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quarta-feira, 30 de julho de 2014

E se Deus criasse um perfil no Facebook?



Teólogo propõe reflexão sobre as redes sociais e o cristianismo; Confira

A mudança comportamental que as redes sociais estão impondo às pessoas já causou reflexões no meio religioso. O advento do Facebook e os costumes que ele impõe aos seus usuários já foram motivos suficientes para inspirar a cantora Suellen Lima a sugerir, com a música “Sai, Sai do Facebook”, que o crente deva gastar menos tempo com “curtidas” e mais com oração. Agora, há quem tenha proposto imaginar o contrário: falar com Deus através do Face.

O teólogo Mauricio Zágari publicou artigo em que sugere um exercício de criatividade para imaginarmos como seria se Deus tivesse uma página na rede social e resolvesse agir e falar apenas através dela.

“Deus, certo dia, decide que precisa ingressar na pós-modernidade e criar um perfil no Face, para não ficar deslocado. Claro que isso traria uma mudança na forma de Ele se relacionar com a humanidade, pois, se essa página de web conseguiu mudar a forma de milhões de pessoas se relacionarem umas com as outras, por que não mudaria também a do Todo-Poderoso?”, questiona o escritor.

Segundo Zágari, a fanpage de Deus poria um fim às vigílias de oração e cultos de louvor, pois bastaria “curtir” uma publicação d’Ele para praticar a versão século XXI do “vigiai e orai sem cessar”.

“Para começar, acabariam as orações e a leitura da Bíblia. Porque esses são os meios que Deus criou para ter relacionamento e criar intimidade com a humanidade: nós falamos com Ele pela oração; Ele fala conosco pela Palavra. Mas, com o Face, isso não ocorrerá mais. Oração e Bíblia tornam-se meios antiquados de dialogar. O Senhor decretaria, então, que quem quisesse falar com Ele teria de mandar um scrap e esperar que o Altíssimo postasse uma resposta na linha do tempo. Jeová agora seria um de nós, trocando ideias on-line: um Deus da moda, antenado. Claro que isso nos afastaria d’Ele, tornaria nossos contatos muito menos pessoais, mas… quem se importaria? Com o advento das redes sociais, em grande parte as pessoas já não se telefonam mais mesmo, não se visitam mais, não mandam cartões no Natal, fazem tudo pelo Face: convites de aniversários, marcação de encontros, votos de parabéns em datas festivas… não se gasta mais tanto tempo conversando, afinal. É só postar umas palavrinhas ali e está resolvido”, afirma, crítico, o teólogo.

Mauricio Zágari diz ainda que “outra vantagem da adesão do Divino ao Face seria que, finalmente, Deus não precisaria se dedicar muito tempo a longos processos de transformação na vida de uma pessoa: bastaria postar uma frase de efeito”. A proposta do Evangelho, ao final, seria simplificada, ironiza o autor: “Jesus fez grandes discursos para dizer o que queria quando caminhou sobre a terra, mas, agora, basta pegar uma daquelas frases feitas de famosos, emolduradas num visual legal, e postar. Assim, o Todo-poderoso não levantaria profetas, mas postaria uma frase de Cazuza ou Clarice Lispector, dizendo algo como ‘Você foi feito para voar, abra as asas e se lance no vazio’. Ao ler isso, sua vida nunca mais seria a mesma”.

Ao encaminhar seu texto para a conclusão, Zágari destaca a importância das relações humanas e lamenta que as redes sociais da internet contribuam para o esfriamento desse contato: “Estar face a face é uma necessidade do cristão. Já estar no Face… sei lá, em dois mil anos de cristianismo não me parece ter sido tão essencial assim. Apesar de o marketing da empresa Facebook ter conseguido convencer as multidões de que não estar no Face é algo como não fazer parte da raça humana, isso não passa de propaganda enganosa. Como neste mundo o capitalismo, em geral, vence os bons argumentos, o Facebook e as redes sociais são um fenômeno de nossos tempos e devem durar ainda um bom período – quem se importa se o Face desumaniza as relações se, em um trimestre, seu faturamento com publicidade chega a US$ 1,24 bilhão? Enquanto o dinheiro entra, não se costuma fazer muitos questionamentos. E não será um blogueiro como eu que mudará isso”.

Por fim, a necessidade de estar com o semelhante é exaltada pelo autor como algo saudável: “Voz. Cheiro. Olho no olho. Lágrima. Sorriso. Abraço. Beijo. Carinho. Desculpem, não quero perder nada disso, porque ser gente que se relaciona com gente, que toca gente, que sente calor humano… é bom demais. E tudo o que nos rouba qualquer uma dessas coisas arranca um pedaço daquilo que faz de nós seres criados à imagem e semelhança de Deus”.

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