Contra a Teoria da Evolução, um grupo de cientistas
respeitados se juntou para propagar a Teoria do Design Inteligente (TDI), e
assim, quebrar o paradigma da biologia evolutiva criado por Charles Darwin no
século XIX.
No Brasil, o grupo é liderado pelo evangélico Marcos Eberlin,
bioquímico professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), e autor de mais de 650 artigos científicos. Eberlin também
coleciona mais de dez mil citações em trabalhos acadêmicos de outros
pesquisadores, além de ser comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
De acordo com a TDI, a vida não se desenvolveu na
Terra de forma natural, mas projetada por uma mente inteligente: “Conhecimentos
científicos em bioquímica e biologia molecular cada vez mais apurados nos
permitiram abrir a caixa preta chamada célula e enxergar nela um conjunto
imenso de máquinas moleculares dotado de uma complexidade irredutível”,
argumenta Marcos Eberlin.
Essas características descobertas no estudo ao
longo de décadas nas células permite, segundo Eberlin, contrapor a Teoria da
Evolução: “Não dá para pensar num motor desse tipo produzido por forças
naturais. Foi decisão de uma inteligência que existe no universo”, diz o
cientista.
No Brasil, Eberlin e outros pesquisadores
brasileiros fundaram a Sociedade Brasileira do Design Inteligente (SBDI), entidade
que reúne ex-defensores da Teoria da Evolução. De acordo com a revista IstoÉ, a
SBDI organizou recentemente o 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente, em
Campinas, no interior de São Paulo.
Engana-se quem pensa que a adesão à TDI seja feita
apenas por pesquisadores brasileiros. O grupo que aderiu a essa linha de
pensamento científico no país se juntou a um coletivo bem maior existente nos
Estados Unidos desde a década de 1980.
Entre os principais nomes dos adeptos à TDI nos
Estados Unidos está o filósofo Paul Nelson, especializado em biologia
evolucionária. Ele palestrou no Congresso da SBDI e ajudou a entidade a
difundir o princípio da teoria entre os pesquisadores que compareceram ao
evento.
“Não somos inimigos de Darwin, mas amigos da
ciência. Queremos restabelecer a verdade científica”, diz Marcos Eberlin, que
também é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
No entanto, no meio acadêmico há críticas às bases
da TDI e seus adeptos: “Eles não são da área para a qual pretendem contribuir. São
químicos, pessoas que atuam na biologia molecular, bioquímica, e não trabalham
com a evolução, diversidade biológica ou genética”, afirma Diogo Meyer ,
biólogo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “É como
se eu, que trabalho com evolução, argumentasse contra as interpretações mais
convencionais da Revolução Francesa”, critica.
Infográfico da revista IstoÉ comparando as duas
teorias
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