O primeiro batismo de que se tem
noticia no Novo Testamento é o praticado por João, o batista. Este batismo foi
chamado de o batismo do arrependimento pelo apóstolo Paulo. Por ele passou
todos os apóstolos de Jesus. Jesus foi batizado por João, mas o batismo de
Jesus tem um desígnio totalmente diferente do administrado por João aos
pecadores confessos. Finalmente temos o batismo administrado pela Igreja de
Jesus, primeiramente pelos apóstolos antes de sua morte, depois, pela Igreja
organizada de Jerusalém.
O BATISMO DE JOÃO
AOS PECADORES CONFESSOS
Esse batismo era por imersão (veremos
mais adiante um estudo específico sobre o significado da palavra). Seu desígnio
era totalmente diferente do administrado pela Igreja. Simbolizava que Jesus
iria morrer, iria ser sepultado e iria ressuscitar dentre os mortos. Era uma
crença “Naquele que há de vir”, como dizia o próprio João. João podia
administrá-lo porque como ele confirmou, e não negou: “aquele que me mandou
batizar”, referindo-se ao próprio Deus, dera-lhe tal autoridade. Importante
lembrar que João só batizava pecadores confessos, ou seja, pessoas que estavam
conscientes de que eram pecadores.
Grande número de pessoas participaram
desse batismo administrado por João. Inclusive os doze apóstolos do Senhor
Jesus. Foi um ministério tão grande que muitos anos depois Paulo encontrou
alguns de seus discípulos na longínqua cidade de Éfeso. Apolo, grande pregador
e cooperador de Paulo, foi um de seus discípulos. Este batismo terminou quando
João foi encerrado na prisão, coincidindo com o início do ministério de Jesus.
Aquele que havia de vir chegou, e por isso, não necessitavam mais ser batizados
para aquele fim. Quando Jesus iniciou seu ministério João foi preso, e da
prisão foi decapitado. Findou-se assim o batismo de João aos pecadores
confessos.
O BATISMO DE JOÃO A
JESUS
O batismo de Jesus também foi por
imersão. Seu desígnio também era diferente do administrado por João aos
pecadores confessos e dos administrado pela Igreja aos crentes arrependidos.
Simbolizava que Ele daria sua vida nossos pecados, seria sepultado e depois
ressuscitaria em Glória. Não era uma crença, era o cumprimento da vontade do Pai,
ou como o próprio Senhor Jesus disse: “Para que se cumpra toda a justiça”.
Nesta passagem vemos a importância da pessoa que administra o batismo, pois, o
Senhor Jesus podia ter batizado a si próprio, mas não o fez. Andou mais de cem
quilômetros e foi até onde João estava batizando, e lá, recebeu o batismo da
pessoa que o próprio Deus tinha ordenado para o ato.
O BATISMO
ADMINISTRADO PELA IGREJA PRIMITIVA
Esse batismo também foi por imersão.
Seu desígnio inaugurava um propósito todo novo. Simbolizava que Jesus morreu
pelos nossos pecados, que foi sepultado e que ressuscitou dentre os mortos. Só
era batizado aquele que tinha feito profissão sincera de sua fé no Senhor
Jesus. Nunca, em momento algum, temos a notícia de que pelo menos um dos
batizados pela igreja fosse pessoas não convertidas, ou forçadas para o ato, ou
qualquer recém-nascido. Consideremos o que disse Filipe para o Eunuco: “Você
pode ser batizado, se creres de todo o seu coração”; e após a pregação de Pedro
em Atos 2 vemos a Bíblia esclarecendo que “foram batizados todos os que
voluntariamente… “, portanto, eram batizados após terem a certeza de salvação e
de livre e espontânea vontade. Também não era qualquer um que podia batizar.
Não vemos dizer que os membros excluídos batizaram alguém, que também os
facciosos batizaram alguém e fosse aceito, e não há nenhuma menção de que
alguém tenha sido batizada por si mesma. Do membro excluído a Bíblia ensina a
se afastar dele, e do faccioso a evitá-lo. Assim temos que A IGREJA ESTAVA COM
A ORDENANÇA DO BATISMO, e só podia realizar o batismo ou um pastor ou um membro
que estivesse em plena comunhão com a igreja biblicamente correta.
O SIGNIFICADO DA
PALAVRA BATISMO
Tenho visto muitas definições sobre o
significado da palavra batismo. Alguns dicionários da língua portuguesa chegam
ao absurdo de dizerem que a palavra significa “dar nome a alguém”. Esse absurdo
é um reflexo de como a nossa sociedade chamada de “cristã” está tão errada e
sendo conduzida ao erro em respeito ao significado desta palavra. Abaixo daremos
várias opiniões a respeito do significado da palavra “batismo”. São opiniões de
pastores e bispos de diversas igrejas, e também a opinião de algumas
autoridades da língua grega, língua esta de onde originou-se a palavra batismo.
