O Batismo infantil é a aspersão ou
imersão de criancinhas com o propósito de dar-lhes benção espiritual de algum
tipo. Embora seu propósito exato difira de grupo para grupo, quase sempre ele
implica em que a criança então receba a salvação, em certo sentido.
QUEM PRATICA O BATISMO INFANTIL?
O Batismo infantil é praticado pela Igreja Católica Romana, pelos vários grupos que representam a Igreja Ortodoxa Oriental, assim como por muitas denominações que saíram de Roma durante a Reforma Protestante, incluindo as denominações
Luterana, Anglicana, Presbiteriana e Metodista.IGREJA CATÓLICA ROMANA: “Pelo
Batismo, todos os pecados são perdoados, o pecado original e os pecados
pessoais, assim como toda a punição pelo pecado…A Igreja não conhece outros
meios que não o Batismo para garantir a entrada na beatitude eterna. Por isso,
ela procura não negligenciar a missão que recebeu do Senhor para garantir que
todos que sejam batizados sejam ‘renascidos na água e no Espírito.’ Deus ligou
a salvação ao sacramento do Batismo… O Batismo não apenas purifica de todos os
pecados, mas também torna o neófito ‘uma nova criatura’, um filho adotivo de
Deus que se tornou ‘participante da natureza divina’, membro de Cristo e
co-herdeiro com Ele e um templo do Espírito Santo… Das fontes do Batismo nasce
o único Povo de Deus da Nova Aliança” (O Novo Catecismo Católico, 1994,# 1263,1257,1265,1267).
IGREJA ORTODOXA ORIENTAL: “Confessamos
um batismo para a remissão dos pecados”. (Credo
Constantinopolitano [ou de Nicenas], 381). “Nossos sacramentos, no
entanto, não apenas contém graça, mas também a conferem àqueles que os recebem
de maneira válida… Através do batismo somos espiritualmente renascidos” (Conselho de
Florença, 1438-45). “Quando alguém afirma sua fé
no Filho de Deus, o Filho da Sempre Virgem Maria, a Mãe de Deus, ele aceita
antes de tudo as palavras da fé em seu coração, confessa-as oralmente,
sinceramente se arrepende dos seus pecados anteriores e os lava no sacramento
do Batismo. Então Deus o Verbo entra no batizado, como no útero da Virgem
Bendita, e nele permanece como uma semente” (O Jornal do Patriarcado de
Moscou, Igreja Ortodoxa Russa, nº 4, 1980). “Os sacramentos…não são
simples símbolos da graça divina, mas verdadeiros agentes e meios de sua
transmissão… [através do batismo se] torna um membro da igreja de Cristo,
ficando liberto do poder controlador do pecado, e renascendo como nova criatura
em Cristo” (Comissão Internacional do Diálogo Teológico entre
Ortodoxos Orientais e Católicos Tradicionais, 1985).
LUTERANOS: “o
Batismo realize o perdão dos pecados, livra da morte e do diabo, e garante a
salvação eternal para todos os que crêem, como declara a Palavra e a promessa
de Deus…Não é a água que produz esses efeitos, mas a Palavra de Deus ligada à
água e nossa fé que confia na Palavra de Deus ligada à água” (Pequeno
Catecismo de Lutero, 1529, IV). “É ensinado entre nós que o
Batismo é necessário e que a graça é oferecida através dele. As crianças também
deveriam ser batizadas, pois no Batismo elas se comprometem com Deus e se
tornam aceitáveis para Ele. Considerando isso, os Anabatistas, os quais ensinam
que o Batismo infantil não é correto, são rejeitados” (A Confissão
de Augsburg, 1530, IX).“Sendo pecadores por natureza,
as crianças, assim como os adultos, precisam ser batizadas. Cada criança que é
batizada é gerada novamente pela água e pelo Espírito, é colocada em relação de
aliança com Deus, e se torna filha de Deus e herdeira de seu reino celestial” (Fórmula do
Batismo usada pelos pastores Luteranos ao batizarem crianças – The New
Analytical Bible and Dictionary of the Bible, Chicago: John A. Dickson
Publishing Co., 1973).
