Gostaria de deixar claro que o dízimo e as ofertas são santos e do Senhor (II Co 9.7). Essas contribuições são tiradas em todas as Igrejas que realmente crêem na Palavra de Deus. A IURD de maneira alguma erra em ensinar isso ao povo, entretanto tudo o que é em demasia foge do propósito e padrão divino (Ec 7.16). Certo pastor disse com razão que – “a heresia também pode ser um exagero da verdade”. Há, com certeza, fundamentos nessa asseveração, fazendo com que nos preocupemos com nossas igrejas e seu nível espiritual. É como nos alimentarmos com só um tipo de comida, por melhor que ela seja, trará prejuízos a nossa saúde, ficaremos sem as vitaminas e proteínas necessárias. Devemos ensinar essas coisas sem se esquecer das demais. Veja o que o Senhor Jesus fala: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt.23:23). O Senhor mostra nesse versículo que não basta só
pregarmos sobre o dízimo, temos que falar sobre a justiça, sobre a misericórdia e sobre a fé. Não basta termos uma igreja que só dízima, mas temos que ter uma Igreja santa (Ef 5.27) que conheça o juízo e exerça misericórdia com fé no seu coração (Hb 11).“Ou dá, ou desce”.
O Bispo Macedo e a IURD não pede oferta de maneira equilibrada. Sua ideologia é
a do “dá ou desce”. As reuniões da IURD, na maioria das vezes, se resumem na
mensagem da doutrina da prosperidade – “Dê um pra ganhar cem” – parece ser
atraente, mas não é factual.
Em uma aula de como tirar ofertas o Bispo Macedo diz o seguinte: “… Você tem que chegar e se
impor: É seguinte pessoal, vocês vão ajudar agora a obra de Deus… se você quiser
ajudar, amém… se não Deus vai levantar um montão de gente pra ajudar… entendeu
como é que é? (falando aos seus pastores) Se quiser bem, se não quiser que se
danem (se referindo às pessoas que não colaborariam). Aqui é assim – OU DÁ OU
DESCE… (ele volta aos seus obreiros) Você não pode ser chocho… você tem que ser
o super herói do povo… (continua o exemplo)… Pessoal, nos vamos fazer isso aqui
(uma campanha), o grande desafio… é a fé ou não é… tudo ou nada… (ele volta-se
aos obreiros)… Eu peguei a Bíblia nos EUA e joguei no chão… ou Deus honra essa
palavra ou… ai eu joguei a Bíblia no chão… ela se espalhou toda… Ai eu chutei a
Bíblia… Isso chama a atenção… uns vão dizer que esse ai é bom… outros vão dizer
que é um falso profeta… mas vai ter pessoas que vão ficar do nosso lado… esses
vão por tudo (o dinheiro) lá (na salva)… Você não pode ter vergonha de pedir…
Peça, peça e peça… ai eu perguntei quem é que gostaria de ter o cajado de
Moisés… O povão disse euuuuuuuu… é isso ai, você pode… Dez mil – entendeu pessoal
(pastores)” (TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO DO YOU TUBE).
A Teologia da Prosperidade, para quem não sabe, é a doutrina
principal pregada pela IURD. Trata-se de uma substituição do Evangelho da
Graça, pelo “evangelho” da ganância. É comum ouvirmos da boca dos pregadores da
prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que levar uma
vida derrotada.. Deus quer você seja rico, que tenha muito dinheiro… quem é
pobre está fazendo a vontade do diabo… está vivendo em pecado… Um homem de Deus
é rico!” A teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma
mistura de ganância e comodismo. Os adeptos da teologia da prosperidade acham
que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da
soberania divina.
O Pr. Esequias Soares faz um comentário interessante sobre essa ideologia
da IURD de Edir Macedo: “Desde muito cedo na história do cristianismo, já havia
aproveitadores, que usavam a Palavra de Deus visando lucros pessoais – “Porque
nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas é com
sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo,
falamos” (II Co 2.17). O termo grego para “falsificadores” é “kapeleuo”,
negociar com, comerciar no varejo, colocar à venda, traficar, comercializar em
pequena escala… falsificar, adulterar, negociar, buscar lucros… Esse verbo
aparece referindo-se tanto aos mercadores, aqueles que usam a Palavra de Deus,
visando interesses pessoais, como aos falsificadores, que adulteram e sofismam
a Palavra para agradar as pessoas e delas tirar vantagens… é a prática da
simonia… O apóstolo Paulo já via, em seus dias, essa tendência mercadológica e,
para combatê-la, usou uma palavra com o significado de falsificar ou mercadejar
a Palavra. Isso envolve práticas da simonia, adulterar a Palavra, fazer da
religião comércio e faltar com sinceridade diante de Deus, visando interesses
pessoais. O apóstolo rebate os simoníacos e, ao mesmo tempo, reafirma a sua
sinceridade, quando diz; antes, falamos de Cristo com sinceridade… muitos
confundem fé cristã com negócios e colocam a igreja nessa esfera, isso banaliza
o sagrado e reduz as coisas de Deus à categoria de mero produto comercial… O
tema do culto cristão é o Senhor Jesus, e não as ofertas.”
“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o
contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos
levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os
que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências
insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque
o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó
homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o
amor, a constância, a mansidão”. (ITm 6.4-11)
“…Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância;
em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura,
como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso
todas as coisas em Cristo que me fortalece…” (Fl 4.11-13)
“…E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza;
porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E
propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido
com abundância; E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho
onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros,
e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os
meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos
anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que
para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus…” (Lc 12.15-21)
O IBGE trouxe uma constatação chocante para a ideologia dos
propagadores da teologia da prosperidade no Brasil… Foi comprovado, no último
censo de 2006, que os evangélicos são os que mais contribuem com a sua
religião, apesar disso, são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa
teologia na prática não funciona. Bem, com a palavra os pregadores da
prosperidade!
Que possamos nos levantar e espremermos a ferida do pecado que tanto nos assola e traz a verdadeira miséria – a miséria espiritual que leva o homem ao inferno. (Cf. Is 1; ITs 5.23; Heb 12.14).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Graça e Paz de Cristo, será um prazer receber seu comentário. Jesus te abençoe.