As TJ crêem que os cristãos estão
divididos em dois grupos: o grupo menor, formado por 144.000 integrantes, ao
qual chamam de “pequeno rebanho”; e o grupo maior, integrante de uma grande
multidão. Baseiam essa doutrina em várias passagens bíblicas, das quais, as
principais são: Lc 12.32; Jo 10.16; Ap 7.4-17; 14.1-5.
Referindo-se
aos cristãos que, segundo os líderes das TJ, não pertencem aos 144.000, eles
fazem as seguintes afirmações:
1.1.
Não participam da Ceia do Senhor
Nós, os evangélicos, nos reunimos periodicamente para celebrarmos a Ceia do Senhor (1Co 11.17-34); e o fazemos assim: Após darmos graças pelo pão, o partimos e o distribuímos aos fiéis, anunciando que o mesmo simboliza o corpo de Cristo que foi transpassado pelos nossos pecados. Após comermos o pão, agradecemos a Deus pelo vinho e o distribuímos, observando que se trata de um símbolo do sangue de Jesus, que foi derramado na cruz para nos
purificar dos nossos pecados.As TJ também se reúnem anualmente para
participarem do mesmo evento, que elas preferem chamar de Refeição Noturna do
Cordeiro, ou Memorial, ou ainda Comemoração. Até aí tudo bem, considerando que
“ceia” e “refeição noturna” são expressões equivalentes entre si. Além disso, a
Ceia do Senhor é sim, um memorial, bem como uma comemoração. O que nos parece estranho,
é que as TJ crêem que nem todos os cristãos podem participar deste memorial.
Afirmam elas que só quem pertence aos 144.000 podem “comer o pão e beber o copo” (Queira ver 1Co
11.27, na TNM).
Em Mt 26.26-28 encontramos que Jesus, ao
instituir o memorial de Seu sacrifício, o fez dizendo que o suco de uva que Ele
então distribuía aos seus discípulos era o “sangue do pacto” derramado para
remissão dos pecados. As TJ, por acreditarem que só 144.000 cristãos vão reinar
com Cristo no Céu, deduzem que os cristãos que não fazem parte deste grupo
seleto, não pertencem a este pacto, por cujo motivo não tomam parte do mesmo (Pacto é
sinônimo de Testamento, Aliança, Concerto, Acordo. Etc. Novo Pacto,
portanto, é o mesmo que Novo Testamento ou Novo Concerto).
Abaixo,
quatro provas de que o Corpo Governante asseverou que os membros da grande
multidão não pertencem ao Novo Pacto:
“Por conseguinte, esta ‘grande multidão’
não está no novo pacto […]” (A Sentinela. 15/08/1966, p. 499);
“Claramente, pois, o novo pacto não é um
arranjo livre, aberto a toda a humanidade. Trata-se duma cuidadosamente
providenciada provisão legal envolvendo Deus e os cristãos ungidos” (A Sentinela, 15 de
agosto de 1989, p. 30);
“[…] Jesus tornou-se o Mediador dum novo
pacto entre Deus e um grupo seleto de homens.” (A Sentinela, 01 de janeiro de 1993, p. 5);
O ex-TJ David A. Reed, copia de A Sentinela o
que se segue:
“Aqueles que pertencem à classe das
‘outras ovelhas’ não pertencem à nova aliança e dela não tomam parte” (REED,
David A. Rio de Janeiro: JUERP. As Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo Por Versículo.
1 ed. 1989, p. 58, citando A Sentinela de 15/02/1986, edição norte-americana,
p. 15);
Nós, os evangélicos, geralmente cremos
que tudo quanto Jesus mandou os apóstolos fazerem, nós podemos e devemos fazer
também, visto que Jesus os incumbiu de ensinarem todas as nações (e não apenas
aos 144000) a guardar “todas a coisas que” Ele os ensinara (Mt 28.19,20). Ora,
se Cristo mandou os apóstolos comerem do pão e beberem do cálice, e depois os
comissionou a ensinarem todas
a nações a fazerem todas
as coisas que Ele os havia ensinado, se eles não nos
ensinassem a participar da Santa Ceia, estariam desobedecendo à ordem de
Cristo. E igualmente lógica e verdadeira é a conclusão de que se não participarmos
da Ceia do Senhor — exceto se por razões alheias à nossa vontade —, estaremos
em desobediência a Deus.
O argumento que as TJ apresentam para
não participarem da Refeição Noturna do Cordeiro é muito fraco, considerando
que partindo da falsa premissa de que os cristãos estão divididos em dois
grupos; que os do grupo maior “não pertencem à Nova Aliança e dela não tomam parte”; e
que, por conseguinte, estes não podem tomar parte na Ceia do Senhor, abre-se
precedente para que também se pregue que o batismo não é para todos os
cristãos. As TJ, para serem coerentes, deviam ensinar que só os 144.000 podem
ser batizados. Aliás, qual é o critério adotado pelos líderes das TJ, para que
se saiba quais são os mandamentos da Bíblia que os cristãos que não pertencem
ao grupo dos 144.000 não precisam obedecer?
O Corpo Governante induziu os seus
liderados a não participarem da Ceia do Senhor, e, para compensar essa perda,
deu-lhes um “prêmio de consolação”, a saber, é-lhes dito que podem ter o “prazer em ser observadores”,
isto é, não podem comer do pão e beber do cálice, mas podem assistir ao evento
(Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 201-202, §§ 23-30).
À luz da Bíblia, nenhum cristão
verdadeiro vive à margem da Nova Aliança selada com o sangue de Cristo, pois
Jesus disse sem rodeios que os que não comem a Sua carne e não bebem o Seu
sangue, não têm vida em si mesmos (Jo 6.53), donde se pode deduzir que os tais
não são cristãos, já que todos os cristãos de fato, têm a vida (Jo 3.36; 5.24;
10.10 etc.). Além disso, “comer” a carne de Cristo e “beber” o Seu sangue, são
metáforas, e significam lançar
mão (ou se valer, ou se servir) dos benefícios oriundos do sacrifício vicário
do Senhor. E, como é inconcebível a idéia de um cristão que
não faça isto, todos os que realmente são cristãos, pertencem sim, à Nova
Aliança e dela tomam parte verdadeiramente. Ora, se todos os que realmente são
cristãos, estão sob a Nova Aliança selada com o sangue de Cristo, nada mais
natural que todos comemorem a sua instituição e inauguração. E, já que podemos,
devemos e queremos comemorar o sacrifício de Jesus, que instituiu e inaugurou a
Nova Aliança, nos interessa sabermos como fazê-lo. E, como sabemos, a Bíblia
diz que é comendo do pão e bebendo do cálice (Mt 26.26-28; Mc 14.22-24; Lc
22.19,20; 1Co 11.23-28). Nenhum cristão foi chamado por Deus para tão-somente
assistir à Ceia do Senhor, e sim, para participar da mesma, já que se trata de
um memorial do sacrifício cruento do qual emerge o Povo de Deus da atualidade,
chamado Igreja.
