SEJA BEM VINDO EM NOME DE JESUS.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

refutando Leandro Quadros sobre Ellen G. White e a luz menor


Conteúdo do Artigo

- Introdução

- A Afirmação de Leandro Quadros

- A Contradição com os Escritos de Ellen White

- Exemplos de Adições Extra-Bíblicas por Ellen White

- Os Perigos da Dependência dos Escritos de Ellen White

- Comparação com Outros Movimentos Religiosos

- Reflexão

- Referências Bibliográficas

Introdução

A autoridade de Ellen White dentro do Adventismo é um tema recorrente e, ao mesmo tempo, controverso. Muitas vezes, surge a questão sobre o papel que seus escritos desempenham na interpretação da Bíblia e na prática da

fé adventista. Recentemente, Leandro Quadros, um dos principais defensores e apologistas adventistas, afirmou que os escritos de Ellen White não acrescentam nada de novo à Bíblia, sendo apenas um auxílio para melhor compreensão das Escrituras. Contudo, essa declaração merece uma análise mais profunda, especialmente considerando as próprias afirmações de Ellen White e as adições que ela fez em seus escritos. Este artigo visa examinar criticamente as afirmações de Leandro Quadros à luz dos textos de Ellen White, destacando exemplos específicos de adições extra-bíblicas que ela fez em suas obras.

A Afirmação de Leandro Quadros

Leandro Quadros, em uma de suas apresentações, argumentou que Ellen White deveria ser vista como uma “luz menor” que aponta para a “luz maior”, que é a Bíblia. Ele utilizou a analogia de um telescópio, afirmando que, assim como o telescópio não adiciona novas estrelas ao céu, mas apenas nos permite ver melhor as que já estão lá, os escritos de Ellen White não acrescentam nada à Bíblia, apenas a tornam mais compreensível.

Quadros enfatizou que “ela não acrescenta nada de novo na Bíblia porque a Bíblia é perfeita e completa a palavra de Deus.” Essa declaração sugere que os escritos de Ellen White funcionam apenas como uma ferramenta auxiliar, semelhante a um comentário bíblico ou a um dicionário teológico, e não como uma nova revelação ou uma adição à Escritura.

No entanto, essa alegação merece uma análise mais detalhada, especialmente quando confrontada com os próprios escritos de Ellen White.

A Contradição com os Escritos de Ellen White

Ao longo de seus escritos, Ellen White fez várias afirmações que indicam uma visão diferente da que Leandro Quadros propôs. Ela frequentemente referiu-se a seus próprios livros como inspirados por Deus e essenciais para a orientação do povo adventista. Em “Testemunhos para a Igreja”, Ellen White declarou: “Esses livros contêm a verdade para esse tempo… não são de produção humana” (White, Testemunhos para a Igreja, Vol. 1).

Essa afirmação contradiz diretamente a ideia de que os escritos de Ellen White são meramente auxiliares e que não acrescentam nada novo à Bíblia. De fato, Ellen White não apenas via seus escritos como complementos, mas como essenciais para a correta compreensão das Escrituras e a preparação para os eventos finais.

Outro exemplo de sua postura sobre seus escritos pode ser encontrado na seguinte citação: “Se o povo de Deus não estudar essas mensagens… eles serão culpados de rejeitar a luz” (White, Testemunhos para a Igreja, Vol. 5). Aqui, Ellen White não só eleva seus escritos ao nível de orientação divina, mas também sugere que a rejeição desses escritos pode resultar em condenação.

Portanto, a alegação de Leandro Quadros de que Ellen White não acrescenta nada à Bíblia é contradita pelas próprias palavras de Ellen White, que via seus escritos como essenciais e inspirados diretamente por Deus.

Exemplos de Adições Extra-Bíblicas por Ellen White

Para ilustrar de forma concreta as adições extra-bíblicas que Ellen White fez em seus escritos, aqui estão dez exemplos específicos:

  1. Criação de Adão e Eva: Ellen White descreveu detalhes não encontrados na Bíblia sobre a criação de Adão e Eva, como o fato de que Adão foi criado a partir do pó do solo, mas Eva foi criada a partir de uma costela de Adão, enfatizando aspectos específicos do processo de criação que não estão detalhados nas Escrituras. (Patriarcas e Profetas, p. 45).
  2. A Rebelião de Satanás no Céu: White expandiu a narrativa bíblica sobre a rebelião de Satanás, detalhando diálogos entre Satanás e outros anjos, e descrevendo reuniões no céu onde Satanás apresentou suas objeções ao governo de Deus. (História da Redenção, p. 14-17).
  3. O Dilúvio: Ellen White afirmou que os antediluvianos (pessoas que viveram antes do dilúvio) eram tecnologicamente avançados e que a arca de Noé foi construída com ferramentas superiores às que possuímos hoje, algo não mencionado na Bíblia. (Patriarcas e Profetas, p. 90-92).
  4. A Torre de Babel: Ela escreveu que a Torre de Babel foi construída com a intenção de desafiar Deus e sobreviver a outro possível dilúvio, um detalhe que não é explicitamente mencionado na narrativa bíblica. (Patriarcas e Profetas, p. 123-124).
  5. Amalgamação de Espécies: Ellen White declarou que antes do dilúvio houve uma “amalgamação de homem e besta”, resultando em criaturas que foram destruídas pelo dilúvio. Este conceito é completamente extra-bíblico. (Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 64).
  6. Jesus em Desespero no Getsemani: Em O Desejado de Todas as Nações, Ellen White descreve Jesus em um estado de desespero no Jardim do Getsêmani, tão severo que Ele quase morreu antes mesmo de ser crucificado, uma descrição que vai além do relato bíblico. (O Desejado de Todas as Nações, p. 693).
  7. A Páscoa Celestial: White sugeriu que os fiéis observadores do sábado participarão de uma Páscoa celestial no céu, uma ideia não encontrada nas Escrituras. (O Grande Conflito, p. 637-638).
  8. O Juízo Investigativo: White ensinou que desde 1844, Cristo entrou em um juízo investigativo, revisando os registros de vida de todos os seres humanos. Esse conceito é exclusivo do Adventismo e não tem base bíblica direta. (O Grande Conflito, p. 479-491).
  9. A Carne e o Pecado: Ellen White escreveu que o consumo de carne poderia resultar em perda de salvação, uma posição que extrapola as recomendações dietéticas bíblicas e impõe um fardo adicional não encontrado nas Escrituras. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 383-384).
  10. Os 144.000: White afirmou que o número literal dos 144.000 selados, mencionados em Apocalipse, representava um grupo exclusivo de adventistas que seriam salvos. Ela adicionou detalhes sobre sua pureza e caráter que vão além da descrição bíblica. (Primeiros Escritos, p. 15-16).