O trecho a ser inserido aqui foi
tirado do livro Manual das Igrejas Batistas de Edward T. Hiscox, editado pela
IBR, em Abril de 1966, a partir da página 78. Fique distintamente entendido,
contudo, que todos os nomes abaixo, são pedo-batistas, ou seja, praticam o
batismo infantil:
A palavra batizar, propriamente
falando, é um termo grego (baptizo), adaptado para o idioma português por uma
alteração em sua terminação. É o termo sempre empregado por Cristo e seus
apóstolos para expressar e definir a ordenança. Que significa tal vocábulo,
segundo originalmente usado? Que é que dizem os eruditos do grego? Como é que
os léxicos gregos definem esse vocábulo?
Scapula diz: “Mergulhar, imergir,
como fazemos com qualquer coisa com o propósito de tingi-la;”
Schleusner diz: “Significa, propriamente
mergulhar, imergir, imergir em água.”
Parkhurst diz: “Mergulhar, imergir,
ou meter em água.”
Stevens diz: “Imergir, submergir ou
sepultar em água.”
Robinson diz: “Imergir, afundar.” …
O professor Moses Stuart, um dos de
maior capacidade da América do Norte, declarou: “Batismo significa mergulhar,
meter ou imergir em qualquer líquido. Todos os lexicógrafos e críticos de
qualquer nomeada concordam sobre isso.”
Stourdza, o erudito e diplomata
russo, diz: “A Igreja Ocidental, portanto, desviou-se do exemplo de Jesus
Cristo, obliterou inteiramente a sublimidade do sinal externo. Batismo e
Imersão são idênticos. Batismo por aspersão é a mesma coisa como se alguém
dissesse imersão por aspersão, ou qualquer outro absurdo da mesma natureza.”
O Deão Stanley, erudito e historiador
da Igreja Oriental, afirma: “A prática da Igreja Oriental, e o significado do
vocábulo, não dão motivo suficiente para qualquer duvida de que a forma
original do batismo era imersão completa nas profundas águas batismais. ” Hist.
da Igreja Oriental, pg. 34.
Martinho Lutero, o fundador da Igreja
Luterana, disse: “O termo batismo é grego; em latim pode ser traduzido por
Mersio, uma vez que imergimos qualquer coisa em água, para que o todo seja
coberto pela água”. Works, V. I, pg. 77, 1582.
Melancthon, o mais erudito e hábil
colaborador de Lutero, escreveu: “Batismo é imersão em água”. Works, V.I pg.
71, 1582.
John Wesley, fundador da Igreja
Metodista, diz: “Sepultados com Ele, alude à maneira antiga de batizar por
imersão”. Nota sobre Rom. 6,4;
João Calvino, fundador do
presbiterianismo, escreveu: “Pelas palavras de João 3,23; pode-se inferir que o
batismo era administrado por João e por Cristo, mediante mergulho do corpo
inteiro sob a água.” Com sobre Jo 3,23;
Cave, em sua notável obra sobre as
Antigüidades Cristãs, diz: “A pessoa a ser batizada era inteiramente imersa, ou
posta debaixo da água.” Prim. Christ. P.I. Cap. X, pg. 320.
Grotius, a quem seu biógrafo chama um
dos nomes mais ilustres da literatura, da política e da teologia, diz: “Que o
batismo era realizado por imersão, e não por derramamento, se entende pelo
próprio sentido da palavra, como também pelos lugares escolhidos para
administração do rito.” Anot. sobre Mat. 3,6; e Jo 3,23;
Adam Clarck, o grande comentarista
metodista, declara: “Fazendo alusão às imersões praticadas no caso de adultos,
nas quais pessoas pareciam ser sepultadas sob a água, como Cristo foi sepultado
no coração da terra.” Com. sobre Col. 2,12;
O Bispo Bossuet, o célebre bispo
Católico francês, orador e conselheiro de estado, afirma: “Batizar significa
afundar, conforme admitido por todo o mundo. ”
Assim, de acordo com tantos
testemunhos, e todos de indivíduos não batistas e que praticam o batismo
infantil, e com exceção dos católicos orientais, todos praticantes do batismo
por aspersão ou derramamento, fica mais que claro que a posição dos batistas a
respeito do uso e interpretação da palavra batismo, além de bíblica é
incontestável, mesmo aos fundadores e seguidores do batismo por aspersão ou
afusão.
