Um casal cristão pode praticar sexo anal? Um argumento muito
comum contra o sexo anal entre homossexuais é que há numerosos riscos de saúde
envolvidos. Esses riscos são apresentados por pastores evangélicos e líderes
pró-família como uma razão forte para desestimular as pessoas do sexo anal
homossexual.
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Os riscos são reais everdadeiros, mas não limitados aos
homossexuais. Qualquer indivíduo que se engaje em sexo anal corre os mesmos
riscos. Uma mulher, casada ou não, que recebe analmente o pênis de um homem é
tão vulnerável a esses riscos quanto um homossexual.
Em seu livro “Sexual Sabotage” (Sabotagem Sexual), publicado por
WND Books em 2010, a escritora americana-judia Judith A. Reisman, lidando com o
que ela rotulou de variadas condutas pervertidas, cita que “11% dos indivíduos
casados participam de sodomia anal pelo menos uma vez.” Essa percentagem
provavelmente é muito menor, pois, como Reisman deixa claro, sua fonte, o
Instituto Kinsey, exagera em suas afirmativas sexuais e infla seus números
sexuais. Esse instituto é notório por sua defesa descarada de atos e conduta
homossexual.
Exageradamente, só 11 por cento das mulheres casadas se envolvem
em sexo anal pelo menos uma vez.
Provavelmente, os homens casados cristãos que exigem que suas
esposas se submetam a esse tipo de sexo ficam silenciosos na igreja e em seu
testemunho cristão sobre fatores de risco do sexo anal para homossexuais. Eles
estão certos sobre seu silêncio. Afinal, de que adianta homens casados que
fazem isso o condenarem entre homossexuais se os riscos são exatamente os
mesmos para quem não é homossexual?
Em ambos os casos, eles estão envolvidos em sodomia, palavra que, de acordo
com o Dicionário Macmillan de Língua Inglesa (2ª edição, 2007), é definida como
“um ato sexual em que um homem coloca seu pênis dentro do ânus de outra
pessoa.”
Então o sexo anal, praticado por homossexuais ou não, é sodomia.
Há numerosos riscos de saúde no sexo anal, e a relação anal é a
forma mais arriscada de atividade sexual por várias razões, inclusive as
seguintes:
Diferente da vagina, os tecidos do ânus não são elásticos. Isso
significa que o ânus pode facilmente rasgar, o que coloca o parceiro que recebe
o pênis em perigo de abscessos anais, hemorroidas ou fissuras (um rasgo muito
grande). A penetração pode rasgar o tecido dentro do ânus, permitindo que
bactérias e vírus entrem na corrente sanguínea. A natureza frágil do tecido
anal facilita que DSTs e bactérias entrem na corrente sanguínea. Um rasgo muito
pequeno pode provocar, entre muitas outras infecções bacterianas, endocardite
bacteriana, levando bactérias fecais na corrente sanguínea até chegar às
válvulas do coração.
O tecido dentro do ânus não está bem protegido como a pele fora
do ânus. Nosso tecido externo tem camadas de células mortas que servem como uma
barreira de proteção contra infecções. O tecido dentro do ânus não tem essa
proteção natural, que o deixa vulnerável a rasgos e à disseminação de
infecções.
O ânus foi feito para segurar as fezes. O ânus é cercado por um
músculo anelar, chamado de esfíncter anal, que aperta depois que defecamos.
Quando o músculo está apertado, a penetração anal pode ser dolorosa e difícil.
Sexo anal repetitivo pode levar ao enfraquecimento do esfíncter anal, dificultando
segurar as fezes até você poder chegar ao banheiro.
O ânus está cheio de bactérias. Ainda que ambos os parceiros não
tenham uma infecção ou doença sexualmente transmissível, as bactérias que
normalmente vivem no ânus podem potencialmente infectar o parceiro que cede.
Praticar o sexo vaginal depois do sexo anal pode também levar a infecções da
vagina e do aparelho urinário.
