Para sair debaixo da sentença de condenação divina imposta pela santa
lei de Deus, a Igreja Católica serve-se de sutilezas teológicas a fim de
ludibriar os fiéis. Dizem e vivem a repetir os fâmulos católicos que os
protestantes não levam em consideração a diferença entre venerar e adorar,
argumentam ainda que o culto de adoração é prestado somente a Deus, mas que
prestam um culto de veneração às imagens, às relíquias aos santos e a Virgem
Maria. Dizem: “O católico venera os santos, não as imagens, mas o que elas
representam, assim como sentimos amor por uma pessoa querida ao ver a sua foto.
Veja que neste exemplo não sentimos amor pela foto, mas pela pessoa que nela
está representada.”
Vejamos então se este argumento tem alguma consistência, e se há
realmente, como alardeiam os católicos, diferença entre ADORAR e
VENERAR.
Importante esclarecer que este mesmo argumento tem sido o slogan dos
pagãos através dos tempos. Quando são colocados sobre pressão saem com este
jargão de que não adoram ou veneram a imagem propriamente dita mas a sua honra
ou veneração alcança o que está por trás das imagens. Esse era o argumento dos
antigos povos e em particular, os gregos. Agostinho ao comentar os Salmos
declara que esse era o argumento do paganismo para se safarem da acusação de
adoradores de imagens. Essa é ainda a desculpa dos budistas que se prostram
diante das imagens de Buda, dos hindus que rogam a Ganesa o deus hindu da boa
sorte e aos seus milhões de deuses, dos Jainistas quando adoram os gigantescos
pés de 17 metros de Gomatesvara, dos taoistas e outros. Observe essa declaração
nos ensinamentos de Midai- Sama da Igreja Messiânica (seita oriental) sobre sua
imagem da luz divina.
Ele ensina que deve coloca-la nos lares, nas igrejas porque através dela
os fiéis estariam buscando mais a luz de Deus e conseqüentemente sendo mais
iluminados e estariam assim para sempre sobre sua poderosa influência. Mas para
não acusa-los de idolatria advertem:
“NÃO PRESTAMOS CULTO À IMAGEM DA LUZ DIVINA, MAS A DEUS, ATRAVÉS DESSA
IMAGEM. SUA LUZ ALI SE FOCALIZA E SE INTENSIFICA CADA VEZ QUE ORAMOS PERANTE
ELA”
Compare agora com este argumento católico:
Compare agora com este argumento católico:
“De fato, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original”,
e “quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada”. A honra
prestada às santas imagens é uma “veneração respeitosa”, e não uma adoração,
que só compete a Deus:
O culto da religião não de dirige ás imagens em si como realidades, mas
as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus
encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina
nela, mas tende para realidade da qual é imagem.”
O caso é que ninguém em pleno século XXI, iria admitir que adora uma
imagem. É repugnante à moderna mente tecnológica de nosso século. Acontece que
entre a teoria e a prática, há no entanto, um grande abismo!
Será que os católicos teriam por inocentes todas essas religiões citadas
acima, tendo em vista o fato de que todas elas prostram-se, rogam, beijam,
constroem templos, fazem procissões às suas imagens? Será que a sutil colocação
de que não adoram as imagens seria o suficiente para isentá-los da quebra do
segundo mandamento?
Os teólogos romanistas se vêm embaraçados para recriminar essas práticas
idólatras, pois eles mesmos estão afundados até o pescoço nelas. É por isso que
as missões católicas têm pouco sucesso entre os povos islâmicos e judeus, mas
entre as nações cuja religião possuem similaridades com o catolicismo
principalmente quanto ao culto das imagens conseguem, lograr algum êxito.
Não, o argumento de que não adoram imagens não prevalece, pois se fosse
assim teríamos que ser coniventes também com os pagãos!