Em seu livro O Batismo Estranho e os
Batistas, pg. 26-27 o autor W. M. Nevins, cita um caso ocorrido com o Dr. John
T. Cristian, quando este escreveu ais principais eruditos gregos da América e
da Inglaterra, fazendo-lhes a seguinte pergunta: “Há qualquer léxico (dicionário)
grego-inglês que defina a palavra baptizo por aspergir ou derramar?
Respostas Americanas:
“Não há nenhum léxico grego-inglês
que de aspergir ou derramar como um dos sentidos da palavra grega baptizo”
Prof. H. W. Humphreys, Universidade
Vanderbilt
“Não há nenhum léxico grego-inglês
padrão de que aspergir quer dizer derramar como um dos significados da palavra
grega baptizo”.
Prof. Dodge, Universidade de Michigan
Respostas Inglesas:
“A palavra baptizo quer dizer
afundar, ou mergulhar na água, não respingar. Não sei de nenhum léxico que de
respingar por batizar”.
Prof. H. Kinatton, D.D. Universidade
de Durhan
“Não sei de qualquer léxico
grego-inglês que dê o significado de respingar ou derramar. Se alguém o fizer,
eu diria que se enganou”.
Prof. G. E. Mamdin, Universidade de
Londres
“Não sei se há qualquer léxico
autorizado grego-inglês que faz a palavra significar respingar ou derramar.
Apenas posso dizer que semelhante palavra nunca pertence a baptizo no grego
clássico.”
Prof. R. C. Jebb, Universidade de
Cambridge.
A conclusão que chegaram os homens
acima mencionados é a mesma conclusão das grandes universidades, tanto dos
Estados Unidos quanto da Inglaterra. Portanto, não fica dúvida nenhuma sobre o
verdadeiro significado da palavra baptizo na Bíblia, o qual quer dizer uma só
coisa: “Mergulho ou imersão”. Em suma batizar significa mergulhar totalmente o
candidato na água.
O MODO PELO QUAL
ERA ADMINISTRADO O BATISMO
Comumente, hoje existe pelo menos
três formas de batismo. A mais usada é a aspersão, a qual é usada nas igrejas
Católicas Romanas, Presbiterianas, Luteranas, Metodistas, Congregacionais,
entre outras. Depois vem pela afusão, ou derramamento, sendo que algumas
igrejas protestantes praticam essa forma. E depois, o batismo por imersão,
bandeira pela qual os batistas foram perseguidos e de onde vem o seu nome
denominacional “batista”, dado justamente pelos seus opositores. A pergunta de
muitos é: Qual é o modo certo de se batizar? Por que os outros jeitos não
valem?
Ora, não fica dúvidas para qualquer
leitor simples das escrituras que o modo correto é a imersão. Já vimos que o
significado é esse, ou seja, o mergulho do indivíduo crente sob a água. Abaixo
daremos alguns trechos bíblicos sobre a clareza dessa afirmação:
O Batismo de Jesus
O batismo de Jesus no rio Jordão é
assim descrito: “Batizado Jesus, saiu logo da água” (Mat. 3,16). E novamente é
registrado que Jesus “por João foi batizado no rio Jordão” (Mar 1,9).
Certamente ele não desceria ao Jordão para que O aspergissem com água. Foi batizado
no Jordão, e não com o Jordão. Além disso, foi batizado, ou seja, imerso, e não
“rantizado” isto é, aspergido. A frase bíblica é muito clara nesse assunto:
“saiu logo da água”, e se saiu é por que estava dentro, e se estava dentro é
porque havia a necessidade de estar dentro da água para receber o batismo do
modo certo, ou seja, mergulhar o candidato na água. Fosse o batismo por
aspersão ou afusão não havia a necessidade nem de Jesus (o candidato) nem de
João batista ( o administrante) estarem dentro da água. Seria muito mais
simples batizá-lo fora de um rio.
O Bispo Taylor diz: “O costume das
Igrejas antigas não era a aspersão e sim imersão, de conformidade com o sentido
do termo nos mandamentos e no exemplo de nosso Bendito Salvador. Comentário de
Mateus 3,16;
MacKnight afirma: “Cristo submeteu-se
a ser batizado, isto é, a ser sepultado sob a água, e a ser novamente levantado
da mesma, como emblema de sua futura morte e ressurreição”. Comentário da
Epistola aos Romanos 6,14;
Muita Água
Necessária
Está escrito que “João estava também
batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas” (João 3,24;).
Por que haveria necessidade de tanta água, a não ser para mergulhar ou sepultar
os candidatos no ato do batismo?