O edição de agosto de 2001 de “The Berean Call” contém a seguinte
advertência de um leitor da publicação: “Em anexo meu Certificado de
Batismo e o Certificado de Batismo da minha filha, ambos [batismos tendo
ocorrido] enquanto [éramos] bebês, na Igreja Luterana. Como você pode ver, meu
certificado foi impresso pela Casa Editorial Concórdia do Sínodo de Missouri e
se nele se lê: ‘No Batismo a completa salvação lhe foi dada; Deus se tornou
seu Pai e você se tornou Seu filho’. No certificado de minha filha se lê: ‘Você
é uma filha de Deus porque Deus tornou-a filha d’Ele através deste ato [Nota
de Hélio: o ato de batismo]. Todas as promessas de Deus lhe pertencem
enquanto você viver submissa a Ele e Seu Reino.’ Você deve saber que o
Catecismo Luterano, usado em cada sínodo Luterano, declara, a respeito do ‘Sacramento
do Batismo‘, que ‘ele opera perdão dos pecados, livra da morte e do
diabo, e dá eterna salvação a todos que acreditam nisso, como declaram as
palavras e promessas de Deus.’ Também afirma a respeito do Sacramento do
Altar [Ceia do Senhor], que ‘no Sacramento, o perdão dos pecados, a vida e a
salvação, nos são dados através dessas palavras.”
ANGLICANOS: “O
Batismo é um sinal da Regeneração ou Novo-Nascimento, onde, por meio de um
instrumento [o batismo], aquelas pessoas que corretamente recebem o Batismo são
[por isso] enxertados dentro da Igreja; as promessas de perdão dos pecados e de
nossa adoção como filhos de Deus pelo Espírito Santo são visivelmente assinadas
e seladas; … por todos os modos, o batismo de bebezinhos tem que ser mantido
pela Igreja, como a mais agradável das instituições de Cristo” (Os Trinta e
Nove Artigos de Religião, XXV, XXVII).
METODISTAS: “Sacramentos
são… sinais da graça… pelos quais Ele opera invisivelmente em nós e não só
vivifica, mas também fortalece e confirma nossa fé n’Ele…Batismo…é também um
sinal de regeneração ou de novo nascimento. O batismo de criancinhas deve ser
mantido pela Igreja.” (Os Artigos de Religião, 1784, XVI, XVII).
REFORMADOS: “Condenamos
os Anabatistas que negam que crianças novas, nascidas de pais crêem, devam ser
batizadas… Portanto não somos Anabatistas, nem concordamos com eles em
quaisquer dos seus pontos” (A Segunda Confissão Helvética, 1566, cap. XX).
PRESBITERIANOS: “Batismo…
é o sinal e selo da aliança da graça, de sua introdução a Cristo, da
regeneração, de remissão dos pecados… Mergulhar a pessoa em água não é
necessário, mas o batismo é diretamente ministrado aspergindo água sobre a
pessoa. Não apenas os que realmente professam a fé e obedecem a Cristo, mas
também as crianças de um ou ambos os pais crentes, devem ser batizadas… pelo
correto uso desta ordenança, a graça prometida não é apenas oferecida, mas
realmente exibida e conferida pelo Espírito Santo a ela (adultos ou crianças)
como a graça pertence a elas, conforme o conselho da própria vontade de Deus,
no seu tempo indicado” (A Confissão de Fé de Westminster, 1646, XXVIII).
Citação de João Calvino sobre o
Batismo como meio de Salvação: “… Portanto, a realidade que
devemos considerar presente no Batismo, quando este é ministrado aos
pequeninos, é que ele é um atestado da SUA SALVAÇÃO, selando e confirmando a
aliança de Deus neles…” – (As Institutas, Vol 3, Edição Especial com notas, Pg
196, 1º Edição, Cultura Cristã)
CONCÍLIO MUNDIAL DE IGREJAS: “através
do Batismo, os cristãos são trazidos à união com Cristo, entre si, e com a
Igreja de cada tempo e lugar. Nosso batismo comum, que nos une a Cristo na fé,
é assim um elo básico de unidade” (Batismo, Eucaristia e Ministério, 1982).
O ERRO DO BATISMO INFANTIL
1. O Batismo infantil não é
ensinado no Novo Testamento.
Não
há nem sequem um só claro exemplo, nas Escrituras do Novo Testamento, de uma
criança sendo batizada. Para se encontrar evidências para essa prática, deve-se
ler tentando inserir dentro das Escrituras algo que nela jamais aparece.
”Para alguns, o batismo
infantil é uma doutrina por implicação. Faz-se a implicação de que, em cinco
lares no NT que foram visitados pela salvação, deve ter havido criancinhas.
Esses foram os lares de Cornélio (Atos 10), de Lídia (Atos 16), do carcereiro
Filipense (Atos 16), de Crispo (Atos 18) e de Estefânio (I Cor 1:16)” (A Igreja de
Deus: Um Simpósio).
