Simplesmente porque…
“Lembra-te (povo hebreu) de que foste servo na terra do
Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido;
pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado” (Dt.
5:15, parênteses do autor).
• – Antes do concerto do Sinai
Deus não ordenou a ninguém que guardasse o Sábado:
“E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua
mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn.3:17); “Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”Gl.3:10); “Guardais dias(no caso o Sábado), e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós” (Gl.4:10-11, parêntesis nosso); “ concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm.3:28).• – Jesus Cristo foi a última
pessoa que teve obrigação de guardar a Lei e o Sábado:
“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei,
a fim de recebermos a adoção de filhos”(Gl.4:4-5; Rm. 10:4).
• – O Sábado faz parte da lei e
esta foi por Cristo abolida totalmente:
“… e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas
suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o
na cruz”(Cl.2:14); “mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de
hoje, à leitura do velho pacto (a Lei), permanece o mesmo véu, não lhes sendo
revelado que em Cristo é ele (a Lei e tudo o que nela está incluído, no nosso
caso o Sábado) abolido” (II Cor.3:14). { Grifo do autor}.
Os adventistas, para imporem a obrigatoriedade da guarda do
Sábado, se valem de argumentos infundados estabelecendo uma distinção entre a
Lei Moral e Lei Cerimonial, Lei de Deus e Lei de Moisés, dizendo que a Lei
Moral ou lei de Deus se restringe aos 10 mandamentos e continuará para sempre,
e que a Lei de Moisés ou Lei cerimonial abrange o Pentateuco escrito por Moisés
e foi abolida. Essa distinção é imprópria e inescriturística.
– “Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem
maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá”(Mc.7:10). Ora, nós sabemos
pôr Êx. 20:12 que se trata do quinto mandamento, e, no entanto se diz que
“Moisés disse”.
– “Não vos deu Moisés a lei? No entanto nenhum de vós cumpre a
lei. Por que procurais matar-me?” (Jo. 7:19). Onde a Lei
proíbe o homicídio? Em Êx. 20:13, dentro dos dez mandamentos. O decálogo é
chamado por Jesus de Lei de Moisés.
O apóstolo Paulo chama o decálogo de Lei; “… pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera” (Rm.7:7).
Para o apóstolo Lei mosaica e decálogo eram a mesma coisa.
Essa divisão da lei em duas é artificial, sem qualquer apoio
bíblico, mas fundamental para impor a guarda do Sábado na doutrina Adventista.
• – Estamos em um novo concerto
muito melhor, fazendo-se necessário à mudança da Lei:
“Mas agora alcançou ele (Jesus) ministério tanto mais excelente
quanto é mediador de um melhor pacto (aliança ou concerto), o qual está firmado
sobre melhores promessas” (Hb. 8:6). {Grifo meu}
Faz-se, aqui, necessário uma explicação sobre o nosso novo concerto e a
mudança da Lei. Foi o próprio Cristo que instituiu a nova aliança (Mt.26:28)
trazendo assim uma nova concepção da vida espiritual que Deus quer que
tenhamos. Isso foi tão profundo que os judeus não entenderam e nem aceitaram. A
lei dizia: “olho por olho, e dente por
dente”. Jesus disse: “não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face
direita, oferece-lhe também a outra” (Mt.5:38-39). Quanto ao
Sábado, a Lei dizia que deveria ser guardado e santificado (Ex.20:8), mas no
novo pacto isso muda e o que tem que ser guardado e santificado é o povo de
Deus, não só em um dia da semana, mas nos sete. Isso é pelo fato do Sábado ser
feito para o homem e não o homem para ser escravo do Sábado (Mc.2:27-28). Todos
os dias para os cristãos têm que ser santo e especial, pois em qualquer um
desses dias Jesus pode voltar (Mc.13:32). A nova concepção do Sábado é muito
mais profunda do que qualquer sabatista possa querer explicar, pois muitas são
as mudanças na visão dessa lei da guarda do Sábado. Em Hebreus (capítulo 4)
Jesus é o próprio Sábado e é claro que o Senhor reina em todos os dias. Para a
Igreja o Sábado, que era o dia da santificação, tornou-se todos os dias. É uma
pena que os Adventistas e sabatistas consagrem apenas um dia para o Senhor,
pois A IGREJA DE CRISTO CONSAGRA TODOS OS DIAS PARA O SEU SENHOR.
