Resposta à falsa alegação de
que foi a Igreja Católica quem deu a Bíblia ao mundo
Introdução
Os católicos alegam que o mundo tem uma divida com sua
igreja por ter sido ela quem deu origem a Bíblia. Mas isto não é nada mais do que
outra tentativa para exaltar a igreja católica acima da Bíblia.
Os escritores católicos aceitam a autoridade da Bíblia unicamente porque afirmam que sua autoridade é derivada da igreja. No entanto, a realidade, é que a Bíblia é inspirada e tem autoridade, não porque a igreja católica declarou assim, mas porque Deus havia determinado que fosse assim. A própria Escritura diz que “Toda Escritura é inspirada por Deus…” (2 Tim. 3:16). “… Homens santos falaram movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:21). “O céu e a terra passarão, mas minhas palavras não hão de passar.” (Mateus. 24:35). Portanto, os católicos não têm razão, quando dizem que a Bíblia é autorizada como Palavra de Deus unicamente por causa da Igreja Católica. A existência da Bíblia não depende da Igreja Católica, mas da
autoridade, força e providência de Deus.
A Bíblia ou a Igreja é a autoridade final?
Isto nada mais é que uma tentativa para enfraquecer a
Bíblia como a única autoridade para o cristão e consequentemente elevar a
igreja católica a essa posição. Isto é justamente o que os líderes católicos
desejam que o povo acreditem. O problema disso tudo é que isto não passa de
puro raciocínio humano. Não procede de Deus. A lógica católica é um exemplo
clássico de “raciocínio circular “. Veja, eles tentam provar a autoridade da
Bíblia pela igreja ( eles podem aceitar a Bíblia unicamente tendo a tradição da
igreja como autoridade) e depois vão à Bíblia para provar a autoridade da
igreja.. Tal raciocínio é um absurdo. Ora, de duas, uma: ou a Bíblia é a
autoridade para o cristão ou é a igreja, mas não ambos.
Os líderes católicos dizem ainda que sem a Igreja
Católica não poderia existir nenhuma Bíblia; eles alegam que a humanidade pode
aceitar as Sagradas Escrituras unicamente por causa da autoridade da Igreja
Católica que determinou quais foram os livros que eram inspirados.
O Velho Testamento não foi
definido por Roma
O argumento de que a Igreja Católica deu a Bíblia labora
em vários erros:
Primeiro, a igreja católica nunca poderia nos ter dado a
primeira parte da Bíblia que é o Velho Testamento, porque ele veio através dos
judeus, que foram os guardiões dos oráculos divino. (Rom. 3:1-2; 9:4-5; Atos
7:38).
Os livros do VT foram postos em um só volume e traduzidos
do hebreu para o grego (conhecida como a versão Septuaginta) muito tempo antes
de Jesus nascer (227 a.C).
Provavelmente esta foi a versão que Cristo e os apóstolos
usaram. Jesus não disse para o povo de seu tempo que eles deveriam aceitar o VT
porque os judeus haviam reunido-os em um só volume, como fazem hoje os
católicos. Não. Ele incentivou as pessoas a seguirem a Bíblia não porque um
grupo de homens haviam declarado que eles eram inspirados, juntando os livros
sagrados em um só volume, mas porque ela era por si mesma inspirada pelo
Espírito de Deus. Ademais, Ele sabia que as pessoas poderiam discernir por
evidencias internas e externas quais eram os livros inspirados e quais não
eram. Jesus nunca levantou dúvidas concernente ao cânon judaico.
Outra, se a Bíblia é um livro Católico, por que então em
nenhum lugar ela menciona a Igreja Católica? Por que nunca encontramos a leve
menção sobre um papa universal, um arcebispo, uma freira, ou qualquer ordem
católica? Se a Bíblia é um livro Católico, por que então não aparece nela suas
principais doutrinas tais como: confissão do auricular, indulgencias, orações
aos santos, veneração a Maria, veneração de reliquias, o culto ás imagens e
muitas outras cerimônias e ritos da Igreja Católica?
Se a Bíblia é um livro católico, como pode a igreja
católica proibir seus sacerdotes de casar sendo que a Bíblia ensina que o bispo
deve ser casado (1 Tim. 3:2, 4-5)?.
Hipona e Cartago não é Roma
Os teólogos católicos acreditam que o Concílio de Hipona
em 390 A.D. determinou que livros foram realmente inspirados e colocados em um
volume. Diante disto dizem que todos dependem da autoridade da igreja católica
para aceitar o cânon do NT. Há vários erros com este argumento.
Primeiro, não se pode provar que a igreja que administrou
aquele Concílio 390 a.C. é a mesma igreja que agora é conhecida como “Igreja
Católica Apostólica Romana”. Por Exemplo, a igreja de 390 não possuía nenhum
crucifixo e imagens porque a primeira menção de crucifixos apareceu tardiamente
no sexto século. Também a tradição que incentivou o culto às imagens só foi
promulgada no sexto século. A igreja de 390 dava a comunhão sob ambas espécies
aos fiéis : pão e vinho, até ter sido abolida formalmente em 1416 a.C A igreja
de 390 foi uma igreja em muitos aspectos diferente da Igreja Católica Romana
atual.
Além disso, os bispos daquele Concílio tampouco
mencionaram serem eles os primeiros a decidirem quais livros seriam inspirados.
Eles não reivindicam para si a autoridade de decidir a canonicidade dos livros
em si. Isto só foi cogitado bem mais tarde no Concílio de Trento (1545-1563).
