Campanha na internet prega começo da vida sexual só após o casamento e
ganha milhares de adeptos.
(“Eu escolhi esperar”: casais
esperam a confirmação divina Foto)
“Deus tem uma bênção
específica para cada um de nós, no momento certo. Se formos precipitados,
atrapalhamos o processo”, repete o missionário Felipe Augusto Medeiros, da
Igreja Congregacional de Bento Ribeiro. Aos 27 anos, o jovem conta que deu o
primeiro beijo somente aos 22, em sua única namorada, com quem permaneceu por
um mês. Desde o fim do relacionamento, garante que permaneceu sozinho, sem
qualquer envolvimento com outra mulher.
- Não tenho vergonha
de dizer que sou virgem. Escolhi aguardar no Senhor, que colocará no meu
caminho a pessoa certa, na hora certa. A banalização do amor causou em mim o
desejo de fazer algo contrário - diz Felipe, convicto da escolha.
(“A banalização do amor causou em mim o
desejo de fazer algo contrário”, revela Felipe Medeiros, da da Igreja
Congregacional de Bento Ribeiro. Foto)
Os princípios são
bíblicos, a escolha é natural e a espera, inevitável, segundo muitos. Baseados
nessas questões, jovens de todo o país têm encontrado na internet uma
ferramenta para propagar o ideal de iniciar a vida sexual somente após o
casamento. Criada em abril do ano passado pelo pastor Nelson Junior, de
Vitória, Espírito Santo, a campanha “Eu Escolhi Esperar” já conta com a adesão
de mais de 500 mil pessoas no Facebook. No Twitter, já são mais de 120 mil
seguidores, enquanto que, no Orkut, são quase 20 mil.
- Por semana, mais de
15 milhões de pessoas são alcançadas pelas postagens no Facebook, e a campanha
já tem seguidores em outros países, como Estados Unidos, México, Argentina,
Peru, Chile, Angola, Itália, Espanha, Inglaterra e Austrália - conta Nelson
Junior.
Longe da esfera
virtual, a atuação do movimento ocorrer por meio de seminários, realizados
constantemente em diversas igrejas pelo país inteiro. O objetivo, segundo o
pastor, é reforçar fundamentos bíblicos eternos que foram abandonados.
- A sociedade que
prega tanta liberdade sexual, que defende o direito da livre escolha, é a mesma
que não respeita, debocha e desaprova o desejo de se guardar para o casamento.
Atualmente, isso é considerado quase um retrocesso comportamental - afirma
Nelson.
A mobilização,
segundo ele, é fruto da própria vivência humana, em que as decepções amorosas
são cada vez mais frequentes.
- As pessoas estão
cansadas das frustrações emocionais. Com o tempo, descobrem que o sexo é bom,
mas não é tudo. Existem valores que precedem o prazer. Ensinar que o desejo
está acima de qualquer coisa é gerar indivíduos cada vez mais egoístas e
solitários - diz ele.
(Após um relacionamento, Carla da Rocha
optou pela abstinência Foto)
GLÓRIA A DEUS
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