Se o relacionamento entre Cristo e os
cristãos, se dá à base do Pacto (ou Aliança) selado com o precioso sangue
vertido na cruz, os que não se consideram incluídos neste Plano, não podem se
considerar cristãos. E, deste modo, as TJ que se julgam “integrantes da grande
multidão que herdaria a Terra,” excluem-se a si mesmas do rol dos cristãos,
quando afirmam que “não pertencem à Nova Aliança e dela não tomam parte”. Isto
mesmo, estão se auto-excluindo do povo de Deus. Dizer isso equivale a admitir: Nós não pertencemos a Cristo. Não somos o
povo de Deus da atualidade.
1.2.
Não são ungidos
Embora
a Bíblia, dirigindo-se aos cristãos, diga que nós temos a unção do Santo (1 Jo
2.20-27), as TJ aprendem que esta unção é só para os 144.000. Elas entendem que
esta unção diz respeito à investidura de poder régio outorgado aos 144.000, os
quais, como reis se assentarão em tronos, auxiliando Cristo no Reino. Logo,
concluem elas, os que não serão reis e sacerdotes no Reino, mas apenas súditos,
não são ungidos (A Sentinela, 15/09/1 979, página 32).
A
unção da qual trata 1 Jo 2.20-27, diz respeito à delegação do poder que Cristo
conferiu a todos os cristãos, quando nos deu do Seu Espírito (Jo 14. 17; At 1.
8; Rm 8. 14).
1.3.
Não são intermediados por Cristo
Outra heresia de doer o coração de quem
ama as vítimas das seitas, é o fato das TJ pregarem que Cristo não é o Mediador
de todos os cristãos, mas sim, tão-somente dos 144.000. Na mesma página e
parágrafo da revista supracitada, isto é, A Sentinela de 15/09/1979, os guias
das TJ perguntam: “Será que Jesus é ‘mediador’ só dos cristãos ungidos?” E
em seguida respondem: “De modo que, em estrito sentido bíblico, Jesus é o ‘mediador’
apenas dos cristãos ungidos”, isto é, dos 144.000. Isso colide
frontalmente com 1Tm 2.5, que nos diz que Cristo é o Mediador entre Deus e os homens, bem como
com Jo 14.6 , onde Jesus afirma que só por Ele se tem acesso ao Pai. Então,
quem não é intermediado por Cristo, está perdido.
Não
obstante os líderes das TJ pregarem que Jesus só é Mediador dos 144000,
incoerentemente dizem que as TJ que pertencem à grande multidão devem orar a
Jeová em nome de Jesus. E as TJ do mundo todo oram a Deus em nome de Jesus.
Ora, se Cristo não é o Mediador delas, por que oram então em nome dEle?
1.4.
Não são justificados pela fé
A justificação pela fé, apontada por
Paulo em Rm 5.1, é para todos os cristãos, já que a Bíblia não ensina outro
meio de salvação (Ef 2.8,9). A Bíblia afirma categoricamente que “a justiça de Deus por
intermédio da fé em Jesus Cristo”, é “para todos
os que têm fé. Porque não
há distinção” (Rm 3.22, TNM). Sim, a Bíblia, ao
afirmar que Deus declara “justo o homem que tem fé em Jesus” (Rm
3.26), não acrescenta:“Contanto que pertença aos 144.000”. Contudo, as TJ têm
ensinado que só estes, isto é, os 144000, podem e necessitam ser justificados
pela fé. Referindo-se ao que as TJ pensam ser os cristãos que não pertencem aos
144.000, mas sim, à tal de grande multidão que, segundo eles, herdará a Terra,
os líderes das TJ fizeram a seguinte pronunciação: “Por isso não serão nem agora nem então justificados ou declarados
justos assim como os 144.000 co-herdeiros celestiais foram justificados
enquanto na carne. Os da ‘grande multidão’ não sofrerão uma mudança na natureza
humana para a espiritual, e por isso não
precisam de justificação pela fé e da imputação de justiça
necessitadas pelos 144.000 ‘escolhidos’.” (Vida Eterna – Na
Liberdade dos Filhos de Deus, página 390, parágrafo 22. Grifo nosso).
Uma
vez que os supostos integrantes da imaginária Grande Multidão não são, segundo
as TJ, justificados pela fé, perguntamos: Que perdem eles com isso? Que é ser
justificado pela fé? É possível ser um fiel cristão sem ser justificado pela
fé?
Segundo
as TJ, os servos de Deus que não pertencem aos 144.000, e isso inclui todos os
do Antigo Testamento, como Abel, Noé, Abraão, Moisés, Sara, Ana, Davi, João
Batista, Sansão, etc., serão ressuscitados no início do Milênio, em cujo
período poderão se aperfeiçoar progressivamente até se tornarem tão perfeitos
quanto Adão e Eva eram antes de pecar. Aquele que, dentro desse período, se
rebelar contra Deus, morrerá de novo e, dessa vez, sem direito à ressurreição.
Mas, os que forem fiéis, irão se aperfeiçoando progressivamente pelo Milênio
adentro, até atingirem a perfeição, o que se dará por volta do fim do milênio.
Ao terminar então o Milênio, serão tentados todos os que tiverem chegado até
lá, dos quais muitos cederão e, por isso, morrerão de novo para nunca mais
serem ressuscitados. Porém, os que não cederem, viverão para sempre, ou seja,
então serão salvos. Ora, se assim fosse, estaria em jogo, não apenas a salvação
dos supostos integrantes da Grande Multidão que, no presente, morrem fiéis às
doutrinas pregadas pelo Corpo Governante, mas até mesmo os heróis da fé, do Antigo
Testamento (Abel, Noé, Sara, Abraão, Josué, Daniel, Moisés, Ester, Ana, João
Batista etc.), estariam na corda bamba.
Pregam mesmo as TJ o que dissemos acima?
Ora, elas afirmam no livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página
122, parágrafo 7, que “… todos os homens e mulheres fiéis que morreram antes de Jesus
falecer tinham esperança de viver novamente na terra, não no céu. Serão
ressuscitados para se tornarem súditos terrestres do reino de Deus…” Elas
dizem ainda neste mesmo livro, páginas 175-183, que tantos quantos forem
ressuscitados, mais os vivos que sobreviverem ao Armagedom, somados aos que
nascerem durante o Dia do Juízo de 1.000 anos, conforme forem sendo fiéis,
gradualmente avançarão rumo à perfeição humana, de sorte que por volta do fim
do Dia do Juízo de 1000 anos, todos os que não morrem nesse período, estarão
tão perfeitos quanto Adão e Eva eram antes de pecar. E acrescentam que ao
terminar o referido Dia do Juízo de 1000 anos, Satanás e seus demônios sairão
da prisão na qual estarão retidos durante o Dia do Juízo, e tentarão esses
humanos aperfeiçoados; dos quais, os que cederem serão destruídos; e os que se
mantiverem fiéis, herdarão a Terra paradisíaca.