João Calvino, o grande teólogo, erudito
e comentador, reputado por Scaliger como o homem mais erudito da Europa (o
autor não concorda com estas qualificações mencionadas a pessoa de Calvino),
escreveu: “Pelas palavras de João (cap. 3,23) pode-se inferir que o batismo era
administrado por João e por Cristo, mediante mergulho do corpo inteiro sob a
água.”
Poole diz: “É evidente que tanto
Cristo como João batizavam emergindo todo o corpo na água, pois do contrário
não teriam tido a necessidade de buscar lugares onde houvesse abundância de água.”
Filipe e Eunuco
“Ambos desceram à água, e Filipe
batizou a Eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a
Filipe” (Atos 8,38-39). Por que descer à água, ambos, ou mesmo um deles, senão
para o ato de imersão?
Se o batismo pudesse ser administrado
por aspersão, por que não pegaram um pouco de água de sua própria botija, pois,
como alguém como o Mordomo-Mor de uma rainha iria viajar sem um pouco de água
para beber? Acontece que num copo ou numa botija não dá para mergulhar o corpo
de uma pessoa.
OBJEÇÕES A ESSA
PRÁTICA
Os administrantes do batismo por
aspersão tem feito muitas objeções a essa prática bíblica, e portanto a única,
de se batizar. Daremos algumas mais usadas.
Dizem que no Jordão
não havia água o suficiente para mergulhar:
O Jordão é um rio com mais de 260 Km
de cumprimento. A Bíblia diz que sua largura e profundidade eram tantas que foi
preciso Josué fazer com que as águas se tornassem num montão para que pudessem
passar a seco. Js 3,6; O mesmo se deu com Elias e Eliseu. II. Re 2,8 e 14; Caso
não tivesse água o suficiente como dizem, porque então ter que fazer as águas
secarem? E ainda temos o caso de Naamã, o qual foi curado da lepra quando
mergulhou sete vezes neste rio. Não há dúvida que essa é uma objeção sem
fundamento e nitidamente de má intenção.
Onde foram
batizadas as três mil almas de Atos 2?
Os que afirmam isso desconhecem que
em Jerusalém tinham fontes de água como a de Betesda e a de Siloé. A de Betesda
era tão grande que dezenas de pessoas ficavam em sua beira para receber a
obscura cura de João 5. E o tanque de Siloé era um reservatório de dezoito
metros de cumprimento por seis de largura e 6 de profundidade. Será que um
tanque assim não daria para batizar as pessoas? Sem contar os rios que passavam
perto dessa cidade. Eu mesmo, quando batizado, fui levado a uma distancia de 11
Km para receber o batismo por imersão, já que em nossa igreja não tinha
batistério. Se Jesus andou uma distancia de mais de cem quilômetros para
receber o seu batismo, porque nós, reles pecadores, não podemos fazer o mesmo.
Mais o que realmente importa é que a Bíblia diz que eles foram imergidos e não
aspergidos.
Dizem que o Batismo
para ser realmente Bíblico deveria ser efetuado no rio Jordão:
(A Semente,
publicação quadrimestral da Igreja Presbiteriana Independente, pg. 20)
Essa é outra pergunta que desafia o
bom senso. Aliás, é capciosa. Jesus não foi batizado com o Jordão é sim, no
Jordão. Além disso, o batismo de Jesus no Jordão não é o único exemplo de
batismo na Bíblia. Temos por exemplo o batismo do Eunuco, o qual, certamente
foi realizado em algum ponto que liga Jerusalém a Gaza, e por lá não passa o
Jordão, e nem por isso o Eunuco deixou de ser batizado. Temos o caso do batismo
de Lídia, a qual morava em Filipos, e em Filipos não passa o rio Jordão. Sem
contar os inúmeros casos da Bíblia onde as pessoas foram imergidas sem ter sido
no Jordão. Não é o lugar que conta e sim a suficiência da água ( Jo 3,24;).
Essa suficiência deve ser o bastante para que o candidato possa mostrar ao
mundo que Jesus morreu e foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia.
E os lugares que
não tem água como nos desertos e terra de seca?
É uma pergunta pelo menos mais
interessante. Também não vemos malícia nela, apenas curiosidade. Nos lugares
desertos não há muitos moradores. Onde há muitos moradores sempre existem
cisternas e poços para que o local fique abastecido e as pessoas possam
sobreviver. Além da sobrevivência eu não tenho notícia de um lugar que as
pessoas nunca tomam banho, e se tomam banho há de se ter uma firmeza bíblica
para se guardar um mínimo possível para que se efetue o batismo. Nossos
missionários nestes lugares distantes sempre conseguem de alguma forma batizar
seus candidatos, e até hoje, nunca foi um problema ao ponto de terem que
começar a batizar por aspersão ou derramamento.