O biblista católico Mackenzie, já citado, diz o seguinte:
“No Egito e em Babilônia a imagem era levada em procissão nos dias
festivos. Em Babilônia era levada como hóspede aos templos de outros deuses,
cujas festividades eram celebradas. Isso tudo, entretanto, não era idolatria no
sentido rude do termo…” prossegue ainda,
“Os pagãos adoravam o deus cuja imagem era a contraparte terrestre, não
adoravam a imagem em si. Visto, porém, que os hebreus negavam qualquer
realidade por trás da imagem, o culto teria recaído sobre a própria imagem,
pois nenhuma outra coisa teria podido recebê-lo.” Então frisa algo que todo
católico deveria meditar, “Portanto, os pagãos eram verdadeiros adoradores de
ídolos também se não sabiam de o ser.” (grifo nosso) (ibdem pág. 435/6)
Bastaria uma consulta em nosso dicionário vernacular para desmascararmos
essa suposta diferença, pois venerar e adorar são sinônimos sendo que venerar é
palavra latina e adorar é palavra grega tendo o mesmo significado. Sendo assim,
o dicionário coloca acertadamente: Adorar = venerar. Mas os católicos fazem
vistas grossas a este fato e saem pela tangente com o argumento de que “Adorar
e venerar pelo dicionário da língua portuguesa , nos dias atuais, não têm
qualquer diferença. Mas, não se esqueça que a nossa fé tem mais tempo do que a
história de Portugal e Brasil. Na literatura católica, há distinção entre
adorar ( latria) e venerar (dulia). Mas como eles mesmos admitem e qualquer
católico poderá conferir, “adorar” é o mesmo que “venerar” e isto é uma pedra
de tropeço para a teologia católica.
Lançaremos mão agora de mais provas que pela força que tem são por
natureza irrefutáveis. Invocaremos aqui o depoimento de autoridades católicas e
apresentaremos evidências incontestáveis em suas próprias literaturas para
fundamentar nossa alegação.Começaremos pelas traduções das Bíblias católicas.
No episódio já citado de Ártemis ou Diana dos Efésios, Demétrio diz que
todo o mundo adorava essa deusa como de fato reza o texto: “…aquela a quem toda
a Ásia e o mundo adoram.”Atos 19:27 (versão das Bíblias protestantes)
Essa também é a tradução da Bíblia católica editora “Ave Maria”, que
traduziu o verbo como adorar. Entretanto, outra Bíblia católica, a
conceituadíssima “Bíblia de Jerusalém” verteu esse mesmo verbo, dessa mesma
passagem por “VENERAR”.
Ora, perguntamos: A deusa Ártemis foi adorada ou venerada?
Os próprios eruditos católicos são forçados a admitir a sinonímia dos
dois termos.
Pela Bíblia de Jerusalém os católicos não podem acusar mais os efésios
de idólatras, mas se por ventura quiserem fazer isso, terão que usar a versão
da Bíblia “Ave Maria”!
Onde neste texto está a “substancial” diferença entre venerar e adorar
como alegam os católicos? Veja que este argumento é de uma pobreza franciscana!
Comentando sobre a passagem do capítulo 19 de Atos, o livro: “São Paulo
e o Seu Tempo” edições Paulinas na página 77, trás o seguinte comentário:
“A deusa venerada em Éfeso era muito mais uma deusa oriental da
fecundidade do que a deusa caçadora dos gregos…”(grifo nosso). Novamente aí o
termo venerar é aplicado à Ártemis pelos estudiosos católicos.
A respeito do falso deus Baal diz Mackenzie que ele era “venerado de
modos diversos ou sob títulos diversos nos diversos lugares” quando ele
menciona a adoração dos israelitas a Iahweh diz que ele era “venerado com os
ritos de Baal” Veja como ele usa o termo venerar para ambos não fazendo nenhuma
distinção.(ibdem pág. 100)
Invocaremos aqui como testemunha um Cântico composto por Tomás de Aquino
cognominado de “doutor da Igreja”, intitulado de “TANTUM ERGO”, sua letra é
dirigida à hóstia e diz: “Tantum ergo sacramentum veneremur cercui…”, cuja
tradução pelo clero na língua vernácula é: “A este tão grande sacramento
adoremos humildemente…”(grifo nosso) (A Mãe Das Prostituições pág. 59)
É Tão gritante as evidências, que no missal romano está escrito com
letras garrafais: “ADORAÇÃO DA CRUZ”. Nessa cerimônia de adoração canta-se um
hino em homenagem a este amuleto; “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a
salvação do mundo! Vinde, ADOREMOS! Adoramos, senhor, vosso madeiro; vossa
ressurreição nós celebramos. Veio alegria para o mundo inteiro por esta cruz
que hoje veneramos”(O Sinal da Besta pág.11) Novamente é usado de modo
intercambiável os dois termos, adorar e venerar!