Uma das provas de que as TJ crêem que
todos os humanos que forem aperfeiçoados durante o Dia do Juízo, serão testados
depois do Milênio, é o fato delas afirmarem que Jeová submeterá (depois do Dia
do Juízo) a humanidade a uma prova, para daí selecionar os fiéis que farão jus
aos nomes no livro da vida. Senão, vejamos: “Como determinará Jeová que nomes deverão ser escritos no ‘rolo da
vida’, ou ‘livro da vida’?… Será por meio duma prova à qual a humanidade será submetida” (Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 182, parágrafo 20, ênfase
acrescentada). Veja que o Corpo Governante afirma que o teste será aplicado na humanidade, e não, a uma parte da humanidade.
Simplificando, o que as TJ pregam é o
seguinte: O homem foi feito para viver eternamente no planeta Terra. Porém,
devido ao pecado, o homem foi sentenciado à morte e, por conseguinte, a deixar
de existir. Mas, por causa da sacrifício de Cristo, muitos terão uma
segunda oportunidade. Estes, e seus filhos nascidos durante o período de
adestramento que durará mil anos, serão submetidos a um processo evolutivo, ao
término do qual estarão tão perfeitos quanto Adão e Eva eram antes de pecar.
Então serão tentados por Satanás e seus demônios. Nessa época, muitos cederão
às tentações e, por isso mesmo, serão destruídos, isto é, irão para a Geena, o
que equivale a dizer que morrerão sem direito à ressurreição. Mas os que
permanecerem fiéis, viverão eternamente na Terra paradisíaca. Deste modo, não
se sabe, por exemplo, se Moisés será ou não, fiel a Deus, durante o Dia do
Juízo. Portanto, há uma possibilidade dele morrer nesse período. Além disso,
mesmo que ele passe por essa primeira barreira, bem pode ser que ele não consiga
transpor o segundo obstáculo, já que as TJ sustentam que muitos dos que
passarem pela primeira eliminatória, serão reprovados no teste final, quando
forem tentados pelo diabo e seus demônios. Sim, segundo as TJ, os que forem
rebeldes durante o período de adestramento de 1.000 anos, serão destruídos
nesse intervalo. Referindo-se aos tais, disse o Corpo Governante: “… Assim, essas pessoas serão
destruídas, quer durante, quer por volta do fim do Dia do Juízo…” (Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 180, parágrafo 14).
Nessas
entrelinhas pode-se ver nitidamente que as TJ realmente negam que os membros da
Grande Multidão possam ser justificados pele fé. Embora elas afirmem que também
crêem na salvação pela graça, conforme consta de Ef 2.8-9, a verdade solene é
que elas pregam salvação pelas obras. Elas não crêem (pelo menos para os
integrantes do grupo que elas chamam de Grande Multidão) na totalidade,
instantaneidade e eficácia do perdão que Deus nos dá em Cristo. Por ora, ser
perdoado é, segundo elas, candidatar-se a uma segunda oportunidade, a qual
consiste de 1000 anos de adestramento eliminatório, seguido de um rigoroso
teste seletivo, do qual só sabem que existe a triste possibilidade de serem
reprovadas, o que, sem dúvida, é inquietante. Logo, o “Jesus” das TJ não salva
sozinho. Ele apenas abre o caminho, isto é, dá uma segunda chance, para que o
cristão, por seus próprios esforços evolua gradualmente até à perfeição, quando
então, se for aprovado no teste final ao qual será submetido após tornar-se
perfeito, fará jus à salvação. E essa salvação, segundo as TJ, é apenas um
retorno à boa vida que a humanidade perdeu desde a queda de Adão e Eva no Éden.
Do
exposto acima, as TJ crêem que de fato existe a justificação pela fé. Além
disso, elas sabem o que significa isso. Elas não ignoram que os justificados
pele fé, quando morrem partem desta vida de posse de uma salvação assegurada. A
diferença que há entre elas e nós sobre essa questão, é que elas não crêem que
a justificação pela fé seja para todos os cristãos, antes pensam que isso é só
para os 144000.
1.5.
Não nasceram de novo
O Senhor Jesus Cristo afirmou em Jo
3.3-5 que aquele que não nascer de novo não pode entrar no Reino de Deus. Ora,
até quem não é perito bíblico sabe que com estas palavras Jesus estava querendo
dizer que a conversão à fé cristã é algo indispensável à salvação. Neste caso,
“nascer de novo” é se entregar a Cristo. É à transformação que o pecador
experimenta, quando recebe o Senhor Jesus em seu coração, que Jesus chamou de
“nascer da água e do Espírito” e de “nascer de novo”. E ao afirmar que aquele
que não passar por esta experiência não pode entrar e nem ver o Reino de Deus,
quis dizer que o tal será condenado. Mas as TJ asseguram que ninguém precisa
nascer de novo para se salvar. Segundo elas, o novo nascimento é necessário
apenas aos que vão morar no Céu. E porque crêem que só 144.000 vão morar no Céu
com Jesus, elas afirmam que ninguém, além de Jesus e os 144.000, precisam
nascer de novo. Segundo as TJ, o número exato dos nascidos de novo é 144.001
(cento e quarenta e quatro mil e um). Sim, as TJ pregam oficialmente que Jesus
também nasceu de novo. Em o livro Raciocínios à Base das Escrituras, páginas
256-258, enquanto “explicam” o que é nascer de novo, dizem com todas as
letras que “…Jesus teve essa experiência, assim como a têm os 144.000 que são
herdeiros com ele do Reino celestial…”, e acrescentam que nem
todos os cristãos são nascidos de novo. Que heresia! Claro que Cristo não
nasceu de novo. Ele não precisa disso. Quem tem que nascer de novo é o pecador.
E isso sob pena de se perder para sempre.
Ora, é fácil provar à luz da Bíblia que
o novo nascimento é experiência comum a todos os cristãos verdadeiros,
independentemente de pertencerem ou não ao grupo dos 144.000. Para tanto, basta
ler 1 Jo 5.1 e Jo 1.11-13. Vejamos, pois, o que dizem estes dois textos: 1 Jo 5.1: “TODO aquele que crê que
Jesus é o Cristo NASCEU de Deus.” (TNM, grifo nosso). Quais são
os que crêem que Jesus é o Cristo? Porventura são só os 144.000?