Explica o seguinte o Dr. G. Archer sobre essa problemática:
“…a verdadeira questão é se a ordem sobre o sétimo dia, o Sábado do Senhor, foi
transferida (Hb.7:12), no NT, para o primeiro dia da semana, o Domingo, que a
igreja em geral honra como o dia do Senhor. De fato, ele é também conhecido
como Sábado cristão. O âmago ou cerne da pregação apostólica ao mundo gentio e judaico,
a partir do pentecostes era a ressurreição de Jesus (At.2:32). O ressurgimento
de Cristo era a comprovação de Deus, perante o mundo, de que o salvador da
humanidade havia pago o preço válido e suficiente pelos pecadores e havia
superado a maldição da morte. O sacrifício expiatório eficaz de Jesus e sua
vitória sobre a maldição da morte introduziu uma nova época ou dispensação da
Igreja (Ef.1:10). Assim como a ceia do Senhor(I Cor.11:23-34) substituiu a
Páscoa (Mt.26:17-30; Lc.22:7-23), na antiga aliança – “Porque isto é o meu
sangue, o sangue do Novo Testamento (novo concerto, pacto, aliança)”. A morte
de Cristo substituiu o sacrifício de animais no altar (Jo.19:30, Cf. Lv.), o
sacerdócio arônico (Êx.28) foi substituído pelo sacerdócio supremo de Jesus
“segundo a ordem de Melquisedeque”(Hb.7) e fez com que cada crente se torna-se
um sacerdote (Ap.1:5). Também o quarto mandamento, dentre os dez, que pelo
menos em parte tinha natureza cerimonial (Cl.2:16-17), deveria ser substituído
por outro símbolo, mais apropriado à nova dispensação – O DOMINGO “Dia do
Senhor”. (Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, pág. 125)
• – No novo concerto, sob qual
estamos (Hb. 8:6), não existe mandamento para guardar o Sábado embora
encontremos todos os outros do decálogo.
É evidente que, na opinião dos sabatistas, uma das mais
importantes doutrinas é a da guarda do Sábado. Se realmente fosse tão
importante a guarda sabática, então seguramente teria de haver menção do
mandamento no Novo Testamento. Entretanto, todos os outros mandamentos do decálogo
são repetidos muitas vezes, porém o fato é que não encontramos o mandamento
sobre o Sábado no Novo Testamento nem sequer uma vez. No caso do jovem rico,
Jesus enumerou a maioria dos mandamentos, mas deixou de fora o mandamento sobre
o sétimo dia. O grande questionamento seria o porquê o Novo Testamento, que
cita todos os demais mandamentos do decálogo, não explicita a questão da guarda
sabática.
• – Os sabatistas condenam quem
não guarda o Sábado e afirmam que esta pessoa não será salva.
“Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas
vestes estava escrito em grandes letras: Pesado foste na balança, e foste
achado em falta. Perguntei (ao anjo) quem era aquela multidão. O Anjo disse:
Estes são os que já guardaram o sábado e o abandonaram. Vi que eles haviam …
enlameado o resto com os pés – pisando o sábado a pés; e por isso foram pesados
na balança e achados em falta.” (Primeiros Escritos, pág.37)
Sabemos de dezenas de histórias de pessoas que ficaram
endividadas e chegaram até a passar necessidades e sabe porquê? Os sabatistas
proibiram o irmão de trabalhar naquela determinada firma, pois lá se trabalhava
aos sábados. É impressionante como uma doutrina chega a ser extremista e a
prejudicar a comunidade.
Ainda bem que existe as verdadeiras Igrejas de Cristo para
ensinar a verdade para as pessoas. A verdade é libertadora (Jo. 8:32) e não
opressora como esta doutrina. As pessoas procuram as igrejas para tirarem o
fardo pesado das costas (Mt. 11:28-30) e muitas vezes ao chegarem lá os seus
fardos não se aliviam e sim ficam mais pesados. É o coso de quem se achega à
igreja Adventista, pois quem não guarda o Sábado está fora da comunhão e
doutrina da igreja. Os líderes condenam veementes os que ali no meio não
cumprem a guarda deste dia. Isso é muito triste!
Para fugir à evidência de Cl.2:16-17, onde Paulo se refere ao Sábado semanal como integrante das coisas passageiras da Lei que terminaram com a morte de Cristo na cruz, os adventistas costumam argumentar que a palavra “Sábado” não se refere ao sábado semanal, mas aos anuais ou cerimoniais de Lv.23. O que não é verdade, pois os sábados anuais ou cerimoniais já estão incluídos na expressão “dias de festa”. Esta indicação mostra positivamente que a palavra SABBATON, como é usada em Cl.2:16, não pode se referir aos sábados festivos, anuais ou cerimoniais. Sendo assim é difícil para os Adventistas sustentar a sua doutrina sabática, desde que temos visto que o Sábado pode legitimamente ser tido como “sombra” ou símbolo preparatório de bênçãos espirituais e não dogmas legalistas (vrs. 17).
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