Como batizar os
moribundos em seu leito de morte por imersão?
Não podemos mudar a forma do batismo
só porque nosso candidato está a beira da morte. Devemos lembrar que a água do
batismo não está na frente do sangue de Jesus e sim o sangue de Jesus é o que
lava pecados. O batismo é somente um quadro do evangelho, e não um quesito pelo
qual nós alcançamos a salvação. Caso o candidato esteja em condições de se
batizar que o faça sem reclame. Caso não tenha tempo ou condições para isso,
seja ele como o ladrão da cruz, e esteja com Cristo sem o ato do batismo. Não
devemos ficar aborrecidos ou preocupados por ele ter morrido sem ser batizado.
Foi a vontade de Deus que assim se sucedesse. O que não pode é mudar a Bíblia e
batizar por aspersão, esse sim é um grave erro.
Sendo o batismo
apenas um quadro do evangelho, não tem problema que ele seja por aspersão ou
derramamento.
Praticar formas de batismo impróprias
usando esta desculpa é uma desconsideração para com a Bíblia, e por isso, uma
desconsideração para com os mandamentos de Deus. Devemos lembrar que o batismo
de João era só um quadro representativo também. Nem por isso deixou de ser
realizado da forma certa. O batismo de Jesus também era um símbolo, mas nosso
Salvador fez questão de ser mergulhado por João. O batismo da igreja primitiva
era uma ordenação simbólica de Jesus aos seus discípulos, entretanto, não temos
um único relato de que alguém tenha efetuado uma mudança em sua forma original,
ou seja, mergulhar o candidato na água.
Na verdade, essa desculpa de que “não
tem problema”, é uma desculpa original dos que preferem sua própria versão à
versão de Deus. Foi pensando assim que Eva comeu da árvore proibida. Seu filho
Caim achava que o jeito certo de se fazer sacrifício não era dos mais limpos.
Resolveu mudar. Trouxe a Deus uma oferta sem sangue, e por isso foi rejeitado
pelo Senhor. O mesmo pensamento irresponsável levou o rei Saul a fazer um
sacrifício que não lhe era permitido, e naquele dia ele perdeu seu reino e o apoio
de quem tanto o ajudara.
Não podemos nos esquecer da
admoestação que Moisés recebeu do Senhor antes de fazer o Tabernáculo: “Faze
tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. (Hebreus 8,5;). O que
Moisés iria construir era apenas objetos e coisas materiais. Coisas que para
muitos não tinha o menor valor ou importância. Mas para Deus tinha muita
importância. Era tão grande o valor de se fazer o jeito certo que ele deteve
Moisés quarenta dias e quarenta noites explicando detalhadamente como ele queria.
Certamente Moisés não teve por coisa pouca essa orientação de Deus. Por isso
lemos nas escrituras: “Assim se acabou a obra do Tabernáculo… e os filhos de
Israel fizeram conforme com tudo que o Senhor ordenara a Moisés”.
Essas objeções são levantadas por
igrejas ou indivíduos a elas ligados que praticam um modo incorreto de se
batizar. Geralmente batizam por aspersão ou por derramamento. Lendo um Manual
de Estudos Dominicais da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, chamado
de “A Semente”, II. Semestre de 1984, encontrei a seguinte citação a respeito
do pensamento deles sobre o Modo de Batizar:
“Há muitas pessoas que fazem enormes
discussões sobre a forma de se batizar, se por aspersão ou imersão. A Bíblia
simplesmente omite esta preocupação…” pg. 20
Pelo que já estudamos no capitulo
anterior a Bíblia não omite a forma pelo qual o candidato deve ser batizado. A
própria palavra baptizo já quer dizer “mergulhado ou imergido”. No mesmo manual
e na mesma página ele discute o assunto dizendo:
“Documentos antigos do primeiro e
segundo século da Igreja apresentam as duas formas como corretas, parecendo
terem optado definitivamente pelo batismo por aspersão por considerarem-no,
quem sabe uma cerimônia mais simples”.
Aqui há dois erros. O primeiro de não
citar as fontes pela qual ele defende a sua tese. Segundo pelas inverdades
relatadas, pois, o batismo por aspersão foi conhecido pela primeira vez no
século terceiro, por um homem chamado Novaciano*, o qual, depois de
conscientizar de seu erro, batizou-se por imersão negando sua prática anterior.
O batismo por aspersão só apareceu como regra definitiva nas igrejas no século
treze**, e não nas igrejas verdadeiras, e sim, na Igreja Católica Romana, que é
uma igreja excluída e considerada pagã desde 225 pelos crentes fiéis.