Jo
1.11-13: “Veio ao seu próprio lar, mas os seus não o
acolheram. No entanto, a TANTOS QUANTOS O RECEBERAM, a estes deu autoridade
para se tornarem filhos de Deus, porque exerciam fé no seu nome, e NASCERAM,
não do sangue, nem da vontade do homem, mas DE DEUS” (TNM, grifo nosso).
Se destacarmos desta última transcrição,
apenas as versais, isto é, apenas o que foi escrito em caixa alta, teremos a
seguinte frase: “tantos quantos o receberam nasceram de Deus”. E,
se nasceram de Deus, então nasceram de novo. Julgamos impossível alguém ler Jo
1.11-13 e concluir que nem todos os que recebem a Jesus em seus corações,
nascem de Deus. Contudo, o Corpo Governante tentou provar que Jo 1.11-13 não
diz que todos os que receberam a Jesus nasceram de Deus; e apresentou o
seguinte argumento: “…‘Tantos quantos o receberam’ não significa todos os humanos que
depositaram fé em Cristo. Note a quem se faz referência, conforme indica o
versículo 11 [‘os seus’, os judeus]. O mesmo privilégio é estendido a outros
entre a humanidade, mas apenas a um ‘pequeno rebanho’…” (Ibidem,
página 257).
Quem
se dá ao trabalho de raciocinar percebe prontamente que o argumento acima não é
consistente. Isto porque realmente o versículo 11 diz que Jesus veio para os
Judeus, e que estes o rejeitaram; mas os versículos 12 e 13 nos dizem que os
que procederam diferente da maioria dos judeus, recebendo a Jesus, tiveram o
privilégio de nascerem de Deus. Note que o versículo 12 diz “tantos quantos”, e
isso inclui pessoas de todas as raças.
Se a Bíblia dissesse que “Jesus veio para os brasileiros,
mas estes o rejeitaram. No entanto, a tantos quantos o receberam, alcançaram o
perdão dos seus pecados”, alguém poderia dizer que o perdão não é
para todos os humanos que depositam fé em Jesus? Seria razoável alguém
argumentar dizendo: “Note a quem se faz referência, conforme indica o versículo
[‘os brasileiros’]”?
As TJ pregam que há, entre os 144.000,
pessoas pertencentes a diversas raças. Pregam ainda que todos os integrantes
dos 144.000 nasceram de novo. Ora, se o fato do versículo 11 de Jo 1 dizer que
Jesus veio para os judeus, provasse que as palavras “tantos quantos o receberam” constantes do
versículo 12 “não significa todos os humanos que depositaram fé em
Cristo,” mas apenas os judeus, como querem os líderes das TJ,
então todos os que constituem os referido grupo, teriam que ser judeus. Porém,
isso não acontece, e aí está uma nítida contradição. Certamente os integrantes
do Corpo Governante perceberam que estavam sendo contraditórios, razão pela
qual, referindo-se aos 144.000 disseram: “O mesmo privilégio é estendido a outros dentre a humanidade, mas
apenas a um pequeno ‘rebanho’.” (Ibidem). “Pequeno rebanho” é
um dos nomes que as TJ dão aos 144.000. Logo, o que os dirigentes das TJ estão
querendo dizer com esta última afirmação, é que embora seja verdade que “ ‘Tantos quantos os receberam’
não significa todos os humanos que depositaram fé em Cristo”, visto
que o versículo 11 se refere aos judeus, Deus estendeu este privilégio a
pessoas de outras raças até completar o “pequeno rebanho”, isto é, os 144.000. Porém, aqui a
incoerência salta aos olhos. Sim, ratificamos que se o fato de Jo 1: 12-13,
afirmar que tantos quantos receberam a Jesus nasceram de Deus, não significasse
todos os humanos que depositaram fé em Cristo, mas sim, exclusivamente os
judeus que creram nEle, ninguém que não fosse judeu poderia pertencer ao grupo
dos 144.000, já que, segundo as TJ, os 144.000 nasceram de novo.
1.6.
Não são filhos de Deus,
e sim, netos
TJ não só tentam provar que só Jesus e
os 144.000 necessitaram e puderam nascer de novo, mas também se esforçam,
fazendo ecoar em todos os rincões do mundo, a “Boa Nova” de que Deus só tem 144.000 filhos,
dentre os humanos. Afirmam que os cristãos que não pertencem aos 144.000 não
são filhos de Deus. Por este motivo, dos 6.000.000 de TJ espalhadas pelo mundo
afora, apenas cerca de 8.000 estão autorizadas a dizerem que são filhos de
Deus.
O texto acima transcrito, no qual os
líderes das TJ argumentam dizendo que à luz de João 1.11, a afirmação de que “tantos quantos o receberam” não
significa todos os humanos que depositaram fé em Cristo, não tem por finalidade
única “provar” que nem todos os cristãos verdadeiros são nascidos de novo, mas
também se pretende “provar” com esse argumento que nem todos os cristãos são
filhos de Deus. Porém, o “tantos quantos” do versículo 12 não exclui nenhum
cristão autêntico. Realmente o texto está dizendo que todos os que recebem a
Jesus, são transformados em filhos de Deus. Dizer que Deus só tem 144.001
(cento e quarenta e quatro mil e um) filhos é doutrina estranha às Escrituras
Sagradas.
Segundo as TJ, brevemente ocorrerá o
Armagedom, isto é, o período catastrófico pelo qual passará a humanidade,
durante o qual Jeová matará todos os que não são TJ. Imediatamente após o
Armagedom terá início o Dia do Juízo (o qual durará 1.000 anos), no início do
qual se dará a prisão de Satanás e seus demônios, bem como a ressurreição de
uma grande parte dos mortos. E todos (as fiéis TJ que sobreviverão ao Armagedom
e os mortos que forem ressuscitados no início do Dia do Juízo de 1.000 anos)
serão instruídos através de livros tão inspirados por Deus quanto a Bíblia
Sagrada, os quais serão escritos no Dia do Juízo e distribuídos a todos. Todo
aquele que durante o Dia do Juízo, se rebelar contra Jeová, morrerá sem direito
à ressurreição. Mas, os que forem fiéis, irão se aperfeiçoando cada vez mais.
E, ao terminar o Dia do Juízo de 1.000 anos, estarão (juntamente com seus
filhos nascidos durante o Dia do Juízo), tão perfeitos quanto Adão e Eva eram
antes de pecar. Então Deus os submeterá a uma última prova cabal, isto é,
soltará o diabo e seus demônios, pelos quais serão tentados. Os que cederem às
tentações, morrerão sem direito à ressurreição. Mas os que forem fiéis,
permanecerão no glorioso paraíso terrestre. Só
então, Jeová os adotará como seus filhos. Sim, leitor, cerca
de 6.000.000 de TJ, repetem como robôs programados pelos seus líderes: “Nós ainda não somos filhos de Deus, mas o
seremos um dia, se formos fiéis até lá”.