Deus jamais deu a qualquer concílio autoridade para
decidir sobre a inspiração da sua Palavra. A inspiração de tais livros
independe de concílios humanos. Contudo hoje os apologistas católicos ensinam
“Nós podemos aceitar a Bíblia unicamente na autoridade da Igreja Católica.”
Podemos de fato aceitar tal raciocínio? Claro que não!
O cânon bem antes de Hipona e
Cartago
Também não pode ser provado que a igreja católica foi
quem reuniu os livros do NT, pois esta coleção já estava em circulação bem
antes do Concílio de Hipona.
Abaixo nós catalogamos uma lista de livros que foram mencionados pelos
escritores cristãos primitivos.
· 326. Atanásio, bispo de Alexandria, menciona todos os
livros do Novo Testamento.
· 315-386. Cirilo, bispo de Jerusalém, dá uma lista de
todos os livros do NT exceto Apocalipse.
· 270. Eusébio, bispo de Cesaréia, chamado de Pai da
história eclesiástica, narra sobre a perseguição que o imperador Diocleciano
lançou sobre a igreja cujo decreto requeria que todas as igrejas fossem
destruídas e as Sagrada Escrituras queimadas. Ele lista todos os livros do Novo
Testamento. Ele foi comissionado por Constantino para preparar cinqüenta cópias
da Bíblia para uso das igrejas de Constantinopla.
· 185-254. Origenes, escritor de Alexandria, especifica
todos os livros de ambos os Testamentos.
· 165-220. Clemente, de Alexandria, especifica todos os
livros do Novo Testamento exceto Filemon, Tiago, 2 Pedro e 3 João. Mas Eusébio,
que possuía os escritos de Clemente, disse que ele deu explicações e citações
de todos os livros canônicos.
· 160-240. Tertuliano, contemporâneo de Orígenes e
Clemente, menciona todos livros do NT exceto 2 Pedro, Tiago e 2 João.
· 135-200. Irineu, citou todos os livros do NT exceto o
Filemon , Judas, Tiago e 3 João.
· 100-147. Justino, o Mártir, menciona os Evangelhos como
sendo quatro em número e cita eles e algum das epístolas de Paulo e Apocalipse.
Assim, todos os livros do NT estiveram em circulação na
era apostólica. Realmente, os apóstolos eles mesmos colocaram seus escritos em
circulação no começo do cristianismo (Col. 4:16 – 1 Tess. 5:27). As Escrituras
Sagradas foram escritas para todos (1 Cor. 1:2; Ef. 1:1) e toda vontade será
julgada por eles no último dia (Rev. 20:12; João 12:48). Jesus disse que Sua Palavra
permanecerá parA Igreja Católica não é a única a possuir a Bíblia nesses
séculos de cristianismo
Outrossim, a reclamação que a igreja católica faz de ter
dado a Bíblia ao mundo não pode ser verdadeira porque eles não têm sido os
únicos a possuírem a Bíblia durante estes dois mil anos de cristianismo.
Algumas das mais importantes versões e manuscritos gregos vieram a nós de
fontes não-católica romana.
O Codex Sinaiticus – um exemplo notável disto é o Codex
Sinaiticus que foi encontrado no monastério de Santa Catarina (pertencente a
Igreja Ortodoxa Grega) no monte Sinai 1844 e está agora no Museu Britânico.
Isto contem nada menos que os livros do Novo Testamento e pequenas porções do
Velho testamento. Alguns estudiosos defendem que este manuscrito foi escrito no
quarto século, não mais tarde que 350 d.C. Este manuscrito encontrado por um
estudioso alemão protestante e este manuscrito que é o mais completa de todos
nunca esteve nas mãos da Igreja Católica Romana.
Codex Alexandrinus – outro manuscrito valioso que nunca
esteve em posse da Igreja Católica Romana é o Codex Alexandrinus. Isto, também,
está agora em exibição no Museu Britânico de Londres. Ele foi um presente do
Patriarca de Constantinopla (da Igreja Ortodoxa Grega) a Charles I em 1628. Ele
tinha estado em posse do Patriarca durante séculos e originalmente veio de
Alexandria, no Egito de onde se obtém seu nome. Os estudiosos acreditam que
este manuscrito também foi produzido no quarto século. Muitos acreditam que
este dois manuscritos foi uma das cópias que Constantino mandou fazer das
cinqüenta Bíblias preparadas por Eusébio.
Conclusão
Ä luz dos fatos acima , a reivindicação da Igreja Católica Romana de que ela
tem sido o único guardião e preservador das Escritura não procede. A Bíblia não
é um livro Católico. Nenhum católico escreveu a Bíblia, e nem suas doutrinas
podem encontrar guarida nas Sagradas Escrituras. O Novo Testamento foi
completado antes do fim do primeiro século, A.D, quando nem havia Igreja
Católica que teve seu desenvolvimento paulatinamente depois do quarto século. A
Igreja Católica não é a igreja verdadeira e original, mas uma “igreja”
apostatada dentro da verdadeira igreja do NT.
Mas mesmo que a Igreja Católica possa provar que somente
ela é a única guardiã das Sagradas Escrituras, ainda assim permanece o fato de
que a Igreja Católica não está seguindo a Bíblia e suas doutrinas são
contrárias à mesma. Além Disso, mesmo que a Igreja Católica possa provar
conclusivamente que ela seja a responsável pela reunião dos livros do NT, isto
não prova que a Igreja Católica é infalível, e nem que é a autora do NT.
Por Prof. Paulo Cristiano da Silva

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