Frei Basílio Rower, em seu “Dicionário Litúrgico” na pág. 15 sobre o
verbete: “Adoração da Cruz”, comenta:
“…Efetua-se a veneração da cruz…” e em seguida troca novamente os
verbos: “A cerimônia da adoração da Cruz, na sexta feira santa, é antiqüíssima;
desde o século XI…” (grifo nosso) Novamente fica patente como esses dois verbos
se tornam sinônimos! Mas para não deixar transparecer o verdadeiro significado
(idolatria) por trás dessas explicações demagógicas, tenta ele concertar a
situação com esta explicação esdrúxula no verbete “Adoração”:
“A adoração, em ambos os sentidos expostos, pode ser absoluta e
relativa.” Prossegue ainda: “As partículas do Santo Lenho, os instrumentos da
Paixão de Cristo e a Cruz, na Sexta feira Santa, são adorados com adoração em
sentido estrito, mas relativa.”
Devemos ressaltar que não existe um caso se quer na Bíblia em que servos
de Deus praticaram adoração relativa. Isso não pode ser outra coisa se não um
esforço desesperado para achar subterfúgios para a sôfrega doutrina do culto às
imagens.
Suponhamos que realmente existe essa tal “adoração relativa”, o caso que
não é, mas suponhamos por um momento que fosse real, ela teria que estar
forçosamente estampada nas páginas da Bíblia. Mas o que nós vemos é totalmente
o contrário.
Quero trazer à memória o incidente de Pedro e Cornélio. Pois bem, ali
estaria uma grande oportunidade de Pedro, que dizem ter sido o primeiro “papa”,
portanto infalível de acordo com os dogmas católicos, a legitimar essa prática,
pois Cornélio não era pagão o bastante para não saber distinguir entre adoração
ao Deus de Israel e uma veneração ao servo deste. Se fosse esse o caso, o de
existir tal grau de adoração relativa, quando Cornélio prostrou aos pés de
Pedro para o adorar, este não teria tido a reação que teve conforme narra Atos
10:25,26: “Quando Pedro ia entrar, veio-lhe Cornélio ao encontro e,
prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o ergueu, dizendo: Levanta-te,
que eu também sou homem.”. Pedro poderia ter aceitado isso como uma “adoração
relativa”, uma “dulia” que através dele chegaria a Deus! Este ainda foi o caso
de João perante o anjo de Deus em Apocalipse 22:8. Ambos não aceitaram tal
suposta adoração pelo simples fato dela não existir. A Bíblia só apresenta um
tipo de adoração e nada mais que isto, não adianta forjar termos inescrupulosos
para servir de apoio para tamanhas heresias, se pela Bíblia já estão de antemão
fadados ao fracasso!
No entanto, no final do comentário o pobre Frei acaba se entregando e
diz que: “A ADORAÇÃO DOS SANTOS E DE SUAS RELÍQUIAS E IMAGENS CHAMA-SE
GERALMENTE VENERAÇÃO.” (ênfase do autor)
Como dizia John Wycliff e Savanarola, este último cuja voz de protesto
foi sufocada pelas fogueiras inquisitoriais: “Eles adoram, com efeito, no
sentido próprio da palavra, as imagens, pelas quais sentem uma afeição
especial” (A Imagem Proibida pág. 280)
Eles nunca vão conseguir comprovar que uma, e a mesma coisa, são duas!
Bibliografia:
Revista Defesa da
Fé