Para se certificar da autenticidade do
que acima afirmamos, o caro leitor deve consultar os seguintes livros da
autoria dos líderes das TJ: Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro, páginas
190 e 191; Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas
175-183; e Raciocínios à Base das Escrituras, página 292, segundo
parágrafo desta página. Como evidência de que realmente as coisas são assim,
transcrevemos parte do que está registrado nos livros Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro, página
191, parágrafos 16 e 17, e Raciocínios à Base das Escrituras, página 292, edição
de 1.985, respectivamente.
“A
humanidade aperfeiçoada receberá então a oportunidade de demonstrar que fez a
escolha imutável de servir para sempre o único Deus vivente e verdadeiro. Por
isso, ANTES DE ADOTÁ-LOS COMO SEUS FILHOS por meio de Jesus Cristo, Jeová
sujeitará todos esses humanos aperfeiçoados a uma última prova cabal. Satanás e
seus demônios serão soltos do abismo… Jeová ADOTARÁ ENTÃO… todos os humanos
aperfeiçoados… como seus filhos…” (grifo nosso).
“…
Todavia, os cristãos verdadeiros refletem qualidades piedosas. Dentre esses,
Deus selecionou um número limitado de pessoas para reinarem com Cristo no céu.
Deus refere-se a esses como seus ‘filhos’… DEPOIS de os fiéis na terra… terem
atingido a perfeição humana e de terem demonstrado lealdade inquebrantável a
Jeová qual Soberano Universal, ENTÃO eles também GOZARÃO da excelente relação
de filhos de Deus” (grifo
nosso).
Não foi lendo a Bíblia que os líderes
das TJ aprenderam que nem todos os cristãos verdadeiros são filhos de Deus,
pois Rm 8.14 afirma que “… todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são
filhos de Deus”. Seriam os 144.000 os únicos guiados pelo
Espírito de Deus? Será que o Espírito Santo não guia (ou conduz, como o diz a
TNM) a todos os cristãos verdadeiros, independente de pertencerem ou não aos
144.000? Certamente o Espírito Santo guia a todos os que realmente são
cristãos, visto que não há um só versículo bíblico que diga o contrário. E, se
todos os cristãos verdadeiros são guiados pelo Espírito Santo, então todos os
cristãos verdadeiros são filhos de Deus, já que Rm 8.14 diz francamente que “todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.
Que
religião é essa que
rouba de seus adeptos a felicidade de dizerem que são filhos de Deus?
Não discordamos das TJ por dizerem que
elas não nasceram de novo e que não são filhos de Deus, porquanto lhes assiste
o direito de confessarem esta verdade. Mas quando receberem a Jesus (Jo
1.11-13) e se deixarem guiar pelo Espírito Santo (Rm 8.14), dirão: “Vede que grande amor nos tem
concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus…; e nós o somos… Amados, agora
somos filhos de Deus…” (1 Jo 3.1,2) .
O fato de o apóstolo João afirmar que “Nisto são manifestos os filhos
de Deus, e os filhos do diabo…” (1 Jo 3.10) prova cabalmente
que só há duas categorias de pessoas na Terra: os filhos de Deus e os filhos do
diabo. Por conseguinte, as TJ precisam parar para pensar no que estão dizendo
realmente, quando pronunciam a frase: “Nós não somos filhos de Deus”.
Aos seus seguidores que ainda não são
filhos de Deus, o Corpo Governante ensina que eles são netos de Deus, bem
como“prospectivos filhos terrestres”, ou seja, são candidatos a filhos de Deus.
E, no intuito de fazerem crer que estão apoiados na Bíblia, dizem que “Nas Escrituras os avós são
muitas vezes referidos como pais” (Seja Deus Verdadeiro,
páginas 158-159, parágrafo 15, edição de 1955).
Os
líderes das TJ se emaranham na Bíblia. Senão, vejamos: Eles pregam que os
servos de Deus do Antigo Testamento não pertenciam aos 144000; e que, portanto,
não podem ir para o Céu (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página
122, parágrafo 7). Porém, raciocinemos: Se só os 144000 são filhos de Deus
(como o supõem as TJ), e todos os que são guiados pelo Espírito Santo, são
filhos de Deus (como o afirma a Bíblia), então os servos de Deus do Antigo
Testamento eram filhos de Deus, já que a Bíblia afirma que eles também eram
guiados pelo Espírito Santo (Sl 143.10; Lc 2. 27 [Simeão foi ao templo,
impulsionado pelo Espírito Santo. E, como sabemos, o Novo Testamento só foi
inaugurado 33 anos após.]). Além disso, o profeta Isaías registrou: “…Tu és
nosso Pai…” Is 63.16). E, se eram filhos de Deus, então as TJ deviam dizer que
os tais pertenciam aos 144000, visto que, segundo o Corpo Governante, só os
144000 são filhos de Deus. E, se pertenciam aos 144000, então vão morar no Céu,
considerando que os guias das TJ dizem que todos os integrantes dos 144000 vão
morar no Céu.
Segundo o Corpo Governante, embora os
integrantes da grande multidão ainda não sejam filhos de Deus, eles já podem
chamar Deus de Pai e, portanto, orar o Pai-Nosso, considerando que,“Nas Escrituras os avós são
muitas vezes referidos como pais” (Seja Deus Verdadeiro,
páginas 158-159, parágrafo 15, edição de 1955).
Os
chefes das TJ deduzem que, uma vez que Deus só possui 144000 filhos, e Rm 8. 16
diz que o Espírito Santo testifica com o espírito dos tais, que eles são filhos
de Deus, então, quando alguém passa a pertencer aos 144000, recebe, por
conseguinte, um sinal da parte de Deus, que o permite saber que integra ao
seleto grupo. O raciocínio é o seguinte: Se só 144000 são filhos de Deus, e
todos os filhos de Deus sentem o testificar do Espírito Santo quanto a isso, os
filhos de Deus sabem por experiência própria que pertencem ao seleto grupo dos
144000. Mas, Lendo Rm 8.16, à luz do contexto e sem a “ajuda” do Corpo
Governante, vê-se facilmente que este texto não trata de duas classes de
cristãos, uma ungida e outra não; uma com vocação celestial e a outra com vocação
terrena; os membros de uma são filhos de Deus, mas os da outra, não; etc., como
o querem as TJ. As duas classes de pessoas abordadas neste texto bíblico, são
os justos e os ímpios; os que estão na carne, os quais não podem agradar a
Deus, não têm o Espírito Santo e estão condenados; e os que não estão na carne
e agradam a Deus, para os quais não há condenação alguma, são filhos de Deus, e
têm o Espírito Santo.