* Manual das Igrejas Batistas pg. 98,
por T. Hiscox
** Manual das Igrejas Batistas pg.
99, por T. Hiscox
Por que muitas
igrejas batizam por aspersão e não por imersão?
Essa é uma pergunta que os próprios
batizadores da forma incorreta deviam responder, mais não o fazem com clareza e
sinceridade. As desculpas mais conhecidas são:
1.
“É mais prático fazer assim, pois a imersão
dificulta o ato”.
Que é mais prático não há dúvida. Ser
prático não quer dizer ser bíblico. Temos o exemplo da adoração (veneração) de
santos e imagens pelos católicos hoje. Quando essa prática entrou nas igrejas
católicas, era mais prático para ganhar os bárbaros. (O Cristianismo Através
dos Séculos pg. 129) Antes de uma igreja ser prática ela precisa ser bíblica. O
batismo por aspersão é um ato antibíblico e não autorizado pelas escrituras.
2.
“Não tem problema, pois, o batismo não salva
mesmo”.
Primeiro: Não é a forma bíblica,
portanto é errada. Jesus não foi batizado por aspersão. A igreja Primitiva não
batizou por aspersão, e mesmo a igreja Católica, por 1200 anos continuou a
batizar por imersão até mudá-la em definitivo no século treze para aspersão.
Segundo: Batismo por aspersão foi
idealizado numa idéia errada; As igrejas que o praticam pensam que o batismo
tem uma ação salvadora, tendo poder de purificar e santificar a alma, tornando
a salvação mais segura. Colocam o batismo à frente do sangue. Por isso
começaram a batizar crianças recém-nascidas, alegando que elas são pagãs até
realizaram esse ato.
Terceiro: Foi a Igreja Católica que
inventou. Seu invento errado foi herdado pelas igrejas (filhas) saídas dela, ou
seja, Anglicana, Presbiteriana, Luterana, Congregacional, e até pela filha de
suas filhas (neta) Metodista.
Batizar alguém por aspersão seria o
mesmo que mergulhar uma pessoa com meia dúzia de gotas de água. O resultado é o
mesmo: Não dá.
O CANDIDATO CORRETO
AO BATISMO
Preocupados em ter um número cada vez
maior de fiéis em sua igreja, muitos pastores se esquecem de uma grande
exigência bíblica para o batismo, que é o do candidato ser uma pessoa
apropriada. Preocupados em receber mais ofertas e que sua igreja estará mais
cheia, nem pensam que o candidato precisa ser uma pessoa que tenha feito uma
sincera profissão de fé, e que como a Bíblia ensina, tenha se tornado uma nova
criatura, deixando a velha vida de pecados para trás, procurando viver uma nova
vida (dada por Jesus) voltada para Cristo e para sua Igreja.
Não pode ser um candidato apropriado
aquele que professa Cristo como Senhor, e no entanto, o mundo ainda continua a
mandar em sua vida. Ele aceitou Jesus de boca mas ainda ama o tabaco. Aceitou
Jesus de palavras mas ainda é escravo do álcool. Diz que é filho de Deus mas
sua única preocupação são as coisas terrenas.
É comum numa igreja que realmente
professa o nome de Jesus Cristo o candidato passar por uma avaliação de
conhecimentos e bom testemunho. A igreja, representada pelo pastor e seus
membros, certamente podem interrogar o candidato (como fez Filipe a Eunuco
quando este lhe pediu batismo). São perguntas básicas como: “Por que você quer
ser batizado? Que significa o batismo? Para que serve o batismo? Tem certeza de
sua salvação eterna? Entre outras de acordo com a exigência de cada igreja
local. Certas perguntas são básicas. Precisam ser perguntadas e necessitam de
respostas certas. Filipe fez uma pergunta básica: “Podes, se crer de todo o
coração”, e a resposta foi certa: “Eu creio que Jesus é o Filho de Deus…”.
Algumas pessoas, muito espertas, sabem decor as perguntas, mas suas vidas dão
um testemunho contrário à sua fé. Por exemplo: Se o candidato aceitou Jesus, e
era católico praticante, certamente foi um idólatra; Caso ele continue a adorar
ídolos e imagens, ou pelo menos guardá-las a escondido, é uma prova de que
Cristo ainda não é o Senhor absoluto de sua vida. O mesmo se dá com vícios,
costumes errados e prazeres indignos, que, orientados pela igreja local, deve o
candidato ter abandonado a tudo que lhe atrapalha de servir o seu novo dono,
Jesus.