O caso de Cornélio: “afirma-se no verso 24 de Atos
10 que os que estavam reunidos com ele na casa eram seus parentes e amigos
próximos. Depois, no verso 33, Cornélio diz [a Pedro] ‘…estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto
por Deus te é mandado.’ No verso 44 o Espírito Santo
veio sobre todos que ouvem a Palavra. Sabemos, por outras Escrituras, que, no
NT, o Espírito Santo opera dessa forma somente sobre os que creram. Os que
estavam reunidos eram capazes de ouvir [entendendo] os comandos de Deus de modo
a crerem e obedecerem” (Ibid.). Afirma-se especificamente, em Atos 11:17, que os que foram
salvos e batizados com Cornélio foram os que “creram no Senhor Jesus Cristo”.
Obviamente eles não eram bebezinhos.
Lídia e sua família (Atos 16: 14-15): Nada é dito sobre crianças nessa
passagem e é altamente improvável que essa mulher comerciante tão ocupada teria
bebês. Não há nenhuma evidência [sólida], aqui sobre qualquer prática de
batismo infantil.
O carcereiro Filipense e sua família (Atos 16:
30-34): Essa passagem diz claramente que Paulo falou a Palavra de Deus para
toda a família (v.32) e que toda a família creu (vs.32-33). Isto não poderia
ter sido dito a respeito de criancinhas.
A família de Crispo (Atos 18:8): Os que foram salvos e batizados em sua
família eram todos crentes, pois lemos: ““E Crispo, principal da sinagoga, creu
no Senhor com toda a sua casa …” (At 18:8). Nós não lemos sobre a idade dos
membros da família de Crispo, mas lemos que cada um deles creu no Senhor.
Obviamente eles não eram criancinhas.
A família de Estefânio (I Cor 1:16). Novamente, nada é realmente dito sobre
criancinhas presentes ou batizadas. Em I Cor 16:15 lemos que os familiares
“dedicaram a si mesmos para o servir aos santos”. Isto não poderia ser dito
sobre criancinhas.
15 E rogo-vos, ó irmãos (tendes conhecido a família de Estéfanas, que é as primícias de Acaia, e que dedicaram a si mesmos para o servir aos santos), (Tradução Literal do Texto Tradicional).
“Ninguém tem o direito de inserir o que é omitido nas Escrituras, somente para subjetivamente [por mero exercício de imaginação, “wishfull thinking”, raciocínio forçado que fantasia para alcançar seus propósitos] dar forças a uma suposta doutrina, e ignorar o claro ensino de muitas outras partes da Palavra de Deus” (Ibid.).
2. O Batismo infantil é
contrário ao ensino do Novo Testamento sobre o batismo.
O batismo infantil usa um modo errado: aspersão, ao invés de imersão. O Batismo
infantil usa a errado pessoa sendo batizada: bebezinhos sem a capacidade de
crer e nascer de novo. O batismo infantil tem o propósito errado: impor
salvação ou bênçãos espirituais.
3. O Batismo infantil afirma ou implica que a salvação ou a bênção espiritual pode ser imposta através de ritual ou através da fé de outra pessoa.
Isto contrasta com Salmos 49:7-8. A Bíblia diz que todas as bênçãos de salvação
são recebidas através da fé [pessoal, claro] em Jesus Cristo (Atos 15:8-11;
16:30-31, Ef 2:8-10; II Tim 3:15). Recebemos a vida eterna pela fé pessoal (Jn
1:12). Recebemos a justificação e a paz com Deus através da fé pessoal (Ro
5:1). Recebemos o Espírito Santo pela fé pessoal (Ef 1:12-14).
4. O Batismo infantil implica em que a igreja pode impor a salvação e a bênção a quem quiser, independente da vontade ou fé do indivíduo.
Isto contrasta com Atos 8:36-37.
“36 E, indo eles caminhando,
chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que
eu seja batizado? 37 E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E,
respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.” (At 8:36-37
BRP).
5. O Batismo infantil resulta
em falsa segurança.
Multidões de pessoas que foram batizadas enquanto criancinhas crescem pensando
estarem prontas para o Paraíso mesmo nunca tendo nascido de novo através da fé
pessoal em Cristo. Eles estão confiando em seu batismo infantil e no fato de
serem membros de suas igrejas. Eles são iludidos pelo ensino de suas próprias
igrejas. “Este falso evangelho sacramental sempre impediu meus pais de me dizer
que eu era um pecador e necessitava de um Salvador. Eles pensavam que eu tinha
recebido a vida eterna no batismo. Afirmo enfaticamente haver milhões de
Luteranos acreditando na mesma coisa em que meus pais acreditavam e no que fui
ensinado e em que acreditei durante muitos anos. Fui salvo aos 45 anos, quando
finalmente ouvi o verdadeiro evangelho e cri nele. Acreditamos que milhões de
almas estão em enorme risco [de irem para o inferno] por causa desse falso
ensinamento” (A Chamada Bereana, agosto 2001).