Realmente
Rm 8.16 seria um excelente critério para determinarmos se uma pessoa pertence
ou não aos 144000, se só estes fossem filhos de Deus. Mas, como a filiação
divina é comum a todos os cristãos verdadeiros, o argumento das TJ não tem
lógica bíblica.
Embora os líderes da TJ já tenham dito
que os membros da grande multidão já podem se dirigir a Deus como Pai, visto
que nas “Escrituras os avós são muitas
vezes referidos como pais”, obviamente elas se sentem desestimuladas
a orarem como Jesus nos ensinou em Mt 9.6: “Pai nosso que estás no Céu…”. As TJ deviam orar ao
“avô nosso que estás no Céu…”.
Quão
profundo abismo é o labirinto no qual as Tj caíram! Já não podem mais nem mesmo
orar como Jesus nos ensinou!
As TJ não erram por dizerem que não são
filhos de Deus. Também não errarão se reconhecerem que ainda não estão em
condição de orarem como Jesus ensinou em Mt 9.6, pois de fato ainda não se
qualificaram para tanto. Mas elas erram por acharem que não podem se tornar
filhos de Deus agora. Informemos, pois, às TJ que Jesus
quer transformá-las em filhos de Deus aqui e agora.
1.7.
Não podem morar no Céu
Embora a Bíblia diga que fomos “chamados em uma só esperança” (Ef
4.4), as TJ estão, como já vimos em 1.1, divididas em dois grupos: o grupo
menor, constituído por 144000 membros, que sonham com o Céu; e o grupo maior,
que integra a grande multidão. Estes, segundo as TJ, herdarão a Terra
Paradisíaca. Sim, as TJ pregam que só 144000 vão morar no Céu (A Verdade que Conduz à Vida
Eterna, 1968, páginas 75—80); e um dos textos bíblicos sobre os
quais tentam apoiar essa crença, é Ap 14.1-5 que, entre outras afirmações,
referindo-se aos 144000, diz que os tais “foram comprados da terra”, “comprados dentre os homens” e “que
seguem o Cordeiro”, isto é, a Jesus “para onde quer que vá”. Mas, essa
“hermenêutica” que as TJ aplicam a Ap 14.1-5, não é consistente pela seguinte
razão: Ainda que as expressões: “…foram comprados da terra” e “…foram comprados dentre os
homens…” signifiquem ser levado para o Céu, este trecho bíblico não dá
margem à interpretação das TJ. Pensamos assim porque se as afirmações “estes são os que foram
comprados da Terra” e “estes são os que… foram comprados… para Deus”,constante
de Ap 14.4, significasse “os únicos que foram comprados da terra”, e se disso
pudéssemos inferir que os tais são os únicos que vão para o Céu, as TJ deveriam
dizer então, que os 144000 são os únicos “virgens que não se contaminaram com mulheres”, já
que o mesmo versículo em pauta, referindo-se aos 144000, diz: “Estes são os que não se
contaminaram com mulheres porque são virgens…”. Que “mulheres”
são essas com as quais os 144000 não se contaminaram? Evangélicos e TJ
concordam que, neste caso, “mulheres” significam as falsas religiões. Ora, será
que só os 144000 não se contaminam com as falsas religiões? As TJ responderiam
negativamente a essa pergunta, pois crêem que os que seguem ao Corpo Governante
estão na verdade e, portanto, não estão contaminados com as heresias. E assim
podemos concluir que se a expressão “Estes são os que não se contaminaram com mulheres”, não
prova que os mesmos são os únicos que não estão maculados com os falsos ensinos
das falsas religiões, então, a expressão “estes são os que foram comprados da terra”, não
significa, necessariamente, “os únicos que foram comprados da terra”, ou seja,
os únicos que foram levados para o Céu. O contrário é usar dois pesos e duas
medidas.
E
se alguém entre as TJ disser que as “mulheres” mencionadas em Ap 14.4 são as
prostitutas, adúlteras e fornicárias? O raciocínio continua válido. Nessa
hipótese basta formularmos esta pergunta: Então, desde os primórdios da
humanidade, até hoje, só tem havido 144000 pessoas que se abdicaram das orgias
sexuais? Só há 144000 castos? Além dos 144000, somos todos prostitutos,
adúlteros, ou fornicários?
Antigamente as TJ pregavam que os dois
grupos em que se dividiam os cristãos, eram: Os 144000 que se assentariam em
tronos para governarem com Cristo no Céu, chamados também de “Noiva de Cristo”;
e os que excedessem a esse grupo, chamados de Dama de Companhia da Noiva, donde
se vê que elas criam que todos os cristãos iam para o Céu, visto que quem está
na Terra não pode, obviamente, fazer companhia a quem está no Céu. Sim, até
1935 as TJ criam que a Grande Multidão era “uma classe celestial secundária” (MENEZES, Aldo
dos Santos. Merecem Crédito as Testemunhas de Jeová?, Teresópolis:
CPR, 1995, p. 85). Mas, em 1935, o então presidente das TJ, Joseph Franklin
Rutherford, proclamou uma nova interpretação. Desde então os cristãos que
excedem ao grupo dos 144.000 são vistos como aspirantes à Terra paradisíaca.
Deste modo, os integrantes da classe secundária estão ficando cada vez mais
pobres: Antes não eram a “Noiva de Cristo”, ou “Esposa do Cordeiro” (Ap 21.9),
mas apenas “Damas de Honra”. Não eram alvos da promessa registrada em Ap 3.21,
o que significava que não seriam reis e sacerdotes (Ap 5.10), mas apenas
súditos do Reino. Agora eles têm que aspirar somente a Terra, pois perderam o
direito de subirem ao Céu.
1.8.
Não pertencem à Igreja de Cristo.
Embora as TJ se proclamem a única
religião verdadeira (veremos isso com maiores detalhes no capítulo 15), elas
não alegam ser a única Igreja verdadeira. Tal se dá porque elas não se
consideram integrantes da Igreja de Cristo. Na opinião delas, a Igreja de
Cristo só tem 144.000 membros. Logo, elas não são a Igreja verdadeira, nem
tampouco uma Igreja falsa. Elas simplesmente não são a Igreja. Alguns dos
integrantes da “religião” delas, por acreditarem que pertencem aos 144.000, se
julgam membros da Igreja de Cristo, mas a instituição deles em si, não é vista
por eles como Igreja, quer verdadeira, quer falsa. Eles são apenas a
Organização de Jeová, a única religião verdadeira, fora da qual não há salvação.
Chamando a Igreja de “congregação”, o
Corpo Governante afirmou: “Todavia, quando a Bíblia fala sobre ‘congregação do Deus
vivente’, ela se refere a um grupo ESPECÍFICO de
seguidores de Cristo. (1 Tm 3:15)[…] De modo que esta ‘congregação de Deus’ é
constituída de todos os cristãos na terra que têm esperança de vida celestial.
