Pastor John Piper diz que o dom de línguas tem sido
usado de forma contrária ao que a Bíblia ensina.
O dom de línguas é uma das expressões do Espírito
Santo que causam mais controvérsias entre os cristãos por conta da complexidade
que o envolve e também pelas doutrinas eclesiásticas existentes e que surgiram
baseadas em interpretações do Evangelho.
O pastor batista John Piper, um dos líderes
cristãos mundiais mais reconhecidos da contemporaneidade, afirmou que não
existe embasamento no Novo Testamento para a ênfase e incentivo à busca desse
dom e sua prática da forma como acontece hoje em muitas igrejas.
Piper disse que durante seu ministério pastoral,
atravessou diversas “fases” no que se refere aos dons do Espírito Santo, em
especial, o dom de línguas.
“Parece que se você não fala a respeito disso no
púlpito e não ensina sobre isso, ao menos no nosso contexto, esses dons tendem
a desvanecer […] Eu diria que na maior parte dessas ‘fases’ eles [os dons] não
estão em evidência”, observou o pastor.
A precaução com o dom de línguas, segundo John
Piper, deve existir pela preocupação expressada pelo apóstolo Paulo em sua
carta aos Coríntios, quando ele sugere que os irmãos não se deixem levar pela
emoção e que o dom seja usado em benefício da comunidade.
“Entendo que Paulo não desejava colocar esse dom em
destaque. Na verdade, ele estava um pouco aborrecido pela ênfase que o dom
havia ganhado”, disse John Piper, mencionando o capítulo 12 da primeira carta
aos Coríntios. “Ele teve que colocar limites, ao invés de promover o dom”,
acrescentou.
Para o pastor, existem doutrinas que distorcem o
propósito dos dons, principalmente no caso do falar em línguas: “Não acredito
na doutrina histórica dos pentecostais de que você tem que falar em línguas
como sinal de que você está cheio do Espírito Santo, ou até mesmo de que você é
um cristão”.
Piper resume seu ponto de vista dizendo que não há
indícios de que alguma coisa tenha mudado na forma como o Espírito Santo
distribui seus dons, mas sim, na forma como os cristãos tem olhado para essa
questão: “Acho que a maneira como esse dom é normalmente usado em público, como
uma espécie de êxtase coletivo, não tem base no Novo Testamento”.
“Não vejo nenhuma razão para afirmarmos que algo
mudou na história da Redenção e que entre a era dos apóstolos e a nossa era
esse dom tenha desaparecido. Se Deus quiser que ele desapareça, ele o fará
desaparecer. Mas não vejo nenhum mandamento para que não o busquemos. Na
verdade, vejo versículos que nos encorajam a fazê-lo”, ponderou.
Há, segundo Piper, duas aplicações para o dom de
línguas: a manifestação do Espírito Santo em um idioma conhecido pela
humanidade, mas desconhecido pelo profeta – e que teria aplicação prática na
entrega de uma mensagem a alguém que entende tal idioma; e a manifestação
através da língua dos anjos, como expressão de um momento espiritual. Nesse
segundo caso, o pastor diz que, para que toda a igreja seja beneficiada, é
indispensável que haja um intérprete, pois em caso contrário, não há como
captar o sentido do que foi dito.
Em muitos casos, segundo Piper, as manifestações
são expressões de êxtase, emoção, e por isso o alerta do apóstolo Paulo para
que “se não houver intérprete presente, não fale em línguas em público”.
Fonte: Gospel+
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