6. O Batismo infantil resulta
em igrejas cheias de membros não regenerados.
Em algumas igrejas a criancinha se torna um membro imediatamente após a cerimonia de batismo. Em outras, a criança não é considerada um membro pleno,
mas é admitida como membro em anos posteriores, sem ter mostrado evidência de
regeneração. Da mesma forma, o batismo infantil resulta nessas igrejas cheias
de membros não verdadeiramente salvos. Isso, é claro, destrói a igreja e é a
causa principal da morte espiritual de muitas denominações protestantes.
7. O batismo infantil causa
declarações falsas de alguns ministros oficiantes.
“Ele declara uma falsidade quando diz: ‘Eu o batizo’, porque ele
não está batizando mas aspergindo. Ele declara uma falsidade quando diz: ‘A
criança está regenerada e introduzida no corpo da igreja de Cristo! (Livro
Anglicano da Oração Comunitária).’ As criancinhas não nasceram de novo nem são
verdadeiros membros da igreja. Ele declara uma falsidade dizendo: ‘Aprouve a
Deus regenerar esta criança com Seu Espírito Santo, recebê-la como Seu próprio
filho por adoção, e incorporá-la à Sua santa igreja’. Nenhuma dessas coisas
pode ser verdadeira para uma criancinha, e nada dessas coisas é concedida pelo
batismo (Hiscox,
Práticas para Igrejas Batistas).
8. Não há salvação parcial
ensinada nas Escrituras.
O batismo infantil ou salva verdadeiramente, ou de todo não salva. Muitas
denominações que ainda praticam o batismo infantil acreditam que ele resulta em
salvação parcial para a criancinha, e que ela pode mais tarde adicionar obras
como o catecismo, a missa e a confissão para ser completamente salva. As
seguintes passagens da Bíblia mostram que quando uma pessoa é salva, ela se
torna completa e eternamente salva. As mesmas passagens revelam que essa
salvação não ocorre através do batismo infantil, mas por uma fé pessoal em
Jesus Cristo, com sincero arrependimento (II Cor 5:17; Tit. 3:5-7; Ef. 1:3-7;
Rm. 5:1-2; Col 1:12-14; 1 Jn. 5:12-13).
O QUE DEVEMOS FAZER POR NOSSOS FILHOS?
1. Os crentes podem
se rejubilar no fato que seus filhos são santificados pelo relacionamento dos
seus pais com Cristo (I Cor 7:14). Embora possamos não saber tudo que isso
envolve, sabemos que (a) a passagem não fala de santificação por um batismo
ritual. Nada aqui é dito ou em qualquer outra passagem do NT sobre a
necessidade de batizar crianças antes de elas poderem partilhar da santificação
dessa família. (b) As crianças são eternamente salvas se morrerem em infância
tenra. O caso do filho de Davi ilustra isto. Após a morte do seu filho, Davi
disse que ele um dia iria ter com ele (II Sam 12:22-23). Isto mostra a certeza
de Davi de que o bebê estaria salvo com Deus. Se isto era verdade para os
filhos dos santos do AT, certamente é verdade para o crente no NT. (c) Num
certo momento na vida da criança, ela se torna pessoalmente responsável diante
de Deus por seu relacionamento com Jesus Cristo. A Bíblia não diz em que idade
ou momento isso ocorre, mas Jesus encoraja as crianças a virem para Ele (Lc
18:16) e ensinou a Timóteo as Escrituras como uma criança com o modo como pode
ser salvo (II Tim 3:15).
2. Os pais devem se
dedicar a treinar a criança no caminho de Cristo. Não é realmente a dedicação
da criança que é essencial; é a dedicação dos pais. Os pais perdem seu tempo se
dedicarem seus filhos a Deus numa cerimonia pública e falharem em instruí-los e
discipliná-los no caminho correto. Façamos ambas estas coisas! Devemos oferecer
nossos bebezinhos a Deus e pedir que Ele abençoe suas vidas e vamos
cuidadosamente educá-los para Seu santo serviço.
David Cloud, Fundamental Baptist
Information Service
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