Ao todo, APENAS 144.000
pessoas constituirão finalmente a ‘congregação de Deus’. […] Os cristãos que
esperam viver para sempre na terra buscam orientação espiritual desta
‘congregação’…” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra,
páginas 125-126, parágrafo 18, grifo nosso). Ora, o nome que a Bíblia dá ao
povo de Deus da atual Dispensação (que se iniciou com a ressurreição de Cristo
[ou no Pentecostes, segundo alguns eruditos], e findar-se-á quando Jesus vier
buscar o Seu povo), é Igreja. Quem confessa não pertencer à Igreja, está
assumindo que não pertence ao povo de Deus da atualidade.
1.9.
Não pertencem a Cristo
As
TJ não são como a grande maioria dos adeptos das seitas que se intitulam
cristãs, os quais geralmente pensam que são filhos de Deus, que pertencem a
Cristo e à Sua Igreja, etc. Não! As TJ sabem e confessam que elas não estão de
posse destas bênçãos, como vimos nos tópicos anteriores.
No tópico I observamos que o fato de as
TJ dizerem que “não pertencem à Nova Aliança e dela não tomam parte,” equivale
a dizer que elas não são de Cristo. Porém, esta não é apenas uma conclusão nossa,
já que as TJ confessam textualmente que elas não pertencem a Cristo. Eis a
prova: “Os que ‘pertencem a Cristo’ são
os 144.000 discípulos fiéis escolhidos para dominarem com ele no Reino” (Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 172, parágrafo 20). Bem, dos
males, o menor. Pior seria se as TJ pensassem que pertencem a Cristo. Mas, como
elas têm consciência de que este não é o caso, e não escondem isso de seus
leitores, nos poupam do trabalho de tentar convencer a quem quer que seja, que
essa seita não é de Cristo.
1.10.
Não são os gafanhotos da classe de João
Apocalipse 9.1-12 nos fala de uns
“gafanhotos” inusitados (são grandes, cabeludos, têm dentes como os de leões, e
portam ferrões semelhantes aos escorpiões, com os quais atormentarão a
humanidade durante a Grande Tribulação), cujo rei é o anjo do abismo. Este é o
diabo, e aqueles, os anjos rebeldes. Porém, os chefes das TJ proclamam que tais
gafanhotos são eles e as demais TJ ungidas. Quanto aos ferrões, definem-no como
sendo a “verdade” que eles pregam através de seus escritos. E, como, segundo os
chefes das TJ, o apóstolo João era integrante dos 144.000, o Corpo Governante
prega que os membros da Grande Multidão não fazem parte desse grupo de
“gafanhotos” da classe de João (Revelação__Seu Grandioso Clímax Está Próximo!, edição
de 1989, páginas 142-148). Ora, os membros do Corpo Governante não são os
gafanhotos em questão, tampouco os referidos ferrões representam suas doutrinas
que, de acordo com suas crenças, atormentam ou incomodam os hereges, embora
concordemos parcialmente com essa comparação, isto é, suas heresias são sim
comparáveis aos ferrões dos anjos caídos.
1.11.
Não verão a Jesus
Segundo as TJ, Cristo governa e
governará a Terra à distância. Na opinião delas Cristo subiu ao Céu para nunca
mais voltar à Terra. Por este motivo elas crêem que os humanos que herdarem a
vida eterna na Terra paradisíaca, não poderão ver o Senhor Jesus. Dizem as TJ:“… Assim, quando Cristo volta,
os que são levados para o céu se tornam pessoas espirituais, e estes vêem a
Cristo em seu glorificado corpo espiritual. Mas, será que o restante da
humanidade, que não vai ao céu, vê a Cristo quando ele volta? …Jesus prosseguiu
dizendo aos seus apóstolos: ‘Mais um pouco e o mundo
não me observará mais’. (João 14.19) O ‘mundo’ significa a
humanidade. Assim, Jesus disse claramente aqui que as pessoas na terra não o
veriam de novo após a sua morte…” (Poderá Viver Para Sempre no
Paraíso na Terra, páginas 142- 143, parágrafos 2 e 3).
As TJ, à base de Jo 14.19b que diz: “…mas vós me vereis …” concluem,
como vimos acima, que os apóstolos, por pertencerem ao grupo dos 144.000, se
tornaram pessoas espirituais e que, portanto podem ver a Cristo. Contudo, se o
fato de Jesus dizer que “o mundo não me verá mais”, provasse que seres
humanos não transformados em pessoas espirituais, não poderão vê-lo, o que Ele
rebate em Mt 24.30, as TJ deveriam pregar que os apóstolos também não verão o
Senhor, já que Jesus disse a eles: “… não me vereis mais” (Jo 16.10). E se elas
dissessem isso, rebateríamos com 1 Jo 3.2, onde o apóstolo João assegura: “ … porque assim como é, o
veremos.”
O que Jesus quis dizer em Jo 16.10, é
que os apóstolos, após a ascensão de Cristo, não mais iriam vê-lo até àquele
dia. Quanto a Jo 14.19, onde Jesus afirma que o mundo não mais o veria, e que
os apóstolos continuariam a vê-lo, refere-se à presença mística de Cristo, na
instrumentalidade do Espírito Santo, o qual torna a presença de Cristo real,
concreta e tangível em nossas vidas. Para vermos isto, basta-nos lermos Jo 14.
18 e 19, onde Jesus, enquanto falava do Espírito Santo, diz: “Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós. …vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis”.
1.12.
São um estoque de reserva.
As TJ aprendem com seus instrutores que
embora o número dos vocacionados ao Céu tenha se completado em 1935, alguém nascido após
essa data pode vir a integrar esse seleto grupo, exigindo para tanto que alguém
até então pertencente aos 144000 se apostate da fé, isto é, renegue aos ensinos
das TJ. É-lhes dito que quando isso ocorre, Jeová se serve do seu grande
estoque de reserva, que é, segundo crêem, o grupo formado pelas pessoas que
pertencem à Grande Multidão. Esse ensino consta de A Sentinela de 15 /02 /1971,
página 126, onde as TJ que não pertencem aos 144000 são definidas como grande estoque de reserva ao
qual Deus recorre, sempre que um dos “ungidos” perde a vocação celestial, por
abandonar a “verdade” que o Corpo Governante prega.
1.13.