Toda Igreja que não faz avaliações
sinceras dos candidatos à batismo estará correndo sérios riscos. O mais grave é
de colocar na mesa do Senhor pessoas indignas, ou seja, encher a casa do Senhor
de incrédulos e chamá-los de irmãos. Após essa tragédia vem as futuras consequências,
ou seja, o testemunho deles irá falhar, e quem passará a vergonha pública é a
própria igreja que o aceitou sem ter feito as prévias avaliações. Se fazendo as
prévias avaliações já corre o risco da pessoa se desviar, imagine ir aceitando
qualquer um. Existem pessoas que só querem pertencer a uma religião, tanto faz
ser numa igreja católica, protestante ou batista. Por isso, numa entrevista
sincera com ele, a igreja saberá de suas intenções. A prévia entrevista é uma
arma contra futuros problemas com a membresia.
AS CRIANÇAS SÃO
CANDIDATAS APROPRIADAS PARA O BATISMO?
Depende. Se for uma criança
recém-nascida, não há dúvidas, é imprópria para o batismo. Caso seja uma
criança responsável (impor um limite de idade a essa responsabilidade é
antibíblico), que tenha consciência de que é pecadora, que sabe que Jesus
Cristo morreu por ela na cruz, e que deseja arduamente aceitá-lo como seu único
e suficiente salvador, não podemos negar-Lhe o direito de batismo. Também para
ela deve ser feitas as perguntas e delas esperar as mesmas respostas que o
daria um adulto. Sua conduta também deve ser analisada, porém, deve-se
distinguir atos de criança com atos de rebeldia contra a vontade do Senhor.
O recém-nascido não pode ser
batizado. Acabou de chegar ao mundo. Não sabe falar, não sabe pedir, e não sabe
distinguir o certo do errado. Ela é inocente de pecados cometidos – ainda que
não é inocente do pecado original. Batizar um recém nascido é usar de um método
não bíblico para fazer a igreja crescer numericamente. É lhe impor uma fé que
ela nunca professou com sua boca.
Cometer o erro de batizar um recém
nascido é um dos mais perniciosos erros que uma igreja pode ter. Ao batizar um
recém-nascido o mesmo passa a ser membro de uma igreja denominada cristã.
Algumas até aceitam Jesus posteriormente. Mas a grande maioria acaba-se
tornando um cristão sem Cristo. É membro da igreja tal, mas não da igreja de
Jesus. Sem contar que é prejudicial para a própria criança, pois, pensando que
por já ter uma religião, e por ser chamada de cristã, não vê necessidade de
fazer uma profissão de fé e de ser realmente batizada escrituristicamente. Sem
contar que essa igreja, através dos tempos, acaba ficando cheia de pessoas não
salvas no seu rol de membros.
POR QUE OS
RECÉM-NASCIDOS SÃO BATIZADOS?
Na Igreja Católica ela é batizada
para receber a salvação. Para eles é cristão quem é batizado. O batismo tem
para o catolicismo (junto com outros sacramentos) o errôneo poder de “lavar os
pecados”. Portanto, batiza-se uma criancinha para lavar seu pecado original.
(Concílio de Trento).
John Wesley nas suas obras, V. 6,
seção 4, fala pelos metodistas:
“É certo que a nossa igreja supõe que
todos quantos são batizados na sua infância são ao mesmo tempo nascidos outra
vez. Se as crianças são culpadas de pecado original, não podem ser salvas na
maneira comum a menos que se lavem pelo batismo”.
A igreja Presbiteriana dá os
seguintes motivos para fazê-lo:
Dizem que se das criancinhas são o
reino dos céus (Cl. 19,16) não veem por que negar-lhes o batismo, pois as
mesmas possuem a graça da salvação. Também dizem que o batismo cristão é o
substituído da circuncisão que foi dada a Abraão e sua descendência. Dizem
ainda que quando a família de Lídia, de Cornélio, e a do carcereiro foi
batizada não fala que apenas os adultos foram batizados.
Refutando estas objeções
presbiterianas podemos dizer. Primeiro: Se realmente eles entendem que é das
criancinhas o reino dos céus, porque então no mesmo manual afirmam que: “A
Igreja não batiza qualquer criança, mas apenas filhos de crentes”. Ora, não é
isso uma discriminação a algumas crianças? Não seria melhor afirmar como os
batistas que sendo das crianças o reino dos céus, e se Jesus disse para
deixai-as vir a ele sem embaraços, não seria melhor que o próprio Jesus tomasse
conta do caso sem nossa interferência? Somos Deus para julgar que os filhos dos
crentes já nascem predestinados e os filhos dos incrédulos já nascem perdidos?
Jesus não mandou nem nunca batizou nenhum recém nascido. Ele mandou deixar vir,
e não batizá-las, pois, se o fizesse, estaria caindo no erro de encher Sua
igreja de futuros incrédulos. Também deve-se entender que uma coisa é pertencer
ao Reino dos Céus, e outra é pertencer ao Corpo Visível de Cristo que é Sua
Igreja.
