não foi ALÉM do nascimento de Jesus, ou seja, enquanto grávida e até dar
à luz não houve “conhecimento” mútuo do casal.
Concordando com as Bíblias Católicas, a Bíblia Apologética,
usada pelos evangélicos, assim esclarece: “Veja a preposição “até” em qualquer
concordância bíblica e ficará surpreso a respeito do seu significado. Observe
alguns exemplos: Levíticos 11.24-25: “E por estes sereis imundos: qualquer que
tocar os seus cadáveres, imundo será ATÉ à tarde”. E depois da tarde, eles
permaneceriam imundos? Vejamos agora Apocalipse 20.3: “E lançou-o no abismo, e
ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, ATÉ
que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco tempo”.
Assim, a relação existente antes do nascimento de Jesus se modificou [como se
modificou a situação de Satanás após os mil anos de prisão], não a conheceu até
que ela deu à luz. Essa passagem declara que, depois do nascimento de Jesus,
José Maria tiveram uma vida conjugal normal, como qualquer outro casal. Nenhum
autor do Novo Testamento ensina a doutrina da virgindade perpétua de Maria. Se
se tratasse de uma doutrina ou ensinamento vital ou essencial como requer o
catolicismo romano, certamente Paulo e os outros discípulos teriam mencionado a
respeito. Assim resta ao catolicismo romano apegar-se à tradição, porque a
Bíblia não aceita essa teoria (Colossenses 2.8)”.
A expressão “não coabitou com Maria ATÉ QUE nascesse Jesus” está
muito clara. Ligada à fala do anjo que disse a José que RECEBESSE Maria, sua
mulher, ficou entendido que passado o período da gravidez e do descanso depois
do parto, José e Maria, marido e mulher, continuariam uma vida a dois como
todos os casais do mundo. Assim aconteceu, pois tiveram muitos filhos, conforme
está em Mateus 13.55-56. José e Maria constituíram um casal muito feliz e foram
abençoados por Deus. E por ter filhos, por amar o seu esposo, por ter sido mãe,
Maria não pecou nem perdeu a sua santidade. Maternidade e santidade podem
caminhar juntas, sem que uma prejudique a outra.
Sexo no casamento não é pecado.
Quinto – Houve ordem divina para que José não “conhecesse” sua
mulher?
Se não havia a intenção formal nem de José nem de Maria de
viverem sem relações íntimas, embora residissem sob o mesmo teto, teria havido
alguma ordem divina nesse sentido? O leitor deverá ler cuidadosamente Mateus
1.18-25 e Lucas 1.26-38 para verificar a inexistência de qualquer tipo de
impedimento. A resposta de Maria ao anjo – “Como é que vai ser isso, se eu não
conheço homem algum?” (Lc 1.34) – pode ser interpretada como um voto de
virgindade? A Bíblia [católica] de Jerusalém, em seus comentários, responde: “A
“virgem” Maria é apenas noiva (v.27) e não tem relações conjugais (sentido
semítico de “conhecer”, cf. Gn 4.1; etc.). Esse fato, que parece opor-se ao
anúncio dos vv. 31-33, induz à explicação do v. 35. NADA NO TEXTO IMPÔE A IDÉIA
DE UM VOTO DE VIRGINDADE” (realce acrescentado).
Sexto – O que diz a Igreja Católica sobre o Matrimônio?
a) “Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente
são honestos e dignos e a sexualidade é fonte de alegria e prazer”? (Catecismo
da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por que com Maria seria diferente?
b) “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio:
o bem dos cônjuges e a transmissão da vida”, pois que “esses dois significados
ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual
do casal” (C.I.C. p. 612, # 2363). Por que com o casal José e Maria seria
diferente? Esses “valores” não diziam respeito também a eles?
c) “A sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem
nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”?
