No
estudo “UNIDOS EM UMA SÓ CARNE”, mostramos a razão pela qual o sexo só deve ser
praticado depois do casamento, segundo a Bíblia Sagrada. Hoje quero abordar um
assunto muito delicado para a vida de muitos casais: a prática sexual no
casamento. Infelizmente essa tem sido a causa de muito descontentamento e
fracasso entre maridos e esposas, seja por diferenças de concepções e até mesmo
por preconceitos ou medo por não se está agradando a DEUS. O que fazer, então,
quando se descobre que o marido ou a esposa é uma bênção na Igreja, mas
na cama não atinge aos anseios sexuais? Deve-se continuar o casamento pela
vida inteira pelo simples fato da satisfação social? São perguntas que
pretendemos responder ao longo do nosso estudo.
“Vos
revistais do novo homem que, segundo Deus, é criado na verdadeira justiça e
santidade”. (Efésios 4:24)
Antes,
gostaria de trazer à luz um dado curioso: de muitos atendimentos que fiz nessa
área, os grandes queixumes partiram das mulheres (acredito que 90%), que se
diziam total ou parcialmente insatisfeitas com seus maridos. O mais desolador é
saber que muitas dessas ou já haviam buscado satisfação sexual com outro homem
ou pensavam em fazer. Esse dado é preocupante e curioso por dois aspectos:
primeiro porque ao longo da história, da tradição e visão machistas, sabe-se
que o homem sempre foi conhecido por seu grande apetite sexual; e segundo, que
as mulheres como as mais fiéis. Parece-nos, pela estatística acima, que a
situação mudou. A análise até que faz um certo sentido quando o ser humano é
visto individualmente, nutrido de objetivos egoístas, instintivo, animal. E
isto gera um grande problema se trouxermos a visão egoísta do prazer sexual
para dentro do casamento. De uma forma geral, o homem, por sua natureza, é um
ser extremamente insaciável. Ou seja, ele sempre está querendo mais e mais, e
nunca está satisfeito com o que tem. Em alguns aspectos de vida, isso é muito
bom, mas para o sexo no casamento é uma catástrofe iminente.
Quando
se casam duas pessoas passam a relativar muitas coisas: deixam de comprar
determinadas roupas de grife, não frequentam mais todos os lugares, existe hora
para chegar em casa, enfim, há a notória necessidade de conciliar gostos e
prazeres diferentes, ainda que se tenha que abrir mão de muita coisa, por amor
ao outro. E com o sexo não pode ser diferente. O sexo é produto do amor entre
duas pessoas e, também, precisa ser moldado em algumas diferenças que
porventura venham a surgir.
Quero
começar o estudo chamando a atenção dos meus queridos leitores para duas
palavras centrais presentes em nosso versículo de abertura: justiça e
santidade. Ser justo, dentre as diversas atribuições do casal, é também agradar
sexualmente o outro; ter domínio absoluto do corpo do conjugue em santificação
e honra. O que isso significa na prática? Significa proporcionar prazer e
alegria ao companheiro ou à esposa, sem agressão moral e sem desrespeitar os
princípios cristãos. O caráter de quem pratica o ato sexual em santificação
jamais é instintivo ou autocontemplativo, egocêntrico. O sexo cristão é muito
mais para o benefício do outro do que para o nosso benefício. Daí a razão pela
qual o apóstolo Paulo escreveu: “O marido pague à mulher o que lhe é devido, e
da mesma sorte a mulher ao marido” (1 Cor. 7:3). Sendo assim, não é apenas um
dever de quem está casado, mas também um dos elementos da Justiça de DEUS. Quem
não dar honras sexuais (não por obrigação, mas por amor), peca tanto por não
atender a essa Justiça com plenitude, como por não cumprir uma responsabilidade
matrimonial feita diante de DEUS. Já vimos em outro estudo que a vida sexual de
uma pessoa reflete o estado espiritual da mesma.
E
o que tem acontecido com boa parte dos casais casados? Um ou outro tem trazido
para o leito de prazer comportamento e princípio sexuais completamente
mundanos, de quem ainda não recebeu o Espírito de DEUS, tais como agressão
moral e física consentida, certas práticas animalescas (assistir filmes
pornográficos) etc. Em outro extremo, homens ou mulheres cristãos, que pensam
ter se transfigurado em anjo, também deixam de viver a plenitude sexual no
casamento por pensarem infringir as leis divinas de santidade. Por exemplo:
conheci um caso em que o marido não permitia que a esposa nem olhasse para ele
no momento do ato sexual e nem tocasse em seu corpo. Outro caso: quando a
esposa sugeriu uma nova posição, o marido a taxou de “suja” e “cheia do
espírito de Jezabel”. Tal postura é reflexo do modelo de igreja ortodoxa e
ultrapassada, que influenciou o pensamento de muitos, e na qual o tema sexo era
completamente ignorado. Um caso como esse só pode ser concebido pela ótica da
ignorância e do preconceito com a companheira, onde a mesma é tratada como um
mero objeto de reprodução e de satisfação de um apenas, e também se confunde
submissão com escravidão. Uma pessoa que se casa com a ideia retrógrada do ato
sexual tem muita dificuldade de deixar que o cônjugue participe desse espaço de
comunhão. Por isso, o debate salutar da sexualidade, baseado na Santa Palavra
de DEUS, entre jovens, homens, mulheres, casados e solteiros é tão importante e
deve permear as prioridades essenciais das igrejas cristãs contemporâneas.
Uma
grande falha na vida sexual dos casados é criar uma enorme expectativa de que o
outro tem por obrigação de nos satisfazer plenamente. Esse é o sonho guardado
durante o período do namoro e do noivado. O envolvimento íntimo jamais pode ser
unilateral e se desenvolver repleto de certas cobranças indevidas. As
descobertas dos caminhos que levam ao prazer; o aumento do desejo em estar e
proporcionar alegria são fatores que vão amadurecendo e crescendo ao longo do
tempo. Se o ato sexual deixar de ser encarado dentro de uma concepção egoísta,
a relação se tornará muito mais saudável e o prazer próximo. O que não deve,
repito, é uma das partes ser tratada com desleixo, desrespeito ou preconceito.
Nos casos onde não há uma boa harmonia no ato sexual, sugiro ao casal buscar, o
mais rápido possível, ajuda profissional e pastoral, além de participar de
encontros de casais na igreja. Sexo é uma questão puramente pessoal,
educacional, cultural e espiritual (para os cristãos), que não pode ser imposta
como regra geral, mas que deve ser compartilhada com o companheiro. O que deve
haver, são regras de conduta (moral), cada qual respeitando os anseios que
ambos desejam atingir no ato sexual.
Por
fim, é preciso saber que no casamento o sexo não pode ser partilhado apenas
como “descarga das tensões” do dia-a-dia, mas como um exercício de amor e de
prazer pelo próximo; e quando usado egoisticamente destrói o afeto e quebra o
compromisso conjugal diante de DEUS. Que o Nosso PAI nos abençoe!!
Por:
Fernando César Timóteo Alves
Ministério
Interdenominacional Recuperando Famílias para Cristo – Brasília/DF
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