Jesus, certa vez, perguntou aos seus discípulos: “Quem eu sou para vocês?”. Pedro, orientado pelo Espírito Santo, reconhece que Jesus não é simplesmente mais um dos que se autoproclamavam o messias. Ele responde: “O Senhor é o Cristo de Deus” – o Senhor é o Rei ungido por Deus, que veio trazer o governo de
Deus
sobre toda a criação, salvando, redimindo e curando tudo o que foi corrompido
pelo pecado e pela desobediência. Essa é a confissão básica de onde tudo o mais
tem sua origem.
O chamado
para seguir a Cristo requer, antes de tudo, uma confissão. Para Pedro e os
primeiros discípulos, essa confissão representou um longo caminho de
obediência, entrega sacrificial, serviço e martírio. Se Jesus é o Cristo de
Deus, o Rei ungido por Deus, enviado para estabelecer seu governo de justiça,
paz, alegria e salvação, para aqueles que assim confessam, não existe nenhuma
outra opção senão a de segui-lo nos termos que ele mesmo define. C. S. Lewis
disse que “o Cristianismo, se for falso, não tem valor; se for verdadeiro, tem
valor infinito. A única coisa que lhe é impossível é ser mais ou menos
importante”.
A
experiência cristã começa com uma confissão sobre quem é Jesus. Toda confissão
é clara, objetiva e racional. Nenhuma confissão diz respeito ao que sentimos ou
achamos. Nenhuma confissão se fundamenta
em ideias
vagas, conceitos abstratos ou sentimentos subjetivos. Quando Pedro afirma: “O
Senhor é o Cristo
de Deus”,
ele reconhece quem Jesus é dentro da história e da teologia.
A partir
dessa confissão começa uma longa jornada. Essa confissão nos oferece uma
identidade, um caminho, um jeito de viver e um destino. O apóstolo Paulo
entendeu sua identidade como uma nova criatura em Cristo. Era um apóstolo de
Cristo, um servo de Cristo, um prisioneiro de Cristo, estava no mundo para
realizar a vontade de Cristo. “Para mim o viver é Cristo” – disse ele.
Essa
confissão nos aponta um caminho onde abrimos mão da busca por autoafirmação e
realização. Um caminho onde buscamos obedecer incondicionalmente ao Cristo de
Deus. Um caminho onde aprendemos a orar dizendo: “Não o que eu quero, mas o que
tu queres”. Nesse caminho, tomamos a nossa cruz e com ela renunciamos nossa
agenda, e nos entregamos à agenda do reino de Cristo.
A
confissão diz respeito a uma pessoa. Confessamos a Cristo. Seguimos a Cristo e
vivemos como Cristo viveu. A vida de Jesus define nosso jeito de viver – nossos
relacionamentos, valores, ética e moral. A pergunta de Jesus é clara: “Quem eu
sou para vocês?”. Não cabe na resposta um conceito impessoal, seja ele
religioso ou ideológico. A resposta será sempre pessoal – “O Senhor é...”.
Quando seguimos uma pessoa, quem ela é define quem seremos enquanto caminhamos.
A confissão define nosso destino. O destino de Jesus foi a morte na cruz, o nosso
também será. Dietrich Bonhoeffer disse: “Quando Jesus Cristo chama um homem,
ele o chama para morrer”. Não existe um meio-termo. Ou Jesus é o Cristo de Deus
ou é um grande impostor. Se confessarmos que Ele é o Senhor, nosso destino será
traçado por Ele. Porém, a morte na cruz não foi o destino final de Jesus; a
ressurreição e sua ascensão revelam sua vitória sobre a morte e nosso destino
final.
Quem é
Jesus para você? Escreva a sua confissão usando apenas uma sentença. Não
responda repetindo irrefletidamente o que Pedro ou outros já responderam. Dê
sua resposta pessoal, uma resposta que seja coerente com a forma como você
vive. Todos nós vivemos a partir daquilo que cremos, quer tenhamos consciência
da nossa confissão ou não. Uma confissão verdadeira nos conduz a uma vida
igualmente verdadeira.
Ricardo Barbosa de Sousa
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