Segundo: Se o batismo cristão
substituiu a circuncisão da Antiga dispensação, não seria mais correto batizar
somente os meninos e isso ao oitavo dia? Por que então batizar as meninas,
pois, só os meninos eram circuncidados. É grande erro essa afirmação, e não
temos um versículo na Bíblia dizendo que o batismo é a nova circuncisão. Interessante
é a declaração do Manual das Igrejas Batistas, pg. 127, de Hiscox sobre esse
assunto:
“Quanto ao argumento utilizado por
alguns, de que o batismo veio substituir a circuncisão, trata-se de um
argumento por demais débil e pueril, por demais imaginário e destituído de
razão, para merecer consideração séria por parte de mentes inteligentes”.
Terceiro: Realmente a Bíblia fala de
famílias inteiras que foram batizadas. O que a Bíblia não fala é que um
recém-nascido, ou uma criança irresponsável tenha sido batizada. Não podemos
trabalhar com a Bíblia julgando por suposições ou hipóteses. O certo é que a
Bíblia não dá um exemplo e nem manda que nenhuma criança recém-nascida seja
batizada. Tenho absoluta certeza de que se houvesse um recém-nascido na casa de
Lídia ou na casa do carcereiro, os mesmos não teriam sido batizados por Paulo,
pois, fazendo isso ele estaria obrigando à criança a uma fé que ela não aceitou
de sua livre e espontânea vontade. A fé é pessoal e o batismo também. Pedro
disse em Atos 2 que: “Cada um seja batizado” e não “cada família seja
batizada”.
Existem milhares de igrejas batistas
em cuja comunhão famílias inteiras tem sido batizadas – pais e filhos, e talvez
outras pessoas a eles ligadas. Mas todos tinham idade suficiente para crer e fazer
profissão de sua fé. Evidentemente o mesmo aconteceu com as famílias de Lídia,
do carcereiro, de Cornélio e outros casos na Bíblia. Agora observemos o que
dizem alguns eruditos que praticam o batismo de recém-nascidos sobre esses
casos:
O Dr. Neander escreveu: “Não podemos
provar que os apóstolos tenham ordenado o batismo infantil; das passagens onde
é mencionado o batismo de famílias inteiras, não podemos tirar tal conclusão.”
(Planting and Training, pg. 162. N.Y. Ed. 1865).
O professor Jacob diz: “Em nenhum
desses casos ficou provado que havia criancinhas naquelas famílias”. ( Kitto s
Bib. Cyc., artigo batismo).
O Dr. Meyer diz: “Que o batismo de
criança não estava em uso naquele tempo torna-se evidente em I Cor 7,14;”.
(Comentário sobre Atos 16,15;).
O motivo pelo qual as criancinhas são
batizadas é um só. Tais igrejas que fazem isso acreditam que o batismo é um
sacramento e não uma ordenança aos já salvos. Acreditam que o batismo ajuda ou
dá salvação. É a doutrina da regeneração batismal, iniciada pela igreja
católica já no segundo século de nossa era, e a partir do século dezesseis
transmitida às suas filhas que são as igrejas protestantes originais (luterana,
presbiteriana, anglicana), e posteriormente às suas netas (congregacional e
metodista). Ou se crê na regeneração batismal ou se crê que o sangue de Jesus é
quem tira pecado. Amedrontados que a criança venha nascer e morrer pagã acabam
por batizando seus filhos recém-nascidos. Se esquecem que Deus tem um plano
especial para as criancinhas que morrem e não tem compreensão de seus pecados.
O candidato apropriado é aquele que
ouvindo o evangelho, arrepende-se de seus pecados e sente a necessidade de ser
lavado pelo sangue de Jesus. Humilhado ele pede perdão a Deus pelos seus
pecados, confia no Senhor Jesus para a expiação dos mesmos, e depois pede para
ser batizado para que tenha entrada na igreja de Cristo. Consciente de que é
pecador, confia que Jesus, ao morrer na cruz, pagou todos os seus pecados, e
por isso ele será conduzido ao céu após sua morte (ou talvez arrebatado nas
nuvens num arrebatamento repentino). Jesus, além de seu Salvador, torna-se o
Senhor de sua vida, vida esta que será a de uma nova criatura, agora, criada
para as boas obras. Sem esse básico conhecimento de pecado, aceitação a Jesus,
e consciência de uma mudança de vida, o candidato é inapropriado, ou seja,
indigno do batismo. O candidato apropriado tem consciência de que:
“E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências”
Gálatas 5,24
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