(C.I.C., p. 615, # 2373). Por que Maria não podia ter muitos filhos?
d) “Exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca
e abre-se à fecundidade”? (C.I.C. p. 449 #1643). Por que doação recíproca e
fecundidade deveriam ficar fora do casamento de José e Maria?
e) “O instinto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua
índole natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos… e por causa
dessas coisas são como que coroados de sua maior glória”? Se “os filhos são o
dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos
próprios pais… pois “Deus mesmo disse: “Crescei e Multiplicai” (Gn 2.18)”
(C.I.C. p.452 #1652). José e Maria não deveriam crescer e multiplicar? Eles não
tinham essa índole natural à procriação?
f) “A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o
homem e a mulher, e no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um
sinal de um penhor de comunhão espiritual”? (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles
não podiam?
Além das considerações sobre o matrimônio, acima registradas,
expendidas pela Igreja Católica, o apóstolo Paulo adverte que “Por causa da
prostituição cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio
marido”; “a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o
marido”; e que “não vos defraudeis [negar relação íntima] um ao outro, senão
por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; mas que
“depois ajuntai-vos outra vez para que Satanás não vos tente por causa da
incontinência [ausência de relações sexuais]”, (1 Coríntios 7.2-5). A
abstinência do casal José e Maria não estaria fora dos propósitos de Deus?
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
1) Lemos em João 2.12: “Desceu [Jesus] a Carfanaum, com sua mãe,
seus irmãos e seus discípulos. E ficaram ali muitos dias”. Não pode ser outro o
entendimento: Jesus com sua família, a mãe com seus filhos ficaram muitos dias
naquela cidade. Não há como forçarmos uma interpretação que nos levaria a
pensar que Maria, não tendo filhos com José, resolvera criar seis ou mais
parentes. Vejam também a distinção entre “discípulos” e “irmãos”.
2) Quando o termo “irmãos e irmãs” é empregado em conjunto com
“pai” ou “mãe”, o sentido não pode ser o de primos e primas, mas de irmãos biológicos,
filhos de um mesmo pai ou mãe. Exemplo: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer
a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26).
3) Vejamos quais as palavras usadas no grego – a língua original
do Novo Testamento – para designar IRMÃOS, IRMÃS, PARENTES, PRIMOS e SOBRINHOS,
conforme a Concordância Fiel do Novo testamento, dois volumes, Editora Fiel, 1a
Edição, 1994:
Adelphos – Usada 343 vezes para designar pessoas que têm em
comum pai e mãe, ou apenas pai ou mãe; indicar duas pessoas que têm um
ancestral comum ou que faz parte do mesmo povo, ou membros da mesma religião.
Com essa palavra são nomeados os irmãos de Jesus (Mt 12.46-4813.55; Mc 6.3; Jo
2.12; 7.3,5,10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1).
Adelphe – O termo é traduzido 26 vezes como irmã, indicando
(poucas vezes) a participante de uma mesma fé, e (a maioria dos casos) a filha
de um mesmo pai ou mãe. Foi usado, por exemplo, para designar as irmãs de Jesus
(Mt 13.56; Mc 3.32; 6.3), a irmã da mãe de Jesus (Jo 19.25), as irmãs de
Lázaro, Marta e Maria (Jo 11.1,3,5,28,39).
Syngenis – Usado como o feminino de “parente” para indicar o
parentesco de Maria, mãe de Jesus, com Isabel: “Também Isabel, tua parenta…”
(Lucas 1.36).
Syngenes – Termo usado para designar pessoa consanguínea, da
mesma família, ou da mesma pátria (compatriota). Vejamos alguns dos 11 casos em
que o termo foi usado:
“Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em
sua casa” (Marcos 6.4).
Nota: Quando se trata dos “irmãos de Jesus”, o termo usado é
“adelphos” ou “aldephe”. “Isabel tua parenta [ou prima] concebeu um filho em
sua velhice…” (Lucas 1.36). Nota: Se Isabel fosse irmã de Maria (filhas de pais
comuns) o termo teria sido “adelphe”, de igual modo como foi usado em João
19.25 para designar a irmã da santa Maria.