O sexo anal pode levar outros riscos também. O contato oral com
o ânus pode colocar ambos os parceiros em risco da hepatite, herpes, HPV e
outras infecções. Para os casais heterossexuais, a gravidez pode ocorrer se o
sêmen for depositado perto da abertura da vagina.
Ainda que ferimentos graves do sexo anal não sejam comuns, podem
ocorrer. Hemorragia depois do sexo anal pode ser devido a uma hemorroida ou
rasgo, ou algo mais sério como uma perfuração (furo) no cólon. Esse é um
problema perigoso que exige atenção médica imediata. O tratamento envolve
estadia hospitalar, cirurgia e antibióticos para impedir uma infecção.
O Dr. Stephen Goldstone, um homossexual assumido e autor de “The
Ins and Outs of Gay Sex: A Medical Handbook for Men” (Os Prós e Contras do Sexo
Gay: Um Manual Médico para Homens), publicado pela Editora Dell de Nova Iorque
em 1999, disse em seu livro:
“Exatamente como o músculo do seu esfíncter
interno involuntariamente relaxa quando as fezes entram no seu reto,
involuntariamente se contrai quando um pênis ou outro objeto tenta entrar a
partir do lado de fora… Um rasgo anal pode ocorrer durante a fase inicial do sexo
anal precisamente porque seu parceiro força a entrada do seu pênis num
esfíncter fechado. Pense no seu pênis como um aríete, contra o qual o seu
esfíncter interno não é páreo.”
O Dr. Goldstone é professor-assistente clínico de cirurgia na
Faculdade de Medicina Mount Sinai e especialista em “questões de saúde de
homens gays” e “desordens do ânus e reto.”
O Instituto Médico de Saúde Sexual, fundado pelo escritor
evangélico Joe S. McIlhaney (que é doutor em medicina e um proeminente
especialista em obstetrícia, ginecologia e infertilidade), diz sobre o sexo anal:
“É muito prejudicial para sua saúde e tem
muitas possibilidades de ameaçar a vida.”
“O sexo anal é claramente uma forma perigosa
de atividade sexual.”
De acordo com o Dr. David Delvin, do NetDoctor: “O sexo anal
(retal) costumava ser mencionado nas leis inglesas como ‘crime contra a
Natureza,’ e esse termo alarmante é ainda usado nas leis de cerca de nove
estados dos EUA. O sexo anal sempre foi um assunto muito polêmico, e a polêmica
que o cerca parece marcada para continuar nos anos futuros porque a evidência
está se acumulando de que essa prática pode às vezes levar ao câncer anal.”
Ele também diz:
A Sociedade Americana do Câncer declara que
ter sexo anal é um fator de risco para câncer anal tanto em homens quanto em
mulheres.
Nossa impressão é que durante o século XXI o
sexo anal se tornou mais comum entre casais heterossexuais, em parte porque
eles assistem pornografia em que essa atividade ocorre com muita frequência.
Um estudo pequeno realizado em 2009 sugeria
que na Inglaterra, por volta de 30 por cento dos DVDs pornográficos mostram
relação sexual anal. Muitas vezes, isso é mostrado como algo que é tanto
rotineiro quando indolor para as mulheres. Na vida real, esse não é o caso. A
relação sexual anal é muitas vezes muito dolorosa para as mulheres,
principalmente nas primeiras vezes.
Muitos apontam que pelo fato de que a Bíblia é silenciosa sobre
o sexo anal, é permitido. No entanto, a Bíblia também é silenciosa sobre
numerosas questões importantes de hoje, inclusive maconha e cocaína. Então,
elas também são permitidas? Claro que não, e os críticos são rápidos para
frisar os riscos de saúde do uso de drogas, mas muitos são muito lerdos para
reconhecer que um homem e uma mulher que se engajam em sexo anal correm os
mesmos riscos de saúde que dois homens engajados na mesma atividade sexual.
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