São de outro aprisco
Uma das passagens bíblicas na qual as TJ
se “inspiram” para pregarem que os cristãos estão divididos em dois grupos, é
Jo 10.16, onde Jesus diz: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas
também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um só rebanho
e um só pastor”. Este texto, porém, não divide os cristãos em
castas, como o faz o Hinduísmo; antes nos diz que Jesus não pretendia salvar
somente os judeus, mas também os gentios. As ovelhas que então estavam no aprisco, eram os
judeus; e asoutras ovelhas que
o Senhor pretendia agregar eram os povos de outras etnias. O contexto fala de
um aprisco (onde, segundo Jesus, estava uma parte de suas ovelhas), do qual o
Senhor disse que iria tirar as ovelhas que lá estavam (Jo 10. 3). Logo, este
aprisco não é a Igreja, já que Cristo não tira ninguém da Igreja. A conclusão é
óbvia: O Antigo Testamento era o curral que guardou as ovelhas até que o Pastor
(Jesus) veio. A partir daí, Cristo edifica a sua Igreja, na qual agrega, tanto
as ovelhas (judeus) que até então estavam no redil, isto é, sob a guarda da Lei
de Moisés, quanto às demais pessoas do mundo. Aliás, por dizer o Senhor que
após agregar a Si os dois grupos de ovelhas (tanto as que estavam dentro do
aprisco, como as que estavam do lado de fora do redil), haveria um só rebanho e
um só Pastor, prova que o Cristianismo não está dividido em dois grupos, como o
supõem as TJ. Afinal de contas, há dois rebanhos, como o querem as TJ, ou há um só rebanho, como
o disse Jesus?
Jo 10. 16 se cumpre desde há quase 2000
anos. Desde então tem havido um só rebanho (os cristãos) e um só Pastor
(Jesus). É que em Cristo, judeus e gentios constituem a Igreja (Ef 2 11-22).
1.14.
Serão salvos pelos 144000
Os chefes das TJ dizem às suas vítimas
que durante o Milênio, os 144000 terão poder para purificar do pecado e da
imperfeição os que então estiverem na Terra. Senão, veja o que diz um dos
livros de sua lavra, intitulado A Verdade que Conduz à Vida Eterna, Edição de 1968,
página 106, parágrafo 12: “Eles terão um poder que até agora tem faltado a todos os governos
humanos: o poder de purificar as pessoas do pecado e da imperfeição”. Ora,
só Deus, mediante o sangue de Cristo, pode nos purificar dos nossos pecados
(1Jo 1.7; Sl 103.3). Apresentar-se como purificador de pecados equivale a
intitular-se Salvador, e, portanto, usurpar uma prerrogativa da competência
exclusiva de Cristo.
É digno de nota que todos os integrantes
do Corpo Governante são, atualmente, segundo eles mesmos pregam, membros do
suposto grupo dos ungidos. Logo, quando os líderes das TJ dizem que os ungidos
vão purificar do pecado os seus súditos durante o Milênio, estão mesmo é
sonhando alto demais. O que eles estão dizendo, é que eles vão purificar as
pessoas dos seus pecados. Não são eles extremamente pretensiosos?
1.15.
A grande multidão está subdividida em dois grupos
Dissemos acima que as TJ pregam que os
cristãos estão divididos em dois grupos: os integrantes da Grande Multidão e os
144.000. Mas a divisão não pára por ai. Seus líderes subdividiram a Grande
Multidão em dois grupos: os que se casarão e gerarão filhos e os assexuados.
Sim, eles afirmaram que os injustos que pecaram por ignorância e morreram (ou
morrerem) antes do Armagedom, serão ressuscitados para também terem a
oportunidade de herdar a Terra, mas fizeram constar que os tais receberão um
tratamento diferenciado dos demais que se salvarem, isto é, não terão filhos: “…Após serem levantados
dos túmulos não participam no trazer filhos ao mundo…” (Seja
Deus Verdadeiro, capítulo 23, parágrafo 15, página 274, grifo nosso). Como que
entre parênteses observo que aqui há uma incoerência, posto que o Corpo
Governante interpreta que o fato de a Bíblia dizer que “ ‘Aquele que morreu foi
absolvido do seu pecado (RM 6:7)” [TNM], significa que os
ressuscitados não responderão pelo que fizeram antes de morrer (Poderá Viver
Para Sempre no Paraíso na Terra, Capítulo 21, parágrafo 3, página 175);
1.16.
Dormem na morte
Uma
das doutrinas das TJ é que quando se morre não se vai para o Paraíso Celestial,
nem tampouco para o Inferno. Elas crêem que ao morrer, a pessoa simplesmente
deixa de existir, e que assim permanece até à ressurreição, quando então volta
à existência, caso ressuscite. Mas, desde de 1918, esse quadro mudou em relação
aos que pertencem aos 144.000. Segundo as TJ, naquela data, todos os
integrantes dos 144.000 que até então já haviam morrido, foram ressuscitados.
Afirmam textualmente que os apóstolos pertenciam aos 144.000 e que, portanto,
ressuscitaram em 1.918, juntamente com os demais membros desse seleto grupo que
então já haviam falecido. A partir daí, todos os que pertencem aos 144.000, não
chegam a dormir na morte, pois ressuscitam (em espírito, e, portanto,
invisível) no mesmo instante em que morrem. Crêem que enquanto os parentes,
amigos e correligionários desse falecido, estão cá sepultando-o, o mesmo se
encontra lá no Céu, pois já ressuscitou. Aos componentes da grande multidão,
porém, não ocorre o mesmo. Eles continuam dormindo na morte, isto é, quando
morrem, não ressuscitam de imediato, mas passam a integrar o grupo que desde os
primórdios da Humanidade vêm morrendo com direito à ressurreição, o qual ressuscitará
após o Armagedom. Aqui está, pois, mais uma afirmação das TJ acerca dos que
elas crêem ser a grande multidão que herdará a Terra.
Agora
vamos à exibição das provas do que acima afirmei:
1ª)
“…nenhum dos apóstolos…ou outros semelhantes a eles foram levantados da morte
até…o dia do juízo que começou… em 1918” (Seja Deus Verdadeiro, edição de
1955, página 271, § 10);
2ª)
“…o ‘dia’ para ‘a primeira ressurreição’ de cristãos fiéis para o céu já
começou. Sem dúvida, os apóstolos e outros cristãos primitivos já foram
ressuscitados à vida celestial…”. (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na
Terra, edição de 1983, página 173, § 21);
3ª)
“Mas existem…os remanescentes, um restante dos 144.000. Quando serão
ressuscitados? Não há necessidade de que durmam na morte, mas ao morrerem,
ressuscitam imediatamente…” (ibidem, § 22).
1.17.
Outras crenças sobre os dois grupos
O ex-TJ Aldo Menezes, em seu livrete
intitulado As Testemunhas de Jeová e os 144 Mil, 1ª edição de
2004, Editora Vida, às páginas 10-11, nos dá importantes informações (além das
que já alistamos acima) sobre o que as TJ dizem quanto ao que toca aos 144.000,
bem como ao que, segundo suas crenças, sobra para os da suposta grande
multidão, que tomamos a liberdade de transcrever parcialmente e com adaptação:
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