Esses exemplos evidenciam como Ellen White introduziu conceitos, eventos e interpretações que vão além do texto bíblico, frequentemente adicionando detalhes ou criando narrativas que não são encontradas nas Escrituras.

Os Perigos da Dependência dos Escritos de Ellen White

A dependência dos escritos de Ellen White para a interpretação bíblica levanta questões teológicas significativas, especialmente no que diz respeito à autoridade das Escrituras. O princípio da sola scriptura, defendido por muitos reformadores protestantes, sustenta que a Bíblia é a única autoridade final em questões de fé e prática. No entanto, a elevação dos escritos de Ellen White a um status quase canônico compromete esse princípio fundamental.

Ellen White afirmou: “Se o povo de Deus não estudar essas mensagens… eles serão culpados de rejeitar a luz” (White, Testemunhos para a Igreja, Vol. 5). Essa afirmação sugere que os escritos dela possuem um papel essencial na salvação e na correta prática da fé. Isso cria uma dependência perigosa de suas obras, que passa a ser vista não apenas como um auxílio, mas como um requisito para a verdadeira fé adventista.

Essa perspectiva coloca os escritos de Ellen White em uma posição de co-autoridade com a Bíblia, algo que vai além do que a sola scriptura permite. Além disso, a insistência em seus escritos como necessários para a compreensão correta da Bíblia cria um ambiente em que as Escrituras são interpretadas através do prisma das visões e revelações de Ellen White, o que pode levar a distorções significativas do evangelho bíblico.

Comparação com Outros Movimentos Religiosos

O fenômeno de um profeta moderno, cujos escritos são elevados a uma posição de autoridade, não é exclusivo do Adventismo. Joseph Smith, fundador do Movimento dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), também alegou ter recebido revelações divinas que resultaram no Livro de Mórmon. Assim como Ellen White, Smith afirmou que suas visões eram essenciais para a compreensão completa das Escrituras e para a salvação.

Existem várias semelhanças entre Ellen White e Joseph Smith, tanto na forma como suas visões são vistas dentro de seus respectivos movimentos quanto na maneira como esses escritos são tratados em relação à Bíblia. Ambos os movimentos elevam seus profetas fundadores a uma posição de co-autoridade com as Escrituras, sugerindo que sem esses escritos, a Bíblia não pode ser completamente compreendida.

Contudo, essa elevação de escritos humanos à co-autoridade com a Bíblia levanta questões sérias sobre a natureza da revelação e da inspiração. Se a Bíblia é verdadeiramente completa e suficiente, então qualquer adição a ela, seja por Ellen White, Joseph Smith ou qualquer outro profeta, deve ser vista com extrema cautela.

Reflexão

A análise das afirmações de Leandro Quadros em relação a Ellen White revela uma tensão entre a tentativa de alinhar os escritos de White com a sola scriptura e as próprias declarações de White sobre a natureza e a importância de suas obras. Enquanto Quadros argumenta que os escritos de Ellen White não acrescentam nada à Bíblia, as próprias palavras de White, assim como os exemplos de suas adições extra-bíblicas, indicam o contrário. Ela via seus escritos como inspirados por Deus, essenciais para a compreensão correta das Escrituras e até mesmo necessários para a salvação.

Essa dependência dos escritos de Ellen White compromete o princípio da sola scriptura e coloca em risco a centralidade da Bíblia como a única regra de fé e prática. Além disso, a comparação com outros movimentos religiosos, como o Mormonismo, destaca os perigos de se elevar escritos humanos ao nível da co-autoridade com a Bíblia.

Portanto, é crucial que os adventistas e todos os cristãos considerem cuidadosamente a posição que atribuem aos escritos de Ellen White. A Bíblia, como a Palavra de Deus, deve ser a nossa única e verdadeira luz. Qualquer outra fonte, por mais inspirada que pareça, deve ser submetida ao crivo das Escrituras e nunca deve ser colocada em pé de igualdade com elas.

Referências Bibliográficas

  • White, Ellen G. Testemunhos para a Igreja, Vol. 1-9. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • White, Ellen G. O Grande Conflito. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • White, Ellen G. Patriarcas e Profetas. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • White, Ellen G. História da Redenção. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • White, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • White, Ellen G. Primeiros Escritos. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
  • Quadros, Leandro. “Ela não acrescenta nada de novo na Bíblia…” Na Mira da Verdade, 2023.
  • Smith, Joseph. Livro de Mórmon. Salt Lake City, UT: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Graça e Paz de Cristo, será um prazer receber seu comentário. Jesus te abençoe.