“… e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos”
(Lucas 2.44).
“Sereis traídos até por vosso pai e mãe, irmãos, parentes,
amigos, e farão morrer pessoas do vosso meio…” (Lucas 21.16). Nota: Muito
importante registrar que nesse versículo são usadas as palavras “adelphos”,
para irmãos, e “syngenes”, para parentes. Entende-se que o termo “adelphos”,
quando associado às palavras pai ou mãe tem o natural significado de filhos
carnais.
Anepsios – Usada somente uma vez para identificar o termo
“primo”, na seguinte passagem: “Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de
prisão, e Marcos, PRIMO de Barnabé…” (Colossenses 4.10, Bíblia [católica] de
Jerusalém). Nota: Havia portanto na linguagem grega palavras para identificar
irmãos, primos e parentes. Logo, se Tiago, José, Simão, Judas e mais algumas
mulheres (Mt 13.55-56; Mc 6.3) fossem parentes de Jesus, e não filhos de Maria,
a palavra grega mais correta seria “anepsios” ou “syngenes”.
4) Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o que está em
Atos 1.13-14: “Tendo chegado, subiram ao cenáculo, onde permaneciam. Os
presentes eram Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus;
Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes
perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe
de Jesus, e com seus irmãos”.
Maria, as outras mulheres e os irmãos de Jesus eram pessoas
distintas dos apóstolos acima citados. Tiago e Judas, irmãos de Jesus, não
estavam incluídos naquela relação. Juntaram-se aos apóstolos naquela ocasião.
Não me parece justo procurarmos outra mãe para os irmãos de
Jesus. A outra Maria, que pode ser a de Alfeu ou Cléofas, era mãe de Tiago e de
José. Vejam: “Maria, mãe de Tiago e de José” (Mt 27.56); “Maria, mãe de Tiago,
o menor, e de José” (Mc 15.40); “Maria, mãe de Tiago” (Lc 24.10); “Tiago, filho
de Alfeu” (Mt 10.3; Lc 6.15; At 1.13). Ora, os irmãos de Jesus se chamavam
Tiago, José, Simão e Judas. O mesmo cuidado com o que os evangelistas Mateus e
Marcos citaram os nomes de todos os irmãos de Jesus, um por um, teria usado
para descrever os filhos dessa Maria. Entretanto, só foram citados Tiago e
José. E Simão, com quem fica? A Bíblia descreve a existência das seguintes
pessoas com esse nome: Simão, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Simão, chamado
Pedro, apóstolo (Mt 4.18; 10.3); Simão, o Zelote, apóstolo (Mt 10.4; Mc 3.18;
Lc 6.15; At 1.13). Ainda há outros com o nome Simão, como por exemplo Simão
Iscariotes, pai de Judas, o traidor (Jo 6.71). A Bíblia com muita propriedade
identifica cada um com o detalhe do apelido ou do parentesco. E Judas? A Bíblia
diz que Judas, apóstolo, era filho deTiago (Lc 6.16). Não há nenhum registro
afirmando que a outra Maria ou Maria, de Cléofas, tenha um filho com o nome de
Judas. É quase certo que o autor da Epístola de Judas seja o irmão do Senhor,
como descrito em Mateus 13.55 e Marcos 6.3, pelos seguintes motivos: 1) Ele não
se apresenta como apóstolo de Cristo, mas como “servo” e irmão de Tiago (Jd
1.1); 2) A sua exortação no v. 17 sugere que ele não fazia parte dos Doze.
Os dados levantados apontam para o entendimento de que Tiago,
Simão, José Judas, e mais algumas mulheres, eram realmente irmãos carnais de
Jesus, filhos de Maria e de José.
Airton Evangelista da Costa, Pastor da Assembleia de
Deus Palavra da Verdade, em Aquiraz (CE)
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