Em uma aula de como tirar
ofertas o Bispo Macedo diz o seguinte: “… Você tem que chegar e se impor: É seguinte pessoal, vocês vão
ajudar agora a obra de Deus… se você quiser ajudar, amém… se não Deus vai
levantar um montão de gente pra ajudar… entendeu como é que é? (falando aos
seus pastores) Se quiser bem, se não quiser que se danem (se referindo às
pessoas que não colaborariam). Aqui é assim – OU DÁ OU DESCE… (ele volta aos
seus obreiros) Você não pode ser chocho… você tem que ser o super herói do
povo… (continua o exemplo)… Pessoal, nos vamos fazer isso aqui (uma campanha),
o grande desafio… é a fé ou não é… tudo ou nada… (ele volta-se aos obreiros)…
Eu peguei a Bíblia nos EUA e joguei no chão… ou Deus honra essa palavra ou… ai
eu joguei a Bíblia no chão… ela se espalhou toda… Ai eu chutei a Bíblia… Isso
chama a atenção… uns vão dizer que esse ai é bom… outros vão dizer que é um
falso profeta… mas vai ter pessoas que vão ficar do nosso lado… esses vão por
tudo (o dinheiro) lá (na salva)… Você não pode ter vergonha de pedir… Peça,
peça e peça… ai eu perguntei quem é que gostaria de ter o cajado de Moisés… O
povão disse euuuuuuuu… é isso ai, você pode… Dez mil – entendeu pessoal
(pastores)” (TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO DO YOU TUBE).
A Teologia da Prosperidade, para quem não sabe, é a doutrina principal
pregada pela IURD. Trata-se de uma substituição do Evangelho da Graça, pelo
“evangelho” da ganância. É comum ouvirmos da boca dos pregadores da
prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que levar uma
vida derrotada.. Deus quer você seja rico, que tenha muito dinheiro… quem é
pobre está fazendo a vontade do diabo… está vivendo em pecado… Um homem de Deus
é rico!” A teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma
mistura de ganância e comodismo. Os adeptos da teologia da prosperidade acham que
nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da
soberania divina.
O Pr. Esequias Soares faz um
comentário interessante sobre essa ideologia da IURD de Edir Macedo: “Desde muito cedo na
história do cristianismo, já havia aproveitadores, que usavam a Palavra de Deus
visando lucros pessoais – “Porque nós não somos falsificadores da palavra de
Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na
presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos” (II Co 2.17). O termo grego
para “falsificadores” é “kapeleuo”, negociar com, comerciar no varejo, colocar
à venda, traficar, comercializar em pequena escala… falsificar, adulterar,
negociar, buscar lucros… Esse verbo aparece referindo-se tanto aos mercadores,
aqueles que usam a Palavra de Deus, visando interesses pessoais, como aos
falsificadores, que adulteram e sofismam a Palavra para agradar as pessoas e
delas tirar vantagens… é a prática da simonia… O apóstolo Paulo já via, em seus
dias, essa tendência mercadológica e, para combatê-la, usou uma palavra com o
significado de falsificar ou mercadejar a Palavra. Isso envolve práticas da
simonia, adulterar a Palavra, fazer da religião comércio e faltar com
sinceridade diante de Deus, visando interesses pessoais. O apóstolo rebate os
simoníacos e, ao mesmo tempo, reafirma a sua sinceridade, quando diz; antes,
falamos de Cristo com sinceridade… muitos confundem fé cristã com negócios e
colocam a igreja nessa esfera, isso banaliza o sagrado e reduz as coisas de
Deus à categoria de mero produto comercial… O tema do culto cristão é o Senhor
Jesus, e não as ofertas.”
“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque
nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo
sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar
ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do
dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e
a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas
coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a
mansidão”. (ITm 6.4-11)
“…Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com
o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira,
e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome;
tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em
Cristo que me fortalece…” (Fl 4.11-13)
“…E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui. E propôs-lhe uma parábola,
dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E ele
arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus
frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros
maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a
minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa,
come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te pedirão a tua
alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta
tesouros, e não é rico para com Deus…” (Lc 12.15-21)
O IBGE trouxe uma constatação chocante para a ideologia dos propagadores
da teologia da prosperidade no Brasil… Foi comprovado, no último censo de 2006,
que os evangélicos são os que mais contribuem com a sua religião, apesar disso,
são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não
funciona. Bem, com a palavra os pregadores da prosperidade!
Que possamos nos levantar e espremermos a ferida do pecado que tanto nos assola e traz a verdadeira miséria – a miséria espiritual que leva o homem ao inferno. (Cf. Is 1; ITs 5.23; Heb 12.14).
Por Pr